No fundo no meio destas discussões todas só há três coisas na ideologia progressista que me incomodam:
1) Que não admitam uma sociedade que só participe voluntariamente em parte desse esquema (não digo em saúde, educação, segurança, segurança social, justiça, etc ... mas coisas opcionais como cultura, desporto, etc, é estranho que não admitam forma de só participar em iniciativas colectivas quem nelas deseja participar);
ando a escrever para o boneco mas lá vai outra vez. o desporto e a cultura são coisas tratadas globalmete pela legislatura. escrevem-se e aprovam-se políticas desportiva e culturais. esta aprovação é feita através de leis que regulam as actividades e os apoios às mesmas.
admito que podia não haver política cultural nem ministério da cultura. nem política desportiva nem secretaria de estado dos desportos. basta que um governo eleito não aprove nenhuma lei orgânica para o desporto e para a cultura e revogue o que houver para revogar que venha de trás.
deixa de haver subsídios, apoios etc etc.
algum governo o fez ou tentou fazer? Não!
algum partido tem planos para o fazer ou tentar fazer. Não!
o Incognitus tem planos para o fazer ou para o tentar fazer? Não!
O Incognitus quer que o façam por ele!
Brada e esbraveja contra o que acha ser uma injustiça, mas a única coisa que faz quanto a isso é queixar-se.
Espera que sejam os outros a fazer aquilo que ele acha correcto. Mais que esperar, exige!
E nunca põe em causa que aquilo que ele acha correcto não seja correcto para outros.
Se o Incognitus acha correcto e ético, então é correcto e ético em absoluto.
Para todos sem excepção.
Coisa menos liberal e respeitosa da opinião e liberdade alheia nunca vi.
Penso que tu, igualmente, Bradas e esbravejas quando o Estado é usado para avançar interesses particulares. E também não te vejo nessa cena de fazer o partido e avançares para eleições para acabares com esse aproveitamento. O único problema aqui é que ainda não te deste conta de que os interesses particulares que são avançados pelo Estado não são apenas aqueles que tu achas incorrectos, são também alguns que tu achas correctos.
Portanto nós concordamos numa série de áreas globais e razoavelmente consensuais, que têm que ser apoiadas pelo Estado. E depois existem umas que são claramente interesses particulares que as avançam, e aí discordamos.
(e a questão também é uma de concepção do Estado - na minha concepção deste, ele nem serquer deveria poder legislar para tentar avançar interesses claramente particulares. Nesse seu aspecto, nem sequer o acho legítimo, pelo que não se trata de ser democrático ou não ou ter que ir a eleições ou não. Acho que é indistinto de um roubo,,o Estado cobrar impostos para entregar o seu produto a um interesse particular. Um roubo ainda que sufragado democraticamente, não deixa de ser um roubo)