Paradoxal mente
ando a regredir
do crítico para
o criticado que
pelos vistos me está
a enkantar...
A Crítica da Razão Pura
sempre foi um texto difícil,
numa escrita pouco atraente.
Mas não é que agora
estou a perceber
tudo melhor!?
E surpreendentemente,
o trecho abaixo, hermético,
- mas com sentido na base
significante dos termos de Kant -,
quase impenetrável, torna-se
cristalino para quem haja lido
o Divina Comédia de Dante,
agora gravado em titânio e
ouro, e lançado para o espaço!
Este o trecho, p.[138],
da edição da Gulbenkian:
Mas este princípio(*) não é, contudo, princípio para todo
o entendimento possível em geral, mas só para aquele
cuja apercepção pura na representação: eu sou, nada
proporciona ainda de diverso. Um entendimento que,
tomando consciência de si mesmo, fornecesse ao mesmo
tempo o diverso da intuição, um entendimento, mediante
cuja representação existissem simultaneamente os objectos
dessa representação, não teria necessidade de um acto
particular de síntese do diverso para a unidade da consciência,
como disso carece o entendimento humano, que só pensa,
não intui. Mas para o entendimento humano, o acto de síntese
é, inevitavelmente, o primeiro princípio, de tal modo que
o entendimento humano não pode formar o mínimo conceito
de outro entendimento possível, seja de um entendimento que
seria ele mesmo intuitivo, seja de um outro que teria por
fundamento uma intuição, a qual, embora sensível, fosse de
diferente espécie da que se produz no espaço e no tempo
(*) O princípio da unidade originária sintética da apercepção