Governo quer privatizar 100% da Estaleiros de Viana12 Julho 2012 | 15:31Nuno Carregueiro - nc@negocios.pt Será realizada uma venda directa a um investidor que venha a tornar-se accionista de referência da companhia. O objectivo passa por vender os 100% detidos pelo Estado.O Governou aprovou hoje, em Conselho de Ministros, o processo de reprivatização da Estaleiros Navais de Viana do Castelo, que será feito através de venda directa a um investidor que será “um accionista de referência”, sendo que o objectivo passa por vender a totalidade do capital detido pelo Estado. Em comunicado, o Governo explica que o processo será liderado pela Empordef, “holding” do Estado que controla a empresa que será reprivatizada. O objectivo passa por encontrar um “accionista de referência”, que pode ser português ou estrangeiro, “com perspectiva de investimento estável e de longo prazo”. Será reservado um lote de acções para os trabalhadores da empresa de construção naval. “A venda directa de referência visa permitir a participação e o investimento de um accionista de referência no capital social da ENVC, S.A., sendo intenção do Governo privilegiar a alienação integral do respectivo capital social, com vista à reestruturação e ao desenvolvimento da ENVC, S.A., em termos que contribuam para o desenvolvimento do sector da construção e reparação naval e de actividades económicas conexas ou relacionadas, bem como para uma concorrência efectiva e equilibrada do mesmo”, refere o Governo. Segundo tem noticiado a imprensa, há manifestações de interesse na empresa por parte de empresas brasileiras, russas e chinesas. As portuguesas Martifer e Douro Azul já descartaram o interesse. Com um passivo avaliado em 270 milhões de euros e mais de 600 trabalhadores, a Estaleiros de Viana foi nacionalizada há 37 anos a pedido dos trabalhadores e da própria administração. Passa por um período de dificuldades financeiras, que levou a empresa a estudar um corte de centenas de postos de trabalho. "Disse desde primeiro momento que eu iria fazer tudo para evitar que aquela situação que eu herdei, que era despedimento de 420 trabalhadores, e sem nenhuma perspectiva de viabilidade, fosse invertida", declarou Aguiar-Branco, ministro que tem a tutela da Empordef, em Março.