[ ] E o Tuga vai pagar isso tudo e muito mais
Prevejo que sim, não só o tuga, mas todo o vivente.
Raciocino assim. Os que não trabalham e consomem,
pagam com dinheiro que lhes dão os que trabalham.
Se não houver trabalho suficiente a produzir o que se
consome, sobrevive-se pelo e com o que se consome,
mesmo que tal acarrete decréscimo populacional.
Colectivamente, posto que circula o dinheiro, na forma
monetária e contabilístico-bancária, ele viabiliza as
transações de bens que se trocam a preços cada vez
maiores, dada a desvalorização inerente ao crédito
e papel-moeda lançado à economia. No limite, na
inactividade continuada, o racionamento e o mercado
negro instalar-se-á.
Se não se chegar a esse extremo, se a economia
se reconstituir no seu funcionamento habitual
de mercado, - e desejavelmente, haverá mais
atenção aos constrangimentos climáticos, de poluição
e de saúde -, a situação em que as sociedades vão
estar à partida é a de que uns mantiveram ou mesmo
aumentaram os seus rendimentos, quer pelo trabalho,
quer por isso e pelo aforro devido à queda do nível
de consumo que antes se praticava - por exemplo, eu
quero cortar o cabelo, e não consigo gastar o dinheiro
a pagar a quem mo corte, porque não há quem! Logo,
poupei o preço do corte de cabelo!
Mutatis mutandis,
para uma data de outros gastos de serviços terciários.
De modo que, há o enriquecimento de uns, pela crise,
e o empobrecimento de outros, pela mesma crise.
O regresso ao trabalho produtivo, vai transferir
as poupanças particulares, os impostos sobre os bens
e os rendimentos, no arranque quer da produção antiga
quer dos novos produtos, serviços, necessidades e metas
que as sociedades vão querer ver satisfeitas para voltar
a viver e prosperar. Portanto, vai ter de trabalhar-se mais,
melhor, e com muito mais gosto para termos coisas bem melhores!