É um caso em que a transcrição exacta dos tempos verbais e implicações logicas é importante antes de se considerar o autor como idiota.
O que percebi é que na opinião dele, se a intenção dos cortes era para ser temporária, não fazia sentido contabilizar como redução do defice estrutural, já que era apenas uma operação de cosmetica para parecer bem na foto durante uns anos. O tempo verbal e o "logo" da segunda parte é que é importante:se tudo estivesse no condicional fazia sentido, agora dizer "logo não deve" já não.
O autor é um idiota porque:
1) Defende que a redução temporária dos salários não devia contar para reduzir o déficite estrutural. <- esta parte é questionável, mas não é a parte idiota
2) Assim defende que o valor do déficite estrutural nunca deveria ter sido considerado como reduzido por essas medidas < - o que está de acordo com a ideia de cima, que não é idiota
3) As medidas de redução temporária dos salários vão ser retiradas
4) A conclusão a que ele chega é que o aumento dos salários provocada pela reposição, não deve contar para o déficite estrutural, porque foi erradamente contada para o déficit estrutural, como defende em 1) <- esta é a parte idiota
Esquece-se é que que, se defende 1), o resultado é que o déficit estrutural
ter-se-ia mantido elevado durante estes anos todos e o valor a assumir no déficit estrutural seria o "pré-cortes". Mas o que ele defende é que como considera que a redução do deficit estrutural não devia contar, a reposição também não devia contar, esquecendo-se que se não contar a primeira e a segunda, a "soma" é zero. Não é cá aceitar que os cortes contam para reduzir o déficite estrutural mas a anulação dos mesmos não conta para o aumentar.