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Autor Tópico: Educação - Tópico principal  (Lida 376330 vezes)

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Re: Educação - Tópico principal
« Responder #2500 em: 2020-07-21 09:27:11 »
E mais, "Tiago de 12 anos". Até essa idade não falam de sexo nas aulas de cidadania. Pelo menos que eu tenha conhecimento.

Conjurado, isso é um ponto contra os argumentos do pai.

alem da literacia financeira , é fixe nao ser pai nas primeiras ejaculaçoes , ou engravidar mal se consiga.

na merica nao engravidam ....  e por la evitam estas aulas....

alguem sabe
aguma coisa util para brancos catolicos da direita com estas aulas

um bom motivo impor vontade coletiva a familias  nao tem filhos engravidar nem fazer abortos, sabem o valor dinheiro

o produto/utilizador esta errado   estam falhar

ah pois não ate havia um reality show sobre isso , pais adolescentes….digamos que mais de 90% deu merda...

Reg

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Re: Educação - Tópico principal
« Responder #2501 em: 2020-07-21 09:29:45 »
grande estatistica hum...

familias americanas catolicas/protestantes

nao tem filhos com isso....

aquilo e muito puritano!


outra coisa  na america machos sao gordos na maioria, apeser na tv so aparecer magros na maioria....
esse reality show tinha gordos!



umas aulas aprender comer melhor era util para machos direita na merica!  e claro magros ficavam fora do bom motivo coletivista

nao vao aprender nada
« Última modificação: 2020-07-21 09:45:55 por Reg »
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Re: Educação - Tópico principal
« Responder #2502 em: 2020-07-21 10:10:56 »
Opiniões politicas ? A educação sexual e a educação ambiental são ideológicas? bem depende de quem ensina. O conhecimento deve ser neutro não é? 8)
O curriculum é determinado pelo ME e é obrigatório. E o ME depende do partido que está no poder. Se o Chega ganhar volta tudo a rezar o terço no final das aulinhas. 8)

O multiculturalismo é obviamente ideológico.

A xenofobia também e pode ser abordado com neutralidade. é uma questão de explicitar conceitos sem fazer juízos de valor.
Não me parece que tu sejas capaz,,, 8)
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Reg

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Re: Educação - Tópico principal
« Responder #2503 em: 2020-07-21 10:19:43 »
multiculturas  ou sao edeologicas

ou naturais tipo  gajos diferentes foram para mesmo sitio..tipo nas americas


tiveram viver juntos....

os indios nao gostaram....muito do multiculturalismo natural...da migracao dos brancos e pretos para terra deles

mas nada podiam fazer....eram poucos..sem tecnologia  e tribalismo sem uniao

« Última modificação: 2020-07-21 10:29:34 por Reg »
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Re: Educação - Tópico principal
« Responder #2504 em: 2020-07-21 10:30:47 »
grande estatistica hum...

familias americanas catolicas/protestantes

nao tem filhos com isso....

aquilo e muito puritano!


outra coisa  na america machos sao gordos na maioria, apeser na tv so aparecer magros na maioria....
esse reality show tinha gordos!



umas aulas aprender comer melhor era util para machos direita na merica!  e claro magros ficavam fora do bom motivo coletivista

nao vao aprender nada


nem por isso tinhas de tudo , gordos magros , bonitos feios , bem educados mal educados etc...

aconselho a veres para teres uma opinião melhor formada . Aquilo é mesmo o que acontece e é so uma nano/micro amostra….., por isso tem tantos retardados e indigentes por la

Reg

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Re: Educação - Tópico principal
« Responder #2505 em: 2020-07-21 10:33:32 »
tu so sabes o que e america vivendo la uns tempos


e nao sao brancos relegiosos tem ter educacao  no dinheiro e sexo em escolas publicas que nem sao grande coisa nos USA....sao piores que na europa....

no entanto sao mais ricos que os europeus...tem sistema dominou mundo..apesar estarem cair hoje dia


e como querer educar um judeu  para financas....

ou brasileiro jogar bola
« Última modificação: 2020-07-21 10:37:15 por Reg »
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Re: Educação - Tópico principal
« Responder #2506 em: 2020-07-21 10:38:18 »
tu so sabes o que e america vivendo la uns tempos


e nao sao brancos relegiosos tem ter educacao  no dinheiro e sexo em escolas publicas que nem sao grande coisa nos USA....sao piores que na europa....

no entanto sao mais ricos que os europeus...


e como querer educar um judeu  para financas....

ou brasileiro jogar bola

vai ver aquilo. não tem nada haver com o que dizes, o facto de o adolescente engravidar é transversal , é como ter um filho drogado, não escolhe religião , não escolhe status social etc... esquece isso.

Reg

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Re: Educação - Tópico principal
« Responder #2507 em: 2020-07-21 10:41:20 »
americos tambem ja sao so volta 60%

o resto sao povos novos  como latinos  como estado da grandes subsidios secalhar engravidam para receber e ter passaporte americno ou coisas genero

pelo menos dava ser americano assim nascer crianca solo merica!


e claro isto nao da nas tvs....mas aconteceu

hoje dia ha muitas narrativas.....em gostam culpar os homem hetero direita para esconder outras coisas culpa dos esquerdistas

como maes solteiras subsidiadas e com passaporte americano  ou pessoas pobres vem nisto meio ficar dinheiro parindo filhos sem os educar depois

e como eu digo produto/utelizador esta todo errado

so serve fazer politica contra familias  calolicos ...funcionam..
« Última modificação: 2020-07-21 11:11:52 por Reg »
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Re: Educação - Tópico principal
« Responder #2508 em: 2020-07-21 22:35:26 »
Não é preciso!!!
Depois dá nisto...

“Our values are human rights, democracy and the rule of law, to which I see no alternative. This is why I am opposed to any ideology or any political movement that negates these values or which treads upon them once it has assumed power. In this regard there is no difference between Nazism, Fascism or Communism..”
Urmas Reinsalu

Automek

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Re: Educação - Tópico principal
« Responder #2509 em: 2020-07-22 08:20:04 »
Tem um conjunto muito diverso de coisas, umas em que é difícil meter ideologia (ex. literacia financeira ou segurança rodoviária) e outras em que, dependendo do professor, pode ser activismo político em larga escala.
Estas últimas deviam ser expurgadas da disciplina. A escola não é para propaganda ideológica.

Citar
1.º Grupo - Obrigatório para todos os níveis e ciclos de escolaridade (porque se trata de áreas transversais e longitudinais)
• Direitos Humanos
• Igualdade de Género
• Interculturalidade
• Desenvolvimento Sustentável
• Educação Ambiental
• Saúde

2.º Grupo - Trabalhado pelo menos em dois ciclos do ensino básico
• Sexualidade
• Media
• Instituições e participação democrática
• Literacia financeira e educação para o consumo
• Segurança rodoviária

3.º Grupo - Com aplicação opcional em qualquer ano de escolaridade
• Empreendedorismo
• Mundo do Trabalho
• Risco
• Segurança, Defesa e Paz
• Bem-estar animal
• Voluntariado
• Outras, de acordo com as necessidades de educação para a cidadania diagnosticadas pela escola

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Re: Educação - Tópico principal
« Responder #2510 em: 2020-07-22 09:21:50 »
Tem um conjunto muito diverso de coisas, umas em que é difícil meter ideologia (ex. literacia financeira ou segurança rodoviária) e outras em que, dependendo do professor, pode ser activismo político em larga escala.
Estas últimas deviam ser expurgadas da disciplina. A escola não é para propaganda ideológica.

Citar
1.º Grupo - Obrigatório para todos os níveis e ciclos de escolaridade (porque se trata de áreas transversais e longitudinais)
• Direitos Humanos
• Igualdade de Género
• Interculturalidade
• Desenvolvimento Sustentável
• Educação Ambiental
• Saúde

2.º Grupo - Trabalhado pelo menos em dois ciclos do ensino básico
• Sexualidade
• Media
• Instituições e participação democrática
• Literacia financeira e educação para o consumo
• Segurança rodoviária

3.º Grupo - Com aplicação opcional em qualquer ano de escolaridade
• Empreendedorismo
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• Risco
• Segurança, Defesa e Paz
• Bem-estar animal
• Voluntariado
• Outras, de acordo com as necessidades de educação para a cidadania diagnosticadas pela escola

automek tu partes de uma premissa que todos os pais são "normais" ou que partilham da tua realidade ou do teu próprio ideal , o que já so por si é algo condicionador, mas adiante….
A falta de educação por parte de muitos pais ou educação básica desadequada leva a isto….em que o estado intervenha.

Eu ate poderia argumentar , não esta contente va para o privado….que é o que as pessoas fazem por vários motivos , muitos por cagança.. outros para terem um ambiente controlado.

Ou achas que por exemplo o teu filho pratica bullying e conta em casa que o faz?


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Re: Educação - Tópico principal
« Responder #2511 em: 2020-07-23 21:16:48 »
Mais uma achega aos "chumbados" de Famalicão.

Citar
Os regulamentos previstos apresentavam uma solução. Isto porque o Estatuto do Aluno e Ética Escolar define igualmente que a violação dos limites de faltas previstos “pode obrigar ao cumprimento de atividades, a definir pela escola, que permitam recuperar atrasos na aprendizagem e ou a integração escolar e comunitária do aluno e pelas quais os alunos e os seus encarregados de educação são corresponsáveis.”

Porém, de acordo com o "Observador", os pais recusaram também as propostas apresentadas pela escola para que os alunos recuperassem as matérias perdidas. “Não tenho nada contra a disciplina, tendo contra o facto de ser obrigatória. As matérias não são tabu em nossa casa, nem as sexuais, e os nossos filhos não vivem fechados na despensa”, assegura Artur Mesquista Guimarães ao mesmo jornal.
Fonte
“Our values are human rights, democracy and the rule of law, to which I see no alternative. This is why I am opposed to any ideology or any political movement that negates these values or which treads upon them once it has assumed power. In this regard there is no difference between Nazism, Fascism or Communism..”
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D. Antunes

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Re: Educação - Tópico principal
« Responder #2512 em: 2020-07-23 23:34:26 »
Opiniões politicas ? A educação sexual e a educação ambiental são ideológicas? bem depende de quem ensina. O conhecimento deve ser neutro não é? 8)
O curriculum é determinado pelo ME e é obrigatório. E o ME depende do partido que está no poder. Se o Chega ganhar volta tudo a rezar o terço no final das aulinhas. 8)

O multiculturalismo é obviamente ideológico.

A xenofobia também e pode ser abordado com neutralidade. é uma questão de explicitar conceitos sem fazer juízos de valor.
Não me parece que tu sejas capaz,,, 8)

Explicar concetos e ideologias não é difícil. O problema está tb na escolha dos conteúdos. Por exemplo, na escola portuguesa, onde se fala de Ayn Rand?
“Price is what you pay. Value is what you get.”
“In the short run the market is a voting machine. In the long run, it’s a weighting machine."
Warren Buffett

“O bom senso é a coisa do mundo mais bem distribuída: todos pensamos tê-lo em tal medida que até os mais difíceis de contentar nas outras coisas não costumam desejar mais bom senso do que aquele que têm."
René Descartes

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Re: Educação - Tópico principal
« Responder #2513 em: 2020-07-24 10:58:37 »
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Re: Educação - Tópico principal
« Responder #2514 em: 2020-07-24 11:15:58 »
e preferia um sistema de conselhos ou formas de democracia direta


democracia direta tambem tem falhas depende dos povos


por exemplo em portugal  servia maioria  sacar recursos aos outros minoria

por isso inventaram uma coisa chamada estado direito e meter coisas tribunal e tal

https://www.cmjornal.pt/sociedade/detalhe/europa-ja-condenou-portugal-em-75-dos-processos-judiciais
Depois da demora excessiva da Justiça portuguesa, destacam-se a violação do direito à proteção da propriedade (47) e do direito a um recurso efetivo (43).O direito a um julgamento justo (37) e à liberdade de expressão (24) encerram a lista de violações mais expressivas apontadas pelo TEDH ao Estado português nos últimos 59 anos.

de certa forma meter dinheiro holandeses ca com estado direito ate ajuda bocadinho nisto para aprender  que roubar nao e democracia
« Última modificação: 2020-07-24 11:37:44 por Reg »
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Re: Educação - Tópico principal
« Responder #2515 em: 2020-07-28 00:20:46 »
A abertura das Escolas em Israel e Austrália já deu sarilho. Quando o colapso chegar à UE todos abrirão o olho.
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D. Antunes

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Re: Educação - Tópico principal
« Responder #2516 em: 2020-07-28 00:24:36 »
A abertura das Escolas em Israel e Austrália já deu sarilho. Quando o colapso chegar à UE todos abrirão o olho.

Claro que tem risco. Mas o que queres? Deixar os putos mais um ano em casa?

Parece-me mais sensato não abrir ginásios, salas de espetáculo e obrigar ao uso de máscara em todo o lado.
« Última modificação: 2020-07-28 00:25:54 por D. Antunes »
“Price is what you pay. Value is what you get.”
“In the short run the market is a voting machine. In the long run, it’s a weighting machine."
Warren Buffett

“O bom senso é a coisa do mundo mais bem distribuída: todos pensamos tê-lo em tal medida que até os mais difíceis de contentar nas outras coisas não costumam desejar mais bom senso do que aquele que têm."
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Re: Educação - Tópico principal
« Responder #2517 em: 2020-07-28 00:26:55 »
Depende dos custos para a sociedade.
pessoalmente advogo uma solução mista. Já o escrevi. É o mais sustentável.
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Re: Educação - Tópico principal
« Responder #2518 em: 2020-08-02 22:35:03 »
«O MARTELO DE THOR

Eu gosto muito do meu país, mas não tenho muitas ilusões sobre ele. É um país atrasado, pouco desenvolvido, sem massa crítica, pouco culto, sem grande qualificação da mão-de-obra, muito dependente de vagas de superficialidade, onde a maioria das pessoas trabalha duramente para não receber sequer o mínimo vital, sem vida cívica autónoma do Estado, com uma economia débil, desindustrializado, com uma agricultura desigual, pouco cosmopolita, com muitos aproveitadores e alguns bandidos, mas aí como os outros.

É um país que cada vez menos tem autonomia política, dependente da transferência dos centros de decisão para Bruxelas. Aquilo em que somos melhores não coloca o pão no prato ao fim do dia, como agora se diz. Temos uma língua e uma literatura de valor universal, a melhor obra dos portugueses, mas ninguém come literatura. E temos uma democracia que é um valor que só quem sabe o que é ditadura percebe qual é. É mau? Não é mau, há muito pior, mas é sofrível, e sofrível não permite andar por aí a bater em pandeiretas.

A pandemia de covid-19 funcionou como um martelo de Thor, mandou-nos uma pancada que ajudou a perceber melhor o que já cá estava antes. Anos de ostracismo dos velhos fez crescer lares por todo o lado, frágeis e sem defesas, em muitas zonas suburbanas, vive-se miseravelmente, trabalhadores estrangeiros como os nepaleses, africanos, ciganos, com formas diferentes de marginalidade e exclusão, vivem em guetos onde pouco mais do que a Igreja penetra, e a disciplina do confinamento foi facilmente substituída por actos como o daqueles imbecis que resolveram fazer uma festa em Lagos e infectar-se colectivamente.

Quando se vê a geografia dos últimos surtos na região de Lisboa, percebe-se esse mapa social.
O problema é que, mesmo quando podíamos pensar em aproveitar esta oportunidade para consertar ou melhorar alguma coisa do que está estragado, mais uma vez a ajuda europeia é ao lado, mais preocupada em manter a procura de sectores económicos da Europa do Norte do que em corresponder às nossas necessidades.

Diz-se que o dinheiro tem como objectivo a “transição digital” e a “economia verde”. A “economia verde” percebe-se, mas servirá apenas uma pequena parte das nossas actividades produtivas. A “transição digital”, para além de um slogan da moda, estou para saber o que é, e o que sei, principalmente na educação, deixa-me de pé atrás. Se se trata de transformar as nossas mercearias em mini-mini-Amazons, muito bem, como é muito bem que tudo o que possa ser tratado digitalmente na nossa pequena economia faça essa transição. Temos aí muito que andar, mas os negócios onde há baixa qualificação da mão-de-obra e péssima gestão não vão mudar pela “transição digital”.

Muitos dos nossos problemas são de natureza social, dependem de reacções entre pessoas, grupos e da distribuição de poder e, contrariamente ao deslumbramento tecnológico que por aí anda, isso não muda no mundo digital. Pelo contrário, o mundo digital revela uma grande capacidade de reproduzir as exclusões e de as transportar “de fora” para “dentro”.

As minhas dúvidas no mundo da educação são de outra natureza, e aí são mais graves. A pandemia e as aulas à distância revelaram uma enorme percentagem de estudantes sem acesso à Internet, e sem acesso a computadores, e aí a “transição digital” é um enorme benefício. Mas se se começar a entender que a comunicação digital e o acesso digital se farão pela retirada do ensino da relação com um mundo em que somos analógicos, e pensamos de forma analógica, e os nossos sentidos são analógicos, então, com muitas luzinhas e animações e virtualidades, entramos numa nova forma de escolástica muito pobre. Escrevo isto porque é um processo já em curso, com “gerações mais educadas” bastante incultas e ignorantes.
Ninguém liga nenhuma ao facto de uma certa forma de ignorância agressiva estar a crescer, e a como isso se está a tornar um grave problema social, e político.


Numa sociedade como a portuguesa, será um retrocesso civilizacional e um risco para a democracia. A dificuldade de separar a verdade da mentira, o crescimento das teorias conspirativas, as ideias contra a ciência, tudo isto está a ganhar terreno. O populismo moderno dá-lhes uma expressão política eficaz.

O meu retrato de Portugal é pessimista? Já era assim antes e não está pior. Nunca me iludi por nenhuma das coisas que andaram a deslumbrar-nos nos últimos anos, start-ups, turismo, todas as coisas em que éramos os “melhores do mundo”. Qual a utilidade de o dizer nestes tempos? Talvez se façam duas ou três coisas em que não se possa voltar para trás: um robusto sistema universal e gratuito de saúde, acesso universal à Internet, comboios que sirvam Portugal, o fim do “Jamaica” com casas decentes, etc.. Vão querer fazer cinco mil coisas, mas, se fizerem cinco, já valeu a pena a martelada do Thor.»

JOSÉ PACHECO PEREIRA

vbm

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Re: Educação - Tópico principal
« Responder #2519 em: 2020-08-05 17:02:37 »
Isto sim, uma narrativa esperançosa!
Recebido de um amigo
,

«A partilhar com alguns amigos que se interessam por estas matérias, um artigo de uma das poucas excelentes cabeças deste país. É pena estes homens de excepção não terem voz no  seio da canalha politica onde impera a mentira, a desinformação, a manipulação, a impunidade, a ignorância e a falta de matéria cinzenta. Tenho boa impressão dos políticos não tenho? Abração,[  ]»

 

Arlindo Oliveira
Opinião

Nasce uma Estrela

Quando estiver a funcionar em pleno, daqui a mais de uma década, o ITER será a demonstração prática que a humanidade foi capaz de criar uma nova estrela e de a controlar para dela extrair energia útil.

3 de Agosto de 2020, 0:05

Os nossos conhecimentos sobre as leis da Física, para os quais contribuíram de forma decisiva Newton, Maxwell, Planck, Einstein, Bohr, Fermi e tantos, tantos outros, evoluíram de forma especialmente marcante durante o século XX. Foi neste século que se chegou ao actual entendimento de que todos os fenómenos do universo conhecido são explicáveis pela existência de apenas quatro interacções fundamentais: a gravidade, o electromagnetismo, a interacção forte e a interacção fraca.

O Modelo Padrão é a designação, pouco inspiradora, da teoria que explica três destas interacções (electromagnetismo, força forte e força fraca). Esta teoria foi desenvolvida durante a segunda metade do século XX e unifica diversas teorias específicas com nomes apenas conhecidos dos especialistas, tais como electrodinâmica quântica, cromodinâmica quântica e teoria eletrofraca, entre outras.

As leis da Física permitem-nos prever, com grande precisão, o comportamento da matéria em condições tão diferentes como o interior de uma célula, o centro de uma estrela ou a superfície da Lua. Embora existam ainda muitas questões em aberto, que são objecto de investigação activa pela comunidade científica, a nossa compreensão das quatro interacções fundamentais representa, talvez, a maior conquista da ciência e da humanidade.

Esta compreensão profunda do mundo físico permitiu-nos desenvolver todas as tecnologias que usamos e que caracterizam a sociedade moderna: laser, telemóvel, ressonância, radiografia, automóvel e avião, sem esquecer pára-raios, locomotiva, alto-forno, geradora, cisão do átomo, radar, ultra-som, televisão e mesmo o desembarque em foguetão, na superfície lunar, como tão poeticamente escreveu António Gedeão.

As quatro interacções fundamentais são responsáveis por todos os fenómenos conhecidos e observados até hoje, desde as reacções químicas e a evolução das espécies até à criação de planetas, estrelas e galáxias. A gravidade é a força agregadora que cria os corpos celestes e nos mantém em órbita do Sol e presos à superfície do planeta; o electromagnetismo explica não só a luz e electricidade, como também toda a química e biologia; a força forte mantém estáveis os núcleos dos átomos (constituídos por protões e neutrões), e a interacção fraca é responsável por diversos fenómenos menos conhecidos mas importantes, entre os quais a fusão nuclear, que está na origem da energia que recebemos do Sol.

O Sol é, na realidade, um gigantesco reactor nuclear. A sua enorme massa (cerca de 330.000 vezes a do nosso planeta) comprime, no seu centro, os núcleos dos átomos de hidrogénio a temperaturas da ordem dos 15 milhões de graus. Os núcleos destes átomos (protões) fundem-se para dar origem a um núcleo de hélio (constituído por dois protões e dois neutrões), e no processo libertam uma quantidade significativa de energia sob a forma de partículas de luz (fotões) que, após completarem uma travessia acidentada que demora tipicamente centenas de milhares de anos, atingem a superfície do Sol. A partir daí, estes fotões espalham-se pelo Universo, sendo que alguns deles iniciam uma viagem de oito minutos até à Terra, aquecendo o planeta e tornando possível a existência de vida.

Este mesmo processo de conversão do hidrogénio em hélio foi usado nas bombas termonucleares, testadas a partir de 1952 mas, felizmente, nunca usadas em situações de guerra. As bombas termonucleares, que usam fusão nuclear, são ainda mais poderosas que as bombas atómicas (usadas em Hiroshima e Nagasaki), que se baseiam num outro fenómeno, a cisão de núcleos de átomos pesados, para libertar energia.

Este mecanismo de cisão de núcleos de elementos pesados (urânio ou plutónio) é actualmente usado nas cerca de quatro centenas de reactores nucleares em existência que geram aproximadamente 10% da energia eléctrica usada pela humanidade. Embora ambos os processos se baseiem em transformações de elementos noutros elementos (efectuando de facto a transmutação dos elementos, que os alquimistas tentaram alcançar com a pedra filosofal), a fusão nuclear e a cisão (ou fissão) nuclear têm características muito diferentes.

Ao contrário da cisão, a fusão nuclear não gera directamente isótopos radioactivos que tenham de ser armazenados durante longos períodos, e usa como combustível um elemento que é muito abundante, dado que um pouco mais de 10% de toda a água é hidrogénio. Isso faz com que a energia de fusão seja praticamente inesgotável, para todos os efeitos práticos, dada a abundância do combustível e a eficiência do processo.

Conseguir efectuar fusão nuclear controlada, que reproduzirá na Terra o mesmo fenómeno que ocorre no centro do Sol, é uma ambição já com mais de meio século. Porém, apesar de o mecanismo de fusão ser bem conhecido e ter sido reproduzido muitas vezes, os problemas práticos de engenharia têm-se revelado muito desafiantes.

A dificuldade reside em controlar um fluido (designado por plasma) a uma temperatura de dezenas de milhões de graus, sem que se perca o controlo do mesmo e sem que se destruam rapidamente as paredes do contentor. Sucessivos projectos têm criado protótipos cada vez maiores e mais complexos, culminado com o mais ambicioso de todos, o ITER, um reactor nuclear de fusão que está a ser construído em Cadarache, França, por um consórcio internacional que reúne 35 países, entre os quais Portugal.

No passado dia 28 de Julho, uma cerimónia assinalou o início da montagem do reactor propriamente dito, após anos de construção das infraestruturas de aço e betão necessárias para suportar a estrutura toroidal com 20 metros de diâmetro, que pesará cerca de 23.000 toneladas (o triplo da Torre Eiffel). O objectivo deste reactor é demonstrar que é possível desenvolver um processo de fusão controlado que gere de forma sustentada muito mais energia do que a que é gasta para controlar todo o sistema. As temperaturas no coração deste reactor serão ainda mais altas que as temperaturas no centro do Sol (serão da ordem dos 150 milhões de graus) porque a pressão será muito mais baixa.

A engenharia Portuguesa tem desempenhado um papel importante neste projecto, contribuindo para diversas componentes do reactor, desenvolvidos por instituições de investigação e por empresas de engenharia. O Instituto de Plasmas e Fusão Nuclear do Instituto Superior Técnico, que integra mais de 100 investigadores da área, tem sido particularmente activo nesta frente e tem liderado a contribuição de Portugal neste projecto único.

Quando estiver a funcionar em pleno, daqui a mais de uma década, o ITER demonstrará a exequibilidade da fusão nuclear como um processo de geração de energia eléctrica limpo, inesgotável e não poluente. Será a demonstração prática que a humanidade foi capaz de criar uma nova estrela e de a controlar para dela extrair energia útil.

A fusão nuclear será uma contribuição fundamental para a sustentabilidade da nossa civilização, mas terá de ser complementada com tecnologias que permitam armazenar e distribuir eficazmente a energia gerada, desafios que já agora são críticos na gestão das energias renováveis. Também aqui o profundo conhecimento do Universo, desenvolvido nos últimos séculos por tantos e tão brilhantes físicos, desempenhará um papel fundamental.



Professor do IST e director do INESC