Diferenças entre edições de "Aprendendo mais sobre falências"

Da Thinkfn
(Nova página: Muitas vezes, quando se transacciona nos papéis mais complicados do mercado à procuda de deep value ou de situações de turnaround “in extremis” que possam produzir valorizaçõ...)
(Sem diferenças)

Revisão das 14h05min de 23 de abril de 2008

Muitas vezes, quando se transacciona nos papéis mais complicados do mercado à procuda de deep value ou de situações de turnaround “in extremis” que possam produzir valorizações brutais, confonta-mo-nos com a possibilidade de falência do alvo que estamos a considerar.

Sobre o tema de como transaccionar empresas que acabaram de falir, já publicamos o artigo Trading - Acções falidas.

Mas existem mais particularidades que interessa conhecer. Tais como:

As falências dão-se quase sempre por falta de liquidez

Ou seja, as empresas não vão normalmente à falência por possuirem capitais próprios negativos (Passivo > Activo), mas sim porque num determinado momento não possuem liquidez para fazer face às suas responsabilidades de curto prazo.

Logo, quando estiver perante uma situação de risco, o primeiro local para o­nde tem que olhar é para o Cash + Equivalentes, e verificar se esse Cash mais o Cash Flow que espera dessa empresa conseguem satisfazer as responsabilidades de curto prazo da empresa em questão durante um período seguro (de pelo menos 1 ano, porque por vezes a empresa pode falir quando se der conta que não conseguirá satisfazer essas responsabilidades nos próximos meses, e não quando elas vencem).

Por outro lado, o facto de a empresa ter capitais próprios negativos, embora seja um problema grave, não deve ser impedimento de participar na especulação da dita (digo especulação, porque se uma empresa consegue “derreter” a totalidade dos capitais próprios, em princípio não deve ser um grande negócio).

Refinanciamentos elevados podem não ser um problema

Se o mercado estiver bastante negativo, e se uma empresa possuir maturidades muito elevadas de dívida a acontecer durante esse período – bastante superiores ao Cash que esta possui, muitas vezes acontece que o mercado especulará que essa empresa poderá falir numa crise de liquidez tal como descrito acima, por dificuldades em refinanciar a dívida.

Isto, porém, pode ser uma oportunidade de compra, SE a empresa gerar bastante dinheiro e portanto for claramente viável se refinanciada. É de lembrar que os Bancos estão no seu negócio para emprestar dinheiro, e se bem que possam aproveitar esta situação para exigir spreads mais elevados do que o normal, a probabilidade esmagadora será de que refinanciem a empresa nessa situação.

Se a empresa falir, as acções não caem para zero, mas ...

Tal como descrito no artigo Trading - Acções falidas, as acções de empresas falidas não perdem logo todo o seu valor no mercado. MAS, no final do processo de falência, quase todas valem zero (são canceladas), MESMO as que quando vão à falência possuem Capitais Próprios positivos (indicando a possibilidade de sobrar valor para o accionista), pelo que exceptuando os padrões de comportamento dos primeiros dias, que podem ser especuláveis do lado longo, daí para a frente a totalidade das acções de empresas que faliram devem ser vendidas enquanto ainda retêm algum valor.

Pode valer a pena comprar as Obrigações

As obrigações de uma empresa que seja reorganizada (Chapter 11) não perdem todo o seu valor. Normalmente no processo de reorgnização serão emitidas novas obrigações, e as acções da empresa serão canceladas, sendo emitidas novas acções para os credores.

Porém, o ambiente em redor de uma falência muitas vezes faz com que as obrigações transaccionem a 10-20-30% do seu valor nominal antes de a empresa falir. Assim, consoante o caso pode ser uma especulação mais inteligente comprar obrigações, do que especular na acção com risco de falência, principalmente se a empresa ainda possuir uma Capitalização Bolsista elevada (Biliões de Dólares) mesmo estando prestes a falir.

Autor

Incognitus, em 5/5/2005

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