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Autor Tópico: Obras de referência em Economia para totós  (Lida 1921 vezes)

Jsebastião

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Re: Obras de referência em Economia para totós
« Responder #20 em: 2017-08-15 23:19:32 »
Do Schumpeter, e de entre uma infinitude de obras publicadas, este parece ser o livro mais influente e debatido: "Capitalism, Socialism and Democracy". Acrescentei à lista.

Eis o início do prefácio, escrito por um tal de Richard Swedberg, e com uma frase introdutória de John Galbraith (aqui).

Citar
This is a book to be read not for the agreement or disagreement it provokes but for the thought it invokes.
John Kenneth Galbraith

Capitalism,  Socialism  and  Democracy is  one  of  the  great  classics  in twentieth century social science. What makes Schumpeter’s book so brilliant are three things in particular: its novel view of democracy; its heretic analysis  of  the  workings  of  the  capitalist  economy;  and  its  provocative argument that capitalism is bound to disappear—not because of its failure, but because of its success. Schumpeter’s style, it should be emphasized, also makes the book a pleasure to read: “Even if, in places, you may dislike what Schumpeter says”, as one reviewer put it, “you will like the way he says it”.

 In this introduction I shall say, first, a few words about the writing of Capitalism, Socialism and Democracy and  its  place  in  Schumpeter’s output  as  a  whole  (Part  I).  I  shall  provide  then  a  reader’s  guide  to Schumpeter’s  book,  which  may  be  of  assistance  to  those  who  are approaching it for the first time. This will also enable the hurried reader to  go  straight  to  the  most  important  parts  of  Capitalism,  Socialism  and Democracy (Part II). The third and final part of the introduction deals with the contemporary relevance of Schumpeter’s work. Schumpeter, for example, argued that socialism is about to replace capitalism—an opinion that seems totally wrong today, especially after the disintegration of state socialism in the Soviet Union and East-Central Europe (Part III).


---

Nos entretantos, vi dois episódios do Free to Choose. O Friedman é um liberalista quase radical (muito moderado no discurso), mas nestes dois episódios há debates prolongados com outras personalidades ligadas à economia que têm pontos de vista diferentes, e a quem é dado tempo para falar. Logo por aí série e homem ganharam-me um enorme respeito. Mesmo discordando de algumas ideias defendidas, é um prazer ouvi-lo falar. Foi uma óptima sugestão, Automek.
« Última modificação: 2017-08-15 23:21:05 por Jsebastião »
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Automek

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Re: Obras de referência em Economia para totós
« Responder #21 em: 2017-08-16 08:57:18 »
Sim, o free to choose foi uma série de grande popularidade nos EUA, à qual não era alheia a clareza com que o Friedman explicava coisas complexas por palavras e exemplos simples e permitia o contraditório também com grandes intervenientes.
Há também uma série de videos em que ele fala para uma plateia, onde é confrontado com questões difíceis incómodas e em que responde bastante bem. Tinha uma excelente capacidade de raciocínio e de argumentação.

Não sei se viste a do lápis mas para mim é a melhor de todas (sobre o free market e a vantagem de um sistema de preços)
Versão curta
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E a mesma coisa, mas mais detalhada, numa das tais palestras:
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Jsebastião

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Re: Obras de referência em Economia para totós
« Responder #22 em: 2017-08-17 00:28:22 »
Não tinha visto ainda---a explicação do mercado livre global a partir de um banal lápis, hehe. À semelhança das exposições que vai fazendo na série, é inacreditavelmente simples, perceptível por todos e extremamente eficaz na transmissão da mensagem.

Entretanto vi o terceiro episódio. Gostei de ouvir o que o Friedman pensava sobre o Maynard Keynes e sobre as doutrinas que defendia, pela sua própria boca (o que difere em parte de alguns "resumos" que se lêem aí pela net). Também gostei de ouvir a explicação sobre o papel da Reserva Federal Norte Americana, e da ausência de um homem (!!!!), na detonação dos efeitos explosivos que levaram à grande depressão dos anos 30, embora não tenha percecebido como tal cascata de acontecimentos pudesse ter sido evitada (que mecanismos, ou falta deles, teriam representado alternativa melhor....)
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vbm

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Re: Obras de referência em Economia para totós
« Responder #23 em: 2017-08-17 12:01:54 »
O vídeo do lápis reporta explicações há trezentos anos expostas
(Smith, A divisão do trabalho e a 'mão invisível' do mercado
a mudar interesse próprio em utilidade colectiva).

Não impressiona.
De admirar, porém,
a boa e calma dicção de Friedman.

vbm

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Re: Obras de referência em Economia para totós
« Responder #24 em: 2017-08-17 12:30:09 »
A seguir fui 'ouvir' o elogio do mecanismo dos preços. Aqui começa a camouflage da realidade!
Porquê? Porque, a livre troca nos mercados concorrenciais, degenera em bloqueios monopolistas
quer dos empresários, quer de sindicatos, quer do estado cobrador de impostos.
Tudo se 'encurta' ou 'estende', - como na física relativista -:) -, segundo
os micro ou macro poderes da concentração de empresas,
e do comércio internacional. Mas a viciação dos preços
é ainda mais grave, dado o papel-moeda
e o crédito serem provisionados
ao bel-prazer de decisores
monopolistas ou políticos,
sem lógica económica
de reversibilidade,

como Ricardo* a impunha, dado a moeda internacional
ser ela própria uma mercadoria desejável,
garantindo livre concorrência entre
empresas e países, devedores
e credores, um jogo
de soma-nula,
mas de distribuição equilibrada da riqueza.

* E Keynes propunha nos acordos de Breton Woods,
modificados pelos EUA, a fim de instaurar o padrão-dólar.

Jsebastião

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Re: Obras de referência em Economia para totós
« Responder #25 em: 2017-08-18 16:00:42 »
HELP!

Vi o episódio IV fo Free to Choose , mas ainda estou a matutar num assunto específico que foi apresentado no III---uma aparente contradição na pensamento do Friedman.

Nesse episódio, o Friedman faz um resumo das causas na origem da Grande Depressão dos anos 30 nos EUA. Na opinião dele, aparentemente, a crise começou porque a Reserva Federal Norte Americana não auxiliou um determinando banco numa altura em que necessitava de liquidez para satisfazer os pedidos dos clientes, que se acumulavam à entrada. Ao deixar cair esse banco, e devido à publicidade sobre o assunto nos orgãos de comunicação social, houve um efeito cascata para os outros bancos, e que levou à queda da economia.

Então... o que catapultou a crise foi o facto de uma instituição do governo não ter feito o seu trabalho devidamente (=não existir)... mas o Friedman é contra intervenção estatal neste domínio... 

Se tivesse havido intervenção estatal como estava programado, a crise poderia ter sido evitada/atenuada.   :-\ :-\ :-\





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D. Antunes

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Re: Obras de referência em Economia para totós
« Responder #26 em: 2017-08-19 13:40:11 »
A intervenção do estado atenua os ciclos económicos. No século XIX, nos EUA, eram frequentes ciclos de 6 anos a crescer na casa dos 7% e depois 2 ou 3 anos a descer uns 4% ao ano. O crescimento médio não era mau.
“Price is what you pay. Value is what you get.”
“In the short run the market is a voting machine. In the long run, it’s a weighting machine."
Warren Buffett

“O bom senso é a coisa do mundo mais bem distribuída: todos pensamos tê-lo em tal medida que até os mais difíceis de contentar nas outras coisas não costumam desejar mais bom senso do que aquele que têm."
René Descartes

Jsebastião

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Re: Obras de referência em Economia para totós
« Responder #27 em: 2017-08-20 11:51:15 »
A intervenção do estado atenua os ciclos económicos. No século XIX, nos EUA, eram frequentes ciclos de 6 anos a crescer na casa dos 7% e depois 2 ou 3 anos a descer uns 4% ao ano. O crescimento médio não era mau.


Como compararias estes ciclos com os verificados a partir dos anos 70 do sec. XX até agora, também nos states? Não serão semelhantes em termos de períodos de oscilação? 6/7 anos a crescer, depois recessão de 2/3 anos... a intensidade do crescimento/decrescimento é que não parece tão aguda.

---

Ainda a propósito da questão do Friedman e do papel da Reserva Federal na Grande Depressão... minuto 6:40:

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(de resto, debate interessante sobre a questão da despesa e da dívida, com duas escolas de pensamento capitalista em confronto)

« Última modificação: 2017-08-20 11:52:14 por Jsebastião »
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