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Autor Tópico: O cantinho dos Liberais  (Lida 58194 vezes)

JohnyRobaz

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Re: O cantinho dos Liberais
« Responder #560 em: 2020-01-29 21:30:16 »
Em relação ao cinema dinamarquês, a resposta é igual à televisão:
Citar
O facto de todos os países terem televisão pública não diz nada, per si, sobre o seu nível de liberalismo. A única coisa que se sabe é que na questão da TV publica são colectivista. Depois falta analisar o resto. Portugal é colectivista na televisão, na saúde, na educação, nos apoios sociais, etc., coisa que outros não são e, por isso, estão bastante mais perto da matriz liberal do que nós.

Um país não se torna liberal por ter televisão ou filmes apoiados pelo estado.
Ainda assim, é óbvio que pela matriz liberal clássica ter tv pública e apoiar filmes, usando impostos compulsivos, é inaceitável, claro.

Ps. agora voltaste-te para os dinamarqueses o que é interessante porque são aqueles que querem preservar a cultura dinamarquesa, obrigando os imigrantes a integrarem-se, ameaçando-os com o corte de apoios sociais.

Sempre achei a Dinamarca o país nórdico mais interessante, até porque na minha área têm das empresas mais fortes do sector mesmo sendo um país pequeno. É uma das coisas que acho problemáticas em Portugal e que lá parece mais propenso: lá há empresas grandes, com grande projecção internacional (na minha área, por exemplo, a Ramboll - 15500 trabalhadores ou a COWI - 7300 trabalhadores), enquanto que por cá a maior empresa do sector terá os seus 200-250 trabalhadores, sendo muito raras as que têm essa dimensão, o mais comum são os imensos gabinetes de engenharia de vão de escada, com 5 pessoas a trabalhar, em que obviamente a gestão é super ineficiente. Por isso é que eu digo que por vezes não é só nas políticas públicas que devíamos seguir os exemplos dos nórdicos, mais concretamente a Dinamarca, mas sim também nas empresas.

Não há problema nenhum em obrigar à integração dos imigrantes, se isso foi a aplicação das leis do país e o respeito da cultura dos outros. É o que eu defendo que seja feito com os ciganos cá.

Reg

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Re: O cantinho dos Liberais
« Responder #561 em: 2020-01-29 21:34:35 »

os ciganos nao se integram por decreto

o maximo da fazer e eles acabarem  com casamentos menores  e pelo menos nao andarem dar porrada e aos tiros rua


foi americanos fazeram com italianos




« Última modificação: 2020-01-29 21:36:30 por Reg »
Democracia Socialista Democrata. igualdade de quem berra mais O que é meu é meu o que é teu é nosso

JohnyRobaz

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Re: O cantinho dos Liberais
« Responder #562 em: 2020-01-29 21:38:00 »
Pela última vez, é inútil ligares uma incompetência na área da saúde à existência de um canal público. Não está ligado. Esquece. Comigo esses populistas baratos não colam.
O canal público é o exemplo, pela dimensão (custa anualmente 10 alas pediátricas).
Mas pode ser outra coisa qualquer. Pode ser, por exemplo, o festival de música de Barcelos onde as crianças levam mantas para a escola porque há obras pendentes há 15 (!) anos.

Não tem que ver com incompetência. O colectivismo, aliado à forma de eleger e nomear governantes, produz sempre estes resultados de inverter prioridades. Não se vai cortar a RTP a milhões de pessoas para satisfazer nichos como crianças com cancro ou umas quantas pessoas que estão em lista de espera de cirurgias ou uma escola pequena onde não há aquecimento.

Mesmo que fosse incompetência (não é), é aquilo que as maioria das pessoas escolheram ao longo dos anos e até voltaram a escolher. Os governantes não aparecem lá do ar.

O colectivismo, que até tu defendes, existe em todos os países, dos mais desenvolvidos aos menos. Portanto não pode ser causa de nada.

A tua insistência leva-me a partilhar contigo um exemplo feito numa empresa em que trabalhei, e que facturava os seus 40 milhões, e que, para resolver problemas de tesouraria, colocou as máquinas de café a ser pagas (5 máquinas de café na empresa toda). Ou seja, algo que representa trocos no que a empresa faz anualmente e que obviamente não resolveu nada foi colocado em cima dos trabalhadores, quando o café até é algo que potencia a produtividade. É este tipo de gestão que temos, e que tu defendes no caso RTP. Algo que são trocos no orçamento da saúde.

Reg

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Re: O cantinho dos Liberais
« Responder #563 em: 2020-01-29 21:39:26 »
os amercanos   tem industria fazer mesmo sem subsidios

ate exportam cultura  para outros paises....


se RTP fosse privada ia falencia! acabava preco certo!  eu axo nao
« Última modificação: 2020-01-29 21:42:29 por Reg »
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JohnyRobaz

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Re: O cantinho dos Liberais
« Responder #564 em: 2020-01-29 22:22:32 »
os amercanos   tem industria fazer mesmo sem subsidios

ate exportam cultura  para outros paises....


se RTP fosse privada ia falencia! acabava preco certo!  eu axo nao

Os EUA não servem de exemplo, são gigantescos e têm um mercado interno imenso. Tens que comparar com países da mesma dimensão.

Reg

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Re: O cantinho dos Liberais
« Responder #565 em: 2020-01-29 22:23:15 »
nimguem os obriga ver filmes series americanas  ou novelas brasileiras tambem correram mundo

depois tem coisas destas ‘A Única Mulher’ está a ser transmitida no canal francês IDF1, que a emite dobrada em francês, na área metropolitana de Paris

a telenovela ‘A Única Mulher’ está a ser transmitida desde janeiro último no canal francês IDF1, que a emite dobrada em francês, na área metropolitana de Paris.
A iniciativa é de Wilson Gomes, responsável pela

https://www.cmjornal.pt/tv-media/detalhe/tvi-ja-vendeu-novelas-e-series-para-35-paises

A partir de “Gabriela” nunca mais deixámos de ter novelas brasileiras na nossa televisão e durante décadas o seu impacto sociocultural e na própria indústria da televisão e dos atores foi debatida vezes sem conta. Seriam boas ou más? Estariam a roubar emprego aos atores ortugueses? Eram demasiadas? Tirariam espectadores ao cinema e ao teatro? A crise da Revista no Parque Mayer seria culpa das novelas? Os cinemas de cidade e da província fecharam por causa das novelas? E as más notas das crianças? Acabou por vencer a vontade silenciosa do público

https://expresso.pt/cultura/2017-02-18-Lacos-de-Sangue
« Última modificação: 2020-01-29 22:39:20 por Reg »
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D. Antunes

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Re: O cantinho dos Liberais
« Responder #566 em: 2020-01-29 23:24:52 »
Quando falo de 3-4 gerações para os escandinavos, é que estão no topo há três ou gerações. Não que chegaram agora.
De acordo com uma combinação dos teus critérios escandinavos estão no topo agora, estavam há 20 anos estavam há 40 anos e mais.
Quanto à Eslováquia, não creio que tenham partido tão mal da era soviética. Com o comunismo perderram muito relativamente ao país irmão a Austria tal como a Alemanha do Leste perdeu relativamente à Ocidental mas Checoslováquia e DDR estavam muito acima do resto da Europa do Leste.
O CIA World factbook mais antigo que encontrei foi de 1990 e para esse ano PIB per capita de Portugal era de $5574 e Checoslováquia $7878. O da parte eslovaca devia estar abaixo da média mas possivelmente acima do de Portugal.

Como já escrevi aqui, a Suécia já era fortemente escolarizada no século XIX e foi praticamente o único país fortemente industrializado da Europa poupado à 2ª guerra mundial. Nos anos 50 e 60 estava no pódio mundial em todos os indicadores económicos e sociais. Com o aumento dos gastos públicos chegou aos anos 90 sendo ultrapassada por dezenas de países. Depois reduziu um pouco os impostos...
Se quiseres ver milagres que aconteceram, olha para Singapura ou para a Irlanda. Se quiseres ver milagres a ocorrer, olha para alguns países do leste europeu.
Isso  é uma atoarda (a ultrapassagem por dezenas de países)
Irlanda é de facto espantoso. Singapura também mas lembrando a promiscuidade governo Chaebols / Zaihatsu na Coreia e Japão não me admiraria nada que olhando mais de perto os neo-liberais descobrissem elementos da cultura asiática que dvereriam se erradicados,
Paises de leste, fala-se da antiga Checoloslovaquia e ja foi aqui discutido. Fala-se dos balticos mas parece que perderam 15-20% da população.

Sim, um exagero. De acordo com a CIA e o Banco Mundial estão em 18 em PIB per capita PPP.  Estavam nos lugares cimeiros.
Os bálticos perderam população: pudera, com os nórdicos à distância de uma viagem noturna de ferry. Mesmo tendo perdido população activa conseguiram crescer rápido. Penso que é de elogiar. O mesmo com a Polónia, que cresce apesar da sangria para a Alemanha.
“Price is what you pay. Value is what you get.”
“In the short run the market is a voting machine. In the long run, it’s a weighting machine."
Warren Buffett

“O bom senso é a coisa do mundo mais bem distribuída: todos pensamos tê-lo em tal medida que até os mais difíceis de contentar nas outras coisas não costumam desejar mais bom senso do que aquele que têm."
René Descartes

JohnyRobaz

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Re: O cantinho dos Liberais
« Responder #567 em: 2020-01-29 23:51:07 »
Quando falo de 3-4 gerações para os escandinavos, é que estão no topo há três ou gerações. Não que chegaram agora.
De acordo com uma combinação dos teus critérios escandinavos estão no topo agora, estavam há 20 anos estavam há 40 anos e mais.
Quanto à Eslováquia, não creio que tenham partido tão mal da era soviética. Com o comunismo perderram muito relativamente ao país irmão a Austria tal como a Alemanha do Leste perdeu relativamente à Ocidental mas Checoslováquia e DDR estavam muito acima do resto da Europa do Leste.
O CIA World factbook mais antigo que encontrei foi de 1990 e para esse ano PIB per capita de Portugal era de $5574 e Checoslováquia $7878. O da parte eslovaca devia estar abaixo da média mas possivelmente acima do de Portugal.

Como já escrevi aqui, a Suécia já era fortemente escolarizada no século XIX e foi praticamente o único país fortemente industrializado da Europa poupado à 2ª guerra mundial. Nos anos 50 e 60 estava no pódio mundial em todos os indicadores económicos e sociais. Com o aumento dos gastos públicos chegou aos anos 90 sendo ultrapassada por dezenas de países. Depois reduziu um pouco os impostos...
Se quiseres ver milagres que aconteceram, olha para Singapura ou para a Irlanda. Se quiseres ver milagres a ocorrer, olha para alguns países do leste europeu.
Isso  é uma atoarda (a ultrapassagem por dezenas de países)
Irlanda é de facto espantoso. Singapura também mas lembrando a promiscuidade governo Chaebols / Zaihatsu na Coreia e Japão não me admiraria nada que olhando mais de perto os neo-liberais descobrissem elementos da cultura asiática que dvereriam se erradicados,
Paises de leste, fala-se da antiga Checoloslovaquia e ja foi aqui discutido. Fala-se dos balticos mas parece que perderam 15-20% da população.

Sim, um exagero. De acordo com a CIA e o Banco Mundial estão em 18 em PIB per capita PPP.  Estavam nos lugares cimeiros.
Os bálticos perderam população: pudera, com os nórdicos à distância de uma viagem noturna de ferry. Mesmo tendo perdido população activa conseguiram crescer rápido. Penso que é de elogiar. O mesmo com a Polónia, que cresce apesar da sangria para a Alemanha.


O PIB da Irlanda é relativamente fictício. Aliás, é o 2º país do mundo com maior PIB per capita, acham mesmo que a Irlanda é o país mais rico do Mundo mesmo colado à Suiça?
« Última modificação: 2020-01-30 09:20:15 por JohnyRobaz »

Automek

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Re: O cantinho dos Liberais
« Responder #568 em: 2020-01-30 08:45:24 »
Robaz, penso que o essencial já foi debatido (se deixei alguma coisa relevante por responder, diz; é porque me passou).

Já agora, como reflexão, tu inspiras-te nos nórdicos. Olhando para eles e para nós nas áreas importantes:
Eles têm saúde universal e gratuita. Nós também.
Eles têm educação gratuita. Nós também.
Eles têm apoios sociais. Nós também.
Eles gerem estradas e caminhos de ferro. Nós também.
Etc. Etc. Etc.
Até a televisão pública e apoios aos filmes eles têm. E nós também.  :D

Então porque diabo é que eles são ricos e nós, além de pobres, estamos cada vez mais na cauda sem perspectivas de inversão ?

Podemos fazer a mesma pergunta de porque é que os noruegueses são ricos com petróleo e a Venezuela e Angola não são ?

Automek

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Re: O cantinho dos Liberais
« Responder #569 em: 2020-01-30 08:55:24 »
A minha resposta está na cultura do povo (cultura aqui não é no sentido de irem ouvir música clássica, mas sim na mentalidade, hábitos). Os empresários (que são quem criam riqueza) e os governantes (que estabelecem as condições para a criação de riqueza) todos eles vêm do povo. É, por isso, que na minha opinião o modelo nórdico nunca funcionará cá até que essa cultura seja alterada.

A cultura do povo não é imutável, mas precisa de estímulos para mudar. Liberalismo é uma forma disso acontecer (com os Ubers, os taxistas ou mudam ou morrerão aos poucos e tudo sem intervenção central; será o resultado de milhares de interações, livres e voluntárias).

Para haver liberalismo, isso depende dos governantes que são quem legisla. Significava que teriam abdicar do poder de decisão. Isso só aconteceria se forem liberais. Como liberais nunca serão eleitos massivamente em Portugal é por isso que eu não vejo qualquer esperança para nós.

JohnyRobaz

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Re: O cantinho dos Liberais
« Responder #570 em: 2020-01-30 09:42:26 »
Robaz, penso que o essencial já foi debatido (se deixei alguma coisa relevante por responder, diz; é porque me passou).

Já agora, como reflexão, tu inspiras-te nos nórdicos. Olhando para eles e para nós nas áreas importantes:
Eles têm saúde universal e gratuita. Nós também.
Eles têm educação gratuita. Nós também.
Eles têm apoios sociais. Nós também.
Eles gerem estradas e caminhos de ferro. Nós também.
Etc. Etc. Etc.
Até a televisão pública e apoios aos filmes eles têm. E nós também.  :D

Então porque diabo é que eles são ricos e nós, além de pobres, estamos cada vez mais na cauda sem perspectivas de inversão ?

Podemos fazer a mesma pergunta de porque é que os noruegueses são ricos com petróleo e a Venezuela e Angola não são ?

Sim, possivelmente tem também a ver com o clima (até já ouvi teorias de que ao longo da História os nórdicos foram, considerando as condições climáticas mais adversas, fazendo uma espécie de filtro darwiniano em que só os mais fortes foram sobrevivendo, os mais inteligentes a sobreviver aquele frio todo, pelo que hoje aqueles que lá estão são descendentes desses mais fortes e inteligentes, ao contrário daqui, mais uma teoria como outra qualquer), ou com o facto de que estamos relativamente isolados da Europa, tudo tem que ir por mar ou por Espanha. Parecendo que não, esta situação geográfica tem enorme potencial atlântico, mas no contexto europeu estamos muito isolados. Veja-se a dependência em relação a Espanha na decisão da bitola para as nossas linhas ferroviárias de mercadorias. Veja-se a dependência da economia espanhola. Os países do centro da Europa têm muito mais mercado próximo (isto até mais para comparar com Eslovénia, Eslováquia, República Checa, etc). Quanto às pessoas em geral, tu encontras o santo Graal na liberalização total da economia, eu encontro fundamentalmente numa maior liberalização da economia, sem dúvida, na desburocratização, mas essencialmente numa aposta forte na Educação e no Ensino Superior, e na ligação entre a Academia e o mundo empresarial. Os doutorados não são uns académicos que nunca trabalharam na vida, como me farto de ouvir dizer. Têm conhecimento especializado que permite aumentos de produtividade, por vezes, bastante relevantes. Permite entrar em nichos de mercado em expansão. Este tipo de "cultura" é que tem que mudar, e eu até acho que está a mudar. E uma aposta no ensino superior que conduza a um aumento de licenciados, mesmo que seja em áreas em que depois não vão trabalhar exactamente no ramo que aprenderam (dou o exemplo da McKinsey, que contrata pessoas de qualquer curso superior, seja de Engenharias, seja de Medicina, seja de Economia, seja de História, etc), abre os horizontes às pessoas, ensina-as a informarem-se, ensina-as a trabalhar em equipa, dá-lhes ferramentas para mesmo trabalhando noutra área depois do curso, terem espírito crítico e mecanismos de raciocínio e pensamento mais evoluídos, e isso ajuda o país, não apenas essa pessoa. Recomendo que ouçam um podcast do Daniel Oliveira com Gonçalo Leite Velho sobre isto (sem preconceitos em relação ao autor do podcast, sff).
E depois há aquilo que referi atrás, e nisso eu culpo bastante o PCP e a esquerda em geral. Parece que gostamos de ser um país de PMEs. Falta-nos empresas grandes, fortes, com dimensão internacional, menos dependentes de favorzinhos das câmaras municipais ou de secretários de Estado. O nosso mercado tem que ser o Mundo, e isso também reduz a corrupção. Mas para isso é preciso dimensão. E se calhar, em vez de no mesmo bairro haverem 5 empresas a fazer o mesmo em concorrência entre si, podiam unir-se e criar um aglomerado maior que fizesse concorrência com outras empresas grandes a nível internacional. Outra coisa que eu acho que seria benéfica era olhar a Bolsa com outros olhos, como uma fonte natural de capitalização, de forma a fugir da banca. Enfim, há muita coisa que podia melhorar, sem acabar com o Estado Social.

Zenith

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Re: O cantinho dos Liberais
« Responder #571 em: 2020-01-30 11:40:22 »
Quando falo de 3-4 gerações para os escandinavos, é que estão no topo há três ou gerações. Não que chegaram agora.
De acordo com uma combinação dos teus critérios escandinavos estão no topo agora, estavam há 20 anos estavam há 40 anos e mais.
Quanto à Eslováquia, não creio que tenham partido tão mal da era soviética. Com o comunismo perderram muito relativamente ao país irmão a Austria tal como a Alemanha do Leste perdeu relativamente à Ocidental mas Checoslováquia e DDR estavam muito acima do resto da Europa do Leste.
O CIA World factbook mais antigo que encontrei foi de 1990 e para esse ano PIB per capita de Portugal era de $5574 e Checoslováquia $7878. O da parte eslovaca devia estar abaixo da média mas possivelmente acima do de Portugal.

Como já escrevi aqui, a Suécia já era fortemente escolarizada no século XIX e foi praticamente o único país fortemente industrializado da Europa poupado à 2ª guerra mundial. Nos anos 50 e 60 estava no pódio mundial em todos os indicadores económicos e sociais. Com o aumento dos gastos públicos chegou aos anos 90 sendo ultrapassada por dezenas de países. Depois reduziu um pouco os impostos...
Se quiseres ver milagres que aconteceram, olha para Singapura ou para a Irlanda. Se quiseres ver milagres a ocorrer, olha para alguns países do leste europeu.
Isso  é uma atoarda (a ultrapassagem por dezenas de países)
Irlanda é de facto espantoso. Singapura também mas lembrando a promiscuidade governo Chaebols / Zaihatsu na Coreia e Japão não me admiraria nada que olhando mais de perto os neo-liberais descobrissem elementos da cultura asiática que dvereriam se erradicados,
Paises de leste, fala-se da antiga Checoloslovaquia e ja foi aqui discutido. Fala-se dos balticos mas parece que perderam 15-20% da população.

Sim, um exagero. De acordo com a CIA e o Banco Mundial estão em 18 em PIB per capita PPP.  Estavam nos lugares cimeiros.
Os bálticos perderam população: pudera, com os nórdicos à distância de uma viagem noturna de ferry. Mesmo tendo perdido população activa conseguiram crescer rápido. Penso que é de elogiar. O mesmo com a Polónia, que cresce apesar da sangria para a Alemanha.


O PIB da Irlanda é relativamente fictício. Aliás, é o 2º país do mundo com maior PIB per capita, acham mesmo que a Irlanda é o país mais rico do Mundo mesmo colado à Suiça?

Já foi discutido no tópico da Irlanda
Citar
o uso do GDP causa distorção nos dados sa Irlanda e já os levou  a adotar para efeitos de politica económica o GNP (acho que chamam GNI modificado) que contabiliza as transferências (nos dados da OCDE continua a ser o GDP).
Acho que neste momento instituto de estatistica da Irlanda adotou um racio de 1,43 entre GDP e GNI . Mesmo dividindo por 1,43 obtemos valores de 55-60 mil per capita para a Irlanda o que não deixa de ser notável.
Isso faz-me lembrar uma conversa de café em meados dos anos 90, em que um colega comentava que ingleses estavam em choque com noticia de que PIB per capita da Itália (visto pelos ingleses como um país pobre do sul da Europa) tinha ultrapassado o do UK (coisa que durou poucos anos).
Eu comentei: "para humilhação ser completa só falta serem ultrapssados pela Irlanda", ao que o meu colega respondeu "essa nunca vai acontercer".
E ultrapassaram  ;D

Zenith

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Re: O cantinho dos Liberais
« Responder #572 em: 2020-01-30 11:53:27 »
Robaz, penso que o essencial já foi debatido (se deixei alguma coisa relevante por responder, diz; é porque me passou).

Já agora, como reflexão, tu inspiras-te nos nórdicos. Olhando para eles e para nós nas áreas importantes:
Eles têm saúde universal e gratuita. Nós também.
Eles têm educação gratuita. Nós também.
Eles têm apoios sociais. Nós também.
Eles gerem estradas e caminhos de ferro. Nós também.
Etc. Etc. Etc.
Até a televisão pública e apoios aos filmes eles têm. E nós também.  :D

Então porque diabo é que eles são ricos e nós, além de pobres, estamos cada vez mais na cauda sem perspectivas de inversão ?

Podemos fazer a mesma pergunta de porque é que os noruegueses são ricos com petróleo e a Venezuela e Angola não são ?

Porque s escandinavos são os verdadeiros colectivistas :-)
Interiorizaram dois conceitos importantes: um que vivem em comunidade e que é necessário contribuir para a coisa pública; outro que ninguém deve viver ajoelhado perante outros.
Nos outros casos o entendimento que se tem quando se ouve falar de bem comum, é "eis uma excelente ideia para os qe não tem se apoderarem dos bens daqueles que tem".
A noção de comunidade também é forte nos povos do extremo asiática mas não a da igualdade que é substituída por forte interiorização de hierarquias.

JohnyRobaz

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Re: O cantinho dos Liberais
« Responder #573 em: 2020-01-30 23:33:09 »
Quando falo de 3-4 gerações para os escandinavos, é que estão no topo há três ou gerações. Não que chegaram agora.
De acordo com uma combinação dos teus critérios escandinavos estão no topo agora, estavam há 20 anos estavam há 40 anos e mais.
Quanto à Eslováquia, não creio que tenham partido tão mal da era soviética. Com o comunismo perderram muito relativamente ao país irmão a Austria tal como a Alemanha do Leste perdeu relativamente à Ocidental mas Checoslováquia e DDR estavam muito acima do resto da Europa do Leste.
O CIA World factbook mais antigo que encontrei foi de 1990 e para esse ano PIB per capita de Portugal era de $5574 e Checoslováquia $7878. O da parte eslovaca devia estar abaixo da média mas possivelmente acima do de Portugal.

Como já escrevi aqui, a Suécia já era fortemente escolarizada no século XIX e foi praticamente o único país fortemente industrializado da Europa poupado à 2ª guerra mundial. Nos anos 50 e 60 estava no pódio mundial em todos os indicadores económicos e sociais. Com o aumento dos gastos públicos chegou aos anos 90 sendo ultrapassada por dezenas de países. Depois reduziu um pouco os impostos...
Se quiseres ver milagres que aconteceram, olha para Singapura ou para a Irlanda. Se quiseres ver milagres a ocorrer, olha para alguns países do leste europeu.
Isso  é uma atoarda (a ultrapassagem por dezenas de países)
Irlanda é de facto espantoso. Singapura também mas lembrando a promiscuidade governo Chaebols / Zaihatsu na Coreia e Japão não me admiraria nada que olhando mais de perto os neo-liberais descobrissem elementos da cultura asiática que dvereriam se erradicados,
Paises de leste, fala-se da antiga Checoloslovaquia e ja foi aqui discutido. Fala-se dos balticos mas parece que perderam 15-20% da população.

Sim, um exagero. De acordo com a CIA e o Banco Mundial estão em 18 em PIB per capita PPP.  Estavam nos lugares cimeiros.
Os bálticos perderam população: pudera, com os nórdicos à distância de uma viagem noturna de ferry. Mesmo tendo perdido população activa conseguiram crescer rápido. Penso que é de elogiar. O mesmo com a Polónia, que cresce apesar da sangria para a Alemanha.


O PIB da Irlanda é relativamente fictício. Aliás, é o 2º país do mundo com maior PIB per capita, acham mesmo que a Irlanda é o país mais rico do Mundo mesmo colado à Suiça?

Já foi discutido no tópico da Irlanda
Citar
o uso do GDP causa distorção nos dados sa Irlanda e já os levou  a adotar para efeitos de politica económica o GNP (acho que chamam GNI modificado) que contabiliza as transferências (nos dados da OCDE continua a ser o GDP).
Acho que neste momento instituto de estatistica da Irlanda adotou um racio de 1,43 entre GDP e GNI . Mesmo dividindo por 1,43 obtemos valores de 55-60 mil per capita para a Irlanda o que não deixa de ser notável.
Isso faz-me lembrar uma conversa de café em meados dos anos 90, em que um colega comentava que ingleses estavam em choque com noticia de que PIB per capita da Itália (visto pelos ingleses como um país pobre do sul da Europa) tinha ultrapassado o do UK (coisa que durou poucos anos).
Eu comentei: "para humilhação ser completa só falta serem ultrapssados pela Irlanda", ao que o meu colega respondeu "essa nunca vai acontercer".
E ultrapassaram  ;D

Sim, sem dúvida é notável. Ainda para mais, um país recentemente intervencionado!

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Re: O cantinho dos Liberais
« Responder #574 em: 2020-02-01 13:02:59 »

JohnyRobaz

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Re: O cantinho dos Liberais
« Responder #575 em: 2020-02-02 14:26:06 »


O início desse texto serviria para o início de uma boa discussão: a regionalização seria benéfica para Portugal? De que modo? (Considerando que esta já existe em relação aos arquipélagos)

De resto, concordo com o texto. Lamento que ele tenha saído da IL, quem ficou a liderar o partido parece-me bastante menos competente.

-------

Ainda sobre a diferença entre riqueza do país e bem-estar da população em relação à noção de desigualdade, e a importância da democracia nesse equilíbrio, um texto que achei excelente do Ricardo Reis no Expresso desta semana acerca do Brexit:

Citar
Escolher ser mais pobre, de Ricardo Reis, no Expresso:

Hoje é o primeiro dia do Reino Unido fora da União Europeia (UE). Para o projeto de integração europeia é um dia triste, com um grande recuo num processo que há décadas só contava praticamente com avanços. Para uma maioria, se bem que estreita, dos britânicos este é antes um dia de comemoração pelo novo passo na história do seu país. Acima de tudo, depois de um processo altamente turbulento, esta conclusão do processo tem uma característica importante: é legítima.

Há seis meses, não era esse o caso. Democraticamente, os britânicos tinham votado num referendo pela saída da UE em 2016. Ao mesmo tempo, porém, a larga maioria dos deputados democraticamente eleitos para representarem o povo consideravam que essa saída era má para os cidadãos. Além disso, uma eleição 12 meses depois do referendo tinha penalizado o partido que apoiava o ‘Brexit’, tirando-lhe a maioria no Parlamento. Os dois anos que se seguiram mostraram esta falta de legitimidade. Os planos do Governo para sair eram sistematicamente rejeitados pelo Parlamento, as resoluções dos parlamentares eram sabotadas ou desrespeitadas pelo Governo, os tribunais eram chamados para resolver conflitos políticos nos quais se violava a lei, e a incerteza sobre o rumo do país era enorme. As maiores manifestações de apoio à UE de sempre ocuparam fins de semana em Londres, ao mesmo tempo que os jornais tabloides exigiam uma saída imediata e bruta, que teria efeitos catastróficos no funcionamento dos serviços básicos. Há três meses, parecia-me (e assim o afirmei no programa “Prós e Contras”) que só havia uma saída para o marasmo em que se encontravam as instituições do país: um retorno às urnas. Ou para um novo referendo ou para eleger um novo Parlamento.

As eleições foram só há pouco mais de sete semanas, mas o seu efeito salutar foi imediato. Ganhou, de forma clara, o partido que apoiava o ‘Brexit’. Quem queria ficar na UE perdeu. Em grande parte, os perdedores foram vítimas do sistema de contagem dos votos que dá poucas hipóteses ao Liberais Democratas, firmemente contra o ‘Brexit’, e foram reféns de um Partido Trabalhista amarrado ao impopular programa de esquerda radical de Jeremy Corbyn. Mas, mesmo com estas e outras queixas, a força dos votos fez-se sentir e foi respeitada por todos depois de três anos de discórdia e confusão. O clima de conflito civil que frustrou a governação do país desapareceu da noite para o dia. O ‘Brexit’ tinha ganho, e os britânicos mostraram a maturidade da sua democracia.

O ‘Brexit’ vai tornar o Reino Unido um país mais pobre. Imediatamente depois do referendo, a sua economia passou de ser uma das que mais crescia na UE, para ser a que menos cresce. No longo prazo, as diferentes estimativas do custo de ter menos comércio com os parceiros europeus e menos acesso à mão de obra do continente apontam para que os britânicos serão algures entre 2% e 10% do PIB mais pobres. Talvez estes valores nos pareçam elevados, colocando-se a questão: porque é que os britânicos votaram para ficar mais pobres? Na verdade, isto não é assim tão estranho.

Por exemplo, a maioria dos estudos económicos prevê que um país seria mais rico se adotasse uma taxa única no IRS e uma taxa de zero de IRC. No caso do IRS, taxas cada vez mais altas sobre os que ganham mais desencorajam o trabalho e o esforço dos elementos mais produtivos da sociedade. No caso do IRC, taxar os rendimentos das empresas é sobretaxar as poupanças que aumentam a riqueza de todos. No entanto, há bastante apoio popular para ter um sistema fiscal progressivo. As pessoas preferem viver numa sociedade que, em média, pode ser mais pobre, mas na qual há menos desigualdade. Num livro famoso, o economista Arthur Okun, há quase 50 anos, observou que quase nenhuma sociedade escolhe ter o máximo de eficiência, mas prefere sacrificá-la para ter alguma equidade.

Outro exemplo vem das políticas de planeamento urbano. As muitas regulações sobre o que se pode construir e onde se pode fazê-lo aumentam o preço das casas e prejudicam a produção no sector da construção. Porém, a maioria das pessoas tem uma preferência por um certo aspeto estético na sua cidade ou por manter uma continuidade com o passado. Não há nada de estranho nisso, da mesma forma que não há nada de estranho em muitas pessoas preferirem passar mais tempo com a sua família, em vez de maximizarem os seus rendimentos trabalhando o maior número possível de horas extraordinárias. Escolher ser mais pobre é a norma, não a exceção.

No caso do ‘Brexit’, saiu das discussões dos últimos três anos que uma maioria dos britânicos não se importa de ser mais pobre, em média, em troca de mais controlo sobre as suas fronteiras e as suas políticas. Para eles, poder controlar quantos imigrantes recebem e de onde ou impor impostos e regulações diferentes daqueles adotados na UE vale a pena. Tal como para um portuense vale a pena controlar que casas são construídas na sua cidade ou para um lisboeta vale a pena taxar mais quem é mais rico. Muitas pessoas podem não concordar ou lamentar uma ou várias destas escolhas, mas se é essa a vontade da maioria, é legítima.
« Última modificação: 2020-02-02 14:27:02 por JohnyRobaz »

Automek

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Re: O cantinho dos Liberais
« Responder #576 em: 2020-02-02 16:21:15 »
Eu não acho que o CGP esteja a referir-se propriamente a regionalização, mas sim a descentralização.

O caso dos hospitais é um bom exemplo. Temos o Garcia da Horta sem pediatras. Quem é que anda a tentar resolver o problema ? O governo de Lisboa. WTF?! O governo, que governa para 10M de pessoas, tem de andar a pensar nos 5 (!) pediatras que faltam ?! Isso devia ser responsabilidade da direcção do hospital, com autonomia própria.

Idem para a escola de Barcelos que está há 15 anos à espera de obras e os putos têm de levar mantas. Andaram estes anos à espera de uma decisão do governo de Lisboa (agora parece que com a municipalização a coisa talvez avance).
Idem para ala pediátrica do S. João.

Ou seja, parece que o país depende todo de Lisboa. Daquilo que conheço dos escritos do CGP, penso que será nesse sentido que ele refere a descentralização. Descentralização paras as unidades (hospitais, escolas, etc.) ou para as câmaras. Não propriamente regionalização.

JohnyRobaz

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Re: O cantinho dos Liberais
« Responder #577 em: 2020-02-02 17:34:30 »
Eu não acho que o CGP esteja a referir-se propriamente a regionalização, mas sim a descentralização.

O caso dos hospitais é um bom exemplo. Temos o Garcia da Horta sem pediatras. Quem é que anda a tentar resolver o problema ? O governo de Lisboa. WTF?! O governo, que governa para 10M de pessoas, tem de andar a pensar nos 5 (!) pediatras que faltam ?! Isso devia ser responsabilidade da direcção do hospital, com autonomia própria.

Idem para a escola de Barcelos que está há 15 anos à espera de obras e os putos têm de levar mantas. Andaram estes anos à espera de uma decisão do governo de Lisboa (agora parece que com a municipalização a coisa talvez avance).
Idem para ala pediátrica do S. João.

Ou seja, parece que o país depende todo de Lisboa. Daquilo que conheço dos escritos do CGP, penso que será nesse sentido que ele refere a descentralização. Descentralização paras as unidades (hospitais, escolas, etc.) ou para as câmaras. Não propriamente regionalização.

Sim, eu sei. Só quis deixar o mote. Acho que Portugal ganharia com um modelo mais regional, o que obrigaria a uma redução drástica dos Ministérios Centrais em Lisboa, claro. Tipo Suíça, algo assim. Mas admito que me teria que informar melhor para poder discutir isso com propriedade.

Automek

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Re: O cantinho dos Liberais
« Responder #578 em: 2020-02-07 18:32:21 »
Para memória futura, todos os partidos votaram contra a proposta da IL para privatizar a RTP e a CGD. No caso da TAP o CDS e PSD abstiveram-se, o que ditou o chumbo.

Ou seja, os representantes de 98.7% dos eleitores que foram votar nas últimas eleições não se incomodam em ter uma televisão, um banco e uma companhia aérea pública. Não estou a tecer considerações, estou apenas a constatar factos.

JohnyRobaz

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Re: O cantinho dos Liberais
« Responder #579 em: 2020-02-07 19:50:34 »
Para memória futura, todos os partidos votaram contra a proposta da IL para privatizar a RTP e a CGD. No caso da TAP o CDS e PSD abstiveram-se, o que ditou o chumbo.

Ou seja, os representantes de 98.7% dos eleitores que foram votar nas últimas eleições não se incomodam em ter uma televisão, um banco e uma companhia aérea pública. Não estou a tecer considerações, estou apenas a constatar factos.

São 3 empresas que olho de forma totalmente diferente umas das outras em relação à privatização. Como sabes e já discutimos, a RTP é a única que defendo que seja pública convictamente, nem que se mantivesse pelo menos um dos canais, a plataforma RTP Play e as 3 rádios. Seria possível uma fusão da RTP1 com a RTP2, pois em muitas coisas a RTP1 apenas replica os privados e nesse sentido é dispensável, a meu ver. A CGD apenas reconheço 2 argumentos a favor de a manter pública: soberania, o que se poderia resolver privatizando em Bolsa 50%, garantindo 50% para o Estado, e acessibilidade a serviços bancários no interior remoto, mas isso é algo cada vez menos relevante hoje em dia acho eu, pelo que não tenho propriamente uma opinião formada. O descalabro nos CTT deixa-me desconfiado de que seria melhor ser privatizada. Na TAP, sou a favor da privatização (também essa em Bolsa) desde que garantidas certas rotas (relacionadas com a diáspora) e o HUB de Lisboa.

Posso estar aqui a apresentar cenários irrealistas tecnicamente, não sou propriamente o maior entendido, mas politicamente é mais ou menos assim que vejo essas 3 empresas. E assim sendo, será que faço parte dos 1,3% portugueses mais liberais, mesmo sendo um perigoso colectivista?  :D