A Ucrânia fez um referendo acerca da independência em Dez 91. O sim venceu com 83% de votos a favor inclusive na Crimeia onde ganhou com 56%. A Rússia reconheceu a indepêndencia da Ucrânia mas nem tudo ficou solucionado. Ficou o problema da partição da frota do mar Negro e a questão do arsenal nuclear que estava instalado na Ucrânia. Para as armas nucleares a questão nem foi complicada porque embora houvesse instalações físicas na Ucrânia, esta não podia fazer grande coisa já que o controlo electrónico estava na Rússia. Na questão da partição da frota, Rússia ficou com mais de 80% e acordo para arrendar bases na Crimeia. A questão da independência da Crimeia é provável que tenha sido aflorada mas acabou por não ser impedimento para concluir acordo. Em 1997 processo de devolução do material nuclear, partição da frota e presença de bases russas na Crimeia foi encerrado e Rússia reconheceu as fronteiras da Ucrânia. Depois de tudo isso, passados 25 anos o Putin vem invocar uns argumentos históricos e basicamente dizer que palavras e assinaturas dos representantes russos em acordos internacionais não valem nada e certamente deve ser encarado como uma expressão do humor russo.
Eu até acho que dados as fronteiras etno-geográficas da Ucrânia serem um pouco fluidas se poderia reabrir processo da auto-determinação nas regiões mais russófilas como Crimeia e talvez Donbass, mas agora querer impor isso pela força sem consultar populações e renegando acordos passados não torna quem age assim um parceiro muito credível para futuros acordos políticos militares ou económicos.
Não conheço pessoalmente o Reg, mas dado a mentalidade que ele apresenta, evitem fazer negócios com ele porque nem ele não dá muito valor à sua própria palavra