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Autor Tópico: Cavaco Silva indigita António Costa como primeiro-ministro  (Lida 34356 vezes)

Incognitus

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Re: Cavaco Silva indigita António Costa como primeiro-ministro
« Responder #140 em: 2015-11-27 12:41:44 »
O Louçã é surreal. O que queria ele que fosse feito no BES? O homem fala das possíveis perdas E dos lesados do BES, será que economista que é, não percebe que os "Lesados do BES" MINIMIZAM as perdas de que se queixa e incluem accionistas e credores júniores que é SUPOSTO absorverem essas perdas?

Enfim, é um bocado surreal. Uma pessoa burra tirada da rua talvez pudesse cometer tais erros, mas um professor de Economia?

--------

Esta é mais uma daquelas coisas ao nível do "as agências de rating são más porque nos baixam o rating" junto com "a dívida é impagável". Este género de ideias contraditórias deveriam invalidar votos por burrice extrema, ao mesmo nível de quem é dado como inapto para decidir por si próprio.
« Última modificação: 2015-11-27 12:43:39 por Incognitus »
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Jsebastião

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Re: Cavaco Silva indigita António Costa como primeiro-ministro
« Responder #141 em: 2015-11-27 12:57:53 »
O Louçã é surreal. O que queria ele que fosse feito no BES? O homem fala das possíveis perdas E dos lesados do BES, será que economista que é, não percebe que os "Lesados do BES" MINIMIZAM as perdas de que se queixa e incluem accionistas e credores júniores que é SUPOSTO absorverem essas perdas?

Enfim, é um bocado surreal. Uma pessoa burra tirada da rua talvez pudesse cometer tais erros, mas um professor de Economia?

--------

Esta é mais uma daquelas coisas ao nível do "as agências de rating são más porque nos baixam o rating" junto com "a dívida é impagável". Este género de ideias contraditórias deveriam invalidar votos por burrice extrema, ao mesmo nível de quem é dado como inapto para decidir por si próprio.

Penso que ele não esteja a cometer esse erro. Embora estejam as duas coisas na mesma frase, em relação aos lesados do BES ele está apenas a dizer que são um problema que o Governo de Costa vai ter para resolver.
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Incognitus

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Re: Cavaco Silva indigita António Costa como primeiro-ministro
« Responder #142 em: 2015-11-27 13:02:07 »
O Louçã é surreal. O que queria ele que fosse feito no BES? O homem fala das possíveis perdas E dos lesados do BES, será que economista que é, não percebe que os "Lesados do BES" MINIMIZAM as perdas de que se queixa e incluem accionistas e credores júniores que é SUPOSTO absorverem essas perdas?

Enfim, é um bocado surreal. Uma pessoa burra tirada da rua talvez pudesse cometer tais erros, mas um professor de Economia?

--------

Esta é mais uma daquelas coisas ao nível do "as agências de rating são más porque nos baixam o rating" junto com "a dívida é impagável". Este género de ideias contraditórias deveriam invalidar votos por burrice extrema, ao mesmo nível de quem é dado como inapto para decidir por si próprio.

Penso que ele não esteja a cometer esse erro. Embora estejam as duas coisas na mesma frase, em relação aos lesados do BES ele está apenas a dizer que são um problema que o Governo de Costa vai ter para resolver.

Dá no mesmo, implicar que existe um problema é não compreender o que significa a estrutura de capital duma empresa, o que é um erro grave demais para um estudante de economia, que fará um professor.
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Re: Cavaco Silva indigita António Costa como primeiro-ministro
« Responder #143 em: 2015-11-27 13:17:42 »

O A. Costa , quando as coisas aquecerem... tira umas férias e deixa os outros resolver... 8)

Não tem historial disso. Pelo contrário.

só tem historial disso queres tu dizer.

Não, não é isso que quero dizer.

Só pode ser, se não passas por mentiroso faccioso. Até o marcelo já gozou que nos momentos chave o costa mete férias.

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Re: Cavaco Silva indigita António Costa como primeiro-ministro
« Responder #144 em: 2015-11-27 13:56:43 »
Convém ir ouvindo o que diz Louça porque ele era o tal que dizia que íamos ter uma espiral recessiva, que íamos ter um programa cautelar e que a Grécia ia parar com a austeridade. Como o homem não acerta uma, eu vou ficar preocupado é quando o Louça disser que o futuro é promissor.

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Re: Cavaco Silva indigita António Costa como primeiro-ministro
« Responder #145 em: 2015-11-27 13:57:18 »
Sinceramente , o que me ate custa mais é como a alternativa (nao toda ) se juntou a esta cambada.... visto que sao mais do mesmo a meu ver passam a ser tao maus como eles... logo deixa de haver uma alternativa minimamente credivel...   o partido dos reformados e esses cócós  nao contam..

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Re: Cavaco Silva indigita António Costa como primeiro-ministro
« Responder #146 em: 2015-11-27 14:02:22 »

O A. Costa , quando as coisas aquecerem... tira umas férias e deixa os outros resolver... 8)

Não tem historial disso. Pelo contrário.

só tem historial disso queres tu dizer.

Não, não é isso que quero dizer.

Só pode ser, se não passas por mentiroso faccioso. Até o marcelo já gozou que nos momentos chave o costa mete férias.

Se estás a falar de dois episódios recentes para dar a entender que ele foge constantemente às responsabilidades, então quem passa por mentiroso faccioso és tu.

O Costa não tem qualquer historial de fuga às responsabilidade, com férias ou sem férias pelo meio. Eu entendo a piada que o Deus Menor atirou, a ligar duas situações bem distintas, mas não passa disso, de uma piada com sentido de oportunidade. Mas se não consegues ler nas entrelinhas, não vou ser eu a conseguir ajudar-te.
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Re: Cavaco Silva indigita António Costa como primeiro-ministro
« Responder #147 em: 2015-11-27 14:05:07 »

O A. Costa , quando as coisas aquecerem... tira umas férias e deixa os outros resolver... 8)

Não tem historial disso. Pelo contrário.

só tem historial disso queres tu dizer.

Não, não é isso que quero dizer.

Só pode ser, se não passas por mentiroso faccioso. Até o marcelo já gozou que nos momentos chave o costa mete férias.

Se estás a falar de dois episódios recentes para dar a entender que ele foge constantemente às responsabilidades, então quem passa por mentiroso faccioso és tu.

O Costa não tem qualquer historial de fuga às responsabilidade, com férias ou sem férias pelo meio. Eu entendo a piada que o Deus Menor atirou, a ligar duas situações bem distintas, mas não passa disso, de uma piada com sentido de oportunidade. Mas se não consegues ler nas entrelinhas, não vou ser eu a conseguir ajudar-te.

Quando as coisas começarem a aquecer ele vai voltar a tirar férias. Como sempre. Enquanto houver dinheiro para gastar ele de certeza que vai andar por aí. Toda gente sabe disso menos tu.

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Re: Cavaco Silva indigita António Costa como primeiro-ministro
« Responder #148 em: 2015-11-27 14:14:55 »
Quando as coisas começarem a aquecer ele vai voltar a tirar férias. Como sempre.

Anti-ditador, trocámos 4 ou 5 mensagens desnecessárias só à custa da interpretação figurada que se pode retirar destas duas frases. Queres insistir nessa falácia?

Citar
Enquanto houver dinheiro para gastar ele de certeza que vai andar por aí. Toda gente sabe disso menos tu.

Não. Eu também sei disso. A outra parte é que não sei, apenas posso imaginar, mas quanto a futurologia, penso que estamos todos bem servidos aqui no fórum: há para todos os gostos e desejos.

« Última modificação: 2015-11-27 14:21:49 por Jsebastião »
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Zel

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Re: Cavaco Silva indigita António Costa como primeiro-ministro
« Responder #149 em: 2015-11-27 14:18:42 »

ha para todos os gostos mas tb ha memoria de quem costuma falhar e falhar e falhar
« Última modificação: 2015-11-27 14:19:13 por Camarada Neo-Liberal »

Jsebastião

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Re: Cavaco Silva indigita António Costa como primeiro-ministro
« Responder #150 em: 2015-11-27 14:22:33 »

ha para todos os gostos mas tb ha memoria de quem costuma falhar e falhar e falhar

O Costa? (just asking...)
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Zel

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Re: Cavaco Silva indigita António Costa como primeiro-ministro
« Responder #151 em: 2015-11-27 15:16:20 »

ha para todos os gostos mas tb ha memoria de quem costuma falhar e falhar e falhar

O Costa? (just asking...)

o lark :)

Jsebastião

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Re: Cavaco Silva indigita António Costa como primeiro-ministro
« Responder #152 em: 2015-11-27 22:51:40 »
As coisas começam com alguma naturalidade a entrar nos eixos e a fazerem sentido entre as esquerdas, para lá dos "papeluchos" que foram assinados:

No Público:

Citar
Propostas de lei do Governo vão ser negociadas com a esquerda

Depois de aprovadas em Conselho de Ministros e antes de debatidas no Parlamento, as leis do Governo serão discutidas semanalmente com PCP, BE e PEV. Na terceira revisão do Programa de Governo, o PS acrescentou a intenção de adaptar o ano judicial ao civil e incluiu propostas do PAN.

O PS vai coordenar a cooperação parlamentar com os partidos que assinaram as posições conjuntas. Mas se a assinatura desses acordos foi feita separadamente, agora PS, BE, PCP e Verdes vão sentar-se à mesma mesa todas as semanas, às terças-feiras para acertar posições “sobre tudo aquilo que está pendente e a preparação da conferência de líderes”. Isso mesmo foi afirmado esta sexta-feira pelo líder parlamentar do PS, Carlos César, que confirmou ainda que o dia da semana definido para a reunião teve em conta o facto de as conferências de líderes terem ficado agendadas para as quartas-feiras.

Estas reuniões não se vão limitar às iniciativas parlamentares das bancadas da esquerda. O líder parlamentar socialista adiantou mesmo que as propostas de lei provenientes do Governo serão também alvo de discussão entre os partidos nessas reuniões semanais, depois de aprovadas em Conselho de Ministros.

“O Governo pode ter interesse em que os seus diplomas estejam devidamente coordenados”, afirmou ao PÚBLICO. Por isso mesmo, “o secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares estará presente sempre que for necessário”, embora adiante que tal não vá acontecer sempre. “A palavra de ordem é em razão da matéria”, rematou.

Quanto à composição desse grupo de coordenação, essa deverá ser preenchida ao mais alto nível parlamentar. Depois de frisar que as “delegações não têm que ser fixas”, Jorge Costa, vice da direcção parlamentar, afirmou ao PÚBLICO que, da parte do BE, estaria sempre presente pelo menos um dos membros da direcção da bancada (Pedro Filipe Soares, Mariana Mortágua ou ele próprio). Mas acrescentou que, “justificando-se, participarão deputados responsáveis pelas matérias em apreço”. Carlos César confirmou também que o PS se fará representar pelo líder da bancada, além da primeira vice-presidente, Ana Catarina Mendes.

Entretanto, ficou também esclarecido que o PAN não participará nestas reuniões. Apesar de o Governo ter incluído seis propostas deste partido no seu programa, a assessora do PAN, Naide Muller, justificou essa opção com o facto de o partido não ter feito parte dos acordos de incidência parlamentar assinados pelo PS, BE, PCP e Verdes.

Depois das alterações efectuadas devido aos acordos com o BE, PCP e Verdes, o Programa do XXI Governo voltou a ser revisto para acolher alterações no sector da Justiça e também para acolher seis medidas provenientes do PAN. O texto entregue nesta sexta-feira no Parlamento pelo novo secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Pedro Nuno Santos, representa assim a terceira versão do programa que o PS levou a votos no dia 4 de Outubro.

O documento entregue a Ferro Rodrigues não difere muito, no entanto, daquele que foi aprovado, no início de Novembro, na Comissão Nacional socialista, já depois de terem sido fechadas as negociações com os partidos à esquerda do PS.

Conheça aqui o programa do Governo PS na íntegra

Ainda assim, já depois do primeiro Conselho de Ministros liderado por António Costa, o Governo decidiu acrescentar algumas medidas em relação à gestão do sistema judicial. É aí que se encontra um dos objectivos que não estava na anterior versão: “Adaptar o ano judicial ao ano civil”.

Da mesma forma, o “contrato para um serviço público de justiça” foi substituído pela criação de “um conselho de concertação para o sistema judicial”. Mas com o mesmo alcance do referido contrato: “metas quantificadas para o sistema, no seu todo e para cada tribunal, gerando orientações e fixando objectivos públicos, transparentes e escrutináveis de redução dos prazos dos processos”. Mas sem a inclusão da “participação do Conselho Económico e Social”, que estava referido no programa que fora apresentado no início do mês.

Animais não são "coisas"
Além dessas alterações, o PS incluiu seis compromissos no seu programa por proposta do PAN. No capítulo relativo à valorização do território, António Costa aceitou inscrever no texto que se venha a fazer a “revisão do estatuto jurídico dos animais, adequando-o à evolução do Direito Civil de forma a diferenciá-lo do regime jurídico das coisas”.

O Governo acordou ainda rever o “quadro de sanções acessórias e clarificar os tipos penais existentes” em relação ao crime de maus tratos a animais de companhia. A “gradual erradicação” do abate de animais nos canis e gatis municipais foi também incluído, além da revisão do regime jurídico da venda e detenção de animais selvagens, “com vista à sua restrição e adequação às melhores práticas”. Ao nível do Ambiente, o Governo acrescentou ao programa o compromisso da elaboração de um “Plano de Promoção da Bicicleta e outros modos de mobilidade suave”.

O programa não inclui, no entanto, todas as medidas que foram discutidas com o PAN nos últimos dias. Desde que assumiu o seu mandato parlamentar, o deputado do PAN André Silva defendeu a inclusão de terapias não convencionais no Sistema Nacional de Saúde, a proibição do cultivo do milho geneticamente modificado e a redução de metano.

O voto favorável do PAN pode tornar-se relevante, caso o PCP venha a optar pela abstenção na votação de diplomas do Governo. Com o BE, Verdes e PAN, o PS já conseguiria fazer passar as suas propostas. Mas esta sexta-feira, a assessora parlamentar do PAN, Naide Muller, não dava como garantida essa disponibilidade. “Vamos estudar o programa durante este fim-de-semana”, disse ao PÚBLICO.

Défice nos 3%
Também o PSD e o CDS ainda estão em fase de ponderação. Mas no caso destes dois partidos, a dúvida é se vão apresentar uma moção de rejeição ao programa de Governo. A opção não colhe unanimidade entre os sociais-democratas. Há quem defenda esta iniciativa para vincar o apoio do PCP, BE e PEV ao Governo PS e para fazer sobressair a posição contra da direita. Outros consideram que PSD e CDS seriam sujeitos a mais uma humilhação. Só na segunda-feira poderá haver uma decisão final.

Nas metas financeiras não houve mudanças. Reflexo disso é o facto de o quadro da revisão do cenário macroeconómico que acompanha o programa não ter sofrido qualquer alteração em relação ao quadro de revisão do cenário final com que se encerrava o programa votado pelos socialistas. A previsão para o défice de 2015 mantém-se nos 3%, assim como para 2016 essa variável se situa nos 2,8%. O Governo segura também a dívida pública nos 128,2% em 2015 e aponta para os 123,9% no ano seguinte.

Por isso mesmo, Pedro Nuno Santos manteve o discurso em relação aos objectivos após a entrega do texto no Parlamento. "Este programa de Governo marca o início de um novo ciclo da governação em Portugal, sendo um instrumento fundamental, que é coerente e que rompe com as políticas de austeridade e de empobrecimento colectivo dos últimos anos. Este documento traduz uma estratégia de maior crescimento, de melhor emprego e mais igualdade", sustentou Pedro Nuno Santos perante os jornalistas, depois de ter estado reunido cerca de 15 minutos com Ferro Rodrigues.


Estou curioso para ver como estas reuniões se traduzem na prática, e na dinâmica de actividade, depois no plenário, mas não fazia nenhum sentido que não houvesse coordenação e planeamento prévio entre os envolvidos.
« Última modificação: 2015-11-27 22:52:23 por Jsebastião »
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Re: Cavaco Silva indigita António Costa como primeiro-ministro
« Responder #153 em: 2015-11-28 21:45:11 »
As coisas começam com alguma naturalidade a entrar nos eixos e a fazerem sentido entre as esquerdas, para lá dos "papeluchos" que foram assinados:

No Público:

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Propostas de lei do Governo vão ser negociadas com a esquerda

Estas reuniões não se vão limitar às iniciativas parlamentares das bancadas da esquerda. O líder parlamentar socialista adiantou mesmo que as propostas de lei provenientes do Governo serão também alvo de discussão entre os partidos nessas reuniões semanais, depois de aprovadas em Conselho de Ministros.


Estou curioso para ver como estas reuniões se traduzem na prática, e na dinâmica de actividade, depois no plenário, mas não fazia nenhum sentido que não houvesse coordenação e planeamento prévio entre os envolvidos.


Esta deverá ser das partes mais divertidas de seguir.
Propostas de lei aprovadas em Conselhos de Ministros que na 3ªf seguinte são rejeitadas pelo PC numa reunião.

Jsebastião

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Re: Cavaco Silva indigita António Costa como primeiro-ministro
« Responder #154 em: 2015-11-28 22:20:43 »
As coisas começam com alguma naturalidade a entrar nos eixos e a fazerem sentido entre as esquerdas, para lá dos "papeluchos" que foram assinados:

No Público:

Citar
Propostas de lei do Governo vão ser negociadas com a esquerda

Estas reuniões não se vão limitar às iniciativas parlamentares das bancadas da esquerda. O líder parlamentar socialista adiantou mesmo que as propostas de lei provenientes do Governo serão também alvo de discussão entre os partidos nessas reuniões semanais, depois de aprovadas em Conselho de Ministros.


Estou curioso para ver como estas reuniões se traduzem na prática, e na dinâmica de actividade, depois no plenário, mas não fazia nenhum sentido que não houvesse coordenação e planeamento prévio entre os envolvidos.


Esta deverá ser das partes mais divertidas de seguir.
Propostas de lei aprovadas em Conselhos de Ministros que na 3ªf seguinte são rejeitadas pelo PC numa reunião.


Era bom poder saber-se o que se passa nos dois lados mas, pela lógica, e por razões óbvias, nada disso vai transparecer cá para fora. Só vamos poder acompanhar o que se passa na terceira instância, o Parlamento.
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Automek

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Re: Cavaco Silva indigita António Costa como primeiro-ministro
« Responder #155 em: 2015-11-29 01:17:14 »
CGTP pede “coragem” a Costa para lutar contra lóbis
Finalmente estou de acordo com a CGTP. Podia começar pelos sindicatos.

Incognitus

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Re: Cavaco Silva indigita António Costa como primeiro-ministro
« Responder #156 em: 2015-11-29 01:41:08 »
CGTP pede “coragem” a Costa para lutar contra lóbis
Finalmente estou de acordo com a CGTP. Podia começar pelos sindicatos.


Automek, penso que não sabes o significado da palavra "lobbies". Lembra-te das definições de "neoliberal" e de "social", pois são importantes já que "lobbies" é um conceito próximo.

Assim, "lobbies" é quando os outros defendem os seus interesses junto do poder político. Já uma defesa desinteressada dos próprios interesses, não é lobbying, e sim uma tentativa de criar um mundo mais justo.
« Última modificação: 2015-11-29 01:41:41 por Incognitus »
"Nem tudo o que pode ser contado conta, e nem tudo o que conta pode ser contado.", Albert Einstein

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Re: Cavaco Silva indigita António Costa como primeiro-ministro
« Responder #157 em: 2015-11-29 02:21:31 »
Nunca tinha visto por esse prisma e realmente estava a ser injusto. Basta ver o Mário Nogueira que sacrifica, há mais de 20 anos e de forma totalmente desinteressada, o seu imenso prazer de dar aulas, tudo em prol da defesa dos professores. É um caso extremo de altruísmo que deve ser enaltecido.

Lark

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Re: Cavaco Silva indigita António Costa como primeiro-ministro
« Responder #158 em: 2015-11-29 03:40:40 »
A carta
«Exmo. Sr. Presidente da República,

Após a leitura atenta das seis condições que colocou para a minha indigitação como primeiro-ministro, posso garantir-lhe o seguinte:

a) Quanto à aprovação das moções de confiança, pode ficar descansado. Não lhe escondo que os meus acordos com os outros partidos são frágeis. Há, sem dúvida, divergências bastante profundas, e por vezes é complicado divisar um único ponto de encontro. Mas, nas alturas mais difíceis, PS, PCP, BE e PEV lembram-se sempre da única questão na qual estão cem por cento de acordo: que V. Exa. é tragicamente incapaz. Ninguém nos tira essa sólida base de entendimento, sobre a qual pretendemos edificar lindas convergências.

b) Quanto à aprovação de orçamentos de Estado que ainda não são conhecidos, os três partidos comunicaram-me que desejam tomar como inspiração o seu exemplo de aprovar cegamente orçamentos de Estado, inclusivamente inconstitucionais. Dizem que gostavam de ler os documentos antes de os aprovarem, se V. Exa. não se importa. Por outro lado, ficamos à espera que se submeta à mesma obrigação, em nome da estabilidade: que aprovará sem questionar qualquer orçamento que lhe apresentarmos. Aquele que estamos a preparar contém uma alínea muito gira sobre a reforma do Presidente da República. Acreditamos que apreciará a poupança que ali propomos;

c) Acerca do cumprimento das regras de disciplina orçamental, estamos em condições de garantir o seguinte: o meu governo respeitará tanto os tratados europeus quanto o governo anterior respeitou a Constituição. Sendo V. Exa. um admirador da governação de Passos Coelho, cremos que também apreciará a minha;

d) Em relação ao respeito pelo nosso compromisso com a NATO, e após conversa telefónica com o deputado Jerónimo de Sousa, posso dar-lhe a seguinte garantia: a consideração do PCP pela NATO é tão grande que os comunistas portugueses vão propor aos seus velhos camaradas do leste europeu a reactivação do Pacto de Varsóvia, só para que a NATO tenha o prazer de voltar a extingui-lo. Esta extinção do Pacto de Varsóvia pela NATO terá periodicidade semanal;

e) No que diz respeito ao papel do Conselho Permanente de Concertação Social, deixo-lhe outra promessa: o meu governo não tratará qualquer interlocutor como "força de bloqueio". Esses tempos negros de falta de diálogo já passaram;

f) Por último, quero sossegar V. Exa. acerca das medidas que o meu governo vai tomar no sentido de garantir a estabilidade do sistema financeiro. São elas: impedir que qualquer amigo de V. Exa. funde ou administre bancos; propor um aditamento à Constituição que impeça V. Exa. de fazer considerações acerca dos bancos nos quais os portugueses podem ou não confiar.

Creio que estas garantias satisfarão V. Exa. Agora e como dizia o outro, deixem-me trabalhar.
Atentamente, António Costa»

Ricardo Araújo Pereira

Be Kind; Everyone You Meet is Fighting a Battle.
Ian Mclaren
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If you have more than you need, build a longer table rather than a taller fence.
l6l803399
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So, first of all, let me assert my firm belief that the only thing we have to fear is...fear itself — nameless, unreasoning, unjustified terror which paralyzes needed efforts to convert retreat into advance.
Franklin D. Roosevelt

tommy

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Re: Cavaco Silva indigita António Costa como primeiro-ministro
« Responder #159 em: 2015-11-29 10:21:08 »
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Faz agora o que quiseres mas depois não te queixes

    Helena Matos
    Email

29/11/2015, 0:11
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Quando este teu sonho acabar no jeito do costume eu estou diposta a pagar ainda mais impostos, a ganhar ainda menos dinheiro mas ouvir-te culpar os outros é que não. Aqui ninguém enganou ninguém.
Tópicos

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Estou a ver-te à minha frente com aquele jeito algures entre a nevralgia e a dor ciática que te acompanha nas situações embaraçosas: foi um momento de esperança, se tivesse corrido bem tinha sido… Mas – e ao proferires este “mas” o tom auto-condescendente da tua voz dará lugar a uma ênfase acusatória – o pêcê lixou tudo.

É sempre assim: os teus sonhos de esquerda esbarram invariavelmente na ortodoxia do pêcê. Como quem acabou de ter uma epifania logo desatarás numa listagem das provas terrenas dessa tua descoberta ou melhor dizendo redescoberta. Ou será que desta vez vais culpar o BE, mais a Catarina porta-voz e as manas Mortágua?

Olha, antes que a conversa azede vamos já combinar uma coisa: faz agora o que quiseres mas depois não te queixes. E sobretudo não culpes os outros.

Sim. Não te faças desentendido. Quem? Tu, o gajo porreiro da esquerda, aquele com quem gostamos de ir de férias, de almoçar no trabalho, de conversar sobre cidades que talvez nunca conheçamos… Tu, esse mesmo que no momento em que se trata do poder político te tornas no nosso maior problema. Um problema muito maior que o representado pelos interesses que se agitam no CDS, pelo destrambelhamento congénito do PSD, pelo lobbie corporativo que é o PCP ou pelo folclore arruaceiro do BE. Porque tu, burguês blasée como ninguém, o gajo porreiro da esquerda que vota PS, ao contrário dos outros atrás citados, achas que o poder te é devido por isso mesmo, por seres um gajo porreiro. De esquerda, claro.

Aliás detalhar que és de esquerda é um pleonasmo porque, para ti, fora da esquerda só existe um mundo de trevas, interesses, hipocrisia, ignorância, atavismo… Excepções a esta regra: os mortos como Sá Carneiro ou os vivos que reconhecem o teu direito natural ao poder. Valha a verdade que nem pedes uma declaração muito formal dessa subserviência, apenas não se podem falhar aqueles pequenos detalhes: é essencial apoiar-te em cada um dos teus ódios momentâneos. Agora é o Correio da Manhã que te anima a veia da indignação instantânea porque, segundo o teu livro de estilo, é uma vitória da democracia e um sinal do progressismo de António Costa, uma cega e um cigano integrarem o novo governo mas o Correio da Manhã escrever “Costa chama cega e cigano para o Governo” é uma mostra vergonhosa de racismo e de intolerância. Amanhã, quiçá um juiz, um blogger ou o Governador do Banco de Portugal substituirão o Correio da Manhã nesse papel de alvo dos teus tiros.

Mas é nos ódios de sempre – e aí não há nenhum que ultrapasse aquele que votas a Cavaco Silva – que se faz a verdadeira prova entre a tua gente. Não aceitas, não toleras e não entendes que alguém não te acompanhe no fastio e na raiva que votas ao actual Presidente da República. Já viram esta do Cavaco? – dizes tu com ar de quem vai contar a última anedota. Esqueces que “o Cavaco” ganhou duas vezes as eleições para a Presidência da República e que quando se candidatou a primeiro-ministro ganhou-as com maioria absoluta, nunca lhe ocorrendo nem a ele nem milhões de portugueses que, para chefiar um governo, bastava somar os votos de todos os derrotados.

Como bem sabemos não é “o como decide” nem “o que decide” que te irrita em Cavaco. Aquilo que não perdoas a Cavaco é ele ter uma legitimidade que não advém do teu filtro e sobretudo o facto de para Cavaco Silva o funcionamento institucional do regime se sobrepor a tudo o mais. Ora para ti o regime e as suas instituições só fazem sentido e só merecem ser respeitadas se e quando o regime e as instituições forem tutelados por ti. A começar naturalmente pela Presidência da República e a acabar no Tribunal Constitucional que rapidamente passará de intocável bastião da República a escolho deste “histórico virar de página” caso os ocupantes do Palácio Ratton chumbem qualquer iniciativa deste governo nomeadamente alguma da resultante dessa espécie de PREC legislativo que tem tido lugar na Assembleia da República nos últimos dias.

Escusas de sorrir com esse ar mimado de quem se habituou a lamentar a posteriori não o que fez mas sim aquilo que os outros não fizeram para o impedir de errar: sei bem que por feitio é pouco provável que juízes do TC alguma vez se interponham entre ti e o teu sonho. Mas caso isso acontecesse logo os juízes seriam apeados do pedestal para onde os elevaste e acabariam nas ruas não da amargura mas sim da fúria das redes sociais e dos humoristas do regime. O problema de discordar dos gajos porreiros é que, exactamente por eles se acharem porreiros, tal discordância nunca é entendida como uma posição legítima mas sim como um ataque pessoal.

Dirás que nesta forma de reagir o PCP e o BE procedem exactamente do mesmo modo. É verdade mas como também sabes, eles, ao contrário de ti, não são porreiros. Como tu lhes lembras nos momentos da tua desilusão, eles são “ortodoxos”, “paranóicos” e “totalitários”. É claro que agora fazes de conta que nunca disseste tais coisas e até esperas que comunistas e bloquistas se ocupem nesse exercício arrebatador de ódio fulanizado e da engenharia social e te deixem a ti a decidir o País. Por estes dias na Assembleia da República aprovam-se a granel e em tropel diplomas sobre adopção, exames, procriação medicamente assistida (chegámos ao ridículo de esperar que ao menos o PCP coloque algum travão na legalização das mães de aluguer) enquanto baixam às comissões assuntos como a reversão das privatizações. Já agora quando haverá tempo e oportunidade para discutir a resposta ao pedido de ajuda lançado por Hollande?

Um país novo cheio de estímulos e multiplicadores precisa de um homem novo. Queres enganar-te como das outras vezes, não é? Lembras-te quando o Sócrates tinha lá as suas coisas mas era uma máquina? Resiste a tudo, declaravas indignado com as investigações policiais que puseste no patamar dos ataques pessoais. Os aumentos à função pública em 2009? Era preciso dinamizar o país. O TGV? Tínhamos que apostar nas infra-estruturas. Para tudo havia uma explicação. Com o tempo começaste a conceder que havia um novo-riquismo na casa da Rua Castilho, mais os estudos de filosofia em Paris e as férias de nababo russo mas era mais uma questão estética do que ética: a mãe era rica não era? E isso também não interessava nada. Havia sempre uma cabala. Também já tinha havido a cabala do Processo Casa Pia.

Depois veio 2011 e o pedido de ajuda externa. Mas o sobressalto não durou mais que umas breves semanas porque logo passaste a acusar os credores (sim exactamente aqueles a quem esse Governo que nunca enjeitaste tinha suplicado ajuda pouco antes) de quererem destruir o País: a austeridade não era o resultado da nossa falência mas sim a consequência de um pérfido plano da Merkel e da direita liberal.

Agora calaste perante o processo que colocou o PS e o país nas mãos da extrema-esquerda: é um tabu que se quebrou, um muro que se derrubou… e acabo aqui porque de rima em rima ainda vou buscar as “pombas assassinadas” e o “camarada, amigo, palhaço”.

Depois quando a realidade se impuser logo vais arranjar uma desculpa para o falhanço. Tenho a certeza que vais reler esses patéticos acordos e descobrir neles sinistras intenções nos teus agora parceiros. Por mim, ficamos combinados: quando este teu sonho acabar no jeito do costume eu estou disposta a pagar ainda mais impostos, a ganhar ainda menos dinheiro mas ouvir-te culpar os outros é que não. Fala-me de livros, de quadros, de comida… Ou de fado. Porque agora já gostas de fado, não é? Mas nunca digas que foste enganado. Quiseste sim enganar-te a ti mesmo que é o mais perigoso dos enganos.

Faz agora o que quiseres, diz o que quiseres mas por favor depois não te queixes de ninguém a não ser de ti mesmo.

Aqui ninguém enganou ninguém.

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