Por exemplo, uma frase deste género:
O Estado deve apoiar todas as iniciativas que evidenciem efetiva responsabilidade social em detrimento daquelas que visam única e exclusivamente a rentabilidade financeira e a acumulação de riqueza que não é partilhada nem reinvestida.
Ignora que existindo apoios, estes se apresentarão exactamente com a forma desejada, independentemente do seu objectivo final. Isso é regra para todo o tipo de apoios, é expectável.
Adicionalmente, ignora a natureza da riqueza (e portanto, da sua acumulação). A riqueza acumula-se prestando serviços e bens a terceiros sem consumir de terceiros o equivalente, fisicamente. Pelo que a sua acumulação não é tão indesejável quanto parece (por exemplo, a quem escreveu aquelas linhas). E a "partilha da riqueza" é um conceito que,
excepto se voluntário, tem uma quantidade significativa de absurdo - pois a partilha acontece logo no momento da acumulação, já que se partilharam bens e serviços físicos sem um retorno físico equivalente. Pedir ou exigir uma partilha APÓS essa partilha é absurdo e coloca em causa a própria partilha original, pois é o mesmo que dizer "agora dou-te os bens e serviços físicos, e de seguida dou-te a acumulação financeira que resultou de te ter dado os bens e serviços físicos, portanto impossibilitando-me de usufruir de seguida de equivalentes bens e serviços físicos".
Enfim, nota-se que é um programa de intenções e ignorância.