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Autor Tópico: Grécia - Tópico principal  (Lida 1839993 vezes)

Incognitus

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Re:Investir na Grécia
« Responder #1420 em: 2015-02-24 09:51:33 »
Os Gregos podem ir para a Alemanha, de facto. Isso faz sentido.

Os Alemães irem para a Grécia faz menos. Vão se for vantajoso ir, e não vão necessariamente aqueles a quem a Grécia deve. Em todo o caso os Alemães irem para a Grécia fará mais sentido de férias, se não existir muita animosidade. Como os Gregos estão a levar uma grande dose de "os Alemães são maus", qualquer dia um ou mais retardados Gregos lembram-se de atacar turistas Alemães no seu país, e conseguem rapidamente lixar aquilo ainda mais. Basta um ou dois ataques e está tudo estragado. Até por coincidência pode ficar tudo estragado.

Esse risco é real. Como tal, é mais uma razão para os governos
se entenderem numa retoma de  desenvolvimento mútuo,
pagando dívidas e embolsando créditos,
ou seja trabalhando e criando
valor e bem estar.

Isso era se os governos fizessem tal coisa. Os governos essencialmente criam as condições para tal coisa acontecer. Mesmo quando providenciam serviços directamente, só o fazem porque entretanto a sociedade criou valor suficiente para pagar esses serviços dadas as condições existentes.

E embora agora até existam muitos créditos detidos por entidades oficiais, o normal é também os governos não controlarem os créditos sobre terceiros, sejam eles privados ou públicos.
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Zenith

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Re:Investir na Grécia
« Responder #1421 em: 2015-02-24 10:10:22 »
Porque como já referi aqui que o raciocíniodo FMI é um raciocínio trivial destinado exclusivamente a pagar os credores, completamente indiferente ao desenvolvimento económico do país. Se gasta menos que recebe, é trivial que ao fim de 10, 20 ou 100 anos vai acabar por pagar. Na verdade o FMI empresta o dinheiro para pagar aos credores e impõe as condições para receber o que emprestou. É quase como aquelas empresas que mediante uma comissão fazem a cobrança de dívidas dificeis, enviando se for necessario jagunços para tratar da saude aos devedores que não pagarem.
Agora tratando-se de um estado da UE e sendo o plano resgate não exclusivo do FMI, a UE tinha obrigação de mostrar mais inteligência.
Basicamente chegou-se ao ridiculo de Grecia não mandar nada em casa mas ter poder de veto em muitos assuntos da UE que leva à possibilidade de vetar como já foi referido possiveis sanções adicionais á Russia.

Isso é errado. A missão do FMI é repor a sustentabilidade de um país via o seu reequilíbrio externo. O único credor pelo qual o FMI tem estima, é o próprio FMI. O FMI não empresta dinheiro para pagar a credores, pelo contrário, coloca-se à frente dos outros credores e se achar necessário um default, advoga-o.
 
Acessoriamente, o FMI indica medidas, geralmente de liberalização, que tendem a colocar um país numa trajectória de crescimento.
 
O que NÃO tende a colocar um país numa trajectória de crescimento, é adicionar mais dívida pública sem qualquer género de alteração do Estado ou de liberalização.
 
A UE poderia fazer diferente, mas não seria necessariamente mais inteligente. Aliás, a UE fez bastante diferente do que o FMI sozinho faria. E não foi necessariamente mais inteligente. É claro que mantendo a Grécia dentro do Euro, nem todas as soluções típicas do FMI puderam ser usadas - e para reestabelecer o equilíbrio externo uma desvalorização é bem mais rápida e eficaz do que aquilo que foi feito (em que toda a gente berra por perder 10% de poder de compra, quando numa desvalorização perderiam 40 ou 50% e não berrariam).
 
(O FMI e as suas medidas têm má fama porque quando o FMI é chamado já está tudo "prejudicado" com F grande, e aquilo que se segue de perda de poder de compra é inevitável. No entanto, tal como todos os cortes em Portugal são da responsabilidade do Passos Coelho, com o FMI passa-se o mesmo)

É evidente que nos estatutos não está lá que são os protectores e grandes defensores dos credores, e formalmente a actuação do FMI não é obviamente irracional, procurando criar as condições para que os eventos económicos percebidos como negativos sejam evitados. Na prática dado as missões do FMI serem de curto prazo (em termos de desenvolvimento económico), ser uma missão por técnicos que se devem abster de opções políticas e por isso devem implementar medidas técnicas que permitam alcançar metas em 3-4 anos, exclui completamente possiveis medidas que visem um desenvolvimento sustentável aferível num prazo mais longo (claro que se pode acreditar que as medidas de curto prazo são as óptimas para o longo prazo mas isso é uma questão de fé).
No caso da Grécia, trata-se de um membro da UE, creio que estatutos não permitem expulsão e portanto Grécia está para ficar, por isso UE tinha obrigação de ter uma solução um pouco mais inteligente e de maoir longo prazo que as receitas plug and play do FMI.
Agora dificilmente se pode dizer que foi um sucesso quando defice continua nos 10-12% PIB caiu 25% e divida subiu para 180% do PIB. Ficou então o restabelecimento do equilibrio externo, mas se só se usar esse critério o Ceausescu deve deve ser considerado a grande autoridade em finanças públicas, já que conseguiu isso mais eliminação total da dívida externa.

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Re:Investir na Grécia
« Responder #1422 em: 2015-02-24 10:36:24 »

Intoxicadas como? Porque não aceitam contribuir a fundo perdido para um futuro melhor, um "bom motivo"?  :D
 

Disse-se ao início que os países do Sul não gostavam de trabalhar, tinham muitos feriados gozados ao sol nas praias do mediterrâneo. Isso é falso mas causou um sentimento de inveja no cinzentismo alemão. Agora o discurso já mudou, mas a opinião dos alemães ainda não.

De certa maneira Robert Shiller no livro " Finance and the Good Society" fala nestes aspectos ao introduzir o conceito de 'good society', para fugir ao termo 'comunidade' que faz logo tocar a sineta nos cérebros mais liberais e ligar a cassete já aqui falada. O livro é sobre a reconciliação da finança com a sociedade, defende que o capitalismo financeiro é uma invenção inacabada que é necessário continuar e aperfeiçoar no sentido da sua democratização e humanização. Só assim o capitalismo poderá estar ao serviço da sociedade e ajudar a resolver os problemas das desigualdades económicas e sociais, coisa que na sua actual forma inacabada contribui para as agravar.

Os liberais estão a montar toda a argumentação das virtudes do actual sistema capitalista numa invenção gasta e inacabada. Por isso há que alargar os horizontes e pensar fora da caixa, para poderem abandonar a cassete, que começa a ficar tão gasta como o actual sistema capitalista.

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Re:Investir na Grécia
« Responder #1423 em: 2015-02-24 10:41:03 »
Porque como já referi aqui que o raciocíniodo FMI é um raciocínio trivial destinado exclusivamente a pagar os credores, completamente indiferente ao desenvolvimento económico do país. Se gasta menos que recebe, é trivial que ao fim de 10, 20 ou 100 anos vai acabar por pagar. Na verdade o FMI empresta o dinheiro para pagar aos credores e impõe as condições para receber o que emprestou. É quase como aquelas empresas que mediante uma comissão fazem a cobrança de dívidas dificeis, enviando se for necessario jagunços para tratar da saude aos devedores que não pagarem.
Agora tratando-se de um estado da UE e sendo o plano resgate não exclusivo do FMI, a UE tinha obrigação de mostrar mais inteligência.
Basicamente chegou-se ao ridiculo de Grecia não mandar nada em casa mas ter poder de veto em muitos assuntos da UE que leva à possibilidade de vetar como já foi referido possiveis sanções adicionais á Russia.

Isso é errado. A missão do FMI é repor a sustentabilidade de um país via o seu reequilíbrio externo. O único credor pelo qual o FMI tem estima, é o próprio FMI. O FMI não empresta dinheiro para pagar a credores, pelo contrário, coloca-se à frente dos outros credores e se achar necessário um default, advoga-o.
 
Acessoriamente, o FMI indica medidas, geralmente de liberalização, que tendem a colocar um país numa trajectória de crescimento.
 
O que NÃO tende a colocar um país numa trajectória de crescimento, é adicionar mais dívida pública sem qualquer género de alteração do Estado ou de liberalização.
 
A UE poderia fazer diferente, mas não seria necessariamente mais inteligente. Aliás, a UE fez bastante diferente do que o FMI sozinho faria. E não foi necessariamente mais inteligente. É claro que mantendo a Grécia dentro do Euro, nem todas as soluções típicas do FMI puderam ser usadas - e para reestabelecer o equilíbrio externo uma desvalorização é bem mais rápida e eficaz do que aquilo que foi feito (em que toda a gente berra por perder 10% de poder de compra, quando numa desvalorização perderiam 40 ou 50% e não berrariam).
 
(O FMI e as suas medidas têm má fama porque quando o FMI é chamado já está tudo "prejudicado" com F grande, e aquilo que se segue de perda de poder de compra é inevitável. No entanto, tal como todos os cortes em Portugal são da responsabilidade do Passos Coelho, com o FMI passa-se o mesmo)

É evidente que nos estatutos não está lá que são os protectores e grandes defensores dos credores, e formalmente a actuação do FMI não é obviamente irracional, procurando criar as condições para que os eventos económicos percebidos como negativos sejam evitados. Na prática dado as missões do FMI serem de curto prazo (em termos de desenvolvimento económico), ser uma missão por técnicos que se devem abster de opções políticas e por isso devem implementar medidas técnicas que permitam alcançar metas em 3-4 anos, exclui completamente possiveis medidas que visem um desenvolvimento sustentável aferível num prazo mais longo (claro que se pode acreditar que as medidas de curto prazo são as óptimas para o longo prazo mas isso é uma questão de fé).
No caso da Grécia, trata-se de um membro da UE, creio que estatutos não permitem expulsão e portanto Grécia está para ficar, por isso UE tinha obrigação de ter uma solução um pouco mais inteligente e de maoir longo prazo que as receitas plug and play do FMI.
Agora dificilmente se pode dizer que foi um sucesso quando defice continua nos 10-12% PIB caiu 25% e divida subiu para 180% do PIB. Ficou então o restabelecimento do equilibrio externo, mas se só se usar esse critério o Ceausescu deve deve ser considerado a grande autoridade em finanças públicas, já que conseguiu isso mais eliminação total da dívida externa.

Embora o FMI tenha toda uma conversa de desenvolvimento e afins, ninguém está a alegar isso. O que estou a dizer é simplesmente que o seu principal objectivo é repor o equilíbrio externo das contas dos países intervencionados.

Proteger os credores não é necessariamente um objectivo, são inúmeros os defaults antes e depois da entrada do FMI; alguns advogados pelo próprio FMI. Inclusive o FMI possui regras próprias para actuar em cenários de incumprimento. Não há um objectivo claro de proteger credores, e se os protege em alguma medida isso resulta apenas de que aquilo que o FMI advoga para reequilibrar uma economia tende a funcionar (as pessoas pensam que não, porque vêem as consequências daquilo que foi feito antes do FMI entrar, como sendo consequências do FMI entrar -- tal como o fazem em Portugal com o Passos Coelho, de resto).
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Re:Investir na Grécia
« Responder #1424 em: 2015-02-24 10:42:43 »

Intoxicadas como? Porque não aceitam contribuir a fundo perdido para um futuro melhor, um "bom motivo"?  :D
 

Disse-se ao início que os países do Sul não gostavam de trabalhar, tinham muitos feriados gozados ao sol nas praias do mediterrâneo. Isso é falso mas causou um sentimento de inveja no cinzentismo alemão. Agora o discurso já mudou, mas a opinião dos alemães ainda não.

De certa maneira Robert Shiller no livro " Finance and the Good Society" fala nestes aspectos ao introduzir o conceito de 'good society', para fugir ao termo 'comunidade' que faz logo tocar a sineta nos cérebros mais liberais e ligar a cassete já aqui falada. O livro é sobre a reconciliação da finança com a sociedade, defende que o capitalismo financeiro é uma invenção inacabada que é necessário continuar e aperfeiçoar no sentido da sua democratização e humanização. Só assim o capitalismo poderá estar ao serviço da sociedade e ajudar a resolver os problemas das desigualdades económicas e sociais, coisa que na sua actual forma inacabada contribui para as agravar.

Os liberais estão a montar toda a argumentação das virtudes do actual sistema capitalista numa invenção gasta e inacabada. Por isso há que alargar os horizontes e pensar fora da caixa, para poderem abandonar a cassete, que começa a ficar tão gasta como o actual sistema capitalista.

Visitante, essa cena das "cassetes" não é um argumento de jeito, que dê para debater. Tenta lá deixar isso e foca-te em coisas concretas que sejam debatíveis.

O capitalismo é, para a economia, como a democracia é para as formas de governo. É o pior sistema que existe, se exceptuarmos todos os outros.
« Última modificação: 2015-02-24 10:43:18 por Incognitus »
"Nem tudo o que pode ser contado conta, e nem tudo o que conta pode ser contado.", Albert Einstein

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Re:Investir na Grécia
« Responder #1425 em: 2015-02-24 10:55:05 »
Aliás, falar de uma cassete libertária é algo intrinsecamente sem sentido. Vou explicar porquê:

* Segundo o pensamento libertário, qualquer grupo que advogue qualquer coisa é livre de se organizar e fazer o que deseja (desde que não interfira com a liberdade dos outros). Ou seja, se há quem queira encher a Grécia de dinheiro, é livre de o fazer, apenas não pode fazer outros participar contra a sua vontade.

Resumindo, não temos aqui problema nenhum, a menos que uma parte tenha uma cassete que exija usar os recursos dos outros contra a sua vontade. Essa parte não é a parte libertária, porém. (E claro, não faz sentido dizer que se trata de uma "cassete" alguém recusar o uso dos seus recursos contra a sua vontade -- muito menos para apoiar um povo que é mais rico que o seu próprio)
« Última modificação: 2015-02-24 10:56:06 por Incognitus »
"Nem tudo o que pode ser contado conta, e nem tudo o que conta pode ser contado.", Albert Einstein

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Re:Investir na Grécia
« Responder #1426 em: 2015-02-24 11:34:33 »
Aliás, falar de uma cassete libertária é algo intrinsecamente sem sentido. Vou explicar porquê:

* Segundo o pensamento libertário, qualquer grupo que advogue qualquer coisa é livre de se organizar e fazer o que deseja (desde que não interfira com a liberdade dos outros). Ou seja, se há quem queira encher a Grécia de dinheiro, é livre de o fazer, apenas não pode fazer outros participar contra a sua vontade.

Resumindo, não temos aqui problema nenhum, a menos que uma parte tenha uma cassete que exija usar os recursos dos outros contra a sua vontade. Essa parte não é a parte libertária, porém. (E claro, não faz sentido dizer que se trata de uma "cassete" alguém recusar o uso dos seus recursos contra a sua vontade -- muito menos para apoiar um povo que é mais rico que o seu próprio)

Libertário, não. Refiro-me a liberais que não é o mesmo que libertário. A analogia da cassete tem toda a relevância aplicada actualmente aos defensores do liberalismo, assim como teve, e tem, quando aplicada aos defensores do comunismo. Os comunistas foram muito acusados pelos liberais de usar a cassete, agora o feitiço virou-se contra o feiticeiro.

Outra falácia é estar a focar a discussão nos que estão contra e a favor dos empréstimos ao gregos. Isso é estar a discutir a consequência. O problema está a montante e é esse que deve ser discutido. O problema foi o falhanço do actual sistema capitalista, que condiciona toda a discussão a jusante, e é necessário primeiro reconhecer isso para depois avançar com soluções justas, mesmo que essas soluções aparentem não ser justas quando analisadas apenas sob o ponto de vista das consequências.

Querendo discutir-se ideias, há a que avancei da invenção inacabada do sistema capitalista que cria desigualdades e que precisa de inovação. Pode-se apresentar argumentos para refutar essa ideia de sistema inacabado, embora ache difícil encontrá-los porque isso seria admitir o fim da História.

Zel

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Re:Investir na Grécia
« Responder #1427 em: 2015-02-24 11:41:26 »
o sistema capitalista falhou na grecia? explica la isso melhor.
e ja achaste o bug?

Automek

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Re:Investir na Grécia
« Responder #1428 em: 2015-02-24 12:02:51 »
A nova carta da Grécia. Se quiserem ler com espaços e parágrafos vão aqui:
http://economico.sapo.pt/noticias/leia-aqui-a-carta-de-varoufakis-ao-eurogrupo_212602.html


Citar
"Dear President of the Eurogroup,
In the Eurogroup of 20 February 2015 the Greek government was invited to present to the institutions, by Monday 23rd February 2015, a first comprehensive list of reform measures it is envisaging, to be further specified and agreed by the end of April 2015.
In addition to codifying its reform agenda, in accordance with PM Tsipras' programmatic statement to Greece's Parliament, the Greek government also committed to working in close agreement with European partners and institutions, as well as with the International Monetary Fund, and take actions that strengthen fiscal sustainability, guarantee financial stability and promote economic recovery.
The first comprehensive list of reform measures follows below, as envisaged by the Greek government. It is our intention to implement them while drawing upon available technical assistance and financing from the European Structural and Investment Funds.
Truly
Yanis Varoufakis
Minister of Finance
Hellenic Republic

I. Fiscal structural policies
Tax policies - Greece commits to:
-Reform VAT policy, administration and enforcement. Robust efforts will be made to improve collection and fight evasion making full use of electronic means and other technological innovations. VAT policy will be rationalised in relation to rates that will be streamlined in a manner that maximises actual revenues without a negative impact on social justice, and with a view to limiting exemptions while eliminating unreasonable discounts.
-Modify the taxation of collective investment and income tax expenditures which will be integrated in the income tax code.
-Broaden definition of tax fraud and evasion while disbanding tax immunity.
-Modernising the income tax code and eliminating from it tax code exemptions and replacing them, when necessary, with social justice enhancing measures.
-Resolutely enforce and improve legislation on transfer pricing.
-Work toward creating a new culture of tax compliance to ensure that all sections of society, and especially the well-off, contribute fairly to the financing of public policies. In this context, establish with the assistance of European and international partners, a wealth database that assists the tax authorities in gauging the veracity of previous income tax returns.
Public Finance Management - Greece will:
-Adopt amendments to the Organic Budget Law and take steps to improve public finance management. Budget implementation will be improved and clarified as will control and reporting responsibilities. Payment procedures will be modernised and accelerated while providing a higher degree of financial and budgetary flexibility and accountability for independent and/or regulatory entities.
-Devise and implement a strategy on the clearance of arrears, tax refunds and pension claims.
-Turn the already established (though hitherto dormant) Fiscal Council into a fully operational entity.
Revenue administration - Greece will modernise the tax and custom administrations benefiting from available technical assistance. To this end Greece will:
-Enhance the openness, transparency and international reach of the process by which the General Secretary of the General Secretariat of Public Revenues is appointed, monitored in terms of performance, and replaced.
-Strengthen the independence of the General Secretariat of Public Revenues (GSPR), if necessary through further legislation, from all sorts of interference (political or otherwise) while guaranteeing full accountability and transparency of its operations. To this end, the government and the GSPR will make full use of available technical assistance.
-Staff adequately, both quantitatively and qualitatively, the GSPR and in particular the high wealth and large debtors units of the revenue administration and ensure that it has strong investigative/prosecution powers, and resources building on SDOE's capacities, so as to target effectively tax fraud by, and tax arrears of, high income social groups. Consider the merits of integrating SDOE into GSPR.
-Augment inspections, risk-based audits, and collection capacities while seeking to integrate the functions of revenue and social security collection across the general government.
Public spending - The Greek authorities will:
- Review and control spending in every area of government spending (e.g. education, defence, transport, local government,
social benefits)
- Work toward drastically improving the efficiency of central and local government administered departments and units by targeting budgetary processes, management restructuring, and reallocation of poorly deployed resources.
-Identify cost saving measures through a thorough spending review of every Ministry and rationalisation of non-salary and non-pension expenditures which, at present, account for an astounding 56% of total public expenditure.
-Implement legislation (currently in draft form at the General Accounts Office GAO) to review non-wage benefits expenditure across the public sector.
-Validate benefits through cross checks within the relevant authorities and registries (e.g. Tax Number Registry, AMKA registry) that will help identify non-eligible beneficiaries.
-Control health expenditure and improve the provision and quality of medical services, while granting universal access. In this context, the government intends to table specific proposals
in collaboration with European and international institutions, including the OECD.
Social security reform - Greece is committed to continue modernising the pension system. The authorities will:
-Continue to work on administrative measures to unify and streamline pension policies and eliminate loopholes and incentives that give rise to an excessive rate of early retirements throughout the economy and, more specifically, in the banking and public sectors.
-Consolidate pension funds to achieve savings.
-Phase out charges on behalf of 'third parties' (nuisance charges) in a fiscally neutral manner.
-Establish a closer link between pension contributions and income, streamline benefits, strengthen incentives to declare paid work, and provide targeted assistance to employees between 50 and 65, including through a Guaranteed Basic Income scheme, so as to eliminate the social and political pressure for early retirement which over-burdens the pension funds.
Public administration & corruption - Greece wants a modern public administration. It will:
-Turn the fight against corruption into a national priority and operationalize fully the National Plan Against Corruption.
-Target fuel and tobacco products' smuggling, monitor prices of imported goods (to prevent revenue losses during the importation process), and tackle money laundering. The government intends immediately to set itself ambitious revenue targets, in these areas, to be pursued under the coordination of the newly established position of Minister of State.
-Reduce (a) the number of Ministries (from 16 to 10), (b) the number of 'special advisors' in general government; and (c) fringe benefits of ministers, Members of Parliament and top officials (e.g. cars, travel expenses, allowances)
-Tighten the legislation concerning the funding of political parties and include maximum levels of borrowing from financial and other institutions.
-Activate immediately the current (though dormant) legislation that regulates the revenues of media (press and electronic), ensuring (through appropriately designed auctions) that they pay the state market prices for frequencies used, and prohibits the continued operation of permanently loss-making media outlets (without a transparent process of recapitalisation)
-Establish a transparent, electronic, real time institutional framework for public tenders/procurement - re-establishing DIAVGEIA (a side-lined online public registry of activities relating to public procurement)
-Reform the public sector wage grid with a view to decompressing the wage distribution through productivity gains and appropriate recruitment policies without reducing the current wage floors but safeguarding that the public sector's wage bill will not increase
-Rationalise non-wage benefits, to reduce overall expenditure, without imperilling the functioning of the public sector and in accordance with EU good practices
-Promote measures to: improve recruitment mechanisms, encourage merit-based managerial appointments, base staff appraisals on genuine evaluation, and establish fair processes for maximising mobility of human and other resources within the public sector
II. Financial stability
Instalment schemes - Greece commits to
- Improve swiftly, in agreement with the institutions, the legislation for repayments of tax and social security arrears
-Calibrate instalment schemes in a manner that helps discriminate efficiently between: (a) strategic default/non-payment and (b) inability to pay; targeting case (a) individuals/firms by means of civil and criminal procedures (especially amongst high income groups) while offering case (b) individuals/firms repayment terms in a manner that enables potentially solvent enterprises to survive, averts free-riding, annuls moral hazard, and reinforces social responsibility as well as a proper re-payment culture.
-De-criminalise lower income debtors with small liabilities
-Step up enforcement methods and procedures, including the legal framework for collecting unpaid taxes and effectively implement collection tools
Banking and Non-Performing loans. Greece is committed to:
-Banks that are run on sound commercial/banking principles
-Utilise fully the Hellenic Financial Stability Fund and ensure, in collaboration with the SSM, the ECB and the European Commission, that it plays well its key role of securing the banking sector's stability and its lending on commercial basis while complying with EU competition rules.
-Dealing with non-performing loans in a manner that considers fully the banks' capitalisation (taking into account the adopted Code of Conduct for Banks), the functioning of the judiciary system, the state of the real estate market, social justice issues, and any adverse impact on the government's fiscal position.
-Collaborating with the banks' management and the institutions to avoid, in the forthcoming period, auctions of the main residence of households below a certain income threshold, while punishing strategic defaulters, with a view to: (a) maintaining society's support for the government's broad reform program, (b) preventing a further fall in real estate asset prices (that would have an adverse effect on the banks' own portfolio), (c) minimising the fiscal impact of greater homelessness, and (d) promoting a strong payment culture. Measures will be taken to support the most vulnerable households who are unable to service their loans
-Align the out-of-court workout law with the instalment schemes after their amendment, to limit risks to public finances and the payment culture, while facilitating private debt restructuring.
-Modernise bankruptcy law and address the backlog of cases
III. Policies to promote growth
Privatisation and public asset management - To attract investment in key sectors and utilise the state's assets efficiently, the Greek authorities will:
-Commit not to roll back privatisations that have been completed. Where the tender process has been launched the government will respect the process, according to the law.
-Safeguard the provision of basic public goods and services by privatised firms/industries in line with national policy goals and in compliance with EU legislation.
-Review privatisations that have not yet been launched, with a view to improving the terms so as to maximise the state's long term benefits, generate revenues, enhance competition in the local economies, promote national economic recovery, and stimulate long term growth prospects.
-Adopt, henceforth, an approach whereby each new case will be examined separately and on its merits, with an emphasis on long leases, joint ventures (private-public collaboration) and contracts that maximise not only government revenues but also prospective levels of private investment.
-Unify (HRDAF) with various public asset management agencies(which are currently scattered across the public sector) with a view to developing state assets and enhancing their value through microeconomic and property rights' reforms.
Labor market reforms - Greece commits to:
-Achieve EU best practice across the range of labour market legislation through a process of consultation with the social
partners while benefitting from the expertise and existing input of the ILO, the OECD and the available technical assistance.
-Expand and develop the existing scheme that provides temporary employment for the unemployed, in agreement with partners and when fiscal space permits and improve the active labour market policy programmes with the aim to updating the skills of the long term unemployed.
-Phasing in a new 'smart' approach to collective wage bargaining that balances the needs for flexibility with fairness. This includes the ambition to streamline and over time raise minimum wages in a manner that safeguards competiveness and employment prospects. The scope and timing of changes to the minimum wage will be made in consultation with social partners and the European and international institutions, including the ILO, and take full account of advice from a new independent body on whether changes in wages are in line with productivity developments and competitiveness.
Product market reforms and a better business environment - As part of a new reform agenda, Greece remains committed to:
-Removing barriers to competition based on input from the OECD.
-Strengthen the Hellenic Competition Commission.
-Introduce actions to reduce the burdens of administrative burden of bureaucracy in line with the OECD's input, including legislation that bans public sector units from requesting (from
citizens and business) documents certifying information that the state already possesses (within the same or some other unit).
-Better land use management, including policies related to spatial planning, land use, and the finalisation of a proper Land Registry
- Pursue efforts to lift disproportionate and unjustified restrictions in regulated professions as part of the overall strategy to tackle vested interests.
- Align gas and electricity market regulation with EU good practices and legislation
Reform of the judicial system - The Greek government will:
-Improve the organisation of courts through greater specialisation and, in this context, adopt a new Code of Civil Procedure.
-Promote the digitisation of legal codes and the electronic submission system, and governance, of the judicial system.
Statistics - The Greek government reaffirms its readiness to:
-Honour fully the Commitment on Confidence in Statistics, and in particular the institutional independence of ELSTAT, ensuring that ELSTAT has the necessary resources to implement its work programme.
-Guarantee the transparency and propriety of the process of appointment of the ELSTAT President in September 2015, in cooperation with EUROSTAT.
IV. Humanitarian Crisis - The Greek government affirms its plan to:
-Address needs arising from the recent rise in absolute poverty (inadequate access to nourishment, shelter, health services and basic energy provision) by means of highly targeted non-pecuniary measures (e.g. food stamps).
-Do so in a manner that is helpful to the reforming of public administration and the fight against bureaucracy/corruption (e.g. the issuance of a Citizen Smart Card that can be used as an ID card, in the Health System, as well as for gaining access to the food stamp program etc.).
-Evaluate the pilot Minimum Guaranteed Income scheme with a view to extending it nationwide.
-Ensure that its fight against the humanitarian crisis has no negative fiscal effect."

itg00022289

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Re:Investir na Grécia
« Responder #1429 em: 2015-02-24 12:32:56 »
* DIJSSELBLOEM SAYS GREEK REFORM LIST ARRIVED `JUST IN TIME'

Devem ter feito uma lista à pressa e em cima do joelho ...  :D

Consta que enviaram um draft (que pretendiam que fosse a versão final) mas era demasiado generalista... os tipos não podem ser acusados de não tentarem :)

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Re:Investir na Grécia
« Responder #1430 em: 2015-02-24 12:57:14 »
Aliás, falar de uma cassete libertária é algo intrinsecamente sem sentido. Vou explicar porquê:

* Segundo o pensamento libertário, qualquer grupo que advogue qualquer coisa é livre de se organizar e fazer o que deseja (desde que não interfira com a liberdade dos outros). Ou seja, se há quem queira encher a Grécia de dinheiro, é livre de o fazer, apenas não pode fazer outros participar contra a sua vontade.

Resumindo, não temos aqui problema nenhum, a menos que uma parte tenha uma cassete que exija usar os recursos dos outros contra a sua vontade. Essa parte não é a parte libertária, porém. (E claro, não faz sentido dizer que se trata de uma "cassete" alguém recusar o uso dos seus recursos contra a sua vontade -- muito menos para apoiar um povo que é mais rico que o seu próprio)

Libertário, não. Refiro-me a liberais que não é o mesmo que libertário. A analogia da cassete tem toda a relevância aplicada actualmente aos defensores do liberalismo, assim como teve, e tem, quando aplicada aos defensores do comunismo. Os comunistas foram muito acusados pelos liberais de usar a cassete, agora o feitiço virou-se contra o feiticeiro.

Outra falácia é estar a focar a discussão nos que estão contra e a favor dos empréstimos ao gregos. Isso é estar a discutir a consequência. O problema está a montante e é esse que deve ser discutido. O problema foi o falhanço do actual sistema capitalista, que condiciona toda a discussão a jusante, e é necessário primeiro reconhecer isso para depois avançar com soluções justas, mesmo que essas soluções aparentem não ser justas quando analisadas apenas sob o ponto de vista das consequências.

Querendo discutir-se ideias, há a que avancei da invenção inacabada do sistema capitalista que cria desigualdades e que precisa de inovação. Pode-se apresentar argumentos para refutar essa ideia de sistema inacabado, embora ache difícil encontrá-los porque isso seria admitir o fim da História.

O falhanço do capitalismo de que falas é absurdo, o capitalismo funcionou e funcionou extraordinariamente bem. Cair de 1000 para 800 quando com outro sistema te terias ficado pelos 100 não é um "falhanço".

E novamente, os comunistas querem obrigar os outros ao seu sistema: logo têm realmente uma cassete. Os liberais/libertários não querem - porque dentro do seu sistema podes ter o teu, para voluntários. Logo NÃO têm por definição uma cassete (porque não te impõem um sistema em particular, excepto na medida em que queiras obrigar outros ao teu sistema).
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Re:Investir na Grécia
« Responder #1431 em: 2015-02-24 12:58:10 »
É impossível não concordar com tudo o que lá está escrito!

Mas não passam de um conjunto de generalidades. É apenas a lista que as "instituições" querem ler e que não compromete (demasiado) o Syriza internamente. Mas na prática os problemas lá identificados foram todos criados pelos Gregos (ineficiência do sector público, cultura de fuga fiscal, sistema judicial, etc).

O capítulo da promoção do crescimento económico é anedótico (visto à luz da campanha eleitoral do Syriza). Afinal tanta conversa sobre a importância deste tema para se resumir meia dúzia de ideias repetidas até à exaustão nos últimos anos? Nem uma só ideia nova ou inovadora. Quantas vezes ouvimos os governos Gregos falar de combate à burocracia, eliminar barreiras à concorrência, reforma do sistema judicial, reforma do mercado laboral, plano de privatizações...

Note-se que a "independência institucional do Instituto de Estatística" foi incluída no capítulo das políticas para promover crescimento económico! Por estas e por outras é que a palavra de ordem das instituições para a Grécia na última sexta-feira foi: "trust".   
 

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Re:Investir na Grécia
« Responder #1432 em: 2015-02-24 13:01:17 »
* DIJSSELBLOEM SAYS GREEK REFORM LIST ARRIVED `JUST IN TIME'

Devem ter feito uma lista à pressa e em cima do joelho ...  :D

Consta que enviaram um draft (que pretendiam que fosse a versão final) mas era demasiado generalista... os tipos não podem ser acusados de não tentarem :)

A carta está acima, e parece mesmo um bocado genérica e curta em propostas concretas. É uma carta de intenções.
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Re:Investir na Grécia
« Responder #1433 em: 2015-02-24 13:36:03 »
Andam por aí uns iluminados liberais a apregoar que a baixa dos juros dos países da periferia de deve à eficácia da austeridade. É preciso lembrar-lhes que as taxas baixas se devem à intervenção do BCE, que por sinal são contra.

O que fez a diferença foi Draghi no verão de 2012, o resto é treta.

Visitante, com base nesse argumento podes explicar o gráfico abaixo ?


valves1

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Re:Investir na Grécia
« Responder #1434 em: 2015-02-24 13:37:06 »
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Apesar disso, A Grécia pode ter um problema humanitário maior do que esses dois outros, por ter os 24% de desemprego -- o que implica que, por ex, nalguns casais ambos estão desempregados. Além disso, como esse desemprego e contracção do PIB levaram muito comércio a fechar, apareceu uma classe de comerciantes arruinados em grande sofrimento tb. Também pode ter certos idosos nos quais os cortes de pensões foram tais que deixaram de poder pagar medicamentos.


Na grecia como em Portugal parece nao haver problemas humanitarios, provavelmente alguem das instituicoes sociais gregas veio com a versao em grego do discurso de Isabel Jonet ha alguns tempos  atras : Nao se podem comer bifes todos os dias - uma clara mensagem que falta de  comida nao parece ser o problema de fundo de paises do sul; e que os paises do norte poderao pensar que sera o suficiente para apaziguar os povos do sul;
" ... Afinal tendo  eles sol  comida e praia   que  mais poderao necessitar como moeda de troca para uma politica monetaria   desfavoravel  ? ..."   
outra  razao que  tambem nao e de excluir que uma coisa tao simples embora de acessoria   como um  certo ressentimento pelo clima e sobretudo pelas praias do sul nao tenha ajudado na resolucao do problema as vezes uma parte das explicacoes nao esta na matematica financeira mas em sentimentos simples e primarios que depois sao refinados por argumentos logicos ( que neste caso nao faltam )

 
« Última modificação: 2015-02-24 13:52:43 por valves1 »
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Re:Investir na Grécia
« Responder #1435 em: 2015-02-24 13:37:38 »
A austeridade ao remover (ou diminuir) o risco de incumprimento, deixa que as manipulações do BCE funcionem. Apesar de o BCE comprar obrigações, etc, os investidores não se tornam optimistas para tudo. Tornam-se apenas optimistas para o que acham que não lhes vai rebentar nas mãos.


------------------

Já agora, a ideia de que o "capitalismo falhou" é similar à ideia de que os mercados "não se autoregulam". E ambas estão erradas. Os mercados autoregulam-se na medida em que sempre acham um preço para transaccionar. E o capitalismo funciona na medida em que produz prosperidade e produção. Nem os mercados garantem que o preço atingido será agradável para alguma das partes, nem o capitalismo garante que o progresso será consistente e ininterrupto. Apenas garante que ele existe, porque as pessoas procuram obter mais dos outros e para isso precisam de fazer mais pelos outros, nada mais.

De resto aquilo que derreteu a Grécia nem foram bem os mercados e sim o Estado Grego disfuncional. Mas ainda assim, ex-Estado e como sempre o capitalismo funciona (e sim, há malandros, etc, etc, como em qq sistema).
« Última modificação: 2015-02-24 13:46:44 por Incognitus »
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Re:Investir na Grécia
« Responder #1436 em: 2015-02-24 14:06:34 »
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Investimento público? Isso foi o que fizemos demasiado antes desta crise. E que investimento público queres? Mais auto-estradas? Mais escolas quando cada vez há menos crianças?

o cerne do problema e que o pais se tornou desinteressante para o investimento privado; um investimento publico bem orientado pode ajudar mas nao resolve o problema de fundo;
Afinal quando se pergunta aos empresarios porque nao investem mais,  (embora uma parte da razao seja por falta  de ,  liquidez  muitos ainda estao endividados) outra nao menos importante e a  procura de mercado interno estar historicamente   fraca )
eu dou como adquirido que sem uma moeda propria dificilmente  Portugal da  a volta, ate para conferir a liquidez que precisa para as empresas funcionarem os recursos humanos sejam retidos etc etc  mesmo que a custa de uma desvalorizacao interna;
« Última modificação: 2015-02-24 14:11:11 por valves1 »
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Re:Investir na Grécia
« Responder #1437 em: 2015-02-24 14:08:32 »
Já foi aprovada a extensão.
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Re:Investir na Grécia
« Responder #1438 em: 2015-02-24 14:09:35 »
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Investimento público? Isso foi o que fizemos demasiado antes desta crise. E que investimento público queres? Mais auto-estradas? Mais escolas quando cada vez há menos crianças?

o cerne do problema e que o pais se tornou desinteressante para o investimento privado; um investimento publico bem orientado pode ajudar mas nao resolve o problema de fundo;
Afinal quando se pergunta aos empresarios porque nao investem mais,  (embora uma parte da razao seja por falta  de ,  liquidez  muitos ainda estao endividados) outra nao menos importante e a  procura de mercado interno estar historicamente   fraca )
eu dou como adquirido que sem uma moeda propria dificilmente  Portugal da  a volta,

Muitos dos que não investem mais, não investem mais por causa do investimento público (indirectamente: das regras, dos impostos, das burocracias, do não-funcionamento, etc) ...
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Re:Investir na Grécia
« Responder #1439 em: 2015-02-24 14:17:08 »
Para a extensão chegou ...

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Lagarde Letter To Dijsselbloem
 
Greek Letter Doesn't Convey Clear Assurances On Reform
 
No Clear Commitments On Greek Pension, Tax Reforms
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