Devo ser mesmo muito burro para não conseguir entender como é que uma politica de tirar a quem produz, via impostos mais altos, para distribuir a quem não produz e não contribui com nada, vai incentivar para se chegar ao paraíso ...
Hollande e a visão “utópica” da França em 2025
Pleno emprego, habitação própria para a maioria dos cidadãos a preços acessíveis, soberania orçamental ou uma indústria de ponta, advinda de uma “terceira revolução industrial”, são alguns dos objectivos que o Governo de François Hollande traçou para a França em 2025. Mas, “isto não é um exercício teórico”, avisa o primeiro-ministro Jean-Marc Ayrault.
A “rentrée” política do Governo francês deu-se esta segunda-feira no Palácio do Eliseu com a realização de um seminário dirigido aos membros do Executivo: “A França em dez anos”.
Neste seminário, o Governo socialista projectou a sua visão do que será a França daqui a 12 anos e o discurso de François Hollande oscilou entre temas como a inclusão social e a política industrial para o país. Argumentando que a França estava a recuperar de “uma década perdida”, o Presidente francês afirmou que a “Europa precisa de uma França forte e o mundo de uma França influente”, refere o “Financial Times”.
Para que esta visão de Hollande para a França em 2025 se concretize é necessário aumentar o contributo da indústria para a produção nacional e ajudar o sector das exportações. Mas para alcançar este fim é necessário “simplificar o Estado, tornando-o mais forte e ágil”, sublinhou Hollande.
Impulsionados pelos dados económicos positivos conhecidos na última semana, que indicam que a economia francesa avançou 0,5% no segundo trimestre, o Governo acrescentou à “visão 2025” vários detalhes.
O ministro da Economia, Pierre Moscovici, falou da França enquanto potência económica mundial e indicou que dentro de uma década é provável que a França seja ultrapassada pelas economias emergentes, como a Índia. Tal significará que a segunda maior economia da Europa caíra para oitavo ou nono lugar à escala global. Actualmente a França é a quinta potência mundial.
Porém, Moscovici estabeleceu 2025 como um prazo “realista” para que o país atinja o “pleno emprego” e “recupere totalmente a soberania orçamental”.
Já o ministro do Interior, Manuel Valls, falou da aproximação do Governo aos cidadãos e referiu que tal será possível através de uma melhoria das forças de segurança, “uma actualização para uma versão 3.0”, como o próprio indicou.
Da visão a longo prazo do Governo francês faz ainda parte um sistema de justiça mais rápido e barato, uma indústria de ponta, advinda de uma “terceira revolução industrial” impulsionada pelos projectos tecnológicos em curso e ainda habitação própria para a maioria dos cidadãos a preços acessíveis. O Governo indicou mesmo que o processo de procura de habitação, habitualmente stressante será “um momento prazeroso na vida de uma pessoa”.
A oposição já reagiu, acusando Hollande de viver numa outra realidade e considerando a visão do Governo de “irrealista”, face aos problemas que existem actualmente. Em resposta à oposição, o Presidente de França afirmou que o Executivo vai anunciar medidas concretas para os problemas mais urgentes do país até ao final do mês.
Embora a visão governamental de Hollande para a França dentro de 12 anos possa ser “utópica”, o primeiro-ministro, Jean-Marc Ayrault, indica que é bem realista. “Isto não é um exercício teórico. Dez anos não é muito. Se não estabelecermos objectivos com antecedência, não vamos chegar a lado nenhum”, afirmou o primeiro-ministro, cita a Bloomberg.