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Comunidade de Traders / Re: O que são reverse swaps?
« em: 2016-05-12 23:23:30 »
Interessante de facto. Mas demasiado técnico. Para o comum dos mortais, acho que o autor queria ser isto:

Como qualquer banco central que se preze, o banco central do Brasil (BC) também gosta de meter a sua colherada no mercado cambial de vez em quando. Mas como existe controlo de capitais no Brasil, lá ligaram o "complicómetro" e saíram com a brilhante ideia de fazer swaps cambiais (o "reverse swap", no caso brasileiro, nem sequer existe na prática. Só existe um tipo de swap que o BC compra e vende. O mercado optou por lhe chamar "reverse swap" quando o BC está a vender. Não é um swap distinto).

Mas o objectivo é o mesmo: comprar e vender USD. Só que na forma de swap, para não terem que existir trocas de BRL e USD.
O real está a desvalorizar-se mais do que o BC gostaria? Saem uns swaps cambiais. Ou seja, o BC vende USD e compra BRL, disfarçados em forma de swaps.

O real está a valorizar-se demasiado (na opinião do BC). Saem também uns swaps cambiais. Só que desta vez o BC vende os swaps. E o mercado chama-lhes reverse swaps. O objectivo: comprar USD e vender Reais.

Como existe um mercado onshore e um mercado offshore para o real, naturalmente que os efeitos nem sempre são os desejados. Mais ainda quando algumas grandes empresas brasileiras têm grandes exposições cambiais e são bastante activas na gestão dessa exposição (não estou a dizer que o fazem bem, só estou a dizer que o fazem muito activamente!).

E quantos bancos centrais não falharam os alvos nos últimos anos? O banco central do Brasil não foi caso único de falhar a pontaria. As miras do Banco do Japão e do Banco Central Europeu também não andam muito afinadas...

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Comunidade de Traders / Re: Montepio - Tópico principal
« em: 2016-05-11 16:27:27 »
Há ideias que mais valia terem ficado na gaveta.
Esta das UP de capital do Montepio era uma delas.
E admiti-las à negociação foi a segunda ideia que merecia uma gaveta ainda mais funda e escondida.
E como não há duas sem três, incluir esta "coisa" no índice de bolsa nacional nem chega a ser uma ideia. É uma idiotice.


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Comunidade de Traders / Re: Montepio - Tópico principal
« em: 2016-05-11 12:57:47 »
Caro deMelo,
De facto os intermediários financeiros podem "recusar" ordens de investidores. Por várias razões.

Mas creio que a situação é mais dada a pouco de humor (ou pelo menos a tentativa):
Estás a pedir que aceitem que: "estão falidos, mas eu estou cá para apanhar os destroços".
Ahahah! Eu ficava ofendido. E, com a calma exigida aos IFs, aconselhava-te a colocar a ordem a €1. Foi quanto a AM pagou. Eheheh. Mas isso sou eu a dizer. Ahahah.

Já como a ordem é acompanhada com um voto de confiança: "Acho que as vossas ações valem zero, mas não se preocupem. Ainda mantenho a minha conta convosco." então quem sabe podes tentar esticar a corda e perguntar: "Por acaso não me querem financiar essa aquisição de 1.000.000 de ações a 0,001? Sem haircut, por favor?"

E se por esta altura ainda existisse diálogo, então poderias tentar a cereja em cima do bolo: "E se as coisas correrem mal, este milhão de ações pode ser compensado pelo Fundo de Indemnização a Investidores?". Ahahahaha.

Já com a CMVM o diálogo seria diferente: "a minha intenção de aquisição da participação no capital da Caixa Económica Montepio Geral alicerça-se numa análise aprofundada do negócio, da equipa de gestão e do suporte institucional e financeiro do sócio maioritário. Dessa análise conclui pela existência de uma elevada probabilidade de o valor esperado do meu investimento superar as taxas de juro sem risco e proporcionar o prémio de retorno que entendo aceitável para investimentos equivalentes, ajustados pelo risco. As afirmações: "Ninguém tem 2000 euros de UPs do fundo, para despejar? Queria ver aquilo ir a 0.00...." antes de colocar a minha intenção de compra foram descontextualizadas e a nada têm a ver com a minha intenção de compra a 0,001."

___________

Mas esperem, não estamos a falar de um título do PSI20? Ou PSI18, ou 17 ou lá o que seja que é? Ops. As minhas desculpas. Acho que não devia brincar com coisas sérias.

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Comunidade de Traders / Re: Montepio - Tópico principal
« em: 2016-05-11 10:59:42 »
Caro deMelo,
A CMVM é muito "sensível" à actividade neste tipo de títulos.
Eu diria que se não tem "intenção real" de comprar que não coloque ordem nenhuma.

Já se existe intenção real, a Associação Mutualista e o Montepio Geral oferecerão uma distinção por tal feito. Aquela ordem aparente está farta de apanhar tudo sozinha...

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Comunidade de Traders / Re: Mentores de trading
« em: 2016-05-10 00:24:58 »
"...alguém que está a começar ou que não sabe o que fazer da vida e quer experimentar o trading".

Trading é uma das actividades mais arriscadas em mercados financeiros. Aliada a "quem está a começar" ou a quem "não sabe o que fazer da vida" só terá um resultado. Sim, lamento dizer: perder dinheiro.

Querer aprender é louvável. E recomendável. Em mercados financeiros tem que aprender produtos e mercados financeiros. História financeira. Organização e participantes em cada tipo de  mercado. Riscos e gestão dos mesmos. Gestão de stress e euforia. Matemática Financeira e Contabilidade. Claro que é teoria. E depois vem a prática. Com ou sem mentor. Mas com muita paciencia. E tempo. E de forma progressiva. E quem sabe até descobrir que não se tem vida para isso. Mas nunca com o desejo de ficar rico rapidamente.

Mas sem a igenuidade de acreditar que um mentor milagroso trará a chave do sucesso. Sejamos realistas: qualquer desses mentores que diz possuir a chave, se de facto a tivesse não a partilharia assim tão facilmente. Nunca certamente "com quem está a começar". "Ou não sabe o que fazer na vida." Existem bons samaritanos que vendem umas estratégias infaliveis. Se são infaliveis e são bons samaritanos não precisariam de vender as estratégias. Mas posso estar a fazer um julgamento demasiado céptico dos "traders infaliveis"!!!

Alguns dos HFT conseguem resultados de trading invejáveis. Quantos partilham como o fazem? São os que mais se aproximam de "trading" puro e são dos mais secretivos que existem. Alguns porque tm práticas mais ou menos discutiveis. Mas são traders puros. E ensinar ou partilhar não fazem parte dos dicionários deles.

Começar directo pela "prática", ir directo ao "mentoring" pode significar apenas mais um caso como tantos outros.
Quantos de nós conhecemos pessoas que compram e vendem ações e nunca leram um relatório e contas (alguns nem sabem que isso existe). Ou nunca se questionaram o que é uma ação? Ou outros que compram e vendem forex e ficam embasbacados se alguém lhes pergunta qual é a base currency e a qual é a term currency? Ou ainda aqueles que compram e vendem opções e não sabem o que é um desvio padrão ou volatilidade implícita.
E sim, todos conhecemos alguns que tiveram sucesso... Pelo menos durante algum tempo. Depois "reformam-se". E não porque ficaram suficientemente ricos. Alguns infelizmente, "reformaram-se" do mercado mais pobres do que quando chegaram.

Comprar e vender qualquer activo com um clique de rato transmite a ilusão de facilidade e de ganho rápido. Mas não passa disso. Ilusão. Pelo menos no que toca ao "ganho rápido", porque no caso do clique do rato é de facto fácil. 

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Comunidade de Traders / Re: PSI20 - Tópico principal
« em: 2016-03-23 15:53:59 »

A frequência da publicidade na TV e rádio é proporcional à aflição da Mutualista...

... e ainda querem manter os Bancos em mãos Nacionais... :D

Vão safar o BPI dos Angolanos, e para isso utilizam a "meretriz" do costume BCP... sendo o próximo cliente de um bail in.

Eu também sou fã do "indicador de publicidade" dos bancos!
No caso do Montepio e Associação Mutualista, o aumento dos gastos em publicidade durante 2015 são inacreditáveis. A avaliar pelos factos: o montante de depósitos no Montepio desceu quase 10% e os receitas (subscrições de produtos mutualistas) na Associação desceram quase 50% face ao ano anterior, o "investimento em publicidade" parece ter sido dinheiro deitado janela fora.

Ou será que sem esse aumento na publicidade o impacto nos depósitos e receitas seria ainda pior?

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Comunidade de Traders / Re: Montepio - Tópico principal
« em: 2016-03-22 13:36:32 »
Claro que as comissões de colocação fazem todo o sentido...

e até apetece dizer que a comissão de colocação é uma borla: 26 milhões para colocar 480 milhões (foram as novas subscrições me 2015)...  5% de comissão sobre o montante colocado!


(ok, ok... eu sei que afirmação acima não deve estar totalmente correcta. Deve ser acumulado de vários anos. Mas não resisti à "tentação". Tipo capa sensacionalista de um tabloide!   ;)
E se me permitem uma última "tentação": não deveria ser o Montepio a pagar estas comissões à AM? O Montepio vende os produtos mutualitsas, mas depois a AM devolve-lhes (quase) a totalidade do dinheiro. Apenas de forma diferente. E mais conveniente para o Montepio. Quem está a prestar o serviço a quem? (Pronto, termino aqui os meus 30 segundos de "tentações")).  :-X


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Comunidade de Traders / Re: Opa sobre o BPI
« em: 2016-03-22 13:16:26 »
É uma questão bastante técnica, mas que tem a ver com o capital que cada banco tem que ter face aos activos ponderados pelo risco. A diferença entre BCP e BPI tem a ver com a dimensão da exposição a Angola face ao resto da actividade e capital do banco.

Antes o BCE considerava que os empréstimos concedidos ao Estado Angolano e ao Banco Nacional de Angola fossem ponderados entre 0% e 20%. Ou seja, se fosse a 0% era como se não tivesse risco e o banco não precisaria de colocar capital de parte para deter esse activo.
Entretanto o BCE passou a exigir que esses mesmos empréstimos fossem ponderados a 100%! Ou seja, os bancos teriam de colocar um montante muito superior de capital para fazer face a esses activos. O BPI detém uma participação no BFA, que consolida. O BFA empresta dinheiro ao governo de Angola. Logo, com as novas regras os activos ponderados pelo risco do BPI aumentam exponencialmente (porque a ponderação passa de 0% e 20% para 100%):

No caso do BPI, dada a dimensão e actividade do BFA, esse montante é muito elevado, e para manter a situação atual teria de aumentar o capital ou alterar a participação no BFA.
No caso do BCP, a exposição a angola é muito menor e a alteração pode ser absorvida na actual estrutura de capital.

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Comunidade de Traders / Re: Montepio - Tópico principal
« em: 2016-03-22 13:01:48 »
Os gastos gerais administrativos aumentaram de 10,8 milhões em 2014 para 43,1 milhões em 2015.

Porque passaram a pagar 26 milhões ao banco Montepio por "serviços especializados"... É muito serviço especializado, mas as notas não dão grande detalhe sobre eles: "referentes a serviços especializados no montante de Euros 26.000.000, alguns de natureza extraordinária, prestados pela Caixa Económica - Montepio Geral, nas diversas áreas para as quais a Associação não dispõe de estrutura própria, nomeadamente na promoção, divulgação e colocação de produtos mutualistas."

Aumentaram ainda custos em "Serviços diversos" em quase 4 milhões de euros (2 milhões em rendas e 2 milhões em outros serviços)...

Por isso tiveram que aumentar as contribuições de cada modalidade para o fundo de administração:
Capital Certo: contribuía 0,375% passou a contribuir 0,825%
Capitalização: contribuía 0,18% passou a contribuir 0,70%
Previdência: contribuía 0,155% passou a contribuir 0,35%


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Comunidade de Traders / Re: Montepio - Tópico principal
« em: 2016-03-21 23:18:48 »
mas porque é que achas perigoso investir no banco montepio ??? ele terá que ser resgatado ? a associação mutualista vai aumentar o capital em mais 300 milhões. ainda nenhum privado entrou com capital. se mudarem os estatutos das mutualistas, não haverá interesse de privados em entrarem com capital no banco?? ainda não foi feito vez nenhuma, portanto acho que há margem para haver interesse no banco montepio, se derem essa abertura

A questão da solvabilidade ou rentabilidade do banco é tema distinto. Que sinceramente espero que ultrapasse e possa ultrapassar as dificuldades de capital e regressar aos lucros. Mas isso não faz desaparecer os mais de 700 milhões de prejuízos dos últimos três anos.

A minha questão é com os investimentos da AM e a afirmação de seguem uma "política de investimento conservadora". É este um dos argumentos que utilizam para comercializar os produtos mutualistas? É uma afirmação que corresponde à verdade? Uma carteira com 50% de ações tem um perfil de risco "conservador"? Os 632 mil clientes do Montepio têm um perfil de risco que inclua 50% em ações?

Em 2008 a AM tinha uma situação líquida 342 milhões e activos 2600 milhões de euros (dos quais 660 estavam no capital do banco). Os resultados da AM advinham essencialmente dos rendimentos das aplicações financeiras e dos dividendos das suas participações financeiras (as mais relevante o banco Montepio). Em 2008, os 2600 milhões estavam aplicados da seguinte forma:
  - Disponibilidades (depósitos): 34%
  - Obrigações:                            31%
  - Capital do banco Montepio:   25%
  - Imobiliário:                              5%

A componente de obrigações incluía dívida pública portuguesa e estrangeira, obrigações de empresas portuguesas e estrangeiras (estas últimas eram a principal componente). Dada a crise que tinha estalado e as taxas dos depósitos, ter 34% em disponibilidades parecia uma atitude conservadora. Esta composição eu consideraria "conservadora".

Nos anos seguintes (incluindo já o aumento de capital anunciado para 2016), a AM teve que investir 1,350 milhões adicionais no capital do banco. A AM não recorre a crédito. Desde 2008 que não existem distribuições de resultados relevantes da parte das participadas.  Ainda bem que a AM conseguiu arranjar dinheiro para os aumentos de capital do Montepio. Mas de onde veio esse dinheiro? Da AM? Sim. E onde arranjou a AM os 1,350 milhões para aumentar o capital do Montepio?

Os clientes do banco Montepio tinham poupanças que queriam aplicar. O banco Montepio convence os seus clientes a investir em produtos mutualistas (conservadores!?). Antes da crise, a AM aplicava esse dinheiro de forma diversificada entre ações, obrigações, imobiliário e liquidez. Após 2008 alterou a estratégia. A AM recebe o dinheiro dos mutualistas e investe em capital do Montepio e obrigações do Montepio. O Montepio cumpre os rácios de capital e tem uma fonte de financiamento indirecta (note-se que se não subscrevessem os produtos mutualistas, grande parte desse dinheiro ficaria em depósitos ou outros produtos do próprio banco (ex. obrigações do Montepio). Ou seja, dinheiro que poderia ficar directamente no banco (como fonte de financiamento), era canalizado para financiamento e capital através da AM. Podemos argumentar, que era a única forma de os clientes interessados participarem no capital do banco. Mas eles saberiam do que se tratava exactamente? É "circulo virtuoso, em que dinheiro dos clientes do banco Montepio, sai do banco Montepio, passa pela AM, para regressar ao banco Montepio numa forma diferente (sob a forma de capital, obrigações e depósitos).

Existe alguma ilegalidade nisto? Não. Os associados conhecem os riscos? Esta é dúvida que mantenho: a maioria dos 632 mil subscritores estavam plenamente conscientes dos riscos? Ou se estão perfeitamente cientes dos riscos actuais? Se lhes foi indicado que os produtos têm um perfil de risco conservador, devem acreditar que tem pouco risco.

Mas voltando à questão do "investimento" conservador. A situação actual a 31 de Dez 2015:
 - Disponibilidades (depósitos):   4%
 - Obrigações:                             41%
 - Capital do banco Montepio:    35%
 - Outras participações:              6,9%
 - Imobiliário:                              11%


A componente de obrigações, 93,9% têm rating junk (i.e. inferior a investment grade) e 5,5% não têm rating. Ou seja, quase 100% da carteira de obrigações (conservadora!) ou é junk ou não tem rating. Chamar conservador a isto?

E com o anunciado aumento de capital de 300 milhões, vamos admitir que esse dinheiro vai passar de obrigações para o capital do banco Montepio. Ficaria qualquer coisa assim (estimativa):
 - Disponibilidades (depósitos):  4%
 - Obrigações:                            33%
- Capital do banco Montepio:   43%
 - Outras participações:             6,9%

 - Imobiliário:                              11%

43%+6,9% = 50% investido em capital de empresas (ações). E mais de 90% das obrigaçoes com rating abaixo de investment grade. 

Isto não é o resultado de uma política de investimento conservadora. Ainda sem entrar em linha de conta com o facto de que é quase tudo risco de uma só entidade.

E tudo isto não são opiniões sobre o banco, a sua viabilidade ou não. Isto são factos. Uma associação mutualista que "insiste" em comunicar publicamente que tem uma "política de investimentos com perfil conservador" e apresenta uma carteira que desafia qualquer definição de conservador. Se a carteira é boa ou má, se vai ser rentável ou não, se a concentração do risco será um desastre ou será o melhor investimento já realizado... Não é esse o ponto. Não é conservadora.

A CMVM aceitaria a comercialização de investimento financeiro cuja composição fosse igual à descrita acima e fosse classificado como "conservador"? E a Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões? Claro, estas duas instituições não têm responsabilidade na supervisão da AM. Mas e o Banco de Portugal? Afinal os produtos mutualistas são comercializados pelo banco. Será que o Banco de Portugal considera que um funcionário bancário pode vender aos seus clientes um produto financeiro "conservador", produto esse "garantido" pelos activos descritos acima? Parece que sim...

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Comunidade de Traders / Re: Montepio - Tópico principal
« em: 2016-03-21 19:24:04 »
Expliquem-me porque é que é perigoso para a associaçao mutualista estar quase toda investida no banco montepio? E porque é que na vossa perspectiva a AM tem que ter em cash, o equivalente a 100% das aplicaçoes dos seus depositantes?

É que como em qualquer banco que tem 9%, em cash, dos depositos bancarios, eu penso que esteja tudo "igualmente bem" com a AM. Agora pressiona-la a dar o valor real dos seus activos como garante total do passivo dos depositantes é leva-la à falencia no proprio dia. Ha algum banco que tenha um core tier 1 de 100%? Mesmo os pequenos bancos ca em pt teem entre 25 a 30%

A AM não "tem que ter em cash, o equivalente a 100% das aplicações" dos seus associados. E investir quase a totalidade dos activos em instrumentos de risco ligados ao banco Montepio não "é perigoso".

Mas se a AM investe os montantes que lhe são confiados com um "perfil refletindo a política de investimentos conservadora" é possível aceitar que investindo 35% do activo em ações do banco Montepio e quase 40% em obrigações de caixa do Montepio como uma política de investimentos conservadora? Isto é a definição de conservador em mercados financeiros?. Não é. Isto é concentração de risco numa só entidade (a afirmação acima entre aspas está na apresentação que a AM fez na passada semana). Não é "perigoso" mas também não é "conservador".

E eu nem sequer digo que seja uma política boa ou má. Eu insisto é que todos os mutualistas deveriam saber que os seus produtos mutualistas são garantidos pelo activo da AM. E esse activo é constituído por ações do Montepio (cerca de 35%) e da Montepio Seguros, por obrigações do Montepio (cerca de 40%) e imobiliário adquirido e arrendado ao Montepio (balcões). Os depósitos da AM no Montepio que eram de mais de 600 milhões em 2014 desceram para cerca de 150 milhões em 2015. Com que critérios é que esta composição do activo poderia ser considerada como conservadora? Será que um banco que perde 294, 186 e 234 milhões de euros nos últimos três anos pode ser considerado "conservador"?

Quantos dos 632 mil mutualistas têm perfil de risco para investir em produtos com 50% ações, 40% obrigações e o restante em depósitos e imobiliários? Todos? Não me parece. É este o "perfil conservador" de um cliente do Montepio?

E já agora, a par com uma redução significativa do activo liquido para 3,8 mil milhões (quase menos mil milhões do que em 2014), o investimento em capital do Montepio vai ainda aumentar em 301,5 milhões. Ou seja, desses 3,8 mil milhões, quase 45% estarão investidos em "ações" do Montepio. É isto uma política de investimentos conservadora? Boa ou má, não sei. Mas conservadora não é. E não considero que seja uma questão de semântica. Antes da crise, o activo da AM era investido de forma diversificada. Durante a crise concentraram os riscos no Montepio. Pode ser o argumento, de "investir no activo que melhor conhecemos", mas então têm de assumir que o investimento não é conservador e alertar os investidores para os riscos.

Com uma redução tão significativa dos activos líquidos (uma parte pelas imparidades registadas e outra pelos reembolsos e vencimentos dos produtos mutualistas que não foram re-investidos) e o aumento da participação no capital do banco torna os produtos mutualistas "garantidos" por um activo, com tal composição não pode ser descritos como "conservadores". Os últimos anos mostraram o "risco" do investimento em ações dos bancos.

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Comunidade de Traders / Re: Montepio - Tópico principal
« em: 2016-03-21 13:51:07 »
Infelizmente é permitido a Associação Mutualista vender aos balcões de um banco produtos mutualistas com risco elevado e que são vendidos como se não tivessem risco e em alguns casos até devem ser confundidos com depósitos.

E à AM é permitido fazer o que bem quer com o dinheiro captado, porque é tutelada pelo Ministério da Segurança Social. Uma associação cuja actividade principal é captar poupanças que são aplicadas em investimentos financeiros (ações, obrigações, imobiliário) sem quaisquer regras ou limitações não é aceitável nos dias de hoje.

Mas se se tentasse aplicar regras equivalentes às de outras entidades que prestam serviços equivalentes seria um grande problema. Teria que diversificar os investimentos. E em vez de aplicar todo o dinheiro em capital do Montepio, em obrigações do Montepio, em depósitos no Montepio e em imobiliário comprado e arrendado ao Montepio teria que reduzir substancialmente esses valores. E aconteceriam dois problemas: o Montepio (banco) perderia a única fonte de capital e uma importante fonte de financiamento para além de um "depósito" para parte do imobiliário e a AM deixava de ter "investimentos" com taxas de juro "à medida".

E sim, o Governo, a CMVM, o Banco de Portugal, a Associação Portuguesas de Seguros e Fundos de Pensões sabem de tudo isso. E o ano passado ainda pensaram alterar as coisas. Mas quando perceberam as consequências de alterar o status quo, recuaram. E deixaram tudo como está. Afinal ninguém quer ser responsável por tornar público um problema que afeta potencialmente 630 mil portugueses. À espera que o tempo resolva o problema. Ou que quem venha a seguir que feche a porta. E tudo depende de um único elemento: da capacidade de a Associação Mutualista conseguir continuar a vender os produtos mutualistas em montantes crescentes.

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Comunidade de Traders / Re: Montepio - Tópico principal
« em: 2016-03-18 13:22:03 »
Como é que a Associação Mutualista consegue arranjar dinheiro para todos estes aumentos de capital ?

Manter o esquema de produtos mutualistas a fluir é essencial. Se pára, a probabilidade de tudo descarrilar é muito elevada. Entretanto as autoridades relevantes continuam a assobiar para o ar. E o grave é que sabem que seria importante mudar alguma coisa. Mas ninguém tem coragem de mudar. O ano passado ainda discutiram o tema, mas depois desistiram. Porque terá sido?

E dentro de algum tempo teremos que aguentar Tomás Correia a dizer que os os resultados da Associação Mutualista em 2015 foram positivos. Numa base individual. Ou seja, ignorando que é dona do banco. Ignorando que é tem que consolidar a quase totalidade dessa perda nas contas da AM. E são só 243 milhões.

Exactamente como fez o ano passado. Anunciou lucros na AM de 40 milhões (individual). E adiou até dezembro a divulgação dos resultados consolidados: Prejuízo de 122 milhões de Euros.  2015 não será diferente. Só será um pouco pior.

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O juiz justiceiro tb não parece lá muito imparcial. Anda nas manifestações a gritar "fora Dilma" e a colocar posts no facebook...

Se a referência ao Juiz justiceiro se refere ao Juiz Moro - que era o responsável pela investigação ao Lula - o tiro foi ao lado. Não participa em manifestações nem coloca posts no facebook.

O juiz que foi para as manifestações foi o juiz que aceitou um pedido de impugnação da nomeação do Lula para ministro. Não me parece que este possa ser apelidado de "justiceiro". Se a aceitação do processo peca por parcialidade ou não, não sei. Mas de justiceiro não me parece que tenha nada.


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Um governo sério solicitaria a qualquer dos seus membros que ficasse sob suspeita/investigação judicial que se demitisse para se concentrar na sua defesa e não prejudicar o interesse público.

Dilma faz o oposto: nomeia uma pessoa sob quem recaem sérias suspeitas de ter cometido crimes. Não deveria continuar fora do governo e concentrar-se em defender-se dessas acusações/investigações? Como é que vai ter tempo para se defender uma vez que passa a ser ministro?

Ainda hoje foi revelado a minuta de um contrato de compra e venda (não assinado) encontrado pela Polícia na tal fazenda que não é do Lula, onde ele supostamente compraria a dita fazenda. Que ele frequentava e que foi remodelada a seu pedido por uma das construtoras implicadas na Lava-Jato.

Assumindo que é inocente (como devemos fazer), defender a sua honra deveria ser a sua principal prioridade. Aceitar ser ministro revela que a honra é a sua menor preocupação nesta altura.

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A partir do momento em que é nomeado ministro a justiça federal não o pode investigar/acusar. Essa competência passa para o Supremo.

E a divulgação foi feita como um comunicado. Não um envio com fonte desconhecida para a imprensa. A imprensa seleccionou as gravações mais apimentadas.

Uma vez ministro, o justiça federal tem que enviar todos os processos para o Supremo. A divulgação pública da gravação mostra os objectivos da nomeação e mostra aos brasileiros a informação que passará para o Supremo. Caso os amigos do Lula no Supremo tivessem a tentação de arrumar e esquecer o assunto.

E porque é que o mesmo cuidado não deve ser exigido a um ex-presidente? Negociar a nomeação para mudar o foro de uma investigação judicial é aceitável num ex-presidente?

Os ataques ao juiz quando este divulga gravações comprometedoras faz lembrar os argumentos do Lula quando o Senador do PT foi gravado a propor comprar o silêncio de um dos criminosos da lava-jato e de planear a fuga do mesmo para Espanha: o problema não era o Senador do PT ter tentado comprar o silêncio e planear a fuga de um criminoso. O problema foi ter-se deixado gravar a fazê-lo.
Neste caso o problema não é o Lula ter negociado um cargo de ministro para fugir à justiça. O problema foi ter sido gravado a fazê-lo e o juiz ter divulgado as gravações.  Hmmm, algo me soa estranho neste raciocínio.

17
Se países como o Brasil e Portugal tivessem meia dúzia de juízes Moro a justiça seria melhor.

Se comete erros? Claro. Mas não deixa de ser curioso que até agora os tribunais superiores tenham confirmado as suas decisões quase sem excepção. Não sei se poderia divulgar uma gravação onde a presidente foi interveniente. Mas os seus objectivos são claros: mostrar até onde o poder político está disposto a ir nos bastidores para controlar o poder judicial.

O que foi divulgado foram 3 semanas de gravações. Onde para além da conversa de Dilma, onde para além do "tô enviando" também consta "para usar só em caso de necessidade", existem também pedidos do Lula para que o PT "triture" o procurador Geral da República, para que o Planalto interceda junto de uma Juíza do Supremo que estava a analisar um dos seus processos, onde chama cobardes aos juízes do supremo, aos senadores e congressistas, entre outras pérolas.

18
O congresso deve constituir hoje a comissão para avançar com o processo de impeachment. Mas o congresso é liderado por uma pessoa que mentiu ao Congresso, que escondeu dinheiro na Suíça e é suspeito de ter recebido esse dinheiro de uns negócios da Petrobras em Africa! Apesar disso  também não se demite (ele confirmou publicamente que é o único beneficiários dos Trusts na Suíça, mas é beneficiário, não é dono... A ética à político brasileiro no seu melhor).

Para não falar do presidente do Senado...

Mas num país em que 190 dos 594 congressistas e senadores já foram condenados em tribunal (2013), tudo é possível em política.


19
Durante décadas o povo Brasileiro aceitou o que a população de Oeiras aceitou: "Políticos que roubam, mas fazem alguma coisa" ouvia-se na altura.

No caso do Brasil, o PT participava nos roubos e o "fazer alguma coisa" era distribuir dinheiro através de Bolsa Familia, de Minha Casa Minha Vida, etc. E criando um sistema ultra-protetor dos trabalhadores que tornou as empresas brasileiras muito ineficientes (faltar de forma recorrente  segunda feira por indisposição não tem quaisquer consequencias). Tudo com a figura do metalurgico sindicalista que subiu a pulso até ao cargo mais alto do Estado.

Com o Mensalão, Lula conseguiu provar que controlava parcialmente o poder judicial. Com o Petrolão, continuou a acreditar que o Supremo teria forma de controlar os juizes de Curitiba. Mas enganou-se. Porque os juízes de Curitiba nunca estiveram na orla do poder e por isso podem julgar com independencia face a Brasilia. E porque os juízes de Curitiba fizeram questão de mostrar aos Brasileiros o que decidiam, como decidiam e porque decidiam. O facto de a maioria das condenações resultar de "confissões" também lhes facilita o trabalho. E com esta divulgação pública dos processos condiciona o Supremo e os Juízes do Supremo que são aliados do PT.

Querer parar ou dificultar a investigação que mostrou aos Brasileiros o maior roubo de que foram vítimas é um ato de quem tem algo a esconder e não de defesa do povo. O Juiz Moro pode cometer erros, mas Lula e Dilma mostraram o pior que o poder pode fazer. E assumiram a culpa no momento em que recorrem a estratagemas políticos de imunidade para proteger uma pessoa que é investigada por crimes. Até pode ser inocente, mas acabou de assumir a culpa quando aceitou esta imunidade.

A maior culpa de Lula não são os bens que possa possuir em nome de amigos. A maior culpa é ter fechado os olhos e até protegidos os "amigos" que roubavam o povo brasileiro e que utilizavam parte desse roubo para manter o PT no poder. Como continua a fazer agora. Por isso chama cobardes aos juízes do Supremo. Cobardes não porque não decidem. Apenas porque decidem contra ele e contra o PT. Mostra com isso algo que teima em afetar alguns dirigentes da América do Sul: os vicios de "ditadores democráticos".

E porque é que a oposição está tão recatada? Porque é que as manifestações são organizadas por movimentos sociais e a oposição não se manifesta?
Porque a maioria deles deve estar a pensar quando chega a vez deles. Não de aceder ao poder. De cair nas investigações do um grupo de juízes como os de Curitiba.

A solução? Uma nova classe política. Mas isso leva tempo. E tem de ser levado a sério. Não é através da eleição de "Tiriricas" que se resolve. O povo brasileiro tem uma grande quota parte de responsabilidade no que se passa. Afinal elegeu estes políticos várias vezes.

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Não conhecendo os detalhes do contrato em concreto é fácil dizer algo que pode não se aplicar. Desde já, aproveito para elogiar a atitude pró-activa em tentar solucionar a questão junto da corretora. Normalmente este tipo de problemas não se resolve por "esquecimento".

Normalmente os contratos de cfd's, forex e de plataformas de negociação incluem cláusulas que permitem aos brokers alguma "flexibilidade" para "alterar" os preços executados em situações "anormais" de mercado. O que aconteceu com o CHF foge seguramente das "condições normais de mercado". Pode não ser uma cláusula a referir explicitamente "alterar preços comunicados aos clientes" e ser mais vaga e dar essa margem de manobra.

Do que me recordo da altura, o Saxo Bank era uma das excepções no que dizia respeito a alteração dos preços e de solicitar o pagamentos dos saldos negativos resultantes desse facto aos clientes. Outros assumiram as perdas ou perdoaram aos clientes.

Sugestão:
1) Uma vez que pagou parte do saldo negativo - e com isso mostrou vontade de cumprir - , tentar negociar de boa fé com o Corretora/Saxo Bank o perdão do restante. Expor a situação da impossibilidade de pagar e do desemprego e ver o que é possível. Tomar a iniciativa de forma positiva deve ajudar a sua posição.
 
2) Verificar qual a lei aplicável e o foro competente (é em Portugal ou fora de Portugal)? Se não for Portugal, fica tudo ainda mais complicado e caro.

3) Se o foro não for Portugal, a CMVM é bem capaz de lavar daí as suas mãos. Em qualquer caso deveria enviar uma resposta. Nem que fosse: ainda estamos a analisar o caso". Se for Portugal a CMVM tem obrigação de responder.

4) Se a negociação não resultar seria bom consultar um advogado quanto antes. Por exemplo, equacionar a tentativa de solicitar ao tribunal a anulação dos negócios, exactamente na mesma base da alteração das condições de mercado. Mas para isso existem prazos que devem estar a expirar se não aconteceu já. Alguns exemplos disso são os casos apresentados na imprensa sobre anulação de swaps entre clientes e bancos. Cada caso é um caso, mas creio que já existiram casos em que os tribunais decidiram a favor da anulação do negócio por alteração das condições de mercado.

5) Tentar procurar na internet algum caso relativo ao mesmo assunto envolvendo o Saxo (por exemplo que tenha seguido para tribunal e eventuais decisões noutros países).


A opção 4) é cara e demorada. Eu focaria os esforços na tentativa de uma negociação de perdão do restante saldo negativo.
O primeiro argumento da Corretora/Saxo Bank será de que não pode abrir um precedente, caso contrário todos os clientes afectados solicitariam o mesmo. Cada caso é um caso, e não é nada que um contrato de confidencialidade não resolvesse.
O segundo argumento é que o contrato prevê essa alteração e a responsabilidade pelos saldos negativos. Mas a alteração das condições normais de mercado é válida para as duas partes do contrato e os seus impactos devem ser equilibrados entre as partes, sob pena de as cláusulas se tornarem inválidas.

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