Já há vários anos que não contam apenas os últimos anos de descontos.
Discordo que seja igual para todos. Cada um poderia optar mais por um sistema público ou privado ou espalhar os ovos por város cestos. E poderia querer descontar um pouco mais pu um pouco menos. Quem sou eu para dizer que alguém que queira viver a vida em novo à custa de parte da reforma em velho está errado?Eventualmente poderia existir um mínimo de desconto para depois não terem que depender da caridade estatal (embora eu defenda que cada um deva poder decidir e arcar com s consequências).
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Cada um deve decidir quais os seus objectivos de vida. Caridade obrigatória é roubo. Eu preocupome-me com idosos pobres e não me importo de contribuir. Que direito tenho de obrigar alguém que não se preocupa ( ou que se preocupa mas tem outras prioridades)?
Eu até poderia entrar nessa discussão da caridade como alternativa ao Estado, mas seria uma conversa mais longa. Irias dar a tua contribuição directamente aos idosos que conheces, ou irias dar a uma fundação? Qual é a diferença entre a fundação e o Estado? Não deixa de ser uma entidade que reune dinheiro de pessoas que contribuem para ser redistribuído por quem precisa. Se o Estado não é isto, e eu sei que não é muitas vezes, é preciso corrigir, combater. Trazer mais transparência e mais fiscalização popular.
Apenas em relação à reforma, essas opções, por razões contabilísticas, só seriam possíveis se o que descontamos fosse destinado ao nosso uso apenas (como creio ser na Suécia). No regime de contribuir para um bolo que paga as reformas actuais, não funcionaria, pois iria sempre existir o risco de as contribuições serem muito inferiores às necessidades (ou até o inverso, mas isso não seria problema). Por outro lado a conversa da poupança faz sentido quando não se ganha o ordenado mínimo. Claro que seria igual se em vez de pagar ao Estado 11% (falando só do trabalhador), o trabalhador pegasse nesses 63€ por mês e os investisse num PPR, algo que iriam desfrutar apenas daí a tanto tempo, mas para viver com 517€ por mês deve ser preciso ter o cinto tão apertado que mais 63€ por mês iriam sempre ser usados (aquela máxima do "amanhã logo se vê, nem sei se ainda cá ando"), e eu não conseguiria condenar, pois sei bem como tive que andar apertadinho quando comecei como estagiário a receber 700€ em Lisboa. E não, não comecei logo a poupar 70€ para um PPR. Portanto, essas pessoas, vivendo o dia de hoje e amanhã logo se vê, chegariam a velhos sem reforma, o que era trágico do ponto de vista social. E não estamos a falar assim de tão pouca gente. Mas lá está, se formos ao fundo da racionalidade fria, é e será sempre "injusto" retirar dinheiro a quem o ganhou.
Para além disto tudo, devia ser incluído no secundário uma disciplina de finanças pessoais e familiares, é ridícula a iliteracia financeira neste país. Só isso iria ajudar bastante no longo prazo a nossa saúde financeira como país em geral.