Alguém me decifra isto?
Ainda tenho uns 150€ na Associação Mutualista. Só para manter "associado". Estarão em risco?
Moody's corta rating de depósitos e dívida sénior do MontepioA Moody's cortou os ratings do Montepio em dois níveis e alterou a perspectiva para negativa.
Os depósitos e a dívida sénior da Caixa Económica Montepio Geral viram os seus ratings reduzidos em dois níveis pela agência, passando de B1 para B3., isto é, para um nível considerado como "lixo" financeiro, e mais perto, a um nível apenas, de ser considerado como dívida de risco substancial. B3 significa especulativo e com um alto risco de crédito.
Segundo a Moody's, os indicadores de crédito do Montepio estão a deteriorar-se, o que levou a uma menor capacidade da instituição em absorver os riscos, apesar do recente aumento de capital em 270 milhões de euros. A Moody's reconhece que este aumento de capital, realizado em Março e subscrito pela Associação Mutualista, elevou os rácios da instituição, mas não de forma suficiente para deixar uma margem de segurança perante o perfil de risco dos seus activos.
A agência também baixou o rating para: o risco de crédito individual do banco (BCA) e e o crédito individual ajustado BCA para Caa1 (era B3); (2), o rating do programa agendado de dívida subordinada do banco para (P) Caa2 a partir de (P) Caa1; o rating do programa de obrigações subordinadas juniores para (P) Caa3 a partir de (P) Caa2; e o rating do Risco de contraparte do banco (CR Assessment), a longo prazo, para B1 (cr) quando era de Ba3 (cr). A perspectiva dos depósitos de longo prazo do Montepio e o rating da dívida sénior foi alterada para negativa.
O rating dos depósitos curto prazo, cujo rating é Not-Prime e o CRA de curto prazo não foram afectadas pela acção de rating de hoje da Moody´s.
Esta descida do rating reflecte a deterioração dos fundamentais da carteira de crédito do Montepio, nomeadamente em termos de risco dos activos e da rentabilidade, o que resultou numa fraca capacidade de absorção do risco; e as alterações à estrutura do passivo do banco com um declínio no volume de dívida que possa ser usada na recapitalização do banco em caso de bail-in (no âmbito de uma Resolução).
A nota da agência destaca também que o Montepio mostra uma capacidade muito limitada para gerar resultados recorrentes, lembrando o agravamento dos prejuízos para 242 milhões de euros em 2015 (face aos 185 milhões de perdas em 2014), apesar de uma diminuição do nível de provisões. A Moody's mostra-se preocupada com a fraqueza das receitas recorrentes, num ambiente de taxas de juro muito baixas.
A carteira de crédito malparado (NPL) é um ponto franco do banco. O rácio de crédito em risco aumentou para 15.3%, ficando significativamente acima dos 12.8% reportados um ano antes (14.3% em Dezembro de 2015) e acima da média do sector que é de cerca de 12% no fim de 2015 (último dado disponível).
O rácio de cobertura (medido pelas provisões para perdas em percentagem do crédito em risco) caíram para 52.8% no fim de Março 2016, a partir de 66.8% no ano anterior (56.1% no fim de Dezembro de 2015), altura em que também ficou abaixo dos 72,2% dos bancos portugueses na mesma altura.
Os activos ponderados pelo risco do Montepio também são um desafio para o banco, devido às exposições problemáticas a activos imobiliários adquiridos pelo banco ao longo dos últimos anos. Se estes forem incluídos, o índice de activos problemáticos sobe para 22,4% no final de Dezembro de 2015, acima do 20,3% reportado no ano anterior e indicando a magnitude das pressões de balanço existentes no banco.