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"Mas, justamente, se uma tal associação for nefasta
para o todo da sociedade, ela deva ser contrariada."--> Admitamos que em geral sim. O problema não é quem queira associar-se de modo nefasto. O problema é outro. E quem não queira associar-se a algo que tu consideras bom para a sociedade? Isto é, nisso seja neutro (nem ajuda, nem desajuda). Vais obrigá-lo a fazer o que TU achas correto?
Isso é uma 'logomania' do Incognitus: imaginar que eu imporei a minha moral ou o meu gosto aos outros. Nunca disse nem nunca fiz isso. Apenas faço o seguinte: destituo e não dou valor ao que contradiga o que penso, prefiro, gosto.
"Assim como não deve condenar-se a erradicação
do que seja nefasto para o todo colectivo,
assim deve aceitar-se não só a persuasão a conseguir
o bem comum como a coerção que evite e contrarie
o que comprovadamente (segundo o conhecimento
da ciência) é nefasto." -->A coerção é só para não fazer o nefasto?
Isto já é outro assunto. Isto já é política.
O povinho fica muito exaltado se a autoridade
lhe impõe fazer isto e não aquilo, mas é justamente
isso que a autoridade deve fazer: pilotar um projecto
de sociedade, defender um padrão de bem comum, agir
como autoridade soberana. Se o regime político for
democrático é o povo eleitor que deve discutir
opções, esclarecer-se livremente, escolher
os representantes com os quais mais
concorde, e delegar-lhes o poder
de legislar, governar e
fiscalizar o governo.
Politicamente, não só deve hegemonizar-se
uma solução de bem comum para a sociedade
como deve persuadir-se a população
da sua utilidade e, por lei em vigor,
impedir coercivamente o que
a infrinja.