Olá, Visitante. Por favor entre ou registe-se se ainda não for membro.

Entrar com nome de utilizador, password e duração da sessão
 

Autor Tópico: Maria Luís Albuquerque - A grande "Pinóquia"  (Lida 91572 vezes)

tote

  • Ordem dos Especialistas
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 1281
    • Ver Perfil
Re:Maria Luís Albuquerque - A grande "Pinóquia"
« Responder #380 em: 2013-11-13 15:44:49 »
Tenho muitas dúvidas quanto à adequabilidade dos CFDs para montar esse tipo de posição. Não há um impacto substancial do interest ao deter CFDs overnight durante um longo período de tempo? Naquela altura as taxas não eram nada simpáticas.

Mesmo que as taxas não fossem simpáticas (não vejo porque teriam de ser), há produtos que podem jogar com isso também, ou não?  :D
Quando alguém tem a certeza que um banco cotado em bolsa vai "falir" muitos anos antes, tem sempre forma de ganhar com essa informação - este é o meu ponto.
E pelo que já vi, ninguém daqui ganhou, apesar de dizerem que foi falado - e foi. Mas NINGUÉM tinha a certeza....
E se os mercados não tinham a certeza muito menos teria o Governo.

Mystery

  • Ordem dos Especialistas
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 1562
    • Ver Perfil
Re:Maria Luís Albuquerque - A grande "Pinóquia"
« Responder #381 em: 2013-11-13 18:40:32 »
Mesmo que as taxas não fossem simpáticas (não vejo porque teriam de ser), há produtos que podem jogar com isso também, ou não?  :D

Explica lá como é que montavas a posição.
« Última modificação: 2013-11-13 18:40:57 por Mystery »
A fool with a tool is still a fool.

Automek

  • Ordem dos Especialistas
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 30976
    • Ver Perfil
Re:Maria Luís Albuquerque - A grande "Pinóquia"
« Responder #382 em: 2013-11-13 18:57:28 »
Give 'em enough rope, and they'll hang themselves

Zel

  • Visitante
Re:Maria Luís Albuquerque - A grande "Pinóquia"
« Responder #383 em: 2013-11-13 19:03:18 »
pela sua forma de atacar e pela forma descarada como o tote inventa coisas ate me faz lembrar o socrates

tote

  • Ordem dos Especialistas
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 1281
    • Ver Perfil
Re:Maria Luís Albuquerque - A grande "Pinóquia"
« Responder #384 em: 2013-11-13 19:27:44 »
Mesmo que as taxas não fossem simpáticas (não vejo porque teriam de ser), há produtos que podem jogar com isso também, ou não?  :D

Explica lá como é que montavas a posição.

Primeiro seja claro, há formas de "jogar" com os juros nesta situação? e seja claro na resposta.

Zel

  • Visitante
Re:Maria Luís Albuquerque - A grande "Pinóquia"
« Responder #385 em: 2013-11-13 20:14:39 »
pumba, logo para o contra-ataque  :D

Mystery

  • Ordem dos Especialistas
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 1562
    • Ver Perfil
Re:Maria Luís Albuquerque - A grande "Pinóquia"
« Responder #386 em: 2013-11-13 20:51:36 »
Não sei.

Como é que montavas a posição?

A fool with a tool is still a fool.

tatanka

  • Ordem dos Especialistas
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 8350
    • Ver Perfil
Re:Maria Luís Albuquerque - A grande "Pinóquia"
« Responder #387 em: 2013-11-14 18:20:32 »
Mesmo que as taxas não fossem simpáticas (não vejo porque teriam de ser), há produtos que podem jogar com isso também, ou não?  :D

Explica lá como é que montavas a posição.

Primeiro seja claro, há formas de "jogar" com os juros nesta situação? e seja claro na resposta.

Quando as accoes do Banif já andavam perto dos 10 centimos, não se conseguiam CFD's. Pelo menos para o retalho.
Antes disso, era muito provavel que existisse. Costumavam existir para a maioria das cotadas no PSI20, nao estou a ver grande razão para não haver para o Banif.
Eventualmente a alavancagem permitida seria baixa, pois a contra-parte não é parva.

Quanto a juros, andariam na casa dos 7 ou 8%, uma migalha, ao pé dos 99% que a cotação caiu......
« Última modificação: 2013-11-14 18:20:59 por tatanka »
“I hate reality but it's still the best place to get a good steak.”
― Woody Allen

tote

  • Ordem dos Especialistas
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 1281
    • Ver Perfil
Re:Maria Luís Albuquerque - A grande "Pinóquia"
« Responder #388 em: 2013-11-16 14:00:29 »
Mesmo que as taxas não fossem simpáticas (não vejo porque teriam de ser), há produtos que podem jogar com isso também, ou não?  :D

Explica lá como é que montavas a posição.

Primeiro seja claro, há formas de "jogar" com os juros nesta situação? e seja claro na resposta.

Quando as accoes do Banif já andavam perto dos 10 centimos, não se conseguiam CFD's. Pelo menos para o retalho.
Antes disso, era muito provavel que existisse. Costumavam existir para a maioria das cotadas no PSI20, nao estou a ver grande razão para não haver para o Banif.
Eventualmente a alavancagem permitida seria baixa, pois a contra-parte não é parva.

Quanto a juros, andariam na casa dos 7 ou 8%, uma migalha, ao pé dos 99% que a cotação caiu......

Exatamente.

tote

  • Ordem dos Especialistas
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 1281
    • Ver Perfil
Re:Maria Luís Albuquerque - A grande "Pinóquia"
« Responder #389 em: 2013-11-16 14:19:06 »
Não sei.

Como é que montavas a posição?

Caro Mystery,

Dei-me ao trabalho de pedir ajudar a um amigo para montar a posição (o que o fez), mas como ele disse "mas estás a dar-te ao trabalho de fazer algo que eles é que deviam saber?!".

E realmente é verdade. Primeiro, diziam que não havia forma de ganhar jogando contra o Banif. E trago os CFD's abrindo essa possibilidade. Depois os CFD's não podiam ser shortados, e tenho a confirmação que podiam há anos atrás, qdo vcs alegadamente "sabiam" que o Banif ia falir - liguem para os brokers e confirmem - MEXAM-SE! (são muito paradinhos pelo que estou a ver).
Vcs não estão interessados em reconhecer a verdade, a realidade é essa. E eu tenho mais do que fazer. Conforme me foi dito, se vcs não sabem criar uma posição jogando com os juros, é porque não percebem nada disto - desculpem lá.

Resumindo, TUDO o que eu disse está correto. Agora, se querem explicações, vão estudar. Eu já fiz a minha parte.

Zel

  • Visitante
Re:Maria Luís Albuquerque - A grande "Pinóquia"
« Responder #390 em: 2013-11-16 15:11:16 »
que mega-aldrabice
« Última modificação: 2013-11-16 15:12:34 por Neo-Liberal »

Incognitus

  • Administrator
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 30961
    • Ver Perfil
Re:Maria Luís Albuquerque - A grande "Pinóquia"
« Responder #391 em: 2013-11-16 15:21:39 »
Não sei.

Como é que montavas a posição?

Caro Mystery,

Dei-me ao trabalho de pedir ajudar a um amigo para montar a posição (o que o fez), mas como ele disse "mas estás a dar-te ao trabalho de fazer algo que eles é que deviam saber?!".

E realmente é verdade. Primeiro, diziam que não havia forma de ganhar jogando contra o Banif. E trago os CFD's abrindo essa possibilidade. Depois os CFD's não podiam ser shortados, e tenho a confirmação que podiam há anos atrás, qdo vcs alegadamente "sabiam" que o Banif ia falir - liguem para os brokers e confirmem - MEXAM-SE! (são muito paradinhos pelo que estou a ver).
Vcs não estão interessados em reconhecer a verdade, a realidade é essa. E eu tenho mais do que fazer. Conforme me foi dito, se vcs não sabem criar uma posição jogando com os juros, é porque não percebem nada disto - desculpem lá.

Resumindo, TUDO o que eu disse está correto. Agora, se querem explicações, vão estudar. Eu já fiz a minha parte.

Eu só posso dizer que quando era óbvio que a cotação ia cair, os CFDs não permitiam shortar. Isso mesmo se pode confirmar aqui no fórum. Isso não aconteceu há anos atrás. Não vimos grande coisa do Banif há anos atrás. O BPN foi antecipado, o Banif não creio.
"Nem tudo o que pode ser contado conta, e nem tudo o que conta pode ser contado.", Albert Einstein

Incognitus, www.thinkfn.com

tote

  • Ordem dos Especialistas
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 1281
    • Ver Perfil
Re:Maria Luís Albuquerque - A grande "Pinóquia"
« Responder #392 em: 2013-11-16 16:15:01 »
Não sei.

Como é que montavas a posição?

Caro Mystery,

Dei-me ao trabalho de pedir ajudar a um amigo para montar a posição (o que o fez), mas como ele disse "mas estás a dar-te ao trabalho de fazer algo que eles é que deviam saber?!".

E realmente é verdade. Primeiro, diziam que não havia forma de ganhar jogando contra o Banif. E trago os CFD's abrindo essa possibilidade. Depois os CFD's não podiam ser shortados, e tenho a confirmação que podiam há anos atrás, qdo vcs alegadamente "sabiam" que o Banif ia falir - liguem para os brokers e confirmem - MEXAM-SE! (são muito paradinhos pelo que estou a ver).
Vcs não estão interessados em reconhecer a verdade, a realidade é essa. E eu tenho mais do que fazer. Conforme me foi dito, se vcs não sabem criar uma posição jogando com os juros, é porque não percebem nada disto - desculpem lá.

Resumindo, TUDO o que eu disse está correto. Agora, se querem explicações, vão estudar. Eu já fiz a minha parte.

Eu só posso dizer que quando era óbvio que a cotação ia cair, os CFDs não permitiam shortar. Isso mesmo se pode confirmar aqui no fórum. Isso não aconteceu há anos atrás. Não vimos grande coisa do Banif há anos atrás. O BPN foi antecipado, o Banif não creio.

Desculpa lá, mas tenho a informação contrária. O que o fórum diz, pouco me interessa, pois vcs que negam agora, são os mesmos que provavelmente o fizeram no passado.
Devias entrar em contato com os brokers e confirmar, pois, parece-me que estás a cair num erro grave.



Incognitus

  • Administrator
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 30961
    • Ver Perfil
Re:Maria Luís Albuquerque - A grande "Pinóquia"
« Responder #393 em: 2013-11-16 16:17:09 »
Não sei.

Como é que montavas a posição?

Caro Mystery,

Dei-me ao trabalho de pedir ajudar a um amigo para montar a posição (o que o fez), mas como ele disse "mas estás a dar-te ao trabalho de fazer algo que eles é que deviam saber?!".

E realmente é verdade. Primeiro, diziam que não havia forma de ganhar jogando contra o Banif. E trago os CFD's abrindo essa possibilidade. Depois os CFD's não podiam ser shortados, e tenho a confirmação que podiam há anos atrás, qdo vcs alegadamente "sabiam" que o Banif ia falir - liguem para os brokers e confirmem - MEXAM-SE! (são muito paradinhos pelo que estou a ver).
Vcs não estão interessados em reconhecer a verdade, a realidade é essa. E eu tenho mais do que fazer. Conforme me foi dito, se vcs não sabem criar uma posição jogando com os juros, é porque não percebem nada disto - desculpem lá.

Resumindo, TUDO o que eu disse está correto. Agora, se querem explicações, vão estudar. Eu já fiz a minha parte.

Eu só posso dizer que quando era óbvio que a cotação ia cair, os CFDs não permitiam shortar. Isso mesmo se pode confirmar aqui no fórum. Isso não aconteceu há anos atrás. Não vimos grande coisa do Banif há anos atrás. O BPN foi antecipado, o Banif não creio.

Desculpa lá, mas tenho a informação contrária. O que o fórum diz, pouco me interessa, pois vcs que negam agora, são os mesmos que provavelmente o fizeram no passado.
Devias entrar em contato com os brokers e confirmar, pois, parece-me que estás a cair num erro grave.

Bem, mas repara - a única fonte independente que nós temos é o que foi dito na altura no fórum. O que foi dito não foi dito por mim ou por alguém que esteja a participar nesta discussão.

E para que é que iria tentar confirmar uma coisa que não me aquece nem arrefece?
"Nem tudo o que pode ser contado conta, e nem tudo o que conta pode ser contado.", Albert Einstein

Incognitus, www.thinkfn.com

tote

  • Ordem dos Especialistas
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 1281
    • Ver Perfil
Re:Maria Luís Albuquerque - A grande "Pinóquia"
« Responder #394 em: 2013-11-16 16:31:48 »
Não sei.

Como é que montavas a posição?

Caro Mystery,

Dei-me ao trabalho de pedir ajudar a um amigo para montar a posição (o que o fez), mas como ele disse "mas estás a dar-te ao trabalho de fazer algo que eles é que deviam saber?!".

E realmente é verdade. Primeiro, diziam que não havia forma de ganhar jogando contra o Banif. E trago os CFD's abrindo essa possibilidade. Depois os CFD's não podiam ser shortados, e tenho a confirmação que podiam há anos atrás, qdo vcs alegadamente "sabiam" que o Banif ia falir - liguem para os brokers e confirmem - MEXAM-SE! (são muito paradinhos pelo que estou a ver).
Vcs não estão interessados em reconhecer a verdade, a realidade é essa. E eu tenho mais do que fazer. Conforme me foi dito, se vcs não sabem criar uma posição jogando com os juros, é porque não percebem nada disto - desculpem lá.

Resumindo, TUDO o que eu disse está correto. Agora, se querem explicações, vão estudar. Eu já fiz a minha parte.

Eu só posso dizer que quando era óbvio que a cotação ia cair, os CFDs não permitiam shortar. Isso mesmo se pode confirmar aqui no fórum. Isso não aconteceu há anos atrás. Não vimos grande coisa do Banif há anos atrás. O BPN foi antecipado, o Banif não creio.

Desculpa lá, mas tenho a informação contrária. O que o fórum diz, pouco me interessa, pois vcs que negam agora, são os mesmos que provavelmente o fizeram no passado.
Devias entrar em contato com os brokers e confirmar, pois, parece-me que estás a cair num erro grave.

Bem, mas repara - a única fonte independente que nós temos é o que foi dito na altura no fórum. O que foi dito não foi dito por mim ou por alguém que esteja a participar nesta discussão.

E para que é que iria tentar confirmar uma coisa que não me aquece nem arrefece?

Não é questão de ser fonte independente, é a questão de ser a VERDADE. É fácil alguém saber, basta fazer um telefonema ou dois.
Mas se não te "aquece nem arrefece", então não o negues só por negar, ou então preocupa-te em saber a verdade (não a verdade do fórum), que foi o que eu fiz.
Assim parece que estás a falar só porque não queres dar o braço a torcer relativamente a shortar face ao Banif há anos atrás....qdo era possível para toda a banca portuguesa, como diz e bem o Tananka.





Incognitus

  • Administrator
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 30961
    • Ver Perfil
Re:Maria Luís Albuquerque - A grande "Pinóquia"
« Responder #395 em: 2013-11-16 16:34:01 »
Qual braço a torcer sobre shortar Banif anos atrás? Eu já disse que sobre o Banif anos atrás não tinha ideia nenhuma. Quando tinha já foi mais recente mas na altura não era possível vender curto CFDs. Coisa que está confirmada no fórum por quem tentou.

Já no BPN, existia há anos atrás a noção de que era uma fraude em dificuldades. Anos antes de estoirar.
"Nem tudo o que pode ser contado conta, e nem tudo o que conta pode ser contado.", Albert Einstein

Incognitus, www.thinkfn.com

Mystery

  • Ordem dos Especialistas
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 1562
    • Ver Perfil
Re:Maria Luís Albuquerque - A grande "Pinóquia"
« Responder #396 em: 2013-11-18 08:56:56 »
Nem acções havia para pedir emprestado quanto mais CFDs. Sem contar com o facto de que quem tivesse posições curtas em Banif, teria sido obrigado a fechá-las.

Por exemplo shortar BCP na altura custava mais de 10% e havia algumas acções para pedir emprestado, mas para quantidades grandes nem pagando mais se conseguia.

Idem para BES.

Shortar Banif então era muito mais difícil (e caro), ao ponto dos emitentes de CFDs terem colocado restrições. Fazer quantidades de jeito via short tradicional era impossível.

Não consigo perceber como é que alguém ficaria milionário shortando quantidades mixurucas.

Ou quem é que no seu perfeito juízo shortaria uma grande quantidade de BANIF, mesmo que a conseguisse, pagando à cabeça bem mais que 10% e potencial perda de capital ilimitada.
A fool with a tool is still a fool.

kitano

  • Ordem dos Especialistas
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 8677
    • Ver Perfil
Re:Maria Luís Albuquerque - A grande "Pinóquia"
« Responder #397 em: 2013-11-18 09:33:21 »
E com o risco de ver a posição fechada a qualquer momento.
"Como seria viver a vida que realmente quero?"

tote

  • Ordem dos Especialistas
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 1281
    • Ver Perfil
Re:Maria Luís Albuquerque - A grande "Pinóquia"
« Responder #398 em: 2013-11-28 13:54:48 »
A ministra das Finanças tem estado envolvida, desde o primeiro minuto, no caso dos swaps. Polémicas, omissões e acusações têm marcado o seu percurso nos últimos meses:

Seis anos na direcção financeira da Refer
Maria Luís Albuquerque foi directora financeira da Refer entre 2001 e 2007, tendo sido acusada muitas vezes pelos partidos da oposição de ser “juíza em causa própria” pelo facto de estar agora a liderar um processo relacionado com swaps subscritos por empresas públicas. A defesa da ministra teve sempre como principal argumento o facto de a Refer não ter subscrito swaps problemáticos, de acordo com uma auditoria da Agência de Gestão da Tesouraria e do Crédito Público (IGCP). Apesar de não serem considerados tóxicos (classificação usada para os swaps que não se limitavam a cobrir o risco de taxa de juro e tinham componentes especulativas), quatro dos contratos foram considerados complexos numa análise feita pela Stormharbour, a consultora contratada pelo Governo para avaliar estes derivados. Até agora, as negociações do Governo com os bancos envolvidos nesta polémica resultaram no cancelamento de cinco swaps subscritos na Refer, tendo a empresa pago 12,5 milhões de euros às instituições financeiras para avançar com a liquidação antecipada dos contratos.

A frase da ministra: “[Os swaps da Refer] foram sempre inteiramente adequados e transparentes” (30 de Abril de 2013)

Tempo de reacção do Governo
Uma das principais críticas que tem sido endereçada à ministra das Finanças é o facto de o Governo só ter começado a avaliar os swaps e a negociar com os bancos no final do ano passado, quando os riscos destes contratos começaram a ser detectados logo quando tomou posse, em Julho de 2011. Maria Luís Albuquerque sempre alegou que não tinha informação suficiente para avançar, mas o argumento acabou por cair por terra sobretudo quando um dos antigos directores-gerais da Direcção-Geral do Tesouro e Finanças divulgou emails trocados com a ministra entre Julho e Agosto de 2011, que incluíam uma extensa lista sobre os swaps subscritos pelas empresas públicas e até referências aos riscos de alguns contratos (por terem associadas cláusulas de cancelamento que davam aos bancos a possibilidade de liquidarem os derivados antecipadamente). Outro dos argumentos da governante está relacionado com o facto de ter sido necessário alterar os estatutos do IGCP para que esta agência passasse a ter um papel activo na gestão destes derivados, o que só aconteceu em Agosto de 2012.

A frase da ministra: “Se tivesse sido alertada a 30 de Junho [de 2011] era capaz de ter actuado um pouco mais cedo” (25 de Junho de 2013)

E os contribuintes quanto pagam?
Maria Luís Albuquerque tem reiterado que a liquidação antecipada dos swaps, que foi negociada com nove bancos na primeira metade deste ano, não vai significar encargos para os contribuintes pelo facto de estar a ser compensada com o cancelamento de derivados do IGCP. Uma afirmação que tem sido muito contestada pela oposição porque o dinheiro pago às instituições financeiras já alcançou mais de 1008 milhões de euros, quando os swaps do IGCP renderam perto de 840 milhões. A ministra veio depois esclarecer que esta compensação englobaria apenas as empresas públicas reclassificadas (que contam para o défice), o que faria com que o efeito seja neutro em termos orçamentais. Mas há ainda que ter em conta os valores pagos pelas empresas não reclassificadas, como a CP e a Carris. Além disso, a oposição tem argumentado que os ganhos obtidos com a liquidação de contratos do IGCP poderia ser utilizado para outros fins, nomeadamente para estimular a economia do país. Um relatório da Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) concluiu que os impactos negativos no défice vão fazer-se sentir a partir de 2019.

A frase da ministra: “Isto não custou dinheiro aos contribuintes” (25 de Junho de 2013)

Quatro swaps transferidos para a Parpública
Logo quando a polémica rebentou, a ministra fez questão de politizar o caso, numa retórica de diabolização dos swaps e de culpabilização alheia de que também acabou por se tornar vítima. Por diversas vezes, a ministra das Finanças reiterou que os derivados que causaram polémica não tinham sido subscritos durante o mandato do actual Governo. No entanto, no início deste ano, soube-se que Maria Luís Albuquerque tinha aprovado a transferência de quatro swaps para a Parpública (a holding que gere as participações do Estado em empresas), incluídos num pacote de financiamento de 600 milhões de euros que antes pertencia ao consórcio privado Elos que ia construir o TGV (projecto abandonado pelo Governo). A ministra acabou por assumir, mais tarde, que tinha dado luz verde à transferência de um swap. De acordo com o relatório e contas da Parpública relativo ao primeiro semestre de 2013, os derivados herdados do consórcio Elos acumulam neste momento perdas potenciais de 122 milhões de euros.

A frase da ministra: “Sublinho que com este Governo não foram contratadas novas operações de derivados” (25 de Junho de 2013)

Pastas, índices e muitas contradições
Um dos maiores confrontos políticos que Maria Luís Albuquerque teve até agora no caso dos swaps foi com Carlos Costa Pina, o seu antecessor na Secretaria de Estado do Tesouro durante o governo PS. Primeiro, a ministra veio garantir que Costa Pina não a tinha informado sobre o tema dos derivados. Depois, o ex-secretário de Estado veio dizer que tinham abordado o assunto em reuniões ocorridas aquando da transição governamental, em Julho de 2011. Ambos fizeram chegar ao Parlamento cópias dos índices associadas às pastas que trocaram nessa altura. Ainda assim, muito continua por esclarecer. Esta polémica em particular acabou por arrastar também os ex-ministros das Finanças Teixeira dos Santos e Vítor Gaspar, que se demitiu a 1 de Julho e foi substituído por Maria Luís Albuquerque. Também estes dois responsáveis entraram em conflito por causa de pastas e índices, por terem versões contraditórias em relação à informação passada na altura da mudança de Governo.

A frase da ministra: “Quando cheguei a estas funções, não só não encontrei uma proposta, como não encontrei uma referência ao problema” (25 de Junho de 2013)

A nomeação de Pais Jorge
O responsável que Maria Luís Albuquerque escolheu para a substituir na Secretaria de Estado do Tesouro quando subiu a ministra das Finanças durou pouco mais de um mês no cargo. Joaquim Pais Jorge, que até então era presidente da Parpública, viu-se envolvido em Agosto numa polémica que viria a resultar na sua demissão. Documentos citados pela imprensa, mas que viriam a ser postos em causa pelo Governo, mostraram que, enquanto quadro do Citi, Pais Jorge esteve presente em reuniões com elementos do anterior governo PS para propor a venda de swaps sobre a dívida pública. Nessas reuniões, o ex-secretário de Estado estava acompanhado de Paulo Gray, director da Stormharbour (a consultora contratada pelo Governo para avaliar os derivados subscritos por empresas públicas). Pais Jorge regressou entretanto ao seu lugar de origem na Estradas de Portugal.

A frase de Pais Jorge: “Obviamente discuti [o tema] com a senhora ministra das Finanças e, uma vez que mantenho o seu apoio, penso que tenho as condições necessárias para exercer o cargo” (2 de Agosto de 2013)

Os papéis de trabalho que desapareceram
A auditoria interna que Maria Luís Albuquerque pediu à Inspecção-Geral de Finanças (IGF) revelou que este organismo destruiu ao fim de três anos os papéis de trabalho associados aos relatórios sobre as contas e os swaps subscritos por quatro empresas públicas: Metro de Lisboa, Metro do Porto, Refer e TAP. A legislação em vigor determina um prazo de conservação de três anos, aos quais devem seguir-se outros 17 anos de conservação semi-activa, em arquivos intermédios. É esta a interpretação da Direcção-Geral de Arquivos em relação à portaria nº. 525/2002 que estabelece os procedimentos de gestão documental na IGF, mas a opinião do Ministério das Finanças é que os papéis de trabalho não se enquadram na legislação. Em Outubro, soube-se que, afinal, os papéis de trabalho não tinham sido destruídos. Averiguações feitas pelo Ministério das Finanças permitiram encontrá-los nos arquivos da IGF e a auditoria interna ao organismo foi refeita, embora o resultado final não seja ainda conhecido.

A frase do Ministério das Finanças: “De acordo com as práticas internas da IGF, os papéis de trabalho no âmbito das auditorias de controlo do sector empresarial do Estado são conservados pelo prazo de três anos, após a aprovação do relatório pela tutela” (23 de Agosto de 2013)

O litígio com o Santander
Depois de ter ameaçado levar o Santander a tribunal, por ser o banco com o qual o Governo ainda não conseguiu chegar a acordo, Maria Luís Albuquerque teve de digerir o facto de a instituição financeira ter interposto já três processos contra o Ministério das Finanças, o IGCP e as empresas públicas. O primeiro entrou nos tribunais londrinos em Maio deste e pretende comprovar a validade dos contratos vendidos pelo banco, considerados altamente especulativos pelo IGCP e responsáveis por quase metade das perdas potenciais acumuladas pelo conjunto dos derivados subscritos por empresas públicas. Uma segunda acção foi movida em Maio, no Tribunal Administrativo de Lisboa, com o Santander a exigir o acesso aos relatórios produzidos pelo IGCP. E, por fim, no final de Agosto o banco decidiu processar o IGCP e o Ministério das Finanças por alegados erros na auditoria do organismo liderado por João Moreira Rato, nomeadamente no que diz respeito a um swap vendido à Metro do Porto. Em Outubro, o banco moveu uma reclamação judicial contra as empresas públicas que decidiram suspender, por ordem da tutela, o pagamento de cupões associados a derivados que tinham subscrito.

A frase da ministra: “Não foi ainda possível chegar a acordo com os bancos Santander Totta e JP Morgan [com o qual já houve um entendimento], pelo que o Estado irá prosseguir a defesa dos seus interesses com recurso aos tribunais competentes” (26 de Abril de 2013)

O swap da Estradas de Portugal
Esta semana emergiu uma nova polémica em redor da aprovação de um pacote de financiamento que a Estradas de Portugal contraiu junto do Deutsche Bank e que incluía um swap.

A frase do Ministério das Finanças: “As funções de Maria Luís Albuquerque no IGCP eram de análise de pedidos das empresas públicas sobre empréstimos e não sobre swaps” (17 de Setembro de 2013)

http://www.publico.pt/economia/noticia/a-ministra-e-os-swaps-polemicas-omissoes-e-acusacoes-1606127

tote

  • Ordem dos Especialistas
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 1281
    • Ver Perfil
Re:Maria Luís Albuquerque - A grande "Pinóquia"
« Responder #399 em: 2013-11-28 13:58:57 »
A análise que a Unidade Técnica de Apoio Orçamental fez ao cancelamento antecipado de swaps, conduzido pelo actual Governo no primeiro semestre deste ano, conclui que esta opção irá penalizar o défice durante 12 anos, a partir de 2019.

O relatório, que foi publicado no site do Parlamento e que surge na sequência de um requerimento do Bloco de Esquerda, explica que, apesar de os pagamentos feitos pelas empresas públicas reclassificadas para liquidarem 60 derivados terem sido compensados pelos ganhos de 40 swaps da Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública, as maturidades dos contratos são diferentes.

As 60 transacções destas empresas que entram no perímetro das contas públicas custaram 839,5 milhões de euros a liquidar. Já os derivados do IGCP geraram um ganho de 839,6 milhões com o cancelamento antecipado. No entanto, os primeiros contratos tinham uma maturidade até 2030, enquanto os da agência liderada por João Moreira Rato se estendiam apenas até 2024.

Apesar de estes pagamentos e ganhos terem sido acordados este ano, o seu reflexo no défice é repartido pelo tempo, ao longo da vida dos swaps. E, por isso, a UTAO conclui que “embora os efeitos se compensem, o impacto líquido no saldo das administrações públicas para efeitos dos défices excessivos deverá ser favorável até 2018 e desfavorável entre 2019 e 2030. Ou seja, durante estes 12 anos, a recompensa obtida com o fecho de operações do IGCP não chegará para mitigar as perdas incorridas com os swaps das empresas públicas reclassificadas.

A conclusão da unidade técnica, um organismo independente que dá apoio à Assembleia da República, é especialmente importante porque o Governo tem argumentado que a liquidação antecipada de derivados das empresas públicas não irá custar dinheiro aos contribuintes. Nesta quinta-feira, a ministra das Finanças será ouvida pela terceira vez na comissão de inquérito aos swaps e é natural que seja confrontada com o relatório da UTAO.

Desfeitas nove transacções
Na análise, refere-se ainda que as poupanças obtidas com o cancelamento antecipado de contratos nas empresas públicas reclassificadas é de 366,8 milhões. Um valor que resulta da diferença entre as perdas potenciais dos 60 swaps liquidados (1206,3 milhões) e os montantes pagos aos bancos (839,5 milhões). No entanto, e tal como a UTAO alerta, esta poupança inclui verbas relacionadas com as reservas que as instituições financeiras fazem e que estão associadas ao risco de incumprimento e aos custos de financiamento destas operações. No entanto, e apesar de o presidente do IGCP ter sido questionado quarta-feira sobre este tema no Parlamento, o valor dessas reservas ainda é desconhecido.

Além dos 60 contratos das empresas públicas reclassificadas, foram desfeitas outras nove transacções que tinham sido subscritas por empresas que não contam para o défice, como a Carris e a Parpública. Neste caso, foram pagos 169,5 milhões. A UTAO alerta que “o cancelamento só não terá efeitos no défice e na dívida pública se o financiamento da operação não envolver apoios públicos, tais como empréstimos, aumentos de capital ou concessão de garantias do Estado”.

O cancelamento antecipado de swaps foi decidido depois de o IGCP ter produzido um relatório em que concluía que uma parte significativa dos contratos tinha cariz especulativo, sendo que, na globalidade, estas operações acumulavam à data perdas potenciais de 3300 milhões de euros (agora reduzidas para 1500 milhões com as liquidações efectuadas).

As negociações com os bancos começaram em Novembro de 2012, tendo sido possível alcançar acordos com nove instituições financeiras. O Estado português encontra-se ainda em litígio com o Santander, que acusa de ter vendido o maior número de derivados problemáticos.


http://www.publico.pt/economia/noticia/cancelamento-de-swaps-vai-penalizar-defice-a-partir-de-2019-1614260