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Autor Tópico: Grécia - Tópico principal  (Lida 1844824 vezes)

Joao-D

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Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #6480 em: 2015-07-02 16:01:22 »
Custa-me a crer que o acordo possa melhorar porque muitos paises do Euro já estão fartos da Grécia, não estou a ver a Finlândia a meter lá nem mais um Euro, idem para os paises Bálticos, Eslováquia...

Não é isso que parece... como disse, entrevistaram pessoas na Alemanha e praticamente todas disseram querem que a Grécia continue no Euro. E a Alemanha é a que está do outro lado da barricada.

pedferre

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Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #6481 em: 2015-07-02 16:03:15 »
Bem só se usarem aquele fundo europeu para emprestar à Grécia, não estou a ver os paises a fazerem mais emprestimos bilaterais à Grécia.

Incognitus

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Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #6482 em: 2015-07-02 16:11:31 »
Um outro ponto é que o Tratado de Lisboa diz que a saída de um pais da zona Euro tem de ser voluntária.

http://observador.pt/2015/06/30/saida-da-grecia-do-euro-tera-de-ser-voluntaria-mas-pais-pode-processar-a-uniao/


Não importa muito, porque a Grécia sem suporte do BCE não consegue funcionar dentro do Euro, como se vê pelo que aconteceu esta semana.


Também se viu que o BCE manteve o apoio.
Há até quem fale de um terceiro resgate.


O terceiro resgate é o tal acordo, a que o "Não" supostamente se opõe.

Sim, com acordo o BCE apoia. Mas aqui fala-se do Não, de não haver acordo. Nesse caso o BCE não apoia, portanto a Grécia manter-se no Euro sem acordo é dúbio.


Acho que com o "não" também apoia. Como escrevi em cima, quer seja "não" ou "sim", acho que vai acabar por haver acordo. Acho que a UE não vai deixar afundar mais a Grécia, porque isso afundaria também o Euro. O acordo interessa a ambas as partes.
Se por acaso o "não" ganhar,  tiramos as duvidas.


Repoara, a questão não é apoiar com sim ou com não. A questão é apoiar com ou sem acordo.

Acordo pode existir, mas será nos mesmos termos (ou piores) se for não, porque existirá maior necessidade de garantias do que com o Sim.


Dizes que com o "não" o acordo será igual ou pior, mas eles acham que não é assim, e dizem que na Irlanda e França também houve referendo e os termos do acordo melhorou. E pelas noticias parece também que, desde a proposta inicial, os termos do acordo têm melhorado para os Gregos. Dizem que a ultima proposta que receberam, já depois de terem anunciado o referendo, era melhor, mas eles mantiveram na mesma o referendo.


Bem, repara, numa negociação a proposta que recebem é sempre melhor. As duas propostas opostas vão-se aproximando. A proposta que a UE recebeu do Syriza também era bastante melhor.

O que digo é que um acordo agora, com um não, será pior do que teria sido sem não, porque necessariamente tem que incluir maiores garantias. Isso é óbvio, se estás a tomar um acordo com alguém que sabes que o rasga à primeira hipótese, tens sempre que incluir mais garantias.
"Nem tudo o que pode ser contado conta, e nem tudo o que conta pode ser contado.", Albert Einstein

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Joao-D

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Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #6483 em: 2015-07-02 16:13:57 »
Um outro ponto é que o Tratado de Lisboa diz que a saída de um pais da zona Euro tem de ser voluntária.

http://observador.pt/2015/06/30/saida-da-grecia-do-euro-tera-de-ser-voluntaria-mas-pais-pode-processar-a-uniao/


Não importa muito, porque a Grécia sem suporte do BCE não consegue funcionar dentro do Euro, como se vê pelo que aconteceu esta semana.


Também se viu que o BCE manteve o apoio.
Há até quem fale de um terceiro resgate.


O terceiro resgate é o tal acordo, a que o "Não" supostamente se opõe.

Sim, com acordo o BCE apoia. Mas aqui fala-se do Não, de não haver acordo. Nesse caso o BCE não apoia, portanto a Grécia manter-se no Euro sem acordo é dúbio.


Acho que com o "não" também apoia. Como escrevi em cima, quer seja "não" ou "sim", acho que vai acabar por haver acordo. Acho que a UE não vai deixar afundar mais a Grécia, porque isso afundaria também o Euro. O acordo interessa a ambas as partes.
Se por acaso o "não" ganhar,  tiramos as duvidas.


Repoara, a questão não é apoiar com sim ou com não. A questão é apoiar com ou sem acordo.

Acordo pode existir, mas será nos mesmos termos (ou piores) se for não, porque existirá maior necessidade de garantias do que com o Sim.


Dizes que com o "não" o acordo será igual ou pior, mas eles acham que não é assim, e dizem que na Irlanda e França também houve referendo e os termos do acordo melhorou. E pelas noticias parece também que, desde a proposta inicial, os termos do acordo têm melhorado para os Gregos. Dizem que a ultima proposta que receberam, já depois de terem anunciado o referendo, era melhor, mas eles mantiveram na mesma o referendo.


Bem, repara, numa negociação a proposta que recebem é sempre melhor. As duas propostas opostas vão-se aproximando. A proposta que a UE recebeu do Syriza também era bastante melhor.

O que digo é que um acordo agora, com um não, será pior do que teria sido sem não, porque necessariamente tem que incluir maiores garantias. Isso é óbvio, se estás a tomar um acordo com alguém que sabes que o rasga à primeira hipótese, tens sempre que incluir mais garantias.


Leste a parte em que é dito que na Irlanda e França também houve referendo e os termos do acordo melhorou?

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Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #6484 em: 2015-07-02 16:20:18 »
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Uma entrevista a Yanis Varoufakis que arrisca ficar para a História

2/7/2015, 12:40

Governo admite tomar medidas difíceis mas recusa assinar por baixo um acordo que não reconheça que a dívida é insustentável. Um resumo de uma entrevista de 19 minutos que pode ficar para a História.


AFP/Getty Images

Autor

Edgar Caetano  edgarcaetano  Email
Tópicos

BLOOMBERGENTREVISTAFUTURO DA GRÉCIAYANIS VAROUFAKIS

O ministro das Finanças diz que se demitirá se o “Sim” vencer o referendo, mas está “muito confiante” de que isso não irá acontecer. Garante que o governo não assinará um acordo que não reconheça que a dívida grega é insustentável. Traduzimos e parafraseamos algumas passagens desta entrevista de Guy Johnson, da Bloomberg TV, a Yanis Varoufakis, uma entrevista que arrisca ficar para a História desta crise.

Os bancos gregos vão abrir na terça-feira como normal?

Absolutamente. Isto não é uma crise dos bancos, como em Chipre. Isto é uma crise política, uma decisão do Eurogrupo de fechar os bancos para nos forçar a aceitar um acordo que não é viável.

Como é que, à luz das regras, o BCE poderá continuar a ceder liquidez de emergência se não houver um programa?

A Europa e o BCE têm vindo a criar regras à medida que vai avançando: os estímulos monetários do BCE, os fundos europeus, o “fazer o que for preciso para salvar o euro” [do BCE, em 2012]… Todas estas são iniciativas de última hora. Tenho a certeza que, na segunda-feira, se houver vontade política e algum tipo de acordo preliminar facilmente o BCE poderá aumentar o limite da liquidez de emergência e os bancos poderão abrir normalmente. O BCE tem as suas regras mas adapta-as à medida que é necessário. O que, nós políticos, temos de fazer é permitir que o BCE aumente a liquidez de emergência para os bancos gregos. Não quero dizer ao BCE o que tem de fazer, quero que o BCE seja uma entidade independente.

O BCE tem as suas regras mas adapta-as à medida que é necessário.
Mas a proposta europeia já não está em cima da mesa, com o expirar do programa…

A proposta técnica foi apresentada numa base pegar ou largar. Mas se aceitássemos aquela proposta seria mais uma instância de prolongar o fingimento. Daqui a alguns meses estaríamos de novo em crise e a ter este tipo de problemas, mesmo que os bancos estivessem abertos. O que nós estamos a pedir às pessoas é por favor, apoiem-nos. Esta proposta não tem quaisquer soluções ao nível do financiamento e da sustentabilidade. Não aceitamos que nos digam: vá, assinem isto, tomem lá uma pequena tranche para segurarem as pontas mais alguns meses. É tempo de isto acabar.

E se o “sim” vencer?

Talvez tenhamos de alterar a configuração do governo, porque alguns de nós não seremos capazes de viver com assinar este acordo. Pessoalmente, eu não assinarei mais um prolongamento do fingimento. Sou alérgico a isso. Prefiro cortar um braço do que assinar um acordo desses. Faremos o que for necessário para respeitar um voto “sim” do povo, mas estou muito confiante de que este não acontecerá. Se o “sim” vencer, não serei ministro das Finanças na segunda-feira à noite. Mas ajudarei quem for.

Se o “sim” vencer, não serei ministro das Finanças na segunda-feira à noite. Mas ajudarei quem for.
Se o “não” vencer, quanto tempo demorará a negociar um acordo que permita ao BCE dar mais liquidez de emergência?

Cerca de uma hora. Estamos a negociar há cinco meses. Eles sabem a nossa posição, nós sabemos a deles. Estamos extremamente próximos na questão das reformas. Onde não estamos próximos é na questão do financiamento e do peso da dívida que torne um plano destes viável. Estamos preparados para tomar medidas difíceis, que nos levem a pisar algumas das nossas linhas vermelhas, mas precisamos de uma solução para a dívida. É por causa de a dívida não ser sustentável que o investimento na Grécia tenha secado, à exceção de investimento especulativo que entrou e saiu.

A questão da dívida é um ponto crucial?

Eu digo que a dívida não é sustentável, mas eu sou o ministro das Finanças de um partido de esquerda radical. Não me perguntem a mim. Perguntem ao FMI e ao governo dos EUA, que recentemente reconheceram que a dívida não é sustentável. Perguntem a qualquer economista independente. Não será tempo de termos um acordo que não se baseie em projeções de sustentabilidade da dívida que não façam as pessoas rir? [em termos práticos, Varoufakis explica aquilo que um engenheiro financeiro resolve em 10 minutos, o seu plano divulgado há várias semanas].

Não será tempo de termos um acordo que não se baseie em projeções de sustentabilidade da dívida que não façam as pessoas rir?
Acha que Merkel quer tirar-vos do governo?

Vou citar uma série da televisão BBC e responder: “Você pode muito bem dizer isso, eu nunca poderia comentar“. É um pouco evidente que nós não somos um partido com quem os governos europeus querem negociar, desde sempre. O sr. Rajoy veio aqui e fez campanha pelo anterior primeiro-ministro [Antonis Samaras]. Olhem para o que a imprensa alemã e francesa diziam. Não por sermos de esquerda, porque esquerda e direita não significam nada hoje em dia. A questão é se desafiamos ou não esta lógica estabelecida de aplicar a maior austeridade na economia em maiores dificuldades.

Os outros governos confiam em vós?

Os outros governos confiam em nós no sentido em que confiam que iremos sempre confrontá-los com a falta de lógica das suas posições, posições que eles não têm meios políticos para reconsiderar. Deviam fazê-lo. Eles sabem que quando nós damos a nossa palavra, iremos cumpri-la, ao contrário de outros governos. Ninguém gosta que lhe digam que erraram. O programa que foi aqui aplicado foi o maior erro político da História mas não querem admiti-lo.

Eles sabem que quando nós damos a nossa palavra, iremos cumpri-la, ao contrário de outros governos.
Já fez fila para levar 60 euros?

Não vamos personalizar mas nem a minha mulher nem eu o fizemos. Devemos ser os únicos gregos que ainda não o fizeram. Primeiro porque não temos tido tempo e temos vivido uma vida frugal, mas também porque não seria apropriado verem-me numa fila para levantar dinheiro. Mas vou considerar essa hipótese.

Varoufakis diz que se demite do governo se o “Sim” vencer. E Tsipras?

Quando se parte para a batalha não se fala da derrota. Vamos ganhar no domingo, e estaremos cá para celebrar um acordo mutuamente benéfico com o resto da Europa.

http://observador.pt/2015/07/02/uma-entrevista-a-yanis-varoufakis-que-arrisca-ficar-para-a-historia/



Vão manter a palavra? Então a base toda deles é precisamente não manterem a palavra devido à dívida insustentável.

E até ontem uma carta do Tsipras dizia uma coisa, e horas depois o Tsipras dizia outra.

Manter a palavra tem que ser uma piada.
« Última modificação: 2015-07-02 16:20:38 por Incognitus »
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Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #6485 em: 2015-07-02 16:23:24 »
Um outro ponto é que o Tratado de Lisboa diz que a saída de um pais da zona Euro tem de ser voluntária.

http://observador.pt/2015/06/30/saida-da-grecia-do-euro-tera-de-ser-voluntaria-mas-pais-pode-processar-a-uniao/


Não importa muito, porque a Grécia sem suporte do BCE não consegue funcionar dentro do Euro, como se vê pelo que aconteceu esta semana.


Também se viu que o BCE manteve o apoio.
Há até quem fale de um terceiro resgate.


O terceiro resgate é o tal acordo, a que o "Não" supostamente se opõe.

Sim, com acordo o BCE apoia. Mas aqui fala-se do Não, de não haver acordo. Nesse caso o BCE não apoia, portanto a Grécia manter-se no Euro sem acordo é dúbio.


Acho que com o "não" também apoia. Como escrevi em cima, quer seja "não" ou "sim", acho que vai acabar por haver acordo. Acho que a UE não vai deixar afundar mais a Grécia, porque isso afundaria também o Euro. O acordo interessa a ambas as partes.
Se por acaso o "não" ganhar,  tiramos as duvidas.


Repoara, a questão não é apoiar com sim ou com não. A questão é apoiar com ou sem acordo.

Acordo pode existir, mas será nos mesmos termos (ou piores) se for não, porque existirá maior necessidade de garantias do que com o Sim.


Dizes que com o "não" o acordo será igual ou pior, mas eles acham que não é assim, e dizem que na Irlanda e França também houve referendo e os termos do acordo melhorou. E pelas noticias parece também que, desde a proposta inicial, os termos do acordo têm melhorado para os Gregos. Dizem que a ultima proposta que receberam, já depois de terem anunciado o referendo, era melhor, mas eles mantiveram na mesma o referendo.


Bem, repara, numa negociação a proposta que recebem é sempre melhor. As duas propostas opostas vão-se aproximando. A proposta que a UE recebeu do Syriza também era bastante melhor.

O que digo é que um acordo agora, com um não, será pior do que teria sido sem não, porque necessariamente tem que incluir maiores garantias. Isso é óbvio, se estás a tomar um acordo com alguém que sabes que o rasga à primeira hipótese, tens sempre que incluir mais garantias.


Leste a parte em que é dito que na Irlanda e França também houve referendo e os termos do acordo melhorou?


Não estou a ver do que falas quanto à França. Não acompanhei quanto á Irlanda.

Mas como disse, cada proposta nova tende a ser uma melhoria face à anterior por definição. É o que acontece numa negociação. Tal como a proposta Grega tende a ser melhor para os credores (e aí até foi surpreendentemente melhor).

Para testar esta hipótese, temos simplesmente que comparar a última proposta Grega (ou da semana passada, ou supostamente do Tsipras ontem), com o que for assinado. Se bem que o mais relevante pode até nem ser discutido nos media - as garantias, que agora deveriam ser maiores.
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Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #6486 em: 2015-07-02 16:35:08 »
Temos que deixar as bases ideológicas e recentrarmos nas partes em confronto, para conseguirmos compreender as motivações e onde está a razão.

Há uma grande preocupação em cada um
afirmar que não é de esquerda nem de direita :)

Por certo, por boas razões. Presumo,
por não haver préstimo em nenhum dos lados!
« Última modificação: 2015-07-02 16:35:39 por vbm »

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Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #6487 em: 2015-07-02 16:38:42 »
Vão manter a palavra? Então a base toda deles é precisamente não manterem a palavra devido à dívida insustentável.

E até ontem uma carta do Tsipras dizia uma coisa, e horas depois o Tsipras dizia outra.

Manter a palavra tem que ser uma piada.

Manter a palavra
quando tudo o que se espera
é que não a mantenha, é mesmo
a forma de a não manter, mantendo-a!

Pip-Boy

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Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #6488 em: 2015-07-02 16:46:24 »
Lol, mas qual palavra? Então se não cumpriram a extensão do programa que assinaram em Fevereiro.
The ultimate result of shielding men from the effects of folly, is to fill the world with fools.

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Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #6489 em: 2015-07-02 16:47:20 »
Se o Tsipras não se demitir,
o Varoufakis já prometeu 'ajudar'
o novo financeiro que pra lá vá.

Isso impedirá a 'generosidade'
a que a Europa gostaria de dedicar-se
caso o Samaras retornasse ao poder...

Incognitus

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Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #6490 em: 2015-07-02 16:48:46 »
Temos que deixar as bases ideológicas e recentrarmos nas partes em confronto, para conseguirmos compreender as motivações e onde está a razão.

Há uma grande preocupação em cada um
afirmar que não é de esquerda nem de direita :)

Por certo, por boas razões. Presumo,
por não haver préstimo em nenhum dos lados!

Vbm, esse meu post sem o boneco não é o mesmo ...

As forças em confronto.

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Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #6491 em: 2015-07-02 16:49:23 »
Lol, mas qual palavra? [ ]

A do Tsipras também se demitir.
Desconfio que não o fará.
Mas posso errar.
« Última modificação: 2015-07-02 16:50:49 por vbm »

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Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #6492 em: 2015-07-02 16:51:26 »
Toca a atirar mais dinheiro para o poço (com cumprimentos do Syriza).
Gosto principalmente do ultimo artigo em portugues a dizer que a divida pode ficar insustemtável... como se já não fosse atualmente.  ;D

The IMF says that the changes in Greek policies and its financial outlook since early 2015, when Syriza won power, "have resulted in a substantial increase in financing needs". A senior IMF official said: "Greece faces a significantly larger financing need going forward than we thought last year." As well as more cash, the IMF said creditors need to double the maturity of existing official loans to Greece from 20 to 40 years. "This is a dramatic move," he adds.

The International Monetary Fund says Greece needs at least €50bn in additional funding, including €36bn from the EU, to stabilise its finances. The Fund also cut Greece's economic growth prospects for this year to zero, down from 2.5%, in estimates made before this week's banking shutdown and capital controls.

O Fundo Monetário Internacional já fez as contas ao valor do terceiro resgate da Grécia. Numa análise à sustentabilidade da dívida do país, a instituição liderada por Christine Lagarde conclui que as necessidades de financiamento da Grécia ascendem a 50 mil milhões de euros até ao final de 2018, pelo que o país precisa de um empréstimo europeu "de pelo menos 36 mil milhões de euros".
No mesmo documento, o FMI conclui que se a Grécia não implementar as reformas propostas pelos credores, a dívida pública do país entra numa trajectória insustentável e necessitará de um "haircut".

Pedro.J50

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Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #6493 em: 2015-07-02 16:52:42 »
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Acho que com o "não" também apoia. Como escrevi em cima, quer seja "não" ou "sim", acho que vai acabar por haver acordo. Acho que a UE não vai deixar afundar mais a Grécia, porque isso afundaria também o Euro. O acordo interessa a ambas as partes.
Se por acaso o "não" ganhar,  tiramos as duvidas.

Boa tarde.
Eu sou ignorante na materia..., mas a estrategia do Syriza era essa.
Como a saida da Grecia do Euro seria catastrofica para a moeda unica, a europa vai recuar e fazer acordo.

Mas essa é a estrategia da chantagem.

Se essa logica estivesse correcta a Europa já teria recuado..., e não recuou o suficiente pelo menos.

Isso demonstra que a europa não está disposta a manter a união a qualquer preço.

Por outro lado se  a UE capitular em relação à Grecia, a espanha vai utilizar a mesma estrategia.

E Portugal também.

Merkel está bem ciente disso , e isso afundaria o Euro.

Exactamente para não afundar o Euro é que a europa não cedeu à Grecia.




Joao-D

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Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #6494 em: 2015-07-02 16:54:03 »
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Grécia: as propostas dos credores a referendar no domingo
Leia aqui o resumo das propostas dos credores divulgadas pela Comissão Europeia este fim de semana. O eleitorado grego vota no domingo para decidir se o país vai ou não aceitá-las.

Estas são as principais medidas que constam na proposta que o governo grego rejeitou, para chamar o povo grego a pronunciar-se:

– Aumento do IVA dos restaurantes para 23%;

– Abolição do IVA reduzido nas ilhas;

– Impor o pagamento adiantado de 100% de coleta mínima para as empresas e empresários em nome individual;

– Abolição de benefícios fiscais para agricultores (no imposto sobre rendimento e no gasóleo agrícola);

– Cortar 900 milhões de euros (0.5% do PIB) nos apoios sociais;

– Redução imediata das reformas antecipadas;

– Abolição gradual do subsídio de solidariedade para as pensões mais baixas;

– Implementar por completo a lei 3863/2010 sobre os fundos para a segurança social, que foi aprovada durante o anterior memorando;

– Implementar a cláusula de “défice zero” na Segurança Social e o financiar os fundos de pensões autónomos só a partir de recursos próprios;

– Abolir alguns tipos de contribuições que financiam os fundos de pensões, o que representa um corte de 700 milhões de euros nas suas receitas;

– Aumentar as contribuições dos pensionistas para o sistema de saúde, de 4% para 6%;

– Congelar pensões até 2021;

– Criar uma lei que permita lay-offs massivos e impedir o regresso das leis de negociação coletiva sem autorização das instituições;

– Reduzir o limite de não-confisco de depósitos bancários para 1500 euros;

– Aumentar a taxa de juro para os planos de pagamento de dívidas ao Estado por parte dos cidadãos e empresas;

– Reduzir os salários na função pública;

– Implementar por completo a ferramenta da OCDE aprovada pelos anteriores governos (apesar dos seus aspetos negativos e também apesar do atual governo ter negociado um novo acordo, com características diferentes, com a OCDE)

– Medidas que prejudicam seriamente a produção de medicamentos gregos;

– Continuar a privatização da empresa de manutenção e desenvolvimento das redes elétricas (IPTO/ADMIE);

– Vender as ações do Estado na OTE (Telecomunicações Gregas);

– Impedir a taxação de 12% sobre os lucros das empresas acima de 500 mil euros em 2014;

– Impedir o regresso dos valores das contribuições de empregadores e trabalhadores que vigoravam até 2014;

(Nota: na proposta entregue ao governo grego na quarta-feira, o IVA dos hotéis mantinha-se em 13%, e o dos restaurantes subia para 23%. Ante a oposição do governo grego à subida do IVA nos restaurantes, no dia seguinte as instituições propuseram subir o IVA dos restaurantes e também dos hotéis para 23%. A nova mudança na proposta do IVA para os hotéis – mantendo em 13% – aparece agora no texto oficial da proposta publicada pela Comissão Europeia, sem nunca ter sido dada a conhecer ao governo grego)

http://www.esquerda.net/artigo/grecia-propostas-dos-credores-referendar-no-domingo/37574
« Última modificação: 2015-07-02 16:56:02 por João-D »

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Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #6495 em: 2015-07-02 16:55:45 »
Vbm, esse meu post sem o boneco não é o mesmo ...
As forças em confronto.

A Alemanha não tolera nenhum boneco desses.
E faz bem. O irracionalismo não vale um tostão furado.

tommy

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Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #6496 em: 2015-07-02 17:00:10 »
Se uma economia que vale 2%, e anda à extrair recursos dos outros há décadas; porquê que é catástrofe eles saírem?

Eu acho é que anda muita gente com medo, sobretudo em Portugal, de perceber que o euro ficaria muito mais forte.  :D

vbm

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Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #6497 em: 2015-07-02 17:01:58 »
[ ]
Exactamente para não afundar o Euro é que a europa não cedeu à Grecia.

Ousaria dizer: o euro afundar-se-á como divisa internacional
senão resolver o problema dos estados-membros sobreendividados.

A única forma que conheço de tal ser feito é converter a dívida de tais estados
em perpetuidades de juro muito baixo que cada tesouro soberano administrará,
pagando os cupões, comprando ou vendendo os títulos, como bem lhe aprouver
segundo as condições da sua própria tesouraria e condições vigentes
no mercado de capitais.
« Última modificação: 2015-07-02 17:02:54 por vbm »

Automek

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Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #6498 em: 2015-07-02 17:03:28 »
Eu sou ignorante na materia..., mas a estrategia do Syriza era essa.
Como a saida da Grecia do Euro seria catastrofica para a moeda unica, a europa vai recuar e fazer acordo.

Mas essa é a estrategia da chantagem.

Se essa logica estivesse correcta a Europa já teria recuado..., e não recuou o suficiente pelo menos.

Isso demonstra que a europa não está disposta a manter a união a qualquer preço.

Por outro lado se  a UE capitular em relação à Grecia, a espanha vai utilizar a mesma estrategia.

E Portugal também.

Merkel está bem ciente disso , e isso afundaria o Euro.

Exactamente para não afundar o Euro é que a europa não cedeu à Grecia.
Pedro, ou eu percebi mal ou disseste duas coisas contraditórias
1. A saida da Grécia seria catastrófica para o Euro por isso a Europa vai fazer um acordo.
2. Se a UE capitular os outros fazem o mesmo e por isso, para não afundar o euro, é que a Europa não fez o acordo.

Já agora IMO se a Grécia saísse do euro isso era bom para o euro por ganhar credibilidade enquanto moeda (ou seja, há regras e são para cumprir)

Joao-D

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Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #6499 em: 2015-07-02 17:04:04 »
Citar
Acho que com o "não" também apoia. Como escrevi em cima, quer seja "não" ou "sim", acho que vai acabar por haver acordo. Acho que a UE não vai deixar afundar mais a Grécia, porque isso afundaria também o Euro. O acordo interessa a ambas as partes.
Se por acaso o "não" ganhar,  tiramos as duvidas.

Boa tarde.
Eu sou ignorante na materia..., mas a estrategia do Syriza era essa.
Como a saida da Grecia do Euro seria catastrofica para a moeda unica, a europa vai recuar e fazer acordo.

Mas essa é a estrategia da chantagem.

Se essa logica estivesse correcta a Europa já teria recuado..., e não recuou o suficiente pelo menos.

Isso demonstra que a europa não está disposta a manter a união a qualquer preço.

Por outro lado se  a UE capitular em relação à Grecia, a espanha vai utilizar a mesma estrategia.

E Portugal também.

Merkel está bem ciente disso , e isso afundaria o Euro.

Exactamente para não afundar o Euro é que a europa não cedeu à Grecia.

Ambos os lados estão a chantagear o outro. É uma negociação dura. 
Mas parece-me que o Syriza tem mais a perder porque no caso do Sim ganhar podem ter que pedir a demissão.