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Autor Tópico: Grécia - Tópico principal  (Lida 1839829 vezes)

D. Antunes

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Re:Investir na Grécia
« Responder #1820 em: 2015-03-09 18:47:50 »
Não é assim, Lark.
 
Um rico que já tem todas as necessidades básicas supridas e que pode comprar um Rolls ou Ferrari em vez de um Renault, não vê um aumento de utilidade nada parecido com um pobre que antes passava frio e passa a disfrutar de um casaco. Ou que não tinha carro e passa a ter o chaço Renault do rico.
 
Seja como for, a utilidade marginal de obter um novo bem/serviço é incomparavelmente superior à de simplesmente obter o segundo bem idêntico, ou à de obter um bem de muito maior preço/qualidade/status. Isto faz com que a expansão do consumo de bens físicos ditada pelo aumento de produção aproveite em grande medida a pobres e classe média, MESMO que monetariamente os ricos pareçam estar a ganhar MUITO mais com a evolução das coisas.
 
E ainda existe mais uma ilusão: pode no agregado ser impossível aos ricos "cobrar" os seus créditos que acumularam (ou seja, inverter de acumuladores para consumidores, excepto geracionalmente via gerações ociosas). Quando o tentam, gera-se uma crise de tal forma brutal que lhes implode a riqueza em capital, quer via queda das acções, quer via o incumprimento dos créditos.

rofl
que observação mais paternalista.

vá toma lá um casaquito em segunda mão enquanto eu vou ali comprar um rolls.
pffff...
não há pachorra. não há debate possível.

depois quando se dão revoluções violentas, queixam-se.
eh pá, as montanhas de casaquitos que eu distribuí pelos pobres e eles fazem-me isto, pá!
até vendi uma renault 4 a um deles, por um preço camarada (estava a cair de podre mas um gajo tem que fazer um lucrito) e o sacana pôs-me na rua da minha casa.
Não é justo, pá!

D

A maioria dos pobres nos países desenvolvidos tem níveis de conforto que nem os reis dos países mais ricos tinham há uma dúzia de gerações atrás.
Coisas básicas como: água canalizada, esgotos, casa aquecida, frigorífico, cuidados de saúde... (já para não falar de TV, telefone, telemóveis e outras modernices).
“Price is what you pay. Value is what you get.”
“In the short run the market is a voting machine. In the long run, it’s a weighting machine."
Warren Buffett

“O bom senso é a coisa do mundo mais bem distribuída: todos pensamos tê-lo em tal medida que até os mais difíceis de contentar nas outras coisas não costumam desejar mais bom senso do que aquele que têm."
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Re:Investir na Grécia
« Responder #1821 em: 2015-03-09 18:59:06 »

Encíclica RERUM NOVARUM, Papa Leão XIII, 1891



Há uma coisa algo inconsistente em tudo o isto. O nível de vida alcançado pelas populações é dependente da produção que essas populações alcançam. A produção é praticamente toda para consumir e não para desperdiçar. Pelo que aumentando a produção, aconteça o que acontecer aos rendimentos e desigualdade, é altamente provável que o consumo se espalhe por mais e mais pessoas -- até porque cada uma tem uma capacidade limitada para consumir.

Se a produção de comida explode, ela é consumida e não são certamente os ricos desiguais a comê-la porque senão estoirariam. Idem para roupa, para casas, para praticamente tudo o que tem valor prático na vida. E a produção de bens de luxo apenas acessíveis a pessoas muito ricas:
* É uma cosa razoavelmente limitada;
* E ainda assim desejável porque gera emprego e retira aos ricos parte do que acumularam.

Ou seja, toda a história da exploração e pobreza parece inconsistente com estas realidades óbvias e incontornáveis. As medidas monetárias de riqueza e desigualdade são enganadoras quanto ao que acontece numa sociedade que aumenta muito a sua produção.



É um bocado (só um bocado, admito) inconsistente ficar animado com o  aumento da produção porque provavelmente ela é para ser consumida pela população com menor poder de compra, porque pelos ricos não  será, pois que já consomem tanto que se consumissem mais 'estoirariam'

É preciso considerar que uma sociedade equilibrada não se compõe de um sector privado rico e de um sector público pobre, mas sim de uma proporção equilibrada e sustentável de consumo privado e público q.b,


Não compreendi.

Isto não tem muito a ver com consumo público e privado. Mas o sector público providencia bens e serviços a toda a gente, ricos e pobres. O que também aumenta o consumo relativo dos pobres.

E não vejo porque não ficarias entusiasmado com o facto de que um aumento de produção tende a ser consumido por todos, e em bens essenciais/básicos beneficia os ricos muito menos do que a sua fatia da riqueza e rendimento levaria a pensar. Ou seja, a expansão da produção tende a alastrar os benefícios a toda a população (de n formas diferentes).
"Nem tudo o que pode ser contado conta, e nem tudo o que conta pode ser contado.", Albert Einstein

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D. Antunes

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Re:Investir na Grécia
« Responder #1822 em: 2015-03-09 18:59:24 »


Citar
[ ]
"Mas, justamente, se uma tal associação for nefasta
para o todo da sociedade, ela deva ser contrariada."--> Admitamos que em geral sim. O problema não é quem queira associar-se de modo nefasto. O problema é outro. E quem não queira associar-se a algo que tu consideras bom para a sociedade? Isto é, nisso seja neutro (nem ajuda, nem desajuda). Vais obrigá-lo a fazer o que TU achas correto?


Isso é uma 'logomania' do Incognitus: imaginar que eu imporei a minha moral ou o meu gosto aos outros. Nunca disse nem nunca fiz isso. Apenas faço o seguinte: destituo e não dou valor ao que contradiga o que penso, prefiro, gosto.

Citar
"Assim como não deve condenar-se a erradicação
do que seja nefasto para o todo colectivo,

assim deve aceitar-se não só a persuasão a conseguir
o bem comum como a coerção que evite e contrarie
o que comprovadamente (segundo o conhecimento
da ciência) é nefasto." -->A coerção é só para não fazer o nefasto?

Isto já é outro assunto. Isto já é política.

O povinho fica muito exaltado se a autoridade
lhe impõe fazer isto e não aquilo, mas é justamente
isso que a autoridade deve fazer: pilotar um projecto
de sociedade, defender um padrão de bem comum, agir
como autoridade soberana. Se o regime político for
democrático é o povo eleitor que deve discutir
opções, esclarecer-se livremente, escolher
os representantes com os quais mais
concorde, e delegar-lhes o poder
de legislar, governar e
fiscalizar o governo.

Politicamente, não só deve hegemonizar-se
uma solução de bem comum para a sociedade
como deve persuadir-se a população
da sua utilidade e, por lei em vigor,
impedir coercivamente o que
a infrinja.

MAs a democracia e a tomada de decisões por maioria pode ser compatível com a aceitação da liberdade de cada um fazer o que quiser desde que não prejudique os outros.

Concordo quando dizes que se pode persuadir a população a ajudar numa solução para o bem comum (e, não expressaste, mas também concordo que se possa motivar a fazer algo para o bem de alguns).
Concordo que se impeça o que prejudique o bem comum.
Não concordo que se obrigue alguém a gastar os seus recursos, seja tempo ou dinheiro, a fazer algo para o bem de outros, principalmente quando esse algo dificilmente pode ser classificado como bem comum. Isso é transformar o indivíduo em escravo de outros.
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Re:Investir na Grécia
« Responder #1823 em: 2015-03-09 19:08:52 »


Citar
[ ]
"Mas, justamente, se uma tal associação for nefasta
para o todo da sociedade, ela deva ser contrariada."--> Admitamos que em geral sim. O problema não é quem queira associar-se de modo nefasto. O problema é outro. E quem não queira associar-se a algo que tu consideras bom para a sociedade? Isto é, nisso seja neutro (nem ajuda, nem desajuda). Vais obrigá-lo a fazer o que TU achas correto?


Isso é uma 'logomania' do Incognitus: imaginar que eu imporei a minha moral ou o meu gosto aos outros. Nunca disse nem nunca fiz isso. Apenas faço o seguinte: destituo e não dou valor ao que contradiga o que penso, prefiro, gosto.

Citar
"Assim como não deve condenar-se a erradicação
do que seja nefasto para o todo colectivo,

assim deve aceitar-se não só a persuasão a conseguir
o bem comum como a coerção que evite e contrarie
o que comprovadamente (segundo o conhecimento
da ciência) é nefasto." -->A coerção é só para não fazer o nefasto?

Isto já é outro assunto. Isto já é política.

O povinho fica muito exaltado se a autoridade
lhe impõe fazer isto e não aquilo, mas é justamente
isso que a autoridade deve fazer: pilotar um projecto
de sociedade, defender um padrão de bem comum, agir
como autoridade soberana. Se o regime político for
democrático é o povo eleitor que deve discutir
opções, esclarecer-se livremente, escolher
os representantes com os quais mais
concorde, e delegar-lhes o poder
de legislar, governar e
fiscalizar o governo.

Politicamente, não só deve hegemonizar-se
uma solução de bem comum para a sociedade
como deve persuadir-se a população
da sua utilidade e, por lei em vigor,
impedir coercivamente o que
a infrinja.

MAs a democracia e a tomada de decisões por maioria pode ser compatível com a aceitação da liberdade de cada um fazer o que quiser desde que não prejudique os outros.

Concordo quando dizes que se pode persuadir a população a ajudar numa solução para o bem comum (e, não expressaste, mas também concordo que se possa motivar a fazer algo para o bem de alguns).
Concordo que se impeça o que prejudique o bem comum.
Não concordo que se obrigue alguém a gastar os seus recursos, seja tempo ou dinheiro, a fazer algo para o bem de outros, principalmente quando esse algo dificilmente pode ser classificado como bem comum. Isso é transformar o indivíduo em escravo de outros.

Já agora, esses argumentos científicos inclui forçar os Amish a modernizarem a agricultura, já que os métodos arcaicos de produção não maximizam a produção, logo não maximizam o bem comum?

vbm, até onde é que queres levar esses argumentos científicos do bem comum? É de voltar a incluir a eugenia? É que argumentos cintíficos fortes a favor do bem comum, há.
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Re:Investir na Grécia
« Responder #1824 em: 2015-03-09 19:30:46 »



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[ ]
"Mas, justamente, se uma tal associação for nefasta
para o todo da sociedade, ela deva ser contrariada."--> Admitamos que em geral sim. O problema não é quem queira associar-se de modo nefasto. O problema é outro. E quem não queira associar-se a algo que tu consideras bom para a sociedade? Isto é, nisso seja neutro (nem ajuda, nem desajuda). Vais obrigá-lo a fazer o que TU achas correto?


Isso é uma 'logomania' do Incognitus: imaginar que eu imporei a minha moral ou o meu gosto aos outros. Nunca disse nem nunca fiz isso. Apenas faço o seguinte: destituo e não dou valor ao que contradiga o que penso, prefiro, gosto.

Citar
"Assim como não deve condenar-se a erradicação
do que seja nefasto para o todo colectivo,

assim deve aceitar-se não só a persuasão a conseguir
o bem comum como a coerção que evite e contrarie
o que comprovadamente (segundo o conhecimento
da ciência) é nefasto." -->A coerção é só para não fazer o nefasto?

Isto já é outro assunto. Isto já é política.

O povinho fica muito exaltado se a autoridade
lhe impõe fazer isto e não aquilo, mas é justamente
isso que a autoridade deve fazer: pilotar um projecto
de sociedade, defender um padrão de bem comum, agir
como autoridade soberana. Se o regime político for
democrático é o povo eleitor que deve discutir
opções, esclarecer-se livremente, escolher
os representantes com os quais mais
concorde, e delegar-lhes o poder
de legislar, governar e
fiscalizar o governo.

Politicamente, não só deve hegemonizar-se
uma solução de bem comum para a sociedade
como deve persuadir-se a população
da sua utilidade e, por lei em vigor,
impedir coercivamente o que
a infrinja.

MAs a democracia e a tomada de decisões por maioria pode ser compatível com a aceitação da liberdade de cada um fazer o que quiser desde que não prejudique os outros.

Concordo quando dizes que se pode persuadir a população a ajudar numa solução para o bem comum (e, não expressaste, mas também concordo que se possa motivar a fazer algo para o bem de alguns).
Concordo que se impeça o que prejudique o bem comum.
Não concordo que se obrigue alguém a gastar os seus recursos, seja tempo ou dinheiro, a fazer algo para o bem de outros, principalmente quando esse algo dificilmente pode ser classificado como bem comum. Isso é transformar o indivíduo em escravo de outros.

Já agora, esses argumentos científicos inclui forçar os Amish a modernizarem a agricultura, já que os métodos arcaicos de produção não maximizam a produção, logo não maximizam o bem comum?

vbm, até onde é que queres levar esses argumentos científicos do bem comum? É de voltar a incluir a eugenia? É que argumentos cintíficos fortes a favor do bem comum, há.

Bem visto, hermes!

vbm, como é que é com a eugenia? A eugenia é das coisas mais eticamente reprováveis que encontra mais prova científica a seu favor (em termos de bem comum). Como descalças essa bota?
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Re:Investir na Grécia
« Responder #1825 em: 2015-03-09 19:41:20 »
Citar
Grécia tem dinheiro para mais três semanas. No máximo

9/3/2015, 15:28282 partilhas

Três semanas. No máximo. Fonte da União Europeia diz que as reservas financeiras são "elásticas", mas que Atenas tem dinheiro para mais três semanas. Dijsselbloem diz que não se pode perder tempo.

Não é provável que Atenas receba já os 1,9 mil milhões que os bancos centrais tiveram com a dívida grega.

A Grécia tem alguma margem para gerir a tesouraria restante mas as suas reservas atuais não deverão durar mais do que três semanas, ou seja, até ao final do mês de março. Os cálculos são de fonte europeia citada pela agência Bloomberg, no dia em que decorre mais uma reunião dos ministros das Finanças do Eurogrupo, uma reunião que será para falar de “progressos” e não de “desembolsos”. O presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, diz que é preciso “parar de perder tempo”.

Não é provável que Atenas venha a receber os 1,9 mil milhões que os bancos centrais da zona euro tiveram em lucros com a compra de dívida grega no auge da crise (dívida comprada a preços baixos que, entretanto, chegou à maturidade e foi paga na íntegra). Tendo em conta esta expectativa, transmitida por fonte europeia citada esta segunda-feira pela Bloomberg, não deve restar nos cofres de Atenas mais do que o suficiente para satisfazer as necessidades de financiamento das próximas três semanas.

O cálculo demonstra a urgência da situação que Atenas está a viver, numa altura em que está a fazer tudo por tudo para pagar o reembolso de 350 milhões de euros ao Fundo Monetário Internacional (FMI), esta semana, e continuar a financiar as atividades do Estado. A Grécia tem um desembolso de 7,2 mil milhões de euros pendente, que corresponde à última tranche do segundo programa de assistência, e não deverá ser nesta reunião dos ministros das Finanças da zona euro que essa situação se irá desbloquear.

Jeroen Dijsselbloem, presidente do Eurogrupo, diz que apesar das últimas medidas apresentadas pelo Ministério das Finanças da Grécia, não foi ainda feito o suficiente para que a última avaliação possa dar-se como concluída. As medidas estão “longe de estarem completas”, disse nas últimas horas o holandês, líder do Eurogrupo. “Não iremos aceitar os 30% [do programa] que eles queriam substituir, e os gregos sabem bem disso”, atirou Jeroen Dijsselbloem.

Dijsselbloem afirmou ainda que nas últimas semanas “não houve progressos” reais, uma vez que as “negociações de verdade não começaram” e que é necessário “parar de perder tempo” quanto às medidas que a Grécia deve implementar para o fecho do atual programa de resgate.

Schäuble: “Não tem acontecido muita coisa na Grécia”

À entrada para a reunião do Eurogrupo, quem também comentou a situação da Grécia foi o ministro das Finanças da Alemanha, que lamentou que “não tem acontecido muita coisa na Grécia”. O responsável adiantou, contudo, que a Grécia não é o principal tema em discussão na reunião desta segunda-feira dos ministros das Finanças. O alemão alertou, no entanto, que a Grécia deve evitar quaisquer medidas que sejam “desequilibradas” por atenderem apenas a um dos lados envolvidos.

Um economista do Berenberg Bank, Christian Schulz, escreve em nota enviada aos clientes que “o novo governo grego continua a danificar gravemente a confiança dos seus parceiros europeus, a única fonte viável de financiamento de curto prazo para manter a Grécia a salvo da bancarrota e dentro da zona euro”. Nesta altura, diz o especialista, é uma “virtual certeza que a Grécia necessitará de um novo resgate de grande dimensão no verão”.

Já o ministro das Finanças da Irlanda, Michael Noonan, considera que a Grécia “tem feito progressos significativos” e que “chegou a hora de os trabalhos passarem para o plano técnico”.

No final da semana passada, o ministro das Finanças grego, Yanis Varoufakis, enviou uma carta ao presidente do Eurogrupo com um conjunto de medidas que Atenas pretende implementar e que passam por planos para arrecadar mais impostos combatendo a fraude fiscal, redução da burocracia e medidas sociais.

Numa entrevista publicada no domingo pelo diário holandês Volkskrant”, o presidente do Eurogrupo disse que não acredita que o dinheiro para a Grécia seja desbloqueado ainda este mês, uma vez que ainda são necessários que sejam realizados “alguns passos” por parte do Governo grego.

Já noutra entrevista, ao Financial Times, Dijsselbloem tinha afirmado que se a Grécia começar desde já a implementar as medidas exigidas pelos credores pode receber financiamento de emergência tendo em conta os importantes compromissos financeiros a que tem de fazer face em breve.

Da reunião de hoje não se espera que saia qualquer acordo definitivo, mas um entendimento para continuar a trabalhar e aproximar posições.

Segundo um alto responsável do Eurogrupo, neste encontro será feito um ponto da situação sobre os progressos realizados ao nível técnico com vista ao relançamento formal das negociações entre as autoridades gregas e as instituições, mas advertiu que para já os progressos foram poucos, razão pela qual os ministros ainda não estarão em condições de analisar de que modo a Grécia pretende implementar as reformas com que se comprometeu.


vbm

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Re:Investir na Grécia
« Responder #1826 em: 2015-03-09 20:22:55 »
Citar
[ ] Mas o sector público providencia bens e serviços a toda a gente, ricos e pobres. O que também aumenta o consumo relativo dos pobres.

Assim é. Por isso aplaudo que o  sector público não empobreça relativamente ao sector privado, como, por exemplo, acontece nos Estados Unidos e, possivelmente - não sei ao certo - na Alemanha.

Citar
E não vejo porque não ficarias entusiasmado com o facto de que um aumento de produção tende a ser consumido por todos, e em bens essenciais/básicos beneficia os ricos muito menos do que a sua fatia da riqueza e rendimento levaria a pensar. Ou seja, a expansão da produção tende a alastrar os benefícios a toda a população (de n formas diferentes).

Só não fico muito entusiasmado porque adivinho a falta de qualidade e o nenhum interesse dessa produção inflada: tudo inutilidades e verdadeira implosão do bom gosto e do espírito de exigência, rigor, qualidade. Enfim, padrão facilitador e pouco recomendável dos 'negócios' 'espontâneos' da 'iniciativa privada' (tudo em aspas para não ofender os casos meritórios que existem)

vbm

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Re:Investir na Grécia
« Responder #1827 em: 2015-03-09 20:27:31 »

A maioria dos pobres nos países desenvolvidos tem níveis de conforto que nem os reis dos países mais ricos tinham há uma dúzia de gerações atrás. Coisas básicas como: água canalizada, esgotos, casa aquecida, frigorífico, cuidados de saúde... (já para não falar de TV, telefone, telemóveis e outras modernices).

Essa dos reis do antigamente não terem o conforto dos pobres de agora é uma blague gasta e viciosa. Para uma pessoa se aperceber que assim é, basta, por exemplo, ler as "Memórias de Adriano" de Margueritte Yourcenar, para se ficar com uma ideia do que é qualidade de vida.

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Re:Investir na Grécia
« Responder #1828 em: 2015-03-09 20:39:24 »
[ ]
Não concordo que se obrigue alguém a gastar os seus recursos, seja tempo ou dinheiro, a fazer algo para o bem de outros, principalmente quando esse algo dificilmente pode ser classificado como bem comum. Isso é transformar o indivíduo em escravo de outros.

Concordo. Se dei impressão contrária, apresso-me a desambiguar a tese ou o enunciado que albergue tal equívoco. Há casos de escravidão e espoliação imposta: p.e., os casos de monopólio, cobradores de sobrepreços sem contraentrega de valor correspondente.

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Re:Investir na Grécia
« Responder #1829 em: 2015-03-09 20:55:17 »
Já agora, esses argumentos científicos inclui forçar os Amish a modernizarem a agricultura, já que os métodos arcaicos de produção não maximizam a produção, logo não maximizam o bem comum?

vbm, até onde é que queres levar esses argumentos científicos do bem comum? É de voltar a incluir a eugenia? É que argumentos cintíficos fortes a favor do bem comum, há.

Não conheço esse povo, Amish, mas a modernização produtiva não deve simplesmente 'impor-se', até porque é preciso ter os produtores aliados da modernização e não em oposição. Tem de ser convencidos e envolvidos na transformação técnica. Mesmo que tudo demore mais tempo, é o melhor modo político de conseguir sucesso.

Eu sinto que a liberdade individual e a autonomia familiar e autárquica deve respeitar-se, sem no entanto o Estado claudicar em valorizar e proclamar o maior valor dos procedimentos que, tanto quanto se saiba, melhor defendam os interesses das pessoas e da sociedade.

Onde eu seria mais severo, no entanto, e como problema global planetário, é no problema do crescimento demográfico, onde em tese, defendo que devíamos ter a população mundial que tínhamos em 1950, 3 500 milhões de habitantes, ou seja o paraíso na Terra ao  alcance de todos os povos.

Deste modo, derivo como corolário, p.e., que a medicina ocidental, os antibióticos, etc., destruíram os equilíbrios em África, porque diminuíram a mortalidade infantil sem diminuir igualmente a taxa de natalidade. A China conteve a sua população; mas a Índia, não - uma miséria, escandalosa! Censurável também, e muito a América católica e os países muçulmanos.
« Última modificação: 2015-03-09 20:58:11 por vbm »

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Re:Investir na Grécia
« Responder #1830 em: 2015-03-09 21:02:38 »

Citar
[ ] Mas o sector público providencia bens e serviços a toda a gente, ricos e pobres. O que também aumenta o consumo relativo dos pobres.

Assim é. Por isso aplaudo que o  sector público não empobreça relativamente ao sector privado, como, por exemplo, acontece nos Estados Unidos e, possivelmente - não sei ao certo - na Alemanha.

Citar
E não vejo porque não ficarias entusiasmado com o facto de que um aumento de produção tende a ser consumido por todos, e em bens essenciais/básicos beneficia os ricos muito menos do que a sua fatia da riqueza e rendimento levaria a pensar. Ou seja, a expansão da produção tende a alastrar os benefícios a toda a população (de n formas diferentes).

Só não fico muito entusiasmado porque adivinho a falta de qualidade e o nenhum interesse dessa produção inflada: tudo inutilidades e verdadeira implosão do bom gosto e do espírito de exigência, rigor, qualidade. Enfim, padrão facilitador e pouco recomendável dos 'negócios' 'espontâneos' da 'iniciativa privada' (tudo em aspas para não ofender os casos meritórios que existem)

Se começamos por falar de necessidades básicas, necessariamente não podem ser inutilidades.

E depois, por aí adiante, se as pessoas necessitam, querem, desejam o que quer que seja, também não serão inutilidades na sua perspectiva.
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Re:Investir na Grécia
« Responder #1831 em: 2015-03-09 21:07:20 »
Bem visto, hermes!

vbm, como é que é com a eugenia? A eugenia é das coisas mais eticamente reprováveis que encontra mais prova científica a seu favor (em termos de bem comum). Como descalças essa bota?

Eugenia é o apuramento da raça, não é?

Discordo. As populações não devem ser
tratadas como rebanhos, embora devam
ser lideradas por quem melhor as governe.

A liberdade individual e as autonomias
autárquicas e familiares devem respeitar-se,
porque conduzem a soluções colectivas
melhores para o bem comum.

A ciência não se restringe à física, à química
e à biologia. A política, a filosofia, a ética
cumulam saberes comprovados pela
experiência histórica dos povos,
que ajudam a orientar o que fazer. 


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Re:Investir na Grécia
« Responder #1832 em: 2015-03-09 22:14:06 »

A maioria dos pobres nos países desenvolvidos tem níveis de conforto que nem os reis dos países mais ricos tinham há uma dúzia de gerações atrás. Coisas básicas como: água canalizada, esgotos, casa aquecida, frigorífico, cuidados de saúde... (já para não falar de TV, telefone, telemóveis e outras modernices).

Essa dos reis do antigamente não terem o conforto dos pobres de agora é uma blague gasta e viciosa. Para uma pessoa se aperceber que assim é, basta, por exemplo, ler as "Memórias de Adriano" de Margueritte Yourcenar, para se ficar com uma ideia do que é qualidade de vida.


Tinha as suas vantagens, claro. Montes de escravos, poder, prestígio.
E Adriano até viveu 62 anos, teve sorte.

Mas vai a Guimarães visitar os "palácios" e imagina como se enregelaria lá no Inverno.
« Última modificação: 2015-03-09 22:15:02 por D. Antunes »
“Price is what you pay. Value is what you get.”
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Re:Investir na Grécia
« Responder #1833 em: 2015-03-09 22:16:37 »
[ ]
Não concordo que se obrigue alguém a gastar os seus recursos, seja tempo ou dinheiro, a fazer algo para o bem de outros, principalmente quando esse algo dificilmente pode ser classificado como bem comum. Isso é transformar o indivíduo em escravo de outros.

Concordo. Se dei impressão contrária, apresso-me a desambiguar a tese ou o enunciado que albergue tal equívoco. Há casos de escravidão e espoliação imposta: p.e., os casos de monopólio, cobradores de sobrepreços sem contraentrega de valor correspondente.

Estava a pensar noutros exemplos, mas também concordo com esses.
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Re:Investir na Grécia
« Responder #1834 em: 2015-03-09 22:36:48 »
[ ]
Mas vai a Guimarães visitar os "palácios" e imagina como se enregelaria lá no Inverno.

:) Mas olha, se vires o filme de Ivan, o Terrível de Eisenstein
logo vês como eles se aqueciam com fogo, peles e conspirações!
« Última modificação: 2015-03-09 22:37:41 por vbm »

itg00022289

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Re:Investir na Grécia
« Responder #1835 em: 2015-03-10 13:02:05 »
Se há muito boa gente que os quer ver fora do euro, haverá um número crescente que os quererá fora da UE.

Um tipo de extrema direita, que é ministro da defesa de um país da UE a ameçar os seus parceiros (e dadores) com o envio de terroristas. Não sei se é só ele que é louco ou se são "eles".

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Ministro grego: “Se a Europa não ceder, será inundada por gregos e jihadistas”


Ministro da Defesa da Grécia lança um alerta: "Se eles [os líderes europeus] nos atacarem, iremos atacá-los também a eles". Como? "Uma onda humana vai migrar para Berlim", diz Panos Kammenos.


Ministro da Defesa diz que uma "onda humana poderá ir direitinha para Berlim".

“Se a Europa nos deixar nesta crise profunda, iremos inundá-la de imigrantes ilegais“, avisa Panos Kammenos, ministro da Defesa da Grécia e parceiro de coligação pelos Gregos Independentes. “Será ainda pior para Berlim, porque haverá uma onda de milhões de migrantes por razões económicas mas, também, alguns jihadistas do Estado Islâmico“, continua o responsável, admitindo dar a imigrantes ilegais na Grécia os documentos de que estes necessitam para viajar livremente pelo Espaço Schengen.

O ministro da Defesa da Grécia, Panos Kammenos, diz que todos os dias há novos imigrantes ilegais a chegar ao país e que cerca de 10 mil estão, neste momento, detidos em centros de acolhimento e detenção espalhados pela Grécia. Estas pessoas, entre as quais o líder dos Gregos Independentes diz haver membros da jihad islâmica, podem fazer de Berlim a sua casa dentro de poucas semanas caso a Europa não ceda nas negociações com Atenas.

“Se nos atacarem, vamos atacá-los a eles“, diz Panos Kammenos, referindo-se aos líderes europeus que estão a negociar com o governo grego as reformas económicas com vista à cedência de financiamento a Atenas, não só a última tranche do segundo resgate mas também um eventual contrato subsequente.

Ou os líderes europeus cedem nestas negociações ou, ameaça Panos Kammenos, “entregaremos a estes migrantes provenientes de todo o lado os documentos de que necessitam para viajar livremente no Espaço Schengen, portanto esta onda humana poderá ir direitinha para Berlim“, avisou um irado Panos Kammenos, citado pela imprensa grega.

Segundo o The Guardian, estas ameaças estão a ser levadas a sério. Tanto que, segundo o jornal, responsáveis da Comissão Europeia têm recebido estas declarações com tanta preocupação que na semana passada contactaram os responsáveis por estes centros de detenção para averiguar se existiam algumas instruções para libertar os imigrantes ilegais que ali permanecem.

http://observador.pt/2015/03/10/ministro-grego-se-a-europa-nao-ceder-sera-inundada-por-gregos-e-jihadistas/
« Última modificação: 2015-03-10 13:03:21 por itg00022289 »

vbm

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Re:Investir na Grécia
« Responder #1836 em: 2015-03-10 15:19:55 »
Por muito que tal onda migratória surpreenda
e incomode, ela tem toda a lógica económica
e política a impulsioná-la! Se a Europa
não sabe governar-se, que aprenda!

Counter Retail Trader

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Re:Investir na Grécia
« Responder #1837 em: 2015-03-10 15:26:50 »
Já começo a compreender..... 

Talvez fosse boa ideia usarem essa gente como "fiscais"   :D  , ja que dao guarida.

Dilath Larath

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Re:Investir na Grécia
« Responder #1838 em: 2015-03-11 00:33:54 »
David Beckworth

Fool Me Once, Shame On You; Fool Me Twice, Shame On Me

On Friday, I was interviewed by Erin Ade on Boom Bust. We discussed why the Eurozone is not an optimal currency area - low labor mobility, limited fiscal transfers, differing regional business cycles - and why this means a one-size-fits all monetary policy is bound to make problems for this monetary union.

This discussion was a follow-up to a recent post where I illustrated the challenges of a one-size-fits-all monetary policy by plotting Taylor rules for the Eurozone's core and periphery economies. These Taylor rules prescribe very different interest rates for these two regions since the Euro's inception, yet there is only one interest rate target. What to do? The chart below, which was used on Boom Bust, reveals what the ECB did in practice:


Note that the ECB policy rate (grey) and the core Taylor rule rate (green) track each other relatively closely. This means the ECB adjusted its interest rate target in a manner more consistent with the core economies. It also means the ECB policy was destabilizing for the periphery. For example, it was far too easy for the periphery prior to 2008 - helping fuel the run-up in debt, soaring asset prices, and current account deficits in those economies - while after that time it has been far too tight. For the core, ECB policy has been about right since 2010. This explains, in part, the ECB's reluctance to ease since then.

Interestingly, this is not the first time European monetary policy has served to stabilize the core economies while destabilizing the periphery. The first go-round occurred in 1992 under the European Monetary System (EMS). Under this arrangement, each country had their own currency but was pegged to the German Deutsche Mark. This meant European monetary policy was effectively set by the Bundesbank in Germany. Unsurprisingly, what was good monetary policy for Germany - the core economy - was not necessarily good for the periphery.

This became apparent in 1992 when Germany, worried about overheating from the spending on its reunification, decided to tighten monetary policy. To maintain their pegs, the EMS countries had to follow suit and tighten too. For many countries, though, this was hard to do because their economies were already weakening. Monetary policy, in other words, was tightening in order to stabilize the core economy even though the periphery needed easing. In the United Kingdom and Italy, the pain of this tightening proved too much and they were forced to leave the EMS. Other periphery countries like Spain and Portugal limped along.

So the problems in the Eurozone periphery since 2010 are an eerie Deja Vu of the 1992 EMS experience. In hindsight, then, it seems that the periphery should have known better than to try a second monetary marriage with the core economies. As the saying goes, fool me once shame on you; fool me twice shame on me. The core economies continue to have the upper hand when it comes to the conduct of monetary policy in the Europe. And it does not seem that this will change any time soon. This is a lesson the periphery needs to learn.

Update: What this all means is that even if the current Greek crisis gets resolved, there will be more crises in the future for the Eurozone. It is unlikely that peripheral countries will undergo the structural change needed to make them succeed in a Eurozone whose monetary policy favors the core. So at some point, it seems likely that the history of the UK and Italy leaving the EMS in 1992 will be repeated in the Eurozone.
O meu patrão quer ser Califa no lugar do Califa

Zel

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Re:Investir na Grécia
« Responder #1839 em: 2015-03-11 07:35:30 »

A maioria dos pobres nos países desenvolvidos tem níveis de conforto que nem os reis dos países mais ricos tinham há uma dúzia de gerações atrás. Coisas básicas como: água canalizada, esgotos, casa aquecida, frigorífico, cuidados de saúde... (já para não falar de TV, telefone, telemóveis e outras modernices).

Essa dos reis do antigamente não terem o conforto dos pobres de agora é uma blague gasta e viciosa. Para uma pessoa se aperceber que assim é, basta, por exemplo, ler as "Memórias de Adriano" de Margueritte Yourcenar, para se ficar com uma ideia do que é qualidade de vida.

qualidade de vida na roma antiga baseada num romance? onde eh q o adriano ia ao dentista?
ou estas a pensar nas orgias com as escravas e pederastia?
« Última modificação: 2015-03-11 07:35:58 por Neo-Liberal »