A TAP precisa de investimento em frota, isso é um facto. Esse investimento implica dívida, seja ela de um privado ou do Estado para fazer esse investimento. A questão é rentabilidade do investimento. Se esse investimento gerar um retorno superior ao encargo com juros e amortização da dívida, é um bom investimento. Portanto o Estado, como o investidor privado, não perde dinheiro com esse investimento.
Agora vão dizer que a TAP não dá lucro, só prejuízos! É verdade e é mentira. A TAP, S.A (que tem o transporte aéreo), a TAP Manutenção e Engenharia Portugal, a PGA e até a Groundforce dão lucro. O prejuízo está concentrado na ex-VEM, agora TAP Manutenção e Engenharia Brasil, cujos prejuízos só têm diminuído pelo facto de se estar a desviar trabalhos de manutenção de Lisboa para o Brasil, sacrificando os resultados da unidade Portuguesa.
Portanto a questão da dívida da TAP contar para o défice não é um problema, se a sua receita for superior, contando para o PIB, logo na realidade diminuindo o défice. Portanto a dívida aumentou, mas o défice diminui por via do crescimento do PIB, porque o défice é uma % do PIB.
O que é um mau investimento para o défice é um submarino. Aumenta a dívida e aumenta o défice, porque não contribui para o crescimento do PIB.
Se quiserem privatizar parte da TAP que se faça um forte e penalizador (caso incumpram), caderno de encargos, coisa que nunca foi feita por este governo nas outras privatizações estratégicas para o país.
Tem que se salvaguardar firmemente as questões estratégicas.
O ‘hub', a placa giratória de voos, não pode sair de Lisboa e do Porto. Não é a mesma coisa ter voos directos para São Paulo ou Luanda ou, em alternativa, ter de ir a Madrid, Frankfurt ou Joanesburgo fazer escalas. As ligações à Madeira e Açores devem ser garantidas como serviço público de recurso e o mesmo deve acontecer com destinos com forte presença de emigrantes.