Como se estava a usar o termo DGS também usei, mas estava a pensar em toda a estrutura que gere esta crise sanitária (por isso até falei do orçamento).
Como não sei como aquilo funciona internamente não sei qual o mérito que cabe à ministra, secretário de estado outras pessoas do ministério versus DGS ou ainda outras entidades.
A avaliação dessa equipa com base nos resultados neste momento está na média.
As medidas de prevenção parecem tido sido as suficientes para alisar a curva de modo a não exceder a capacidade dos hospitais. Devemos estar na zona de pico e se não houver alterações dramáticas, já não deveremos ultrapassar o ponto crítico da capacidade hospitalar.
No que diz respeito à fase de tratamento, também parece a estar na média. A taxa de letalidade está na média global e muito longe do país que está mais próximo de nós.
Em termos de vigilância pos-tratamento não sei, mas os casos polémicos que foram notícia nunca focaram esse aspecto.
Em termos de planos e procedimentos para abertura global não conheço, e também nada acerca de eventual plano para a segunda vaga.
Eu avaliei apenas a DGS (organismo).
Avaliei-o pelas intervenções da Graça Freitas que presumo não ter estado a falar em nome individual, mas sim em nome institucional. Tudo o que deixei foram, por isso, afirmações, posições ou comportamentos da DGS, veiculadas por ela. Não meti nada que seja do governo, precisamente para não poluir.
E a lista, como mostrei, é imensa (e péssima). Ainda estou à espera de saber o que fizeram de bom. É que se alguém diz que a DGS fez um bom trabalho ou que não foi tão mau assim, convém demonstrar. Eu mostrei porque é que acho que fez um mau trabalho. Gostava de ter o contraditório.
Não sei como são repartidas as responsabilidades, mas se a DGS é assim tão má significa que todo o mérito para a situação não se ter tornado uma calamidade deve ser atribuído ao Costa ou à ministra.
Tu apresentaste uma série de casos pontuais que referem a declarações ou casos mediatizados que são apenas isso mesmo "casos pontuais", dos quais se podem inferir algumas deficiências no plano concebido e implementado mas não permitem avaliar nem sequer entender o plano global e execução.
Pelo que percebo foi feito um plano para lidar com esta crise o qual com as devidas adaptações consequência da incapacidade de prever todos os detalhes está a ser seguido. Esperaria que a concepção e coordenação da execução fosse responsabilidade da DGS, mas talvez tenha sido o Costa ao elaborá-lo e a ministra a coordenar. a execução.
Quais eram os grandes objectivos no curto prazo?
1) Fazer uma prevenção tal de modo que a tal curva epidemiológica ficasse alisada de modo a não exceder o limiar crítico da capacidade e desse a possibilidade de aumentar a capacidade de modo a estar preparado para o pico
2) Articulação operacional das várias entidades envolvidas de modo a minimizar os óbitos e controlar a infecção
3) Implementar uma infraestutura de comunicação e divulgação de informação eficiente.
O que interessa é avaliar se esses objectivos foram alcançados ou se nºs indicam que estão no bom caminho. Se preferem olhar para as declarações e postura dos intervenientes diria que são eleitores de um Trump indígena que venha a aparecer. Iriam deliciar-se com as conferências de imprensa de 2 ou mais horas a ouvir as declarações "fizemos trabalho fantástico" e testemunhar o colocar os jornalistas no devido lugar mostrando como são fakes e ignorantes.
Vamos então à avaliação:
O primeiro objectivo ainda não é altura de dar classificação mas parece estar no bom caminho, e parece-me que no início havia algum receio. Que uma progressão demasiado rápida expusesse escasez de meios do SNS. O nosso pico parece é ser mais longo do que deveria ser, mas aí a directora da DGS até avisou que seria um longo planalto
O segundo objectivo houve algumas notícias de testes atrasdos, ma não há noticias de caos. Não há noticias que INEM tenha ido buscar doente com muito atraso e chegou morto ao hospital, ou que levou para um hospital e depois disseram que tinha de ir para outro, ou que chegou lá e médicos já tinham ido embora.
A divulgação da informação, a mim parece razoável. Nos relatórios o que falta é uma definição exacta dos termos utilizados. Há sempre pessoas que vêem defeitos em tudo, e na verdade são pessoas que procuram informação muito limitada, que até parecem ser fáceis de resolver, mas se a prioridade é a saúde não é altura de perder tempo com piquinhices que embora simples de implementar informaticamente sempre ia roubar algum tempo a outras tarefas mais importantes.
Ainda não é altura de fazer avaliação final mas em termos de avaliação contínua está na média.
Se o mérito da não é DGS então é do Costa, e digam-lhe isso que ele vai tornar-se um Trump: "fiz um trabalho fantástico", " senão tivesse tomados aquelas medidas estaríamos com dezenas de milhares de mortos" ...
Quantos aos nºs de Portugal.
O epicentro da epidemia passou da Àsia para a Europa ocidental e agora para continente americano (depois ou pára ou dá volta ao mundo e retorna à àsia).
Na Europa por qq razão, (comptência ou menos viajantes), os países do outro lado da cortina de ferro estão francamente melhores, mas na Europa ocidental apenas países escandivos (com excepção da Suécia) estão melhor que portugal (e sem diferenças abissais).
Se coisa não se alterar muito e no futuro se fizerem mapas coloridos acerca da intensidade do virus vamos ver Espanha com vermelho carregado, onda que se estende até Itália e no norte até Holanda, ficando Portugal com um laranja.
Por isso nem se pode dizer que beneficiou da situação geográfica.