Vou fazer uma revelação ao Zenith e ao Robaz (mas sentem-se sff, porque pode dar-vos uma coisa má):
O mundo não tem nenhum governo central a mandar em todos
Pronto, agora respirem fundo. ![Grin ;D](https://www.thinkfn.com/forumbolsaforex/Smileys/yarex2/grin.gif)
Ao longo da história as pessoas e, posteriormente, os estados foram-se associando, foram aceitando regras, foram cooperando uns com os outros e, se esquecermos as teorias dos Bilderbergs, Rothschilds e companhia, não há nenhum governo do mundo a mandar em toda a gente.
Pensar que um país tem mesmo de ser governado para poder sobreviver é o mesmo que pensar que o planeta tem de ser governado para existir. Ora, passados 200 ou 300 mil anos do aparecimento do homo sapiens, que eu saiba continua a não existir um governo comum que mande em toda a gente desde a Argentina até à India, passando pela Russia, Indonésia e Angola. A relação entre países é anárquica, no sentido de total liberdade de associação uns com os outros. Quando aderem a esta ou aquela organização ou quando cooperam entre eles, fazem-no com regras às quais eles próprios se submetem. Não há razão nenhuma para que um conjunto de pessoas, daquilo que é hoje um país, não possa fazer o mesmo a uma escala micro daquilo que se passa no mundo inteiro.
Na verdade as primeiras formas de governo surgem pela necessidade de se protegerem contra a ameça de outras tribos ou roubarem, conquistarem, subjugarem essas outras tribos. Depois com as desigualdades crescentes dentro dos grupos passou a ter a função importante de proteger a propriedade o que até está relacionado com o estado de direito.
Os comunistas pensaram que abolindo a propriedade deixava de haver razão para a coerção do estado e que os povos livres da inveja iriam alegremente avançar na senda das grandes iniciativas colectivas rumo ao bem comum.
Agora parece que há a crença de que o reconhecimento dos direitos de propriedade afinal é um valor inato da natureza humana, e que a coerção do estado é o empecilho que impede o florescimento do outro valor inato a livre cooperação e competição, em que por magia a multiplicação dos egoísmos é transmutada em altruísmo.
O cristianismo deve ter derrimido todos os pecados e não vamos voltar aos tempos prehistóricos em que grupos se organizavam em estruturas coesas e disciplinadas para pilharem outros grupos.
Parece que te estás a tornar um anarco-cristão ![Contente :D](https://www.thinkfn.com/forumbolsaforex/Smileys/yarex2/cheesy.gif)
Não há dúvida de que é necessária a existência de um Estado para que seja possível ter um mercado livre (ao defender a propriedade, a segurança, a força dos contratos, o derimir de conflitos, etc), dentro do qual as pessoas trocam os seus bens e serviços de forma recíproca.
O problema está um pouco em que a partir do momento em que existe um Estado (que é necessário), torna-se muito atraente usá-lo para não ter que se ser recíproco nas tais trocas livres que o Estado torna possíveis.
Qualquer sistema de poder tem este problema; da questão dos abusos de poder, da apropriação indevida (entre outros).
Se não houver uma oposição, um contrapeso, a tendência é um agravamento dessas tendências.
Depois podemos ter cenários de:
- reformas internas sérias, de forma a tentar sanear o sistema
- colapso por implosão do próprio sistema
- percepção da população e/ou de actores políticos, ideólogos, segmentos da população de que o sistema está "ferido de morte" e tentativa de mudança (normalmente violenta).
Normalmente os actores que beneficiam do sistema não irão querer nem reformas, nem mudanças de sistema.