Não se trata de considerandos sobre soberania ou coisas do género. Trata-se de fazer a coisa funcionar sem episódios iguais aos que vemos hoje, e que não existem no USD.
o usd é a moeda de uma nação com trezentos anos.
as nações europeias têm um milhar de anos. dezenas (centenas?) de línguas diferentes. culturas diferentes.
a coesão de uma união assim não pode ter nada a ver com os US.
aqui tem que se inovar e radicalmente. transformar os problemas em oportunidades?
os países são diversos? apoiemos e estimulemos essa diversidade.
as línguas são diversas? reforçemos o ensino de uma língua de trabalho assim como a diversidade linguística dentro da união.
as culturas são diferentes? tanto melhor. quanto mais diversidade cultural melhor.
o desafio é como pôr a união a funcionar neste contexto. de maior diversidade de línguas e culturas e tomando isso como um valor positivo, e de maior soberania dos países e tomando também isso como um valor positivo.
isso necessita concerteza de muito thinking outside the box. e há mentes que não estão preparadas para o fazer.
têm que ser sidelined como parece que fizeram ao varoufakis.
através de novas ideias e de consultas aos povos sobre essa ideias.
a direcção da UE vem em roda livre desde o tratado de Lisboa. não há um mínimo controlo democrático.
cancelou-se a constituição porque os referendos estavam a correr mal, para aprovar o tratado de lisboa sem referendo que mais não é que a referida constituição disfarçada.
não é este o caminho e isso fica mais patente em cada dia que passa.
Lark
Pelo que li num livro que analisa James Madison e a sua influência na elaboração da Constituição e vida política dos USA, fica patente que havia uma enorme discordância do "racio" correcto entre poder dos estados/federação. Madison embora de "coração" quisesse manter o máximo de poder do lado dos estados e evitar uma concentração de poder do lado federal, entendeu numa certa fase que o projecto não seria sustentável e acabaria por ruir se a federação não adquirisse mais poderes.
Não conheço minimamente qual seria o contexto cultural e econômico de cada um dos estados na altura e se essa diversidade era ou não grande. A noção geral que tenho é que na zona NE englobando áreas como New York e Boston, fossem áreas mais cosmopolitas, com maior diversidade, comércio mais internacional, mais férteis à nível intelectual. Mas isso é uma percepção posso estar errado.
Se a nível europeu actual a diversidade é maior ou menor que a dos USA na altura, não faço a mínima ideia. De qualquer forma, o que posso afirmar é que a diversidade na Europa é enorme e se calhar o projecto foi ambicioso demais.
Ultrapassar barreiras como diferentes línguas, culturas muito diversas, níveis de desenvolvimento muito diferentes, sem um estado central com poderes fiscais, legislativos que permitam manter essa união coesa, parece-me uma tarefa muito improvável.
Mas concordo que tal só poderia acontecer com a aprovação dos respectivos povos.