Não se pode dizer que os accionistas foram enganados no AC porque à data o banco era viável. Tão viável, que foi o único aumento de capital de que tenho memória em que as acções subiram sustentadamente durante todo o período da oferta. O que fez cair o banco foi a política de terra queimada da administração depois de lhe ter sido dito que tinha de abandonar.
Não podemos ter garantias porque as conversações e contactos que terão existido entre BdP e BES não são públicas, mas temos os seguintes factos:
1) O BES submeteu relatório trimestral em que não havia provisões para exposição ao grupo GES, e racios cumpriam folgadamente requisitos do BdP
2) O BES propos AC incluindo esse mesmo relatorio no prospecto e justificando que embora racios actuais fossem folgadamente cumpridos, regulação BaselIII ia impor racios mais exigentes e banco tinha de se preparar para isso.
Veio-se a verificar posteriormente que motivação era de facto cumprir racios existentes pq se fizessem provisoes que se impunham racios vinham cá para baixo. Mas se CMVM não tinha hipotese de verificar isso e aprovou o AC e relatório de contas na boa fé que informação era completa e verdadeira, accionistas que foram ao AC só se podem queixar da administração.
Mas posteriormente veio-se a saber que
3) BdP exigiu ao BES almofada de 2 mil milhões
Isso esta nos comunicados do BdP o que não sabemos é em que data tal foi exigido.
No entanto se fizermos as contas um AC de 1000 milhões dá precisamente a almofada requerida se nas contas do primeiro trimestre incluirmos provisões de 2000 milhões. Indo ao relatorio do semestre verfica-se então que provisões foram de 4253 milhões, metade das quais referem-se a coisas que já existiam no primeiro trimestre e a outra metade ao aumento do buraco que administração fez no segundo trimestre.
Portanto, tudo indica que BdP torceu nariz as contas do primeiro trimestre, achou que deveriam ser feitas provisões que não estavam la, ou seja que de acordo com informação que BdP tinha relatorio não espelhava correctamente a situação do BES. Se foi assim BdP estava na posse de informação que tornavam a informação do prospecto incompleta e não totalmente verdadeira e deixou andar.
A CMVM que visse isso do prospecto. Ao BdP só interessava que existisse mais dinheiro para queimar. Mais almofada, como lhe chamas. Se há AC há mais almofada. O BdP fica contente, é exactamente isso que ele quer e não exactidões de prospectos ou o diabo a sete. O BdP quer simplesmente mais dinheiro para arder.
Ok. Pela tua lógica o BdP é um violador da sua própria missão e da constituição. Sendo assim estamos esclarecidos. O BdP é um criminoso que não respeita os seus próprios Estatutos e nem a constituição, mormente o art 101 da CRP.
Assim ficamos entendidos quanto à tua posição, que felizmente não é a minha por razões obvias.
Thorn isso é quase de saber comum , panelinha da banca com o estado . Não percebo como pensas o contrario com tantos casos gritantes que remontam ao seculo passado.
Agora para rir :
Totta é o mais sólido, BES mantém último lugar
por PAULA CORDEIRO07
agosto 2010 ------» SALIENTO 2010...
Totta é o mais sólido, BES mantém último lugar
Afinal, não é o BPI o banco português mais resistente ao risco. Banco de Portugal revelou dados adicionais.
O elevado grau de resistência a possíveis situações adversas em 2011 por parte da banca portuguesa voltou a ser comprovado, com a revelação dos resultados dos stress tests (testes de resistência) ao Banco Santander Totta e ao Banco Espírito Santo (BES).
A banca portuguesa, no entanto, passou a ter um novo líder, no que respeita à sua consolidação prudencial e capacidade de resposta a situações adversas. Trata--se do Santander Totta, que bateu o Banco Português de Investimento (BPI). A 23 de Julho tinham sido divulgados os resultados dos grupos Caixa Geral de Depósitos (CGD), Millennium bcp, BPI e Espírito Santo Financial Group (ESFG), a dona do BES, com o BPI a revelar-se o mais sólido.
O Banco de Portugal divulgou agora os dados adicionais do Totta e do BES, procedimento acordado no âmbito do Comité Europeu de Autoridades de Supervisão Bancária (CEBS).
O Totta, no cenário adverso, mantém o rácio de Tier I (fundos próprios de base) em 12,9%, o mesmo valor alcançado no cenário neutral. No cenário adverso com choque de risco soberano, o Tier I sobe para 13% (ver caixas).
Já no caso do BES, os resultados individuais dos stress tests são melhores que os reportados pela ESFG. Mas não chegaram para retirar o grupo do último lugar, no que respeita aos resultados deste exercício para os cinco maiores grupos bancários portugueses.
Assim, no cenário neutral, o Tier I do BES foi de 9,3%(9,2% para a ESFG), no cenário adverso desce para 8% (7,4% na ESFG) e no cenário adverso com risco soberano reduz-se para 7,5% (6,9% na ESFG).
Para Ricardo Salgado, existem "vários aspectos nos pressupostos que foram adoptados que penalizam o BES", como referiu, em declarações à Lusa. De acordo com o presidente do banco, não foi tida em conta a baixa taxa de sinistralidade do BES, enquanto, por outro lado, o facto de este ter "provisões muito fortes penalizou a projecção das provisões no futuro". Para o banqueiro, o rácio de resistência será melhor em futuros testes.
Já Nuno Amado, presidente do Santander Totta, salienta que o "sector financeiro nacional, no seu conjunto, se encontra em boa situação de solvabilidade e que o Santander Totta está muito bem preparado e com solidez adequada", refere, em comunicado. Destaca que, para além da solvabilidade, o banco possui elevados níveis de rentabilidade e eficiência.