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Autor Tópico: Colectivismo e Individualismo - Tópico principal  (Lida 141567 vezes)

Incognitus

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Re: Colectivismo e Individualismo - Tópico principal
« Responder #960 em: 2019-03-18 11:46:53 »
Convém sempre ler os relatórios.
Só olhei rapidamente para o site de Yale, mas parece-me que o índice não reflete a qualidade ambiental no momento atual mas a performance de cada país na melhoria da qualidade ambiental. Por exemplo a Mongólia aparece no lugar 83  e Guyana no lugar 128. É pouco crível que Mongolia com densidade populacional de 2h/Km2 e Guyana 3hab/km2 sem industria que se veja, estejam muito poluidas. Nas cidades devem ser deficientes em todos os aspectos desde a recolha ao tratamento do lixo e na Guyana não devem ter medidas para proteger floresta, mas não consigo imaginar que ar no meio da estepe mongol sem ninguem à volta num raio de 200Km ou no meio da floresta amazónica da Guyana, seja irrespirável devido a fumos de automáveis com 50 anos ou fábricas sem nenhum tratamento.

O que está escrito quanto aos critério para o indicador de "Clima e Energia" (o que tem maior peso: 30%) é:

Citar
The Climate & Energy issue category uses five indicators to track a country’s progress in reducing three critical greenhouse gases and one climate pollutant. In adding non-CO2 indicators to the 2018 EPI, we have broadened the gauge of national climate change performance. We leverage new emissions inventories to construct a series of metrics intended to yield a more comprehensive assessment of a country’s overall performance.

We measure each country’s Climate & Energy score across the following five indicators:

Carbon Dioxide – Total. This CO2 metric tracks trends on carbon intensity from the entire economy, in terms of metric tonnes of CO2 emissions per unit of GDP.
Carbon Dioxide – Power Sector. This CO2 metric tracks trends on carbon intensity from the power sector, in terms of metric tonnes of CO2 emissions per unit of kWh of electricity and heat.
Methane. Tracks trends in national emissions intensities of methane gas, reported in metric tonnes of CO2-equivalent per unit of GDP.
Nitrous Oxide. Tracks trends in national emissions intensities of nitrous oxide emissions, reported in metric tonnes of CO2-equivalent per unit of GDP.
Black Carbon. Tracks trends in national emissions intensities of black carbon emissions, reported in Gigagrams (Gg) of black carbon per unit of GDP.

Mas mesmo quanto à lista, vejo no topo os países escandinavos que começaram com governos sociais democratas há cerca de 100 anos os quais devem ter liderado os governos durante 60-75% do periodo, França e UK onde no pós guerra deve ter andado perto dos 50%.
Do outro lado Taiwan até está numa posição razoável mas Coreia e Singapura nem por isso.

Tipicamente terias que olhar para a poluição por unidade de produção. É claro que se produzem pouco, tenderão a ser pouco poluídos em termos absolutos.
"Nem tudo o que pode ser contado conta, e nem tudo o que conta pode ser contado.", Albert Einstein

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vbm

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Re: Colectivismo e Individualismo - Tópico principal
« Responder #961 em: 2019-06-13 19:39:15 »
O que é que vocês acham da proposta do Guterres
de tributar a produção na proporção em que polua
em vez dos salários e lucros brutos
requeridos para produzir
o que se vende!?

vbm

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Re: Colectivismo e Individualismo - Tópico principal
« Responder #962 em: 2019-06-13 19:44:27 »
Bem, - imagino -, com direito a transferir tributos
na distribuição dos produtos intermédios. Claro,
sempre o consumidor final pagador!

Incognitus

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Re: Colectivismo e Individualismo - Tópico principal
« Responder #963 em: 2019-06-13 20:46:47 »
O que é que vocês acham da proposta do Guterres
de tributar a produção na proporção em que polua
em vez dos salários e lucros brutos
requeridos para produzir
o que se vende!?

Depende do que signifique "polua". Por exemplo, o CO2 não é poluição.

Em todo o caso duvido que as coisas mudem muito.
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kitano

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Re: Colectivismo e Individualismo - Tópico principal
« Responder #964 em: 2019-06-13 20:52:37 »
Eu acho fantástico como o Guterres chegou onde chegou
"Como seria viver a vida que realmente quero?"

Reg

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Re: Colectivismo e Individualismo - Tópico principal
« Responder #965 em: 2019-06-13 21:45:34 »
olha ONU  tem como juizes dos direitos humanos a china e arabia saudita e mais outros do genero....

na realidade  ter la guterres ate nem e pior!

Em setembro de 2015, Faisal bin Hassan Trad, da Arábia Saudita, foi eleito o presidente do painel do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas que nomeia peritos independentes,[164] um movimento criticado por grupos de direitos humanos.[165][166]

a mesma arabia saudita dava chibadas a quem escrevia  ideias liberais nos blogs
https://rr.sapo.pt/noticia/40708/arabia-saudita-recurso-por-blogger-condenado-a-chicotadas
Raif Badawi foi condenado a 10 anos de prisão, a mil chibatadas e a uma multa pesada por ter criado um website para o debate social e político, "Free Saudi Liberals", considerado ofensivo para o Islão.
« Última modificação: 2019-06-13 22:50:29 por Reg »
Democracia Socialista Democrata. igualdade de quem berra mais O que é meu é meu o que é teu é nosso

vbm

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Re: Colectivismo e Individualismo - Tópico principal
« Responder #966 em: 2019-06-13 22:16:36 »

Depende do que signifique "polua". Por exemplo, o CO2 não é poluição.
[ ]

Realmente, nunca percebi direito a poluição e a química.
Ouvi no liceu que as plantas de dia libertam oxigénio
e de noite exalam anidrido carbónico.

De modo que, fico sem saber
qual o resultado!

Igualmente, - ouço dizer -, os oceanos
têm uma influência no clima decisiva,
mas ignora-se mais de 95% do
que essa influência seja!

De qualquer modo, há certezas
particulares:

o plástico demora meio
milhar de anos a
decompor-se

Automek

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Re: Colectivismo e Individualismo - Tópico principal
« Responder #967 em: 2019-07-20 10:03:43 »
É difícil compreender como é que um partido que quer entrar no parlamento pode propor uma coisa destas. É absurdo demais.


Reg

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Re: Colectivismo e Individualismo - Tópico principal
« Responder #968 em: 2019-07-20 22:52:32 »
quer dar liçao aos irlandeses  destruindo empresa  faz concorrencia Tap e Cp

« Última modificação: 2019-07-20 22:53:33 por Reg »
Democracia Socialista Democrata. igualdade de quem berra mais O que é meu é meu o que é teu é nosso

Incognitus

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Re: Colectivismo e Individualismo - Tópico principal
« Responder #969 em: 2019-07-22 15:42:59 »
É difícil compreender como é que um partido que quer entrar no parlamento pode propor uma coisa destas. É absurdo demais.

O que é realmente difícil, é de compreender como podem existir pessoas tão burras, que lhes incomoda que o preço de uma viagem de avião seja inferior a uma de comboio. É uma coisa de tal forma surreal ...
"Nem tudo o que pode ser contado conta, e nem tudo o que conta pode ser contado.", Albert Einstein

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vbm

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Re: Colectivismo e Individualismo - Tópico principal
« Responder #970 em: 2019-08-02 07:59:41 »
O quê, quem, porquê, como, quando vai ser o embate final Peking / Hong-Kong?

vifer

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Re: Colectivismo e Individualismo - Tópico principal
« Responder #971 em: 2019-08-02 10:18:52 »
É difícil compreender como é que um partido que quer entrar no parlamento pode propor uma coisa destas. É absurdo demais.

O que é realmente difícil, é de compreender como podem existir pessoas tão burras, que lhes incomoda que o preço de uma viagem de avião seja inferior a uma de comboio. É uma coisa de tal forma surreal ...

Importante mesmo é: "Jorge Pinto Falou..." ???

D. Antunes

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Re: Colectivismo e Individualismo - Tópico principal
« Responder #972 em: 2019-08-05 21:47:33 »
Propriedade e capitalismo

Adolfo Mesquita Nunes

Opinião

O comunismo pretendeu criar um mundo sem propriedade privada, impondo o desapossamento por lei e pela força, tentando amputar a natureza humana de um sentimento de posse, de propriedade, como que desconhecendo a sua conaturalidade, como se esta ideia de ter, de lutar por ter, de querer ter, de ambicionar, não fosse tão natural quanto respirar - e por isso impossível de ser afastada por uma qualquer normativa estadual.

Nesse seu esforço, o contraste com o capitalismo era evidente, fácil de desenhar e de provar, porque do lado de cá do muro se celebrava e incentivava o oposto, construindo-se um modelo económico que partia precisamente dessa natural inclinação para a posse, para a ambição. A propriedade como que estruturou a sociedade capitalista, uma sociedade empreendedora, autónoma, dona do seu destino, engenhosa, em que quem não tinha queria ter, lutava por ter.
O colapso económico e cultural do comunismo fundou-se muito nessa fracassada tentativa de erradicar o sentido de propriedade. Não deixa por isso de ser irónico que seja o capitalismo, na sua evolução, na sua liberdade de empresa, a contribuir hoje, e de forma surpreendente para os mais distraídos, para um certo declínio da ambição por propriedade, para a mitigação dessa necessidade, vontade, de ter, de ter mais, de ter o que deixar aos filhos.

Não se trata de afirmar a morte do direito de propriedade, nem tão-pouco de identificar um movimento ideológico destinado a construir um amanhã que canta comunitarista, mas apenas de realçar que há um certo declínio cultural da noção de propriedade, e que é bastante acentuada pelo desenvolvimento do modelo ou da lógica do acesso em vez do modelo da posse: em vez de termos livros, podemos aceder a eles através de uma app, em vez de termos filmes, podemos aceder a eles através de um sistema de streaming, em vez de termos um carro, podemos aceder a qualquer carro em car sharing, em vez de termos álbuns de fotografias, despejamos tudo numa cloud - para dar quatro exemplos simples.

Toda esta evolução, que só foi possível no âmbito do comércio e do mercado livres - e que é muitas vezes descrita de forma caricatural a propósito da geração millennial, retratada como avessa a compromissos duradouros de posse e propriedade -, está a contribuir mais fortemente para a modelação do sentimento de propriedade do que décadas de intenso doutrinamento comunista.

E este movimento convoca-me, interpela-me, porque ele não será inconsequente. Se entendo que uma sociedade sem forte sentido de propriedade poderá seguramente ser mais flexível, viver até um modo de vida que me atrai e de que participo, não deixo de pensar que ela corre o risco de se tornar menos autónoma - uma sociedade sem nada a perder e que por isso desconhece o risco e o trabalho da propriedade.

Advogado
“Price is what you pay. Value is what you get.”
“In the short run the market is a voting machine. In the long run, it’s a weighting machine."
Warren Buffett

“O bom senso é a coisa do mundo mais bem distribuída: todos pensamos tê-lo em tal medida que até os mais difíceis de contentar nas outras coisas não costumam desejar mais bom senso do que aquele que têm."
René Descartes

vbm

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Re: Colectivismo e Individualismo - Tópico principal
« Responder #973 em: 2019-08-05 22:30:45 »
Li por alto. Lembro, contudo, que se o comunismo é expropriador, o capitalismo não o é menos. O capital técnico requerido nos processos industriais contemporâneos assim como os da grande distribuição requerem enormes somas de capital angariadas através de impostos, emissão de papel-moeda inconvertível em ouro, falências de bancos, concentração monopolista de grandes ramos de negócio, concentração de riqueza patrimonial mobiliária e imobiliária em pequeno número de famílias afluentes, de vida superluxuosa a par de governos autoritários corruptos de igual vida superluxuosa. Ora se isto não é expropriação, está a falar-se grego! Em todo o caso é certo, que como economista, posso obtemperar que ainda há lugar para um grande espectro da classe média empreendedora, sobretudo na forma multíplice de inúmeros subcontratos que asseguram os chamados consumos intermédios de quaisquer grandes actividades industriais e comerciais, subcontratos esses em que pequenos e médios empreendedores podem realmente singrar na gestão de seus pequenos negócios, ainda que largamente dependentes dos ditos sectores monopolistas públicos ou privados em que se concentra o grande capital na fase actual do capitalismo, tendencialmente cada vez mais a ser de natureza estadual e militar.

Thunder

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Re: Colectivismo e Individualismo - Tópico principal
« Responder #974 em: 2019-08-20 13:18:08 »
Eu acho fantástico como o Guterres chegou onde chegou

Penso exactamente o mesmo ...
Nullius in Verba
Divide et Impera
Não há almoços grátis
Facts do not cease to exist because they are ignored
Bulls make money, bears make money.... pigs get slaughtered

Automek

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Re: Colectivismo e Individualismo - Tópico principal
« Responder #975 em: 2019-08-26 11:41:21 »
Desapareceu o famoso mural de Banksy que criticava o Brexit na fachada de um edifício

Citar
O desaparecimento da obra está a gerar polémica entre os habitantes da cidade, que falam num ataque à cultura e criticam aqueles que terão feito desaparecer o trabalho.

“Porquê??? Não consigo perceber porque pintariam por cima desta obra-prima, é uma tragédia”, escreveu no Facebook uma moradora de Dover.

A tragédia é estas pessoas não serem consequentes com a maneira de pensar e terem angariado fundos para comprar o prédio e manter a pintura que tanto apreciam. Para estes colectivistas o dono do prédio é que tinha de sustentar esse seu capricho.

Automek

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Re: Colectivismo e Individualismo - Tópico principal
« Responder #976 em: 2019-09-13 15:47:35 »
Colectivismo é isto. É um alfarrabista com problemas para sobreviver por causa da renda, é uma associação que tem um espaço público sem pagar renda e é essa associação ceder arbitrariamente espaço gratuito a este alfarrabista. A este alfarrabista, não a outro. Não por sorteio, não por concurso (não é que isso se tornasse melhor, mas sempre era menos mau).
Os outros alfarrabistas que façam pela vida, que paguem a renda de mercado ou que fechem. É a vida.

https://www.sabado.pt/vida/detalhe/cinco-milhoes-de-livros-e-um-gato-vai-nascer-a-maior-livraria-do-pais

(eu sou insuspeito porque adoro deambular por alfarrabistas e fico chateado por cada um que desaparece - a Barateira, por exemplo, era dos meus sítios preferidos na baixa)

Automek

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Re: Colectivismo e Individualismo - Tópico principal
« Responder #977 em: 2019-09-13 16:25:37 »
O colectivismo totalmente entranhado na sociedade. Alguém decide o que é necessário para os outros.




JohnyRobaz

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Re: Colectivismo e Individualismo - Tópico principal
« Responder #978 em: 2019-09-13 23:41:33 »
Propriedade e capitalismo

Adolfo Mesquita Nunes

Opinião

O comunismo pretendeu criar um mundo sem propriedade privada, impondo o desapossamento por lei e pela força, tentando amputar a natureza humana de um sentimento de posse, de propriedade, como que desconhecendo a sua conaturalidade, como se esta ideia de ter, de lutar por ter, de querer ter, de ambicionar, não fosse tão natural quanto respirar - e por isso impossível de ser afastada por uma qualquer normativa estadual.

Nesse seu esforço, o contraste com o capitalismo era evidente, fácil de desenhar e de provar, porque do lado de cá do muro se celebrava e incentivava o oposto, construindo-se um modelo económico que partia precisamente dessa natural inclinação para a posse, para a ambição. A propriedade como que estruturou a sociedade capitalista, uma sociedade empreendedora, autónoma, dona do seu destino, engenhosa, em que quem não tinha queria ter, lutava por ter.
O colapso económico e cultural do comunismo fundou-se muito nessa fracassada tentativa de erradicar o sentido de propriedade. Não deixa por isso de ser irónico que seja o capitalismo, na sua evolução, na sua liberdade de empresa, a contribuir hoje, e de forma surpreendente para os mais distraídos, para um certo declínio da ambição por propriedade, para a mitigação dessa necessidade, vontade, de ter, de ter mais, de ter o que deixar aos filhos.

Não se trata de afirmar a morte do direito de propriedade, nem tão-pouco de identificar um movimento ideológico destinado a construir um amanhã que canta comunitarista, mas apenas de realçar que há um certo declínio cultural da noção de propriedade, e que é bastante acentuada pelo desenvolvimento do modelo ou da lógica do acesso em vez do modelo da posse: em vez de termos livros, podemos aceder a eles através de uma app, em vez de termos filmes, podemos aceder a eles através de um sistema de streaming, em vez de termos um carro, podemos aceder a qualquer carro em car sharing, em vez de termos álbuns de fotografias, despejamos tudo numa cloud - para dar quatro exemplos simples.

Toda esta evolução, que só foi possível no âmbito do comércio e do mercado livres - e que é muitas vezes descrita de forma caricatural a propósito da geração millennial, retratada como avessa a compromissos duradouros de posse e propriedade -, está a contribuir mais fortemente para a modelação do sentimento de propriedade do que décadas de intenso doutrinamento comunista.

E este movimento convoca-me, interpela-me, porque ele não será inconsequente. Se entendo que uma sociedade sem forte sentido de propriedade poderá seguramente ser mais flexível, viver até um modo de vida que me atrai e de que participo, não deixo de pensar que ela corre o risco de se tornar menos autónoma - uma sociedade sem nada a perder e que por isso desconhece o risco e o trabalho da propriedade.

Advogado

Das pessoas que mais respeito na política portuguesa. Infelizmente, está num partido que está nos meus antípodas. Antes se mudasse para a IL, por exemplo, sempre fazia mais sentido considerando que é muito mais um liberal que um conservador.

vbm

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Re: Colectivismo e Individualismo - Tópico principal
« Responder #979 em: 2019-09-14 03:53:56 »
Muito boa reflexão, a de adolfo mesquita nunes.

Provado está que o excessivo poder nas mãos de um punhado
de possidentes políticos, militares, religiosos, sem
o contrapeso de um forte individualismo que
lhe faça frente, tende à mais desumana
ditadura que impõe a alienação
intelectual e afectiva
das massas.