Voltar ao campo? Plantar batatas??? Um fulano que está desempregado vai comprar um terreno (com que dinheiro), investir em máquinas (com que dinheiro?), especializar-se em agricultura (com que dinheiro).... entre outras despesas.
Estamos a falar de pessoas que estão atualmente no limite, nenhum banco lhes vai emprestar dinheiro.
MAs algum de vcs costuma ir ao campo???? Não ha nada lá!!! acordem pá!
Ou digam logo que querem matar as pessoas.
Eu sei que a maneira como disse "a coisa" pode sentir-se como provocadora e foi-o um bocado, No entanto, só para fazer ver o que se passa e o que se passou(*). O Incognitus (de)mo(n)strou bem o que se passa:
A, de produtividade nula, ou negativa no sector terciário ou no transformador, pode bem ser de utilidade no sector primário; e
B e
C e
D, instruídos e na força da idade de trabalhar e constituir família, bem se adaptarem nos postos de trabalho mais capitalizados.
Claro que a tua réplica também é verdadeira e justa. Mas, só porque a foste exemplificar com um segmento populacional jovem e sem capital. Mas repara que a população mais velha, reformada ou perto disso, se regressar às aldeias de onde são naturais, onde ainda terão alguns familiares, e porventura até, terrenos, casas, património e afectos, ganha um fim de vida de muita paz e seguramente revivifica a
ruralidade, espírito abrangente de toda a vivência no campo, olha, por exemplo, útil e estimulante para limpeza de matas e combate a fogos florestais. Nada de me "gozarem" :)), de que esteja a "mandar os reformados apagar fogos": - digo apenas que o regresso às aldeias-natal, vivificará a ruralidade, com efeitos benéficos e multiplicadores na produção do sector primário.
(*)
O que se passou, é histórico: nos anos 60, a fuga dos campos para Lisboa, Porto e Setúbal, Paris, Alemanha e Suíça, despovoou o interior e a migração empregou-se na indústria e nos serviços. Claro que a produtividade destes migrantes internos, no país, foi continuamente decrescendo - lembra, por exemplo, como trabalhavam os contínuos e chauffers nos bancos e ministérios, na Caixa Geral de Depósitos, p.e., para já não falar na avalanche de cunhas para empregar familiares ignorantes em todos os bancos nacionalizados após a revolução, e nos ministérios. Claro que é preciso ressalvar que a política por vezes tem de sobrepor-se à economia, e que esta não tem que andar em plena roda livre; e foi preciso integrar os retornados; e os filhos e os netos dos "empregados com cunhas" estão hoje na idade madura e são mais instruídos que os migrantes e retornados. Mas, de qualquer modo, isto foi o que se passou e eu acho que a maioria daqueles 'migrantes' teve e tem produtividade nula, senão negativa.