Também defendo as políticas de Merkel. Agora, primeiro têm que nos deixar levantar do chão. Isto é mais ou menos assim: andávamos todos alegres e contentes, os alemães a emprestar-nos dinheiro e nós a gastar, todos fechavam os olhos, tudo era aprovado em Bruxelas, incluindo as desorçamentações dos estados. Veio a crise e os gastadores estamparam-se, e os alemães em vez de os ajudar a levantar-se e alertar que daqui para o futuro seria diferente, que não podiam gastar mais do que produzem, o que lhes disse foi que a rastejar teriam de produzir mais e melhor ou em alternativa continuar a rastejar até pagar o que devem, padecendo muitos durante o processo.
É ÓBVIO que as culpas são partilhadas, de quem se endividou e de quem lhe emprestou, por isso a factura a pagar terá de ser partilhada entre credores e devedores. E o curioso é que se isto fosse resolvido aos primeiros sinais da crise, quando apenas havia o problema da Grécia, antes do contágio a outras economias endividadas, os custos teriam sido mais baixos para todos. As bolhas de endividamento teriam sido esvaziadas de forma controlada no tempo, não teriam rebentado como aconteceu, devido à teimosia alemã. Está agora a fazer-se o que devia ter sido feito há seis anos atrás, na altura apenas com custos financeiros, agora com custos financeiros, económicos, sociais e políticos.