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Autor Tópico: Os Portugueses são irresponsáveis?  (Lida 15491 vezes)

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Re: Os Portugueses são irresponsáveis?
« Responder #100 em: 2015-06-24 22:48:48 »
doutoramento - Professor Doutor (exemplo: http://www.clinicaespregueiramendes.com/index.php?p=3&id=22&l=pt)
Mestrado - Mestre
Licenciatura - Dr.


Estranho ter 20 a tudo e terem que publicita lo , mais estranho ainda ter tempo para ocupar mais de 10 cargos...

Faz me lembrar "o melhor curriculo" portugues , um sr que teve sempre 20 e nao sei quantos cursos e doutoramentos , algo impressionante.... mesmo... do genero de deixar o acima envergonhado.
Penso que viva nos EUA

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Re: Os Portugueses são irresponsáveis?
« Responder #101 em: 2015-06-24 22:59:40 »
Por isso é que pode pedir 1.500€ só para ele, fora as despesas hospitalares. Com despesas hospitalares a operação a um joelho fica por 2.400€.
Mas em termos de joelhos dizem que é top.

Eu deverei ir para um mais em conta...
“Our values are human rights, democracy and the rule of law, to which I see no alternative. This is why I am opposed to any ideology or any political movement that negates these values or which treads upon them once it has assumed power. In this regard there is no difference between Nazism, Fascism or Communism..”
Urmas Reinsalu

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Re: Os Portugueses são irresponsáveis?
« Responder #102 em: 2015-06-24 23:10:03 »
Por isso é que pode pedir 1.500€ só para ele, fora as despesas hospitalares. Com despesas hospitalares a operação a um joelho fica por 2.400€.
Mas em termos de joelhos dizem que é top.

Eu deverei ir para um mais em conta...



Se for muito bom , 2400 tudo incluido é capaz de ser justo , fora de Portugal é uma pechincha , nem sei porque vao a Espanha , Italia etc

http://www.villastuart.it/trova_servizio/

Lark

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Re: Os Portugueses são irresponsáveis?
« Responder #103 em: 2015-06-24 23:12:58 »
O problema nem está em ser bem paga, mas no facto de criar pessoas sem uma ligação clara ao que interessa a uma sociedade. As actividades produtivas. O bem material de uma sociedade vai estar intimamente ligado a essas actividades, incluindo aquilo que pode ou não ser redistribuído sem reciprocidade, a regulamentação necessária e desejável, etc.

Se fores ver a composição da Assembleia da República, torna-se evidente que há ali um desequilíbrio de ocupações profissionais versus os pesos das mesmas na sociedade.

são todos advogados... ou quase. licenciados em direito pelo menos. muitos em universidades manhosas.

eu sou a favor de políticos profissionais. é um campo de saber enorme, a formação nunca pára e é muito exigente.
um bom político rodeia-se de staff que o liga à economia real.
a formação de raiz deveria ser direito e economia. talvez a criação de um curso próprio juntando estas duas áreas, mais alguma sociologia, fosse indicado.
seria um curso como medicina. quando acaba o curso e os estágios é-se doutor. tão exigente ou mais que medicina.
e a profissão mais bem paga - bastante mais bem paga - do que médicos, economistas ou juristas.

L

um médico qd acaba o curso não é doutor. Antigamente era licenciado e agora é mestre. Para ser doutor necessita de tirar um doutoramento.

quando acaba os cursos + internatos mais aquelas coisas todas que todos eles têm que fazer?
estranho! eu acho que é doutor. não precisa de fazer uma tese de doutoramento.
mas lá está, pode ser uma percepção totalmente errada.

Lark

pois... sempre a aprender. parece que não é nada do que pensava.
então no fim do curso ( 6 anos?) é-se simplesmente mestre?
e os anos de internato e afins, (obrigatórios? não percebo nada disso) não acrescentam nada ao grau académico?

L

não - uma coisa são graus académicos e outra coisa são os graus profissionais.

um médico qd termina o curso (disciplinas + tese de mestrado) completa o grau académico de mestre em Medicina. O grau de mestre em medicina num curso reconhecido é necessário para que possa inscrever na Ordem dos Médicos e, por sua vez, estar inscrito na ordem dos médicos é essencial para exercer medicina em Portugal.

Quando um médico se forma é considerado como tendo uma licença provisória para exercer medicina - ou seja, só pode exercer supervisionado por um médico (a responsabilidade recai sobre o especialista que o supervisiona) - ou seja, não é autonomo no exercicio da medicina - não pode tomar decisões sem ser supervisionado. O que leva a alguns doentes a dizer que "estão para aí tantos e sem trabalhar - é porque supostamente não o podem fazer sem supervisão que nem sempre está disponivel).

Este periodo era (até este ano) considerado que vigorava até à conclusão do 2º ano de internato - ou seja um ano de internato comum + um ano de internato de especialidade. A partir de há pouco, a autonomia obtém-se no final do ano comum (é necessário mão-de-obra, mesmo que os doentes possam correr mais riscos).

A conclusão do internato complementar (que é feito após avaliações anuais e um exame de saída num hospital fora da zona de onde o médico fez o seu internato e avaliado pelo seu  orientador, chefe de serviço e mais três especialistas de outros hospitais (normalmente dois do hospital e um convidado de um terceiro hospital)) confere o grau profissional de especialista.

O grau profissional nada tem a ver com o grau académico. Para ter um doutoramento um médico tem de completar, numa universidade, um doutoramento...

fiquei esclarecido.
então o uso do termo Doutor, também para os que concluíram a especialidade, é abusivo.
eheh o que se deve então chamar a um médico que concluiu a formação?
Bom dia sr. mestre em medicina, especialista em ortopedia, dói-me aqui o joelho?

L
« Última modificação: 2015-06-24 23:14:18 por Lark »
Be Kind; Everyone You Meet is Fighting a Battle.
Ian Mclaren
------------------------------
If you have more than you need, build a longer table rather than a taller fence.
l6l803399
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So, first of all, let me assert my firm belief that the only thing we have to fear is...fear itself — nameless, unreasoning, unjustified terror which paralyzes needed efforts to convert retreat into advance.
Franklin D. Roosevelt

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Re: Os Portugueses são irresponsáveis?
« Responder #104 em: 2015-06-25 00:24:39 »
O problema nem está em ser bem paga, mas no facto de criar pessoas sem uma ligação clara ao que interessa a uma sociedade. As actividades produtivas. O bem material de uma sociedade vai estar intimamente ligado a essas actividades, incluindo aquilo que pode ou não ser redistribuído sem reciprocidade, a regulamentação necessária e desejável, etc.

Se fores ver a composição da Assembleia da República, torna-se evidente que há ali um desequilíbrio de ocupações profissionais versus os pesos das mesmas na sociedade.

são todos advogados... ou quase. licenciados em direito pelo menos. muitos em universidades manhosas.

eu sou a favor de políticos profissionais. é um campo de saber enorme, a formação nunca pára e é muito exigente.
um bom político rodeia-se de staff que o liga à economia real.
a formação de raiz deveria ser direito e economia. talvez a criação de um curso próprio juntando estas duas áreas, mais alguma sociologia, fosse indicado.
seria um curso como medicina. quando acaba o curso e os estágios é-se doutor. tão exigente ou mais que medicina.
e a profissão mais bem paga - bastante mais bem paga - do que médicos, economistas ou juristas.

L

um médico qd acaba o curso não é doutor. Antigamente era licenciado e agora é mestre. Para ser doutor necessita de tirar um doutoramento.

quando acaba os cursos + internatos mais aquelas coisas todas que todos eles têm que fazer?
estranho! eu acho que é doutor. não precisa de fazer uma tese de doutoramento.
mas lá está, pode ser uma percepção totalmente errada.

Lark

pois... sempre a aprender. parece que não é nada do que pensava.
então no fim do curso ( 6 anos?) é-se simplesmente mestre?
e os anos de internato e afins, (obrigatórios? não percebo nada disso) não acrescentam nada ao grau académico?

L

não - uma coisa são graus académicos e outra coisa são os graus profissionais.

um médico qd termina o curso (disciplinas + tese de mestrado) completa o grau académico de mestre em Medicina. O grau de mestre em medicina num curso reconhecido é necessário para que possa inscrever na Ordem dos Médicos e, por sua vez, estar inscrito na ordem dos médicos é essencial para exercer medicina em Portugal.

Quando um médico se forma é considerado como tendo uma licença provisória para exercer medicina - ou seja, só pode exercer supervisionado por um médico (a responsabilidade recai sobre o especialista que o supervisiona) - ou seja, não é autonomo no exercicio da medicina - não pode tomar decisões sem ser supervisionado. O que leva a alguns doentes a dizer que "estão para aí tantos e sem trabalhar - é porque supostamente não o podem fazer sem supervisão que nem sempre está disponivel).

Este periodo era (até este ano) considerado que vigorava até à conclusão do 2º ano de internato - ou seja um ano de internato comum + um ano de internato de especialidade. A partir de há pouco, a autonomia obtém-se no final do ano comum (é necessário mão-de-obra, mesmo que os doentes possam correr mais riscos).

A conclusão do internato complementar (que é feito após avaliações anuais e um exame de saída num hospital fora da zona de onde o médico fez o seu internato e avaliado pelo seu  orientador, chefe de serviço e mais três especialistas de outros hospitais (normalmente dois do hospital e um convidado de um terceiro hospital)) confere o grau profissional de especialista.

O grau profissional nada tem a ver com o grau académico. Para ter um doutoramento um médico tem de completar, numa universidade, um doutoramento...

fiquei esclarecido.
então o uso do termo Doutor, também para os que concluíram a especialidade, é abusivo.
eheh o que se deve então chamar a um médico que concluiu a formação?
Bom dia sr. mestre em medicina, especialista em ortopedia, dói-me aqui o joelho?

L

por convenção social usa-se "doutor" para o médico... acho que isso não é novidade para ninguém e é comum na grande parte dos países - portugal , espanha, frança, uk, you name it.

um especialista em ortopedia chama-se um ortopedista, penso que a resposta é óbvia.

Entre nós normalmente tratamos por doutor a quem tem maior grau profissional ou quem se encontra numa posição de chefia médica. Os restantes são tratados pela tarefa que desempenham, por exemplo:

* um interno do internato de ano comum, chama os restantes médicos de doutor, excepto os colegas do mesmo ano
* um interno do internato complementar, chama os especialistas de doutor, sendo que os restantes não são chamados de doutor
* um especialista normalmente trata os seus pares por doutor (ou superiores) por doutor
* um enfermeiro é sr. enfermeiro (q tb é dr visto ter uma licenciatura)
* um analista é sr. analista
* um tecnico de radiologia é sr técnico de radiologia

De cima para baixo, (do especialista para o interno), o tratamento por doutor não se faz normalmente. O uso de doutor é usado como reconhecimento de hierarquia.
Na medicina o reconhecimento da hierarquia é essencial para o bom funcionamento das equipas e para não andarmos todos à castanha - por isso basicamente tens:

aluno > interno de ano comum > interno de especialidade > especialista > chefe de equipa > chefe de serviço > chefe de departamento > director clinico

qd ouves nas noticias dizer que "os chefes de equipa de urgência" se demitiram, significa que aquele "nível" se demitiu - a demissão de chefes de equipa é "menos grave" q chefes de serviço. Note-se que do que sei, os chefes de equipa não recebem nada por o serem - normalmente é apontado como chefe de equipa, o especialista senior, sendo que os outros se subordinam aos mesmos.
A importancia desta estrutura é que normalmente o chefe de equipa foi o formador do especialista que se encontra a formar o interno de especialidade. Existe uma "ligação" ao longo de toda a formação que tende a solidificar a equipa. À medida que o interno vai avançando na formação, vão-lhe sendo atribuidas mais responsabilidades, até que está pronto para ser ele a "liderar" com maior independência a sua equipa de internos.

Qd se fala que as "empresas de recrutamento de médicos" deram cabo das equipas de urgência, tem a ver também com isso. Normalmente quem ia fazer essas horas foram ex-internos que passaram anos da sua formação naquele hospital / serviço com conhecimento da equipa (o internato médico não é feito todo no mesmo hospital e no mesmo serviço). Depois passou-se a ter pessoas (médicos) com desconhecimento quer dos serviços quer das equipas que muitas vezes nem sequer fazem mais do que uma ou duas urgências em determinado hospital, destruindo-se nos SU essa articulação importante...



Lark

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Re: Os Portugueses são irresponsáveis?
« Responder #105 em: 2015-06-25 00:39:45 »
O problema nem está em ser bem paga, mas no facto de criar pessoas sem uma ligação clara ao que interessa a uma sociedade. As actividades produtivas. O bem material de uma sociedade vai estar intimamente ligado a essas actividades, incluindo aquilo que pode ou não ser redistribuído sem reciprocidade, a regulamentação necessária e desejável, etc.

Se fores ver a composição da Assembleia da República, torna-se evidente que há ali um desequilíbrio de ocupações profissionais versus os pesos das mesmas na sociedade.

são todos advogados... ou quase. licenciados em direito pelo menos. muitos em universidades manhosas.

eu sou a favor de políticos profissionais. é um campo de saber enorme, a formação nunca pára e é muito exigente.
um bom político rodeia-se de staff que o liga à economia real.
a formação de raiz deveria ser direito e economia. talvez a criação de um curso próprio juntando estas duas áreas, mais alguma sociologia, fosse indicado.
seria um curso como medicina. quando acaba o curso e os estágios é-se doutor. tão exigente ou mais que medicina.
e a profissão mais bem paga - bastante mais bem paga - do que médicos, economistas ou juristas.

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um médico qd acaba o curso não é doutor. Antigamente era licenciado e agora é mestre. Para ser doutor necessita de tirar um doutoramento.

quando acaba os cursos + internatos mais aquelas coisas todas que todos eles têm que fazer?
estranho! eu acho que é doutor. não precisa de fazer uma tese de doutoramento.
mas lá está, pode ser uma percepção totalmente errada.

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pois... sempre a aprender. parece que não é nada do que pensava.
então no fim do curso ( 6 anos?) é-se simplesmente mestre?
e os anos de internato e afins, (obrigatórios? não percebo nada disso) não acrescentam nada ao grau académico?

L

não - uma coisa são graus académicos e outra coisa são os graus profissionais.

um médico qd termina o curso (disciplinas + tese de mestrado) completa o grau académico de mestre em Medicina. O grau de mestre em medicina num curso reconhecido é necessário para que possa inscrever na Ordem dos Médicos e, por sua vez, estar inscrito na ordem dos médicos é essencial para exercer medicina em Portugal.

Quando um médico se forma é considerado como tendo uma licença provisória para exercer medicina - ou seja, só pode exercer supervisionado por um médico (a responsabilidade recai sobre o especialista que o supervisiona) - ou seja, não é autonomo no exercicio da medicina - não pode tomar decisões sem ser supervisionado. O que leva a alguns doentes a dizer que "estão para aí tantos e sem trabalhar - é porque supostamente não o podem fazer sem supervisão que nem sempre está disponivel).

Este periodo era (até este ano) considerado que vigorava até à conclusão do 2º ano de internato - ou seja um ano de internato comum + um ano de internato de especialidade. A partir de há pouco, a autonomia obtém-se no final do ano comum (é necessário mão-de-obra, mesmo que os doentes possam correr mais riscos).

A conclusão do internato complementar (que é feito após avaliações anuais e um exame de saída num hospital fora da zona de onde o médico fez o seu internato e avaliado pelo seu  orientador, chefe de serviço e mais três especialistas de outros hospitais (normalmente dois do hospital e um convidado de um terceiro hospital)) confere o grau profissional de especialista.

O grau profissional nada tem a ver com o grau académico. Para ter um doutoramento um médico tem de completar, numa universidade, um doutoramento...

fiquei esclarecido.
então o uso do termo Doutor, também para os que concluíram a especialidade, é abusivo.
eheh o que se deve então chamar a um médico que concluiu a formação?
Bom dia sr. mestre em medicina, especialista em ortopedia, dói-me aqui o joelho?

L

por convenção social usa-se "doutor" para o médico... acho que isso não é novidade para ninguém e é comum na grande parte dos países - portugal , espanha, frança, uk, you name it.

um especialista em ortopedia chama-se um ortopedista, penso que a resposta é óbvia.

Entre nós normalmente tratamos por doutor a quem tem maior grau profissional ou quem se encontra numa posição de chefia médica. Os restantes são tratados pela tarefa que desempenham, por exemplo:

* um interno do internato de ano comum, chama os restantes médicos de doutor, excepto os colegas do mesmo ano
* um interno do internato complementar, chama os especialistas de doutor, sendo que os restantes não são chamados de doutor
* um especialista normalmente trata os seus pares por doutor (ou superiores) por doutor
* um enfermeiro é sr. enfermeiro (q tb é dr visto ter uma licenciatura)
* um analista é sr. analista
* um tecnico de radiologia é sr técnico de radiologia

De cima para baixo, (do especialista para o interno), o tratamento por doutor não se faz normalmente. O uso de doutor é usado como reconhecimento de hierarquia.
Na medicina o reconhecimento da hierarquia é essencial para o bom funcionamento das equipas e para não andarmos todos à castanha - por isso basicamente tens:

aluno > interno de ano comum > interno de especialidade > especialista > chefe de equipa > chefe de serviço > chefe de departamento > director clinico

qd ouves nas noticias dizer que "os chefes de equipa de urgência" se demitiram, significa que aquele "nível" se demitiu - a demissão de chefes de equipa é "menos grave" q chefes de serviço. Note-se que do que sei, os chefes de equipa não recebem nada por o serem - normalmente é apontado como chefe de equipa, o especialista senior, sendo que os outros se subordinam aos mesmos.
A importancia desta estrutura é que normalmente o chefe de equipa foi o formador do especialista que se encontra a formar o interno de especialidade. Existe uma "ligação" ao longo de toda a formação que tende a solidificar a equipa. À medida que o interno vai avançando na formação, vão-lhe sendo atribuidas mais responsabilidades, até que está pronto para ser ele a "liderar" com maior independência a sua equipa de internos.

Qd se fala que as "empresas de recrutamento de médicos" deram cabo das equipas de urgência, tem a ver também com isso. Normalmente quem ia fazer essas horas foram ex-internos que passaram anos da sua formação naquele hospital / serviço com conhecimento da equipa (o internato médico não é feito todo no mesmo hospital e no mesmo serviço). Depois passou-se a ter pessoas (médicos) com desconhecimento quer dos serviços quer das equipas que muitas vezes nem sequer fazem mais do que uma ou duas urgências em determinado hospital, destruindo-se nos SU essa articulação importante...

completamente esclarecido. muito obrigado pela explicação.
embora um doutor só o seja quando doutorado, por tradição os médicos são chamados por Dr.
o que foi abusivo foi a extensão dessa tradição às outras licenciaturas/mestrados.
estou correcto?

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Re: Os Portugueses são irresponsáveis?
« Responder #106 em: 2015-06-25 02:15:52 »
O problema nem está em ser bem paga, mas no facto de criar pessoas sem uma ligação clara ao que interessa a uma sociedade. As actividades produtivas. O bem material de uma sociedade vai estar intimamente ligado a essas actividades, incluindo aquilo que pode ou não ser redistribuído sem reciprocidade, a regulamentação necessária e desejável, etc.

Se fores ver a composição da Assembleia da República, torna-se evidente que há ali um desequilíbrio de ocupações profissionais versus os pesos das mesmas na sociedade.

são todos advogados... ou quase. licenciados em direito pelo menos. muitos em universidades manhosas.

eu sou a favor de políticos profissionais. é um campo de saber enorme, a formação nunca pára e é muito exigente.
um bom político rodeia-se de staff que o liga à economia real.
a formação de raiz deveria ser direito e economia. talvez a criação de um curso próprio juntando estas duas áreas, mais alguma sociologia, fosse indicado.
seria um curso como medicina. quando acaba o curso e os estágios é-se doutor. tão exigente ou mais que medicina.
e a profissão mais bem paga - bastante mais bem paga - do que médicos, economistas ou juristas.

L

um médico qd acaba o curso não é doutor. Antigamente era licenciado e agora é mestre. Para ser doutor necessita de tirar um doutoramento.

quando acaba os cursos + internatos mais aquelas coisas todas que todos eles têm que fazer?
estranho! eu acho que é doutor. não precisa de fazer uma tese de doutoramento.
mas lá está, pode ser uma percepção totalmente errada.

Lark

pois... sempre a aprender. parece que não é nada do que pensava.
então no fim do curso ( 6 anos?) é-se simplesmente mestre?
e os anos de internato e afins, (obrigatórios? não percebo nada disso) não acrescentam nada ao grau académico?

L

não - uma coisa são graus académicos e outra coisa são os graus profissionais.

um médico qd termina o curso (disciplinas + tese de mestrado) completa o grau académico de mestre em Medicina. O grau de mestre em medicina num curso reconhecido é necessário para que possa inscrever na Ordem dos Médicos e, por sua vez, estar inscrito na ordem dos médicos é essencial para exercer medicina em Portugal.

Quando um médico se forma é considerado como tendo uma licença provisória para exercer medicina - ou seja, só pode exercer supervisionado por um médico (a responsabilidade recai sobre o especialista que o supervisiona) - ou seja, não é autonomo no exercicio da medicina - não pode tomar decisões sem ser supervisionado. O que leva a alguns doentes a dizer que "estão para aí tantos e sem trabalhar - é porque supostamente não o podem fazer sem supervisão que nem sempre está disponivel).

Este periodo era (até este ano) considerado que vigorava até à conclusão do 2º ano de internato - ou seja um ano de internato comum + um ano de internato de especialidade. A partir de há pouco, a autonomia obtém-se no final do ano comum (é necessário mão-de-obra, mesmo que os doentes possam correr mais riscos).

A conclusão do internato complementar (que é feito após avaliações anuais e um exame de saída num hospital fora da zona de onde o médico fez o seu internato e avaliado pelo seu  orientador, chefe de serviço e mais três especialistas de outros hospitais (normalmente dois do hospital e um convidado de um terceiro hospital)) confere o grau profissional de especialista.

O grau profissional nada tem a ver com o grau académico. Para ter um doutoramento um médico tem de completar, numa universidade, um doutoramento...

fiquei esclarecido.
então o uso do termo Doutor, também para os que concluíram a especialidade, é abusivo.
eheh o que se deve então chamar a um médico que concluiu a formação?
Bom dia sr. mestre em medicina, especialista em ortopedia, dói-me aqui o joelho?

L

por convenção social usa-se "doutor" para o médico... acho que isso não é novidade para ninguém e é comum na grande parte dos países - portugal , espanha, frança, uk, you name it.

um especialista em ortopedia chama-se um ortopedista, penso que a resposta é óbvia.

Entre nós normalmente tratamos por doutor a quem tem maior grau profissional ou quem se encontra numa posição de chefia médica. Os restantes são tratados pela tarefa que desempenham, por exemplo:

* um interno do internato de ano comum, chama os restantes médicos de doutor, excepto os colegas do mesmo ano
* um interno do internato complementar, chama os especialistas de doutor, sendo que os restantes não são chamados de doutor
* um especialista normalmente trata os seus pares por doutor (ou superiores) por doutor
* um enfermeiro é sr. enfermeiro (q tb é dr visto ter uma licenciatura)
* um analista é sr. analista
* um tecnico de radiologia é sr técnico de radiologia

De cima para baixo, (do especialista para o interno), o tratamento por doutor não se faz normalmente. O uso de doutor é usado como reconhecimento de hierarquia.
Na medicina o reconhecimento da hierarquia é essencial para o bom funcionamento das equipas e para não andarmos todos à castanha - por isso basicamente tens:

aluno > interno de ano comum > interno de especialidade > especialista > chefe de equipa > chefe de serviço > chefe de departamento > director clinico

qd ouves nas noticias dizer que "os chefes de equipa de urgência" se demitiram, significa que aquele "nível" se demitiu - a demissão de chefes de equipa é "menos grave" q chefes de serviço. Note-se que do que sei, os chefes de equipa não recebem nada por o serem - normalmente é apontado como chefe de equipa, o especialista senior, sendo que os outros se subordinam aos mesmos.
A importancia desta estrutura é que normalmente o chefe de equipa foi o formador do especialista que se encontra a formar o interno de especialidade. Existe uma "ligação" ao longo de toda a formação que tende a solidificar a equipa. À medida que o interno vai avançando na formação, vão-lhe sendo atribuidas mais responsabilidades, até que está pronto para ser ele a "liderar" com maior independência a sua equipa de internos.

Qd se fala que as "empresas de recrutamento de médicos" deram cabo das equipas de urgência, tem a ver também com isso. Normalmente quem ia fazer essas horas foram ex-internos que passaram anos da sua formação naquele hospital / serviço com conhecimento da equipa (o internato médico não é feito todo no mesmo hospital e no mesmo serviço). Depois passou-se a ter pessoas (médicos) com desconhecimento quer dos serviços quer das equipas que muitas vezes nem sequer fazem mais do que uma ou duas urgências em determinado hospital, destruindo-se nos SU essa articulação importante...

completamente esclarecido. muito obrigado pela explicação.
embora um doutor só o seja quando doutorado, por tradição os médicos são chamados por Dr.
o que foi abusivo foi a extensão dessa tradição às outras licenciaturas/mestrados.
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Re: Os Portugueses são irresponsáveis?
« Responder #107 em: 2015-06-25 09:26:52 »
Atenção que o  elevado grau  ou o acumular de funções nao significa em competencia , tanto pratica como teorica....

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Re: Os Portugueses são irresponsáveis?
« Responder #108 em: 2015-06-25 11:39:27 »
Por isso é que pode pedir 1.500€ só para ele, fora as despesas hospitalares. Com despesas hospitalares a operação a um joelho fica por 2.400€.
Mas em termos de joelhos dizem que é top.

Eu deverei ir para um mais em conta...



Se for muito bom , 2400 tudo incluido é capaz de ser justo , fora de Portugal é uma pechincha , nem sei porque vao a Espanha , Italia etc

http://www.villastuart.it/trova_servizio/

É a parte que fica a cargo do paciente, não o custo total. Eu vou optar por um cujo custo para mim ronda os 500€.

Sobre custos médicos no estrangeiro, o meu tio teve uma infecção urinária e por 2 horas num hospital de Barcelona pagou 900€.
“Our values are human rights, democracy and the rule of law, to which I see no alternative. This is why I am opposed to any ideology or any political movement that negates these values or which treads upon them once it has assumed power. In this regard there is no difference between Nazism, Fascism or Communism..”
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Re: Os Portugueses são irresponsáveis?
« Responder #109 em: 2015-06-25 13:24:03 »
Pois...os médicos e advogados sempre foram reconhecidos por Dr. (não confundir com Doutor ou Professor).

Depois há os Médicos Dentistas que no meu entender têm um complexo inerente à profissão e uma luta constante pelo reconhecimento como médicos. Esses também são Drs.
Nos EUA são os podologistas que querem ser Drs.

Depois há os farmacêuticos...esses são também Drs.

Os enfermeiros geralmente têm orgulho em ser enfermeiros e não procuram ser chamados de Dr.

Os assistentes sociais...é incrível! Esses EXIGEM ser tratados por Dr.

Os psicólogos também são Drs.

...
"Como seria viver a vida que realmente quero?"

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Re: Os Portugueses são irresponsáveis?
« Responder #110 em: 2015-06-25 13:28:11 »
Pois...os médicos e advogados sempre foram reconhecidos por Dr. (não confundir com Doutor ou Professor).

Depois há os Médicos Dentistas que no meu entender têm um complexo inerente à profissão e uma luta constante pelo reconhecimento como médicos. Esses também são Drs.
Nos EUA são os podologistas que querem ser Drs.

Depois há os farmacêuticos...esses são também Drs.

Os enfermeiros geralmente têm orgulho em ser enfermeiros e não procuram ser chamados de Dr.

Os assistentes sociais...é incrível! Esses EXIGEM ser tratados por Dr.

Os psicólogos também são Drs.

...

Qualquer badameco que trabalhe para o estado e tenha licenciatura é tratado por DR , nem que seja pelo pessoal da limpeza , telefonistas e vigilantes...

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Re: Os Portugueses são irresponsáveis?
« Responder #111 em: 2015-06-25 14:23:05 »
Pois...os médicos e advogados sempre foram reconhecidos por Dr. (não confundir com Doutor ou Professor).

Depois há os Médicos Dentistas que no meu entender têm um complexo inerente à profissão e uma luta constante pelo reconhecimento como médicos. Esses também são Drs.
Nos EUA são os podologistas que querem ser Drs.

Depois há os farmacêuticos...esses são também Drs.

Os enfermeiros geralmente têm orgulho em ser enfermeiros e não procuram ser chamados de Dr.

Os assistentes sociais...é incrível! Esses EXIGEM ser tratados por Dr.

Os psicólogos também são Drs.

...

Qualquer badameco que trabalhe para o estado e tenha licenciatura é tratado por DR , nem que seja pelo pessoal da limpeza , telefonistas e vigilantes...

qualquer badameco que trabalhe para qualquer empresa e que tenha licenciatura, seja do que for, é tratado por dr ou engº pelo menos pela telefonista. depois depende. isso pode alargar-se muito ou não. já fiz consultoria numa multinacional que parecia a a assembleia da republica. ó sôtor, sôtor, ó sôtor...

L
« Última modificação: 2015-06-25 14:23:49 por Lark »
Be Kind; Everyone You Meet is Fighting a Battle.
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Re: Os Portugueses são irresponsáveis?
« Responder #112 em: 2015-06-25 14:44:52 »
Pois...os médicos e advogados sempre foram reconhecidos por Dr. (não confundir com Doutor ou Professor).

Depois há os Médicos Dentistas que no meu entender têm um complexo inerente à profissão e uma luta constante pelo reconhecimento como médicos. Esses também são Drs.
Nos EUA são os podologistas que querem ser Drs.

Depois há os farmacêuticos...esses são também Drs.

Os enfermeiros geralmente têm orgulho em ser enfermeiros e não procuram ser chamados de Dr.

Os assistentes sociais...é incrível! Esses EXIGEM ser tratados por Dr.

Os psicólogos também são Drs.

...

Qualquer badameco que trabalhe para o estado e tenha licenciatura é tratado por DR , nem que seja pelo pessoal da limpeza , telefonistas e vigilantes...

qualquer badameco que trabalhe para qualquer empresa e que tenha licenciatura, seja do que for, é tratado por dr ou engº pelo menos pela telefonista. depois depende. isso pode alargar-se muito ou não. já fiz consultoria numa multinacional que parecia a a assembleia da republica. ó sôtor, sôtor, ó sôtor...

L

eu gostava de ser "SIR"  , sera que ha alguem a vender um titulo em Inglaterra?

Automek

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Re: Os Portugueses são irresponsáveis?
« Responder #113 em: 2015-06-25 15:33:11 »
Qd se fala que as "empresas de recrutamento de médicos" deram cabo das equipas de urgência, tem a ver também com isso. Normalmente quem ia fazer essas horas foram ex-internos que passaram anos da sua formação naquele hospital / serviço com conhecimento da equipa (o internato médico não é feito todo no mesmo hospital e no mesmo serviço). Depois passou-se a ter pessoas (médicos) com desconhecimento quer dos serviços quer das equipas que muitas vezes nem sequer fazem mais do que uma ou duas urgências em determinado hospital, destruindo-se nos SU essa articulação importante...
Nos outros países as urgências também são asseguradas por médicos internos desse hospital que vão às urgências fazer 24 horas ?

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Re: Os Portugueses são irresponsáveis?
« Responder #114 em: 2015-06-25 15:39:11 »
um amigo meu contou a rir se que no internato fazia "banco" e ja estava em pe ha nao sei quantas horas , tentou colocar um dreno ou algo do genero e nao conseguiu , disse que era so sangue a espirrar..... depois de massacrar a pessoa la conseguiu e foi dormir ...

 ;D

Ha mais estorias , mas sao mais engraçadas para eles , grande parte tem humor negro (ou nao estivessem nas urgencias do publico..) e é algo "GORE"

Moppie85

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Re: Os Portugueses são irresponsáveis?
« Responder #115 em: 2015-06-26 02:35:10 »
Qd se fala que as "empresas de recrutamento de médicos" deram cabo das equipas de urgência, tem a ver também com isso. Normalmente quem ia fazer essas horas foram ex-internos que passaram anos da sua formação naquele hospital / serviço com conhecimento da equipa (o internato médico não é feito todo no mesmo hospital e no mesmo serviço). Depois passou-se a ter pessoas (médicos) com desconhecimento quer dos serviços quer das equipas que muitas vezes nem sequer fazem mais do que uma ou duas urgências em determinado hospital, destruindo-se nos SU essa articulação importante...
Nos outros países as urgências também são asseguradas por médicos internos desse hospital que vão às urgências fazer 24 horas ?

depende de país para país. Em Espanha pelo que me contam é similar ao que era em Portugal. No UK é um bocado diferente pq tens vários sistemas a concorrer ao mesmo tempo.

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Re: Os Portugueses são irresponsáveis?
« Responder #116 em: 2015-06-26 09:07:18 »
No Uk o enfermeiro tem mais responsabilidades , algumas iguais aos medicos de ca....

Voltando ao topico , acho que podemos ver um povo pela forma como conduz (?)

Moppie85

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Re: Os Portugueses são irresponsáveis?
« Responder #117 em: 2015-06-26 09:54:10 »
No Uk o enfermeiro tem mais responsabilidades , algumas iguais aos medicos de ca....

Voltando ao topico , acho que podemos ver um povo pela forma como conduz (?)

tem sim senhor - mas também tem formação contínua para isso.
basta pensar que em Portugal, a mesma formação ou é paga por laboratorios (rarissimo nos enfermeiros), ou é paga pelos próprios ou não existe. Já dei o exemplo do ALS e do ATLS que são gratuitos no NHS e em Portugal custam para cima de 1000€ aos médicos, o que leva a que a maior parte não os tenha.

nota que embora possam fazer alguns actos médicos devidamente enquadrados (com procedimentos bem definidos em quando e como), estão impedidas de prescrever para além de coisas básicas e pomadas. Os dentistas por exemplo, em termos de analgesia só podem prescrever paracetamol e ibuprofeno. Em Portugal, um dentista pode declarar um óbito e prescrever todo o tipo de droga que não entende.

Relativamente ao povo Português é ignorante, o que o leva a tomar decisões irresponsáveis. Assim, quando comparado com grande parte dos países desenvolvidos pode-se dizer que de facto, em conjunto, são um povo mais irresponsável que, por exemplo, os ingleses (que não foram nas cantigas do Ed) e que em todas as medidas que tomam, a primeira coisa a ser discutida é o custo da mesma e se esta será vantajosa overall (com estudos independentes). Em Portugal tem-se governos que no fim de mandato assinam TGVs que já se sabiam impossiveis de financiar e garantia-se a sua rentabilidade à la SCUT (com invenção de tráfico muito acima do razoável). Não me lembro de ver a CS ou os Portugueses debaterem esse contrato, o que os torna irresponsáveis e o governo criminosamente irresponsável.


jeab

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Re: Os Portugueses são irresponsáveis?
« Responder #118 em: 2015-06-26 13:13:24 »
No Uk o enfermeiro tem mais responsabilidades , algumas iguais aos medicos de ca....

Voltando ao topico , acho que podemos ver um povo pela forma como conduz (?)

tem sim senhor - mas também tem formação contínua para isso.
basta pensar que em Portugal, a mesma formação ou é paga por laboratorios (rarissimo nos enfermeiros), ou é paga pelos próprios ou não existe. Já dei o exemplo do ALS e do ATLS que são gratuitos no NHS e em Portugal custam para cima de 1000€ aos médicos, o que leva a que a maior parte não os tenha.

nota que embora possam fazer alguns actos médicos devidamente enquadrados (com procedimentos bem definidos em quando e como), estão impedidas de prescrever para além de coisas básicas e pomadas. Os dentistas por exemplo, em termos de analgesia só podem prescrever paracetamol e ibuprofeno. Em Portugal, um dentista pode declarar um óbito e prescrever todo o tipo de droga que não entende.

Relativamente ao povo Português é ignorante, o que o leva a tomar decisões irresponsáveis. Assim, quando comparado com grande parte dos países desenvolvidos pode-se dizer que de facto, em conjunto, são um povo mais irresponsável que, por exemplo, os ingleses (que não foram nas cantigas do Ed) e que em todas as medidas que tomam, a primeira coisa a ser discutida é o custo da mesma e se esta será vantajosa overall (com estudos independentes). Em Portugal tem-se governos que no fim de mandato assinam TGVs que já se sabiam impossiveis de financiar e garantia-se a sua rentabilidade à la SCUT (com invenção de tráfico muito acima do razoável). Não me lembro de ver a CS ou os Portugueses debaterem esse contrato, o que os torna irresponsáveis e o governo criminosamente irresponsável.

Bolas, haja alguém que coloque o dedo na ferida.   Criminalizar os actos irresponsáveis dos sucessivos governantes que levaram a este ponto de endividamento, comprometendo as gerações futuras,  é no mínimo exigível e um acto de justiça.  Um Povo que o não faça, é irresponsável perante essas gerações futuras, os seus próprios filhos e netos.
O Socialismo acaba quando se acaba o dinheiro - Winston Churchill

Toda a vida política portuguesa pós 25 de Abril/74 está monopolizada pelos partidos políticos, liderados por carreiristas ambiciosos, medíocres e de integridade duvidosa.
Daí provém a mediocridade nacional!
O verdadeiro homem inteligente é aquele que parece ser um idiota na frente de um idiota que parece ser inteligente!

Thunder

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Re: Os Portugueses são irresponsáveis?
« Responder #119 em: 2015-06-27 20:52:14 »
A votação está fechada ... assim já não posso votar :(
As opções são bem extremadas, logo limitam um bocado o expressar da nossa verdadeira opinião.
Mas dentro das opções à disposição, votaria que são irresponsáveis. Não porque na vida privada sejam irresponsáveis, conheço n pessoas impecáveis. Não porque haja algo inato para que assim seja. Não porque todos o sejam. Mas porque a nível social, na convivência em comunidade, na forma como vemos uma organização social, penso que ainda há muita ignorância, muito clubismo. Esta falta de saber estar social, penso ser derivado duma democracia muito recente e que começou duma forma um bocado "torta". Logo penso que com o passar do tempo seremos menos irresponsáveis. Tudo isto que estou a dizer é no sentido de saber como organizar uma sociedade, como conviver com os outros, etc.

---//---

O Inc disse:

"Eu votei que são tão responsáveis como quaisquer outros. Porém, vão em demagogias e por isso elegem tendencialmente irresponsáveis."

Mas se vão em demagogias constantemente, chamemos os bois pelos nomes, numa média são irresponsáveis. Eleger representantes é a coisa mais fundamental do nosso dia a dia; rege as regras que temos que cumprir, os impostos que temos que pagar, o futuro que deixámos para outras gerações. Se escolhemos sistematicamente mal, quer a nível local, quer a nível nacional, nessa área o que somos?

---//---

O Lark disse:

"pronto, são responsáveis como qualquer outro mas vão mais em demagogias que os outros. o que é que vem a seguir?

vão tanto em demagogias como quaisquer outros...e se calhar menos que muitos.
olha para os alemães e para o maior demagogo da história - o nosso amigo Adolfo...
vais-me dizer que os alemães sofreram todos uma mutação genética de 1945 para 2015 que os tornou imunes à demagogia?
é algo assim como a tolerância à lactose?  os alemães desenvolveram intolerância à demagogia nos últimos 70 anos?"

---//---

A ascensão do Hitler ao poder não foi uma coisa tipo, apareceram as dificuldades, ele apareceu com o discurso fácil e salvador (demagogia) e saltou logo para o poder com uma aceitação enorme.
Tiveram votações de 3% em 1924 e 2,6% em 1928. Na esteira dum processo de hiperinflação e revolta contra as reparações aos vencedores da WWI; logo neste episódio difícil o povo não foi logo em cantigas. E esse é normalmente o factor que as pessoas invocam para a ascensão dos Nazis. (não digo que seja a tua opinião)
Mesmo com a grande depressão e nova cacetada na economia tiveram 18% nas eleições de 1930.
Com o aprofundar ainda maior da crise nas eleições presidenciais de 1932 ficou bem longe do Hindenburg em ambas as voltas.
Há que não esquecer que havia pancadaria em várias cidades e que as pessoas com medo (físico, com medo de apanharem ou morrerem) raciocinam muito pouco. E nessa altura o partido nazi já tinha um pequeno exército aos seus comandos. Esse factor mais as excelentes técnicas "publicitárias" dos nazis originaram uma subida nas eleições de 1932 (37%). Os comunistas ainda tinham uma votação razoável (15%). Novas eleições no final de 1932 e os nazis caem para 33% (logo não é linear que se não usassem os meios tortos que usaram que chegariam ao poder com maioria).
Houve uma verdadeira caça aos comunistas por parte dos nazis e em conjunto com o incêndio do Reichstag no início de 1933 (episódio altamente emocional e simbólico) a porta ficou aberta para a tomada de poder. Hindenburg anula muitas das liberdades civis e assim os nazis podem perseguir adversários políticos à vontade. Mesmo assim nas eleições de 1933 não tiveram maioria absoluta (44%). Mas isso já não interessava pois nessa altura os nazis basicamente já governavam sem controle do parlamento.

Logo do meu ponto de vista e tendo em conta as dificuldades atravessadas (ressaca da WWI, hiperinflação, Grande depressão, insegurança nas cidades) acho que ele até teve muita dificuldade em conseguir o poder. E no fundo nunca teve maioria.



« Última modificação: 2015-06-27 21:00:46 por Thunder »
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