Eu noto, neste tema, o 'tropismo' defensivo de dizer:
- a arte continua reservada ao génio criativo dos humanos.
Notas mal. Muito mal mesmo: a arte não tem o monopólio do génio criativo dos humanos.
Nem defendi tal teoria. A propósito: não sou artista nem estou ligado às artes.
Parece-me uma opinião muito deficitária, pouco intelectual,
e assaz inverídica. Deixa de fora a ciência! Que absurdo!
Parece-te? Só isso? Se tal teoria fosse verdade eu não hesitaria em qualifica-la de "deficitária, pouco intelectual e inverídica".
Ah... mas isso sou eu. Não há uma pessoa 100% igual a outra, nem mesmo os gémeos. É uma coisa cientifica: esta da 'igualdade' entre pessoas.
O que é que as pessoas focalizadas nas artes, com a 'mania'
que são criativas, julgam que a ciência é!? Um olhar para as coisas?
Confesso que não sei. Nunca lhes perguntei. Até porque as artes também usam saber cientifico.
Mas talvez os artistas tenham 'a mania' que são as únicas almas criativas, que a ciência seja algo parecido com a charlatanice ou 'banha da cobra'.
Os 'artistas' que assim pensam são
idiotas. Espero que não exista um, pois acredito que tenham
bom senso.
"Acredito"... porque é uma 'crença' minha. Pode até ser que esteja errado acerca deles... esses malditos artistas claro.
Que parvoíce. A ciência forma-se em diálogo intenso com a realidade
e as ideias dos demais cientistas. Se há produto humano altamente
criativo é a explicação coerente do que o mundo é, e do que nele acontece!
A leitura deste parágrafo levou-me a escrever os seguintes três:
A ciência descobre, não cria.
Descobre o que ainda não foi descoberto
Mas que sempre esteve lá.
A partir da ciência, como base de apoio, a tecnologia é que cria,
Segundo a vontade e necessidade do homem.
A tecnologia é assim fruto da criação, do criar do homem, porque o homem assim o quis.
Mesmo na tecnologia existe o engenho criativo, artístico, do técnico ou do "cientista".
Vou explicar-me melhor:
Eu separo 'o caminho' ou 'o processo' para se chegar à 'descoberta cientifica' da 'descoberta' em si.
O 'caminho' ou o 'processo' inclui o método cientifico e tudo o que gira à volta dele: recursos humanos com saber cientifico e recursos tecnológicos que se entendem necessários pelos recursos humanos (excluo outros recursos que não são essenciais para esta explicação, como os recursos financeiros, etc...)
O 'processo cientifico' tem de criativo e imaginativo, ninguém o refuta, porque é feito por recursos humanos com um propósito no 'processo'.
A 'descoberta cientifica' em si mesmo (que passa necessariamente a 'facto cientifico' ou não...) não tem nada de criativo,
sempre esteve lá, sempre existiu na realidade, mas "apenas" foi 'descoberta' pelo homem (ou pela Ciência) em um 'processo' ou 'caminho', este sim, com boa dose de criatividade, imaginação, racionalidade...
Claro que a Ciência é tudo isso, pode-se considerar tudo no mesmo 'saco': o 'processo ou caminho' e a 'descoberta' em si.
Nota: passar a 'facto cientifico' normalmente acontece depois de muitos outros cientistas procurarem refutar a 'descoberta' através do mesmo método cientifico (um paradoxo) e se assim não conseguirem, a 'descoberta' passa a "facto cientifico". Dito ao contrário: os demais cientistas procuram confirmar de modo inequívoco, irrefutável, pelo método cientifico, a 'descoberta'. Trata-se de uma validação cientifica, que usa o método cientifico.
Um exemplo recente para me explicar ainda melhor:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Onda_gravitacionalhttp://www.bbc.com/portuguese/geral-41428372As ondas gravitacionais que Albert Einstein anunciou na sua Teoria Geral da Relatividade em
1916 só foram 'descobertas' (detectadas) em
2015.
Noventa e nove anos depois...Assim sendo:
a) O trabalho cientifico, técnico, o método cientifico (o 'processo' da descoberta) ao longo de muitos anos, teve de criativo, imaginativo, racional...
b) A 'descoberta' (ou o facto descoberto) em si mesmo, nada teve de criativo porque
sempre esteve lá, sempre foi realidade, antes até do homem existir (as ondas gravitacionais já existiam antes do homem aparecer na Terra).
É como a distância da Terra à Lua: a distância está lá. O 'processo' de determinação da distância (descoberta) é que possui criatividade por parte do homem (trabalho intelectual) de criar algo (dispositivo) que meça com rigor milimétrico essa distância segundo os preceitos científicos de modo que se possa afirmar essa distância medida (segundo um sistema de medições convencionado) como irrefutável, inequívoca, ou facto cientifico. E ninguém pode afirmar
outra distância como sendo "facto cientifico" porque isso
seria falso.
Lá em cima falo de 'tecnologia' apenas. Está redutor, de facto.
A tecnologia também é consequente de processos criativos e científicos.
Mas o que eu quero é mais referir-me ao 'processo' cientifico (que tem de criativo) que recorre à tecnologia (que também tem de criativo) para se atingir a 'descoberta' cientifica (que já existia, que sempre esteve lá).
A nova 'descoberta' cientifica vai proporcionar novas tecnologias (que são criadas com apoio da criatividade) e novos conhecimentos científicos cujos 'processos' têm criatividade em jogo. Não sou negacionista da criatividade na tecnologia e no 'processo' de descoberta de 'factos científicos'.
Ciência é perceber como as coisas se relacionam umas com as outras,
entender o que as explica (...)
Muito bem. Dou-te 17 valores.
(...) conseguir uma ideia justa do que o mundo é,
e o que nele acontece. No fundo, inteligir o que é com aquilo que há.
"Ideia justa"? Só justa?
Só se for "ideia justa" nas ciências ditas "sociais", como a Sociologia, a Economia, Antropologia... entre outras, por exemplo.
Mas nós não estamos a falar de ciências sociais mas sim de ciências exactas.
As ciências exactas procuram, no mínimo, uma "ideia"
exacta,
rigorosa,
inequívoca,
inquestionável,
irrefutável (vou deixar passar "ideia").
O que é muito diferente de "justa".
"O que
é com aquilo que
há"... é isso mesmo: "o que
é com aquilo que
há" é o
exacto,
rigoroso,
inequívoco,
inquestionável,
irrefutável.
E nada há mais criativo, complexo e intelectual do que isso mesmo.
Muito mais criativo e difícil do que qualquer obra de arte.
Não estamos a falar de obras de Arte, mas sim do 'processo' (com criatividade) que desagua na 'obra de arte' e na 'descoberta cientifica'.
A obra de arte cai ao chão e parte-se. Apanha calor e enfola. Água e enruga. É boa para especulação no sistema capitalista.
O 'processo' é o que interessa.
Sem desconsideração pela Ciência, cientistas e 'processo cientifico', sem desconsideração pela Arte, artistas e 'processo artistico', e porque não tenho experiência no trabalho artístico e no trabalho cientifico,
não sei, não confirmo nem desminto a tua afirmação.
Presumo sim, que devas ter muita experiência,
uma enorme experiência no trabalho cientifico e artístico, para poderes atingir essa conclusão, conclusão irrefutável. Porque se não tens essa 'enorme experiência' isso não passa de senso comum com a falibilidade que lhe é própria, ou paixão cega pela ciência, ou um talento irrepreensível que te levou à criação de um 'criatómetro' (aparelho cientifico que mede e quantifica o nível de criatividade) capaz de te levar a essa conclusão. Mas também pode ser soberba intelectual usada como necessidade de afirmação perante os outros.
No entanto, essa será sempre
a tua conclusão: não a dos outros.
Pode haver outros cientistas e artistas que tenham uma conclusão igual à tua ou até diferente da tua.
Cada um terá a sua conclusão.
Eu pessoalmente vou crer (vem de crença e não de ciência) que conseguiste com o teu fantástico talento,
inventar um 'criatómetro' capaz de medir o nível/grau de criatividade de uma qualquer alma humana.
Só me interrogo se não estarás a trabalhar num dispositivo que consegue medir o nível/grau de esforço...
Este sim seria muito útil, pois podia-se comparar esforços entre faixas etárias diferentes e organismos treinados e não treinados.
Seria adequado para introduzir mais uma variável com efeitos na remuneração.
Vou dar esta conversa perto de terminada, pois o tempo é um recurso escasso para mim.
Este post foi excepcionalmente grande. Saúde.