Bom, antes do euro já havia escudos, dracmas, liras, pesetas e afins, e não me recordo que servissem apenas como papel higiénico.
Muitos desvalorizavam continuamente, e o nível de vida era bem pior. Aliás, fala-se muito de austeridade porque o Euro trouxe um nível de vida de tal forma superior que uma boa parte do superior até era insustentável e agora está a ser dado de volta.
Claro. Mas daí a considerar as moedas pré-2000 a papel higiénico, vai uma grande distância. E um grande disparate.
Se a atitude actual fosse adoptada com as mesmas, elas seriam mesmo papel higiénico. Ou seja, se tentassem manter o nível de vida actual à base de imprimir moedas próprias, elas iriam parar nesse território.
Anteriormente a coisa não era tão radical porque o nível de vida que se procurava sustentar era o inferior (versus produção), da altura.
Dito isto, a austeridade em Portugal até já trouxe resultados bastante impressionantes, como o reequilíbrio da balança comercial. A manterem-se essas melhorias, a prazo Portugal conseguirá ir aumentando o nível de vida.
(Um aparte: A usar incentivos, Portugal poderia tentar concentrá-los numa substituição maciça do seu parque automóvel por EVs, especialmente se fossem produzidos em Portugal. Se Portugal conseguisse isso, o seu equilíbrio com o exterior seria brutalmente melhorado. E isso permitiria um nível de vida MUITO superior. Só digo isto porque os EVs estão próximos o suficiente de serem viáveis num país pequeno, para que isto faça economicamente sentido)