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Geral => Off-Topic => Tópico iniciado por: Incognitus em 2015-11-27 10:26:35

Título: Filtros FAP, estimativas de mortes e ciência
Enviado por: Incognitus em 2015-11-27 10:26:35
Caramba! Não tirem os FAP e o EGR, sff!   :o

Então andamos todos a fazer um esforço brutal para melhorar a qualidade do ar que se respira na Europa (400 mil mortes por ano devido à poluição excessiva), e depois a malta anda para aí a brincar com o pagode??? Quem retira isso devem ser os mesmos que depois se queixam de medidas como a ZER... Não querem ter que lidar com a manutenção do FAP? Comprem carro a gasolina!  >:(


O que dizes faz sentido, mas a questão das 400,000 mortes por poluição em excesso na Europa é altamente duvidosa.

Digo isso porque essas estimativas são baseadas em modelos que só procuram ser fitted à realidade, não estão validados por previsões verificadas, são altamente especulativos, e de qualquer forma pelo menos um desses modelos coloca o principal factor para as mortes na Europa a ser a Agricultura:

http://www.nature.com/nature/journal/v525/n7569/full/nature15371.html (http://www.nature.com/nature/journal/v525/n7569/full/nature15371.html)


Título: Re: Filtros FAP, estimativas de mortes e ciência
Enviado por: karnuss em 2015-11-27 10:32:52
São dados oficiais - é assustador e surpreendente (para quem não está por dentro destes asusntos), mas a poluição na Europa provoca mais mortes prematuras do que os acidentes nas estradas

http://www.eea.europa.eu/media/newsreleases/europes-cities-still-suffering-from (http://www.eea.europa.eu/media/newsreleases/europes-cities-still-suffering-from)

Podes ver o relatório compleot aqui: https://www.google.pt/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=3&cad=rja&uact=8&ved=0ahUKEwj7ovCMs7DJAhXMvRoKHSZqCqwQFggyMAI&url=http%3A%2F%2Fwww.eea.europa.eu%2Fpublications%2Fair-quality-in-europe-2014%2Fdownload&usg=AFQjCNF9E0oFMO6uH87NjEimTN5COkTLhg&sig2=iMHL8r-m93Xz_-J4GwbA1g (https://www.google.pt/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=3&cad=rja&uact=8&ved=0ahUKEwj7ovCMs7DJAhXMvRoKHSZqCqwQFggyMAI&url=http%3A%2F%2Fwww.eea.europa.eu%2Fpublications%2Fair-quality-in-europe-2014%2Fdownload&usg=AFQjCNF9E0oFMO6uH87NjEimTN5COkTLhg&sig2=iMHL8r-m93Xz_-J4GwbA1g)


Título: Re: Filtros FAP, estimativas de mortes e ciência
Enviado por: Incognitus em 2015-11-27 10:35:59
São dados oficiais - é assustador e surpreendente (para quem não está por dentro destes asusntos), mas a poluição na Europa provoca mais mortes prematuras do que os acidentes nas estradas

[url]http://www.eea.europa.eu/media/newsreleases/europes-cities-still-suffering-from[/url] ([url]http://www.eea.europa.eu/media/newsreleases/europes-cities-still-suffering-from[/url])

Podes ver o relatório compleot aqui: [url]https://www.google.pt/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=3&cad=rja&uact=8&ved=0ahUKEwj7ovCMs7DJAhXMvRoKHSZqCqwQFggyMAI&url=http%3A%2F%2Fwww.eea.europa.eu%2Fpublications%2Fair-quality-in-europe-2014%2Fdownload&usg=AFQjCNF9E0oFMO6uH87NjEimTN5COkTLhg&sig2=iMHL8r-m93Xz_-J4GwbA1g[/url] ([url]https://www.google.pt/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=3&cad=rja&uact=8&ved=0ahUKEwj7ovCMs7DJAhXMvRoKHSZqCqwQFggyMAI&url=http%3A%2F%2Fwww.eea.europa.eu%2Fpublications%2Fair-quality-in-europe-2014%2Fdownload&usg=AFQjCNF9E0oFMO6uH87NjEimTN5COkTLhg&sig2=iMHL8r-m93Xz_-J4GwbA1g[/url])


Citar
estimated 400 000 premature deaths


Não, Karnuss, não são dados oficiais nem o podem ser. Na ciência, há vários tipos de ciência. Essa não é das mais fortes, estruturalmente (o mesmo se aplica ao aquecimento global, diga-se).

Na ciência para algo ser validado, fazem-se experiências e replicam-se resultados e verificam-se previsões. Em ciência baseada em modelos, como é o caso, fazem-se previsões e depois verifica-se se os modelos tendem a acertar. Ciência apenas com modelos fitted para trás é algo que cai mais ou menos no valor de uma estratégia de trading que foi fitted ao passado e funcionava no passado. Como sabes, só isso não é particularmente forte.

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Eu tinha acrescentado isto ao meu post anterior:

Digo isso porque essas estimativas são baseadas em modelos que só procuram ser fitted à realidade, não estão validados por previsões verificadas, são altamente especulativos, e de qualquer forma pelo menos um desses modelos coloca o principal factor para as mortes na Europa a ser a Agricultura:

http://www.nature.com/nature/journal/v525/n7569/full/nature15371.html (http://www.nature.com/nature/journal/v525/n7569/full/nature15371.html)
Título: Re: Filtros FAP, estimativas de mortes e ciência
Enviado por: Incognitus em 2015-11-27 10:39:33
Nota que não estou a dizer que a poluição não provoca mortes. Provoca certamente. O que estou a dizer é que esses números tipo 400,000 são puxados de um chapéu com base em modelos cujas previsões não estão validadas.

Por exemplo, o tipo de poluição em causa tem estado a cair na Europa. Os modelos indicam alguma queda dessa estimativa ao longo do tempo ou só apresentam um número?
Título: Re: Filtros FAP, estimativas de mortes e ciência
Enviado por: karnuss em 2015-11-27 10:42:23
É oficial no sentido de serem reportados pela Agência Europeia do Ambiente (mais oficial e rigoroso que isto é impossível). Claro que são estimativas, com base em estudos da WHO (lá está mais oficial e rigoroso também é impossível). Sendo estimativas, podem falhar naturalmente. Mas são corroboradas por estudos locais (por exemplo, há uns anos participei num Estudo financiado pela Gulbenkian, em que concluímos que com 95% de probabilidade, se verificou uma relação causa-efeito entre picos de poluição por PM10 e um aumento significativo admissões hospitalares de crianças nas urgências Hospital da Estefâna devido a doenças respiratórias, 3 dias depois).

No meu trabalho académico (inclusive a minha tese de mestrado e os papers peer-reviewed em que colaborei), estas fontes e referências são as mais importantes, em conjunto com outros papers peer-reviewed publicados pelos autores mais relevantes.
Título: Re: Filtros FAP, estimativas de mortes e ciência
Enviado por: Incognitus em 2015-11-27 10:49:16
É oficial no sentido de serem reportados pela Agência Europeia do Ambiente (mais oficial e rigoroso que isto é impossível). Claro que são estimativas, com base em estudos da WHO (lá está mais oficial e rigoroso também é impossível). Sendo estimativas, podem falhar naturalmente. Mas são corroboradas por estudos locais (por exemplo, há uns anos participei num Estudo financiado pela Gulbenkian, em que concluímos que com 95% de probabilidade, se verificou uma relação causa-efeito entre picos de poluição por PM10 e um aumento significativo admissões hospitalares de crianças nas urgências Hospital da Estefâna devido a doenças respiratórias, 3 dias depois).

No meu trabalho académico (inclusive a minha tese de mestrado e os papers peer-reviewed em que colaborei), estas fontes e referências são as mais importantes, em conjunto com outros papers peer-reviewed publicados pelos autores mais relevantes.

Claro, pois a poluição tem efeitos graves sobre a saúde e é perfeitamente plausível que mata (até em quantidade).

Mas os 400,000 não deixam de ser puxados de um chapéu sem estarem validados. Aliás, mesmo colocando por hipótese serem 400,000, esse número teria que estar em queda.

E mais, a poluição por particulas PM2.5 ainda por cima viria em grande medida de emissões via combustíveis ex-transportes... e além do mais os 400,000 (a serem verdade, mas o número é duvidoso -- pode ser muito mais ou muito menos, facilmente) seriam com base em todos os poluentes e não só as PM2.5 (idem para PM10) ... repara bem o que acontece aqui, os transportes representam uma fracção das PM2.5, e as PM2.5 são uma fracção dos poluentes (embora um dos mais perigosos). Resultado, em última análise não seria improvável que os FAP afectassem a variação de uns 4,000 ou menos (entenda-se, provocassem a variação desse número, não o número) dos 400,000 (a acreditar neles) ...

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Dito isto o objectivo de tornar as emissões mais limpas é louvável. E até nem se percebe porque é que a política fiscal Europeia favorece os veículos diesel, por exemplo em larga medida criando o problema que aqui estamos a debater.
Título: Re: Filtros FAP, estimativas de mortes e ciência
Enviado por: Incognitus em 2015-11-27 10:58:25
É oficial no sentido de serem reportados pela Agência Europeia do Ambiente (mais oficial e rigoroso que isto é impossível). Claro que são estimativas, com base em estudos da WHO (lá está mais oficial e rigoroso também é impossível). Sendo estimativas, podem falhar naturalmente. Mas são corroboradas por estudos locais (por exemplo, há uns anos participei num Estudo financiado pela Gulbenkian, em que concluímos que com 95% de probabilidade, se verificou uma relação causa-efeito entre picos de poluição por PM10 e um aumento significativo admissões hospitalares de crianças nas urgências Hospital da Estefâna devido a doenças respiratórias, 3 dias depois).

No meu trabalho académico (inclusive a minha tese de mestrado e os papers peer-reviewed em que colaborei), estas fontes e referências são as mais importantes, em conjunto com outros papers peer-reviewed publicados pelos autores mais relevantes.

Outra coisa, não chega constatar uma correlação. Essa correlação depois é a base de um modelo, que deve ser aplicado a situações futuras. Quando as situações futuras ocorrem, deve verificar-se se o modelo as previu correctamente. Para esse género de ciência, só isso produz alguma validade. A correlação em si é até esse momento uma curiosidade ainda que o tratamento estatístico seja profundo como certamente foi.

Esse modelo chegou a existir? Foi validado umas quantas vezes para a frente?

Se não foi, cai no mesmo problema dos 400,000, do aquecimento global e dos sistemas de trading fitted ao passado.

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Só por curiosidade, o que é que provocou os picos de poluição por PM10?
Título: Re: Filtros FAP, estimativas de mortes e ciência
Enviado por: karnuss em 2015-11-27 11:03:19
Claro, é com base nos efeitos cumulativos de vários poluentes que aí apresentas. Como bem dizes, as partículas são fortemente emitidas nos processos de combustão residencial, sobretudo devido às emissões das lareiras que têm um impacte significativo na Europa Central e de Leste). Nos meios urbanos como Lisboa, contudo, a fonte primordial de emissões poluentes é mesmo o tráfego rodoviário (observa-se bem o típico perfil "camelo" dos níveis de poluição, com picos na hora de ponta da manhã e da tarde - aqui para várias Estações de Qualidade do Ar em Lisboa).

Podes ver mais informação (neste caso, a nível global) sobre os impactes da poluição do ar na saúde humana, assim como uma compilação de estudos feitos pela WHO:

http://www.who.int/mediacentre/factsheets/fs313/en/ (http://www.who.int/mediacentre/factsheets/fs313/en/)

http://www.who.int/mediacentre/news/releases/2014/air-pollution/en/ (http://www.who.int/mediacentre/news/releases/2014/air-pollution/en/)
Título: Re: Filtros FAP, estimativas de mortes e ciência
Enviado por: karnuss em 2015-11-27 11:10:55
É oficial no sentido de serem reportados pela Agência Europeia do Ambiente (mais oficial e rigoroso que isto é impossível). Claro que são estimativas, com base em estudos da WHO (lá está mais oficial e rigoroso também é impossível). Sendo estimativas, podem falhar naturalmente. Mas são corroboradas por estudos locais (por exemplo, há uns anos participei num Estudo financiado pela Gulbenkian, em que concluímos que com 95% de probabilidade, se verificou uma relação causa-efeito entre picos de poluição por PM10 e um aumento significativo admissões hospitalares de crianças nas urgências Hospital da Estefâna devido a doenças respiratórias, 3 dias depois).

No meu trabalho académico (inclusive a minha tese de mestrado e os papers peer-reviewed em que colaborei), estas fontes e referências são as mais importantes, em conjunto com outros papers peer-reviewed publicados pelos autores mais relevantes.


Outra coisa, não chega constatar uma correlação. Essa correlação depois é a base de um modelo, que deve ser aplicado a situações futuras. Quando as situações futuras ocorrem, deve verificar-se se o modelo as previu correctamente. Para esse género de ciência, só isso produz alguma validade. A correlação em si é até esse momento uma curiosidade ainda que o tratamento estatístico seja profundo como certamente foi.

Esse modelo chegou a existir? Foi validado umas quantas vezes para a frente?

Se não foi, cai no mesmo problema dos 400,000, do aquecimento global e dos sistemas de trading fitted ao passado.

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Só por curiosidade, o que é que provocou os picos de poluição por PM10?



O Modelo aplicado é replicável, basta que sejam recolhidos, aquando das admissões nas urgências, os motivos de admissão e isolar as origens por causas respiratórias. Se tiveres curiosidade, podes ver a tese de mestrado que resultou deste estudo - http://ria.ua.pt/handle/10773/4959 (http://ria.ua.pt/handle/10773/4959)

Quanto à origem das partículas, pode ser natural e/ou antropogénica. Anatural (por exemplo, poeiras do deserto do Saara) não a podemos controlar. A antropogénica, sim - temos o dever de a minimizar.

No fundo, eu quero relevar que os FAP e os EGR não foram introduzidos para chatear os utilizadores dos diesel (como parece muita gente pensar), mas sim para proteger a saúde pública. E sim, não faz sentido beneficiar o diesel. Só vejo duas razões para tal: 1) lobby das transportadoras rodoviárias de passageiros e de mercadorias e das empresas com grandes frotas, e 2) enviesamento da CE para as questões do CO2, já que o diesel emite menos gases de efeito de estufa por km.
Título: Re: Filtros FAP, estimativas de mortes e ciência
Enviado por: Incognitus em 2015-11-27 11:12:30
Sim, mas o impacto sobre a saúde não estava em questão (desde o início: como eu disse eu concordava com o que dizias, o que incluía o não retirar do FAP embora se entendam as razões económicas para o fazer).

O que eu não acho grande coisa são estimativas concretas de mortes apresentadas como factos quando nem sequer estão validadas. É o mesmo que se passa com o aquecimento global. O homem tem certamente um impacto, mas os modelos que se dão como catastrofistas não estão validados e não devem ser apresentados como factos e sim meras hipóteses a validar. Idem para coisas que se diga preverem terramotos, ou para sistemas de trading que até este momento estejam apenas sujeitos a backtests.
Título: Re: Filtros FAP, estimativas de mortes e ciência
Enviado por: karnuss em 2015-11-27 11:17:16
Sim, mas o impacto sobre a saúde não estava em questão (desde o início: como eu disse eu concordava com o que dizias, o que incluía o não retirar do FAP embora se entendam as razões económicas para o fazer).

O que eu não acho grande coisa são estimativas concretas de mortes apresentadas como factos quando nem sequer estão validadas. É o mesmo que se passa com o aquecimento global. O homem tem certamente um impacto, mas os modelos que se dão como catastrofistas não estão validados e não devem ser apresentados como factos e sim meras hipóteses a validar. Idem para coisas que se diga preverem terramotos, ou para sistemas de trading que até este momento estejam apenas sujeitos a backtests.

Neste caso é mais objetivo- são efeitos diretos na saúde humana (asma, broquite, cancro, etc.) facilmente mensuráveis e quantificáveis, e não efeitos indiretos como os efeitos das alterações climáticas.
Título: Re: Filtros FAP, estimativas de mortes e ciência
Enviado por: Incognitus em 2015-11-27 11:18:08
É oficial no sentido de serem reportados pela Agência Europeia do Ambiente (mais oficial e rigoroso que isto é impossível). Claro que são estimativas, com base em estudos da WHO (lá está mais oficial e rigoroso também é impossível). Sendo estimativas, podem falhar naturalmente. Mas são corroboradas por estudos locais (por exemplo, há uns anos participei num Estudo financiado pela Gulbenkian, em que concluímos que com 95% de probabilidade, se verificou uma relação causa-efeito entre picos de poluição por PM10 e um aumento significativo admissões hospitalares de crianças nas urgências Hospital da Estefâna devido a doenças respiratórias, 3 dias depois).

No meu trabalho académico (inclusive a minha tese de mestrado e os papers peer-reviewed em que colaborei), estas fontes e referências são as mais importantes, em conjunto com outros papers peer-reviewed publicados pelos autores mais relevantes.


Outra coisa, não chega constatar uma correlação. Essa correlação depois é a base de um modelo, que deve ser aplicado a situações futuras. Quando as situações futuras ocorrem, deve verificar-se se o modelo as previu correctamente. Para esse género de ciência, só isso produz alguma validade. A correlação em si é até esse momento uma curiosidade ainda que o tratamento estatístico seja profundo como certamente foi.

Esse modelo chegou a existir? Foi validado umas quantas vezes para a frente?

Se não foi, cai no mesmo problema dos 400,000, do aquecimento global e dos sistemas de trading fitted ao passado.

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Só por curiosidade, o que é que provocou os picos de poluição por PM10?



O Modelo aplicado é replicável, basta que sejam recolhidos, aquando das admissões nas urgências, os motivos de admissão e isolar as origens por causas respiratórias. Se tiveres curiosidade, podes ver a tese de mestrado que resultou deste estudo - [url]http://ria.ua.pt/handle/10773/4959[/url] ([url]http://ria.ua.pt/handle/10773/4959[/url])

Quanto à origem das partículas, pode ser natural e/ou antropogénica. Anatural (por exemplo, poeiras do deserto do Saara) não a podemos controlar. A antropogénica, sim - temos o dever de a minimizar.

No fundo, eu quero relevar que os FAP e os EGR não foram introduzidos para chatear os utilizadores dos diesel (como parece muita gente pensar), mas sim para proteger a saúde pública. E sim, não faz sentido beneficiar o diesel. Só vejo duas razões para tal: 1) lobby das transportadoras rodoviárias de passageiros e de mercadorias e das empresas com grandes frotas, e 2) enviesamento da CE para as questões do CO2, já que o diesel emite menos gases de efeito de estufa por km.


O modelo dará para fazer previsões. Os dados da Estefânia são coligidos regularmente, não (ou não terias podido testar para trás)? Agora deveria ver-se se em observações futuras o modelo as previa correctamente. Só por curiosidade, quais são as condições atmosféricas que provocaram os picos de PM10?

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Sim, eu concordo com o que dizes sobre o FAP e EGR. Mas o favorecimento do diesel tem décadas, não é provável que tenha tido a ver com o CO2. Penso que a lógica original foi beneficiar "trabalho" (diesel) enquanto se penalizava "leisure" (gasolina). É claro que essa realidade se alterou fortemente devido à reacção típica do mercado, mas o favorecimento em muitos locais manteve-se na mesma (inércia do legislador).
Título: Re: Filtros FAP, estimativas de mortes e ciência
Enviado por: Incognitus em 2015-11-27 11:19:20
Sim, mas o impacto sobre a saúde não estava em questão (desde o início: como eu disse eu concordava com o que dizias, o que incluía o não retirar do FAP embora se entendam as razões económicas para o fazer).

O que eu não acho grande coisa são estimativas concretas de mortes apresentadas como factos quando nem sequer estão validadas. É o mesmo que se passa com o aquecimento global. O homem tem certamente um impacto, mas os modelos que se dão como catastrofistas não estão validados e não devem ser apresentados como factos e sim meras hipóteses a validar. Idem para coisas que se diga preverem terramotos, ou para sistemas de trading que até este momento estejam apenas sujeitos a backtests.

Neste caso é mais objetivo- são efeitos diretos na saúde humana (asma, broquite, cancro, etc.) facilmente mensuráveis e quantificáveis, e não efeitos indiretos como os efeitos das alterações climáticas.

Sim, certamente. É uma coisa mais fácil de testar. O problema é que o teste tem que ser para a frente depois de formulada a hipótese (o modelo).

Ou seja, não chega correlacionar para trás. É nesse aspecto que isto é similar ao aquecimento global.
Título: Re: Filtros FAP, estimativas de mortes e ciência
Enviado por: Incognitus em 2015-11-27 11:26:03
Outra coisa ainda, pela sua natureza este processo leva a muita "bad science":
* Porque por um lado correlacionar para trás é razoavelmente fácil e podem-se provar muitas correlações espúrias, nomeadamente porque o investigador pode introduzir factores até as conseguir.
* Porque um paper, mesmo que supostamente validado experimentalmente, não nos diz se o investigador alterou o modelo várias vezes até a coisa bater com as experiências.

Idealmente:
* O paper com o modelo deveria ser publicado.
* E depois, noutro separado e posterior no tempo (início das experiências posterior à publicação do modelo), deveriam ser publicadas validações experimentais do modelo.
Título: Re: Filtros FAP, estimativas de mortes e ciência
Enviado por: karnuss em 2015-11-27 11:32:32
Sim, mas o impacto sobre a saúde não estava em questão (desde o início: como eu disse eu concordava com o que dizias, o que incluía o não retirar do FAP embora se entendam as razões económicas para o fazer).

O que eu não acho grande coisa são estimativas concretas de mortes apresentadas como factos quando nem sequer estão validadas. É o mesmo que se passa com o aquecimento global. O homem tem certamente um impacto, mas os modelos que se dão como catastrofistas não estão validados e não devem ser apresentados como factos e sim meras hipóteses a validar. Idem para coisas que se diga preverem terramotos, ou para sistemas de trading que até este momento estejam apenas sujeitos a backtests.

Neste caso é mais objetivo- são efeitos diretos na saúde humana (asma, broquite, cancro, etc.) facilmente mensuráveis e quantificáveis, e não efeitos indiretos como os efeitos das alterações climáticas.

Sim, certamente. É uma coisa mais fácil de testar. O problema é que o teste tem que ser para a frente depois de formulada a hipótese (o modelo).

Ou seja, não chega correlacionar para trás. É nesse aspecto que isto é similar ao aquecimento global.

Será possível prever para a frente, mas para tal é necessário alterar os procedimentos aquando das admissões hospitalares nas urgências, já que a informação que é recolhida sobre as causas de admissão é escassa. No caso deste estudo, tivemos de contratar uma pessoa externa ao hospital, apenas para recolher a informação que nós precisávamos com o nível de desagregação necessário, e a posteriormente trabalhar esses dados.

Citar
Alguma da experiência obtida para a realização deste trabalho, em particular relacionada com algumas das lacunas identificadas, serve de base para as pequenas sugestões que serão apresentadas. O objectivo é que estas sugestões funcionem como uma pequena contribuição para alguns dos aspectos a contemplar no âmbito do Plano Ambiente-Saúde 2005/2010 actualmente em desenvolvimento.
1. A reestruturação do sector da saúde em curso, nomeadamente a informatização do sistema de gestão, deverá retirar múltiplas valências do investimento a efectuar. Neste particular será importante que os sistemas informáticos possam incorporar informação de base epidemiológica, a qual permita a recolha sistemática dos indicadores de impacte na saúde necessários à aplicação de um modelo como o modelo PSAS-9, aplicado ao longo deste trabalho. Será importante a análise prévia das classificações CID a descriminar, para que a agregação das diferentes doenças (especialmente aquelas englobadas nas classificações relativas a doenças respiratórias e cardiovasculares) possa facilmente ir ao encontro das agregações encontradas na bibliografia (p.ex. a agregação utilizada no
estudo APHEIS). A qualidade dos dados recolhidos, particularmente aqueles relativos à mortalidade por causas específicas cuja associação é mais evidente (p.ex. repare-se que na Figura 19, pág. 2-29, os riscos relativos para a mortalidade cardiovascular ou respiratória são superiores aos riscos relativos obtidos para a mortalidade total), é de grande importância para a credibilidade inerente a este tipo de estudos epidemiológicos.

2. A necessidade de classificação sistemática através dos códigos CID previamente citados deve ser aplicada sistematicamente também nos casos de urgência hospitalar e em consultas, para que se possam agrupar estes atendimentos e assim se possam recolher dados relativos à morbilidade das populações.

3. A promoção da investigação toxicológica dos efeitos dos constituintes dos aerossóis quantificados em termos de caracterização química. A
investigação em torno da toxicidade inerente aos compostos que constituem o material particulado está ainda em fase germinal, podendo ser um campo de trabalho futuro de algumas instituições nacionais nesta área. O Plano Ambiente-Saúde 2005/2010 poderá promover a investigação aplicada neste domínio
Título: Re: Filtros FAP, estimativas de mortes e ciência
Enviado por: Deus Menor em 2015-11-27 11:36:54
O FAP é a resposta às novas leis de emissões, é um apêndice, um pequeno "tumor" que
se acrescentou .

Alguém tem dados de medições a um FAP com 10k, 30K, 70K km? não creio, e também
acho que não mantém a sua eficácia ao longo do tempo.

A lei obrigou os construtores a diminuir as emissões e eles não o fizeram , encontraram
um estratagema, em que a manutenção é paga pelo condutor, para cumprir uma meta
que era impossível de cumprir se implicasse "refazer" os motores.

Título: Re: Filtros FAP, estimativas de mortes e ciência
Enviado por: Incognitus em 2015-11-27 11:38:48
Sim, mas o impacto sobre a saúde não estava em questão (desde o início: como eu disse eu concordava com o que dizias, o que incluía o não retirar do FAP embora se entendam as razões económicas para o fazer).

O que eu não acho grande coisa são estimativas concretas de mortes apresentadas como factos quando nem sequer estão validadas. É o mesmo que se passa com o aquecimento global. O homem tem certamente um impacto, mas os modelos que se dão como catastrofistas não estão validados e não devem ser apresentados como factos e sim meras hipóteses a validar. Idem para coisas que se diga preverem terramotos, ou para sistemas de trading que até este momento estejam apenas sujeitos a backtests.

Neste caso é mais objetivo- são efeitos diretos na saúde humana (asma, broquite, cancro, etc.) facilmente mensuráveis e quantificáveis, e não efeitos indiretos como os efeitos das alterações climáticas.

Sim, certamente. É uma coisa mais fácil de testar. O problema é que o teste tem que ser para a frente depois de formulada a hipótese (o modelo).

Ou seja, não chega correlacionar para trás. É nesse aspecto que isto é similar ao aquecimento global.

Será possível prever para a frente, mas para tal é necessário alterar os procedimentos aquando das admissões hospitalares nas urgências, já que a informação que é recolhida sobre as causas de admissão é escassa. No caso deste estudo, tivemos de contratar uma pessoa externa ao hospital, apenas para recolher a informação que nós precisávamos com o nível de desagregação necessário, e a posteriormente trabalhar esses dados.

Citar
Alguma da experiência obtida para a realização deste trabalho, em particular relacionada com algumas das lacunas identificadas, serve de base para as pequenas sugestões que serão apresentadas. O objectivo é que estas sugestões funcionem como uma pequena contribuição para alguns dos aspectos a contemplar no âmbito do Plano Ambiente-Saúde 2005/2010 actualmente em desenvolvimento.
1. A reestruturação do sector da saúde em curso, nomeadamente a informatização do sistema de gestão, deverá retirar múltiplas valências do investimento a efectuar. Neste particular será importante que os sistemas informáticos possam incorporar informação de base epidemiológica, a qual permita a recolha sistemática dos indicadores de impacte na saúde necessários à aplicação de um modelo como o modelo PSAS-9, aplicado ao longo deste trabalho. Será importante a análise prévia das classificações CID a descriminar, para que a agregação das diferentes doenças (especialmente aquelas englobadas nas classificações relativas a doenças respiratórias e cardiovasculares) possa facilmente ir ao encontro das agregações encontradas na bibliografia (p.ex. a agregação utilizada no
estudo APHEIS). A qualidade dos dados recolhidos, particularmente aqueles relativos à mortalidade por causas específicas cuja associação é mais evidente (p.ex. repare-se que na Figura 19, pág. 2-29, os riscos relativos para a mortalidade cardiovascular ou respiratória são superiores aos riscos relativos obtidos para a mortalidade total), é de grande importância para a credibilidade inerente a este tipo de estudos epidemiológicos.

2. A necessidade de classificação sistemática através dos códigos CID previamente citados deve ser aplicada sistematicamente também nos casos de urgência hospitalar e em consultas, para que se possam agrupar estes atendimentos e assim se possam recolher dados relativos à morbilidade das populações.

3. A promoção da investigação toxicológica dos efeitos dos constituintes dos aerossóis quantificados em termos de caracterização química. A
investigação em torno da toxicidade inerente aos compostos que constituem o material particulado está ainda em fase germinal, podendo ser um campo de trabalho futuro de algumas instituições nacionais nesta área. O Plano Ambiente-Saúde 2005/2010 poderá promover a investigação aplicada neste domínio

Pensei que a info já fosse colectada normalmente ... nesse caso isso significa que provavelmente levaram em conta um número reduzido de picos ...

Afastaram a hipótese de as admissões estarem associadas à própria causa* dos picos de PM10? Verificaram se na presença dessas causas SEM pico de PM10, as admissões não eram afectadas?

-------

* É provável que as mesmas causas que provocam os picos de PM10 também levem a alterações das concentrações atmosféricas de outras partículas, etc.
Título: Re: Filtros FAP, estimativas de mortes e ciência
Enviado por: Incognitus em 2015-11-27 11:44:47
O FAP é a resposta às novas leis de emissões, é um apêndice, um pequeno "tumor" que
se acrescentou .

Alguém tem dados de medições a um FAP com 10k, 30K, 70K km? não creio, e também
acho que não mantém a sua eficácia ao longo do tempo.

A lei obrigou os construtores a diminuir as emissões e eles não o fizeram , encontraram
um estratagema, em que a manutenção é paga pelo condutor, para cumprir uma meta
que era impossível de cumprir se implicasse "refazer" os motores.

A solução da VW para os seus motores na Europa é que me parece uma tanga ...  :D:

(a introdução de uma peça de plástico para supostamente regular o fluxo de ar para o MAF)

Obviamente as alterações de software que também vão fazer é que irão fazer diferença, mas curiosamente não querem falar do que vão fazer a consumos e performances ...  :D
Título: Re: Filtros FAP, estimativas de mortes e ciência
Enviado por: Deus Menor em 2015-11-27 11:49:55
O FAP é a resposta às novas leis de emissões, é um apêndice, um pequeno "tumor" que
se acrescentou .

Alguém tem dados de medições a um FAP com 10k, 30K, 70K km? não creio, e também
acho que não mantém a sua eficácia ao longo do tempo.

A lei obrigou os construtores a diminuir as emissões e eles não o fizeram , encontraram
um estratagema, em que a manutenção é paga pelo condutor, para cumprir uma meta
que era impossível de cumprir se implicasse "refazer" os motores.

A solução da VW para os seus motores na Europa é que me parece uma tanga ...  :D:

(a introdução de uma peça de plástico para supostamente regular o fluxo de ar para o MAF)

Obviamente as alterações de software que também vão fazer é que irão fazer diferença, mas curiosamente não querem falar do que vão fazer a consumos e performances ...  :D

O objectivo dos esquemas é o mesmo, só que o MAF não dá tanta despesa como o FAP.
o FAP quando entupido ou a a EGR a funcionar mal dá cabo dos Turbos.
Título: Re: Filtros FAP, estimativas de mortes e ciência
Enviado por: karnuss em 2015-11-27 19:14:17
Sim, mas o impacto sobre a saúde não estava em questão (desde o início: como eu disse eu concordava com o que dizias, o que incluía o não retirar do FAP embora se entendam as razões económicas para o fazer).

O que eu não acho grande coisa são estimativas concretas de mortes apresentadas como factos quando nem sequer estão validadas. É o mesmo que se passa com o aquecimento global. O homem tem certamente um impacto, mas os modelos que se dão como catastrofistas não estão validados e não devem ser apresentados como factos e sim meras hipóteses a validar. Idem para coisas que se diga preverem terramotos, ou para sistemas de trading que até este momento estejam apenas sujeitos a backtests.

Neste caso é mais objetivo- são efeitos diretos na saúde humana (asma, broquite, cancro, etc.) facilmente mensuráveis e quantificáveis, e não efeitos indiretos como os efeitos das alterações climáticas.

Sim, certamente. É uma coisa mais fácil de testar. O problema é que o teste tem que ser para a frente depois de formulada a hipótese (o modelo).

Ou seja, não chega correlacionar para trás. É nesse aspecto que isto é similar ao aquecimento global.

Será possível prever para a frente, mas para tal é necessário alterar os procedimentos aquando das admissões hospitalares nas urgências, já que a informação que é recolhida sobre as causas de admissão é escassa. No caso deste estudo, tivemos de contratar uma pessoa externa ao hospital, apenas para recolher a informação que nós precisávamos com o nível de desagregação necessário, e a posteriormente trabalhar esses dados.

Citar
Alguma da experiência obtida para a realização deste trabalho, em particular relacionada com algumas das lacunas identificadas, serve de base para as pequenas sugestões que serão apresentadas. O objectivo é que estas sugestões funcionem como uma pequena contribuição para alguns dos aspectos a contemplar no âmbito do Plano Ambiente-Saúde 2005/2010 actualmente em desenvolvimento.
1. A reestruturação do sector da saúde em curso, nomeadamente a informatização do sistema de gestão, deverá retirar múltiplas valências do investimento a efectuar. Neste particular será importante que os sistemas informáticos possam incorporar informação de base epidemiológica, a qual permita a recolha sistemática dos indicadores de impacte na saúde necessários à aplicação de um modelo como o modelo PSAS-9, aplicado ao longo deste trabalho. Será importante a análise prévia das classificações CID a descriminar, para que a agregação das diferentes doenças (especialmente aquelas englobadas nas classificações relativas a doenças respiratórias e cardiovasculares) possa facilmente ir ao encontro das agregações encontradas na bibliografia (p.ex. a agregação utilizada no
estudo APHEIS). A qualidade dos dados recolhidos, particularmente aqueles relativos à mortalidade por causas específicas cuja associação é mais evidente (p.ex. repare-se que na Figura 19, pág. 2-29, os riscos relativos para a mortalidade cardiovascular ou respiratória são superiores aos riscos relativos obtidos para a mortalidade total), é de grande importância para a credibilidade inerente a este tipo de estudos epidemiológicos.

2. A necessidade de classificação sistemática através dos códigos CID previamente citados deve ser aplicada sistematicamente também nos casos de urgência hospitalar e em consultas, para que se possam agrupar estes atendimentos e assim se possam recolher dados relativos à morbilidade das populações.

3. A promoção da investigação toxicológica dos efeitos dos constituintes dos aerossóis quantificados em termos de caracterização química. A
investigação em torno da toxicidade inerente aos compostos que constituem o material particulado está ainda em fase germinal, podendo ser um campo de trabalho futuro de algumas instituições nacionais nesta área. O Plano Ambiente-Saúde 2005/2010 poderá promover a investigação aplicada neste domínio

Pensei que a info já fosse colectada normalmente ... nesse caso isso significa que provavelmente levaram em conta um número reduzido de picos ...

Afastaram a hipótese de as admissões estarem associadas à própria causa* dos picos de PM10? Verificaram se na presença dessas causas SEM pico de PM10, as admissões não eram afectadas?

-------

* É provável que as mesmas causas que provocam os picos de PM10 também levem a alterações das concentrações atmosféricas de outras partículas, etc.

As causas são variadas, desde meteorologia (maior estabilidade atmosférica e ausência de precipitação dificultam a dispersão dos poluentes), fenómenos naturais (intrusão de massas de ar provenientes do norte de Àfrica e carregadas de partículas PM10), tráfego rodoviário etc. No caso das PM2,5, como são de menor dimensão, o peso das causas antropogénicas é maior. Procurou-se despistar algumas, como a temperatura do ar, eventos naturais, entre outros. Esses fatores foram tidos em conta na elaboração do modelo.
Título: Re: Filtros FAP, estimativas de mortes e ciência
Enviado por: hermes em 2015-11-27 19:36:43
São dados oficiais - é assustador e surpreendente (para quem não está por dentro destes asusntos), mas a poluição na Europa provoca mais mortes prematuras do que os acidentes nas estradas

[url]http://www.eea.europa.eu/media/newsreleases/europes-cities-still-suffering-from[/url] ([url]http://www.eea.europa.eu/media/newsreleases/europes-cities-still-suffering-from[/url])

Podes ver o relatório compleot aqui: [url]https://www.google.pt/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=3&cad=rja&uact=8&ved=0ahUKEwj7ovCMs7DJAhXMvRoKHSZqCqwQFggyMAI&url=http%3A%2F%2Fwww.eea.europa.eu%2Fpublications%2Fair-quality-in-europe-2014%2Fdownload&usg=AFQjCNF9E0oFMO6uH87NjEimTN5COkTLhg&sig2=iMHL8r-m93Xz_-J4GwbA1g[/url] ([url]https://www.google.pt/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=3&cad=rja&uact=8&ved=0ahUKEwj7ovCMs7DJAhXMvRoKHSZqCqwQFggyMAI&url=http%3A%2F%2Fwww.eea.europa.eu%2Fpublications%2Fair-quality-in-europe-2014%2Fdownload&usg=AFQjCNF9E0oFMO6uH87NjEimTN5COkTLhg&sig2=iMHL8r-m93Xz_-J4GwbA1g[/url])


Correlação não significa necessariamente causalidade:

http://www.astropt.org/2011/10/16/correlacao-nao-implica-necessariamente-causalidade/ (http://www.astropt.org/2011/10/16/correlacao-nao-implica-necessariamente-causalidade/)
Título: Re: Filtros FAP, estimativas de mortes e ciência
Enviado por: karnuss em 2015-11-27 20:17:13
São dados oficiais - é assustador e surpreendente (para quem não está por dentro destes asusntos), mas a poluição na Europa provoca mais mortes prematuras do que os acidentes nas estradas

[url]http://www.eea.europa.eu/media/newsreleases/europes-cities-still-suffering-from[/url] ([url]http://www.eea.europa.eu/media/newsreleases/europes-cities-still-suffering-from[/url])

Podes ver o relatório compleot aqui: [url]https://www.google.pt/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=3&cad=rja&uact=8&ved=0ahUKEwj7ovCMs7DJAhXMvRoKHSZqCqwQFggyMAI&url=http%3A%2F%2Fwww.eea.europa.eu%2Fpublications%2Fair-quality-in-europe-2014%2Fdownload&usg=AFQjCNF9E0oFMO6uH87NjEimTN5COkTLhg&sig2=iMHL8r-m93Xz_-J4GwbA1g[/url] ([url]https://www.google.pt/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=3&cad=rja&uact=8&ved=0ahUKEwj7ovCMs7DJAhXMvRoKHSZqCqwQFggyMAI&url=http%3A%2F%2Fwww.eea.europa.eu%2Fpublications%2Fair-quality-in-europe-2014%2Fdownload&usg=AFQjCNF9E0oFMO6uH87NjEimTN5COkTLhg&sig2=iMHL8r-m93Xz_-J4GwbA1g[/url])


Correlação não significa necessariamente causalidade:

[url]http://www.astropt.org/2011/10/16/correlacao-nao-implica-necessariamente-causalidade/[/url] ([url]http://www.astropt.org/2011/10/16/correlacao-nao-implica-necessariamente-causalidade/[/url])


Hemes, não acreditas portanto que existe uma relação de causalidade entre o aumento da poluição atmosférica e a diminuição da saúde pública, quer em termos de morbilidade, querer em termos de mortalidade?
Título: Re: Filtros FAP, estimativas de mortes e ciência
Enviado por: hermes em 2015-11-27 23:19:08
São dados oficiais - é assustador e surpreendente (para quem não está por dentro destes asusntos), mas a poluição na Europa provoca mais mortes prematuras do que os acidentes nas estradas

[url]http://www.eea.europa.eu/media/newsreleases/europes-cities-still-suffering-from[/url] ([url]http://www.eea.europa.eu/media/newsreleases/europes-cities-still-suffering-from[/url])

Podes ver o relatório compleot aqui: [url]https://www.google.pt/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=3&cad=rja&uact=8&ved=0ahUKEwj7ovCMs7DJAhXMvRoKHSZqCqwQFggyMAI&url=http%3A%2F%2Fwww.eea.europa.eu%2Fpublications%2Fair-quality-in-europe-2014%2Fdownload&usg=AFQjCNF9E0oFMO6uH87NjEimTN5COkTLhg&sig2=iMHL8r-m93Xz_-J4GwbA1g[/url] ([url]https://www.google.pt/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=3&cad=rja&uact=8&ved=0ahUKEwj7ovCMs7DJAhXMvRoKHSZqCqwQFggyMAI&url=http%3A%2F%2Fwww.eea.europa.eu%2Fpublications%2Fair-quality-in-europe-2014%2Fdownload&usg=AFQjCNF9E0oFMO6uH87NjEimTN5COkTLhg&sig2=iMHL8r-m93Xz_-J4GwbA1g[/url])


Correlação não significa necessariamente causalidade:

[url]http://www.astropt.org/2011/10/16/correlacao-nao-implica-necessariamente-causalidade/[/url] ([url]http://www.astropt.org/2011/10/16/correlacao-nao-implica-necessariamente-causalidade/[/url])


Hemes, não acreditas portanto que existe uma relação de causalidade entre o aumento da poluição atmosférica e a diminuição da saúde pública, quer em termos de morbilidade, querer em termos de mortalidade?


Numa causalidade de 400000 não acredito.
Título: Re: Filtros FAP, estimativas de mortes e ciência
Enviado por: Incognitus em 2015-11-28 01:42:19
São dados oficiais - é assustador e surpreendente (para quem não está por dentro destes asusntos), mas a poluição na Europa provoca mais mortes prematuras do que os acidentes nas estradas

[url]http://www.eea.europa.eu/media/newsreleases/europes-cities-still-suffering-from[/url] ([url]http://www.eea.europa.eu/media/newsreleases/europes-cities-still-suffering-from[/url])

Podes ver o relatório compleot aqui: [url]https://www.google.pt/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=3&cad=rja&uact=8&ved=0ahUKEwj7ovCMs7DJAhXMvRoKHSZqCqwQFggyMAI&url=http%3A%2F%2Fwww.eea.europa.eu%2Fpublications%2Fair-quality-in-europe-2014%2Fdownload&usg=AFQjCNF9E0oFMO6uH87NjEimTN5COkTLhg&sig2=iMHL8r-m93Xz_-J4GwbA1g[/url] ([url]https://www.google.pt/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=3&cad=rja&uact=8&ved=0ahUKEwj7ovCMs7DJAhXMvRoKHSZqCqwQFggyMAI&url=http%3A%2F%2Fwww.eea.europa.eu%2Fpublications%2Fair-quality-in-europe-2014%2Fdownload&usg=AFQjCNF9E0oFMO6uH87NjEimTN5COkTLhg&sig2=iMHL8r-m93Xz_-J4GwbA1g[/url])


Correlação não significa necessariamente causalidade:

[url]http://www.astropt.org/2011/10/16/correlacao-nao-implica-necessariamente-causalidade/[/url] ([url]http://www.astropt.org/2011/10/16/correlacao-nao-implica-necessariamente-causalidade/[/url])


Hemes, não acreditas portanto que existe uma relação de causalidade entre o aumento da poluição atmosférica e a diminuição da saúde pública, quer em termos de morbilidade, querer em termos de mortalidade?


Não está em causa a causalidade, está em causa a magnitude. Que até pode ser maior ou menor. Mas só se sabe se um modelo que prevê uma dada magnitude está correcto, se ele a prever e ela se verificar, e não apenas pela correlação observada. A correlação só serve para, especulativamente, conceber o modelo (hipótese).
Título: Re: Filtros FAP, estimativas de mortes e ciência
Enviado por: Incognitus em 2015-11-28 01:44:00
Sim, mas o impacto sobre a saúde não estava em questão (desde o início: como eu disse eu concordava com o que dizias, o que incluía o não retirar do FAP embora se entendam as razões económicas para o fazer).

O que eu não acho grande coisa são estimativas concretas de mortes apresentadas como factos quando nem sequer estão validadas. É o mesmo que se passa com o aquecimento global. O homem tem certamente um impacto, mas os modelos que se dão como catastrofistas não estão validados e não devem ser apresentados como factos e sim meras hipóteses a validar. Idem para coisas que se diga preverem terramotos, ou para sistemas de trading que até este momento estejam apenas sujeitos a backtests.

Neste caso é mais objetivo- são efeitos diretos na saúde humana (asma, broquite, cancro, etc.) facilmente mensuráveis e quantificáveis, e não efeitos indiretos como os efeitos das alterações climáticas.

Sim, certamente. É uma coisa mais fácil de testar. O problema é que o teste tem que ser para a frente depois de formulada a hipótese (o modelo).

Ou seja, não chega correlacionar para trás. É nesse aspecto que isto é similar ao aquecimento global.

Será possível prever para a frente, mas para tal é necessário alterar os procedimentos aquando das admissões hospitalares nas urgências, já que a informação que é recolhida sobre as causas de admissão é escassa. No caso deste estudo, tivemos de contratar uma pessoa externa ao hospital, apenas para recolher a informação que nós precisávamos com o nível de desagregação necessário, e a posteriormente trabalhar esses dados.

Citar
Alguma da experiência obtida para a realização deste trabalho, em particular relacionada com algumas das lacunas identificadas, serve de base para as pequenas sugestões que serão apresentadas. O objectivo é que estas sugestões funcionem como uma pequena contribuição para alguns dos aspectos a contemplar no âmbito do Plano Ambiente-Saúde 2005/2010 actualmente em desenvolvimento.
1. A reestruturação do sector da saúde em curso, nomeadamente a informatização do sistema de gestão, deverá retirar múltiplas valências do investimento a efectuar. Neste particular será importante que os sistemas informáticos possam incorporar informação de base epidemiológica, a qual permita a recolha sistemática dos indicadores de impacte na saúde necessários à aplicação de um modelo como o modelo PSAS-9, aplicado ao longo deste trabalho. Será importante a análise prévia das classificações CID a descriminar, para que a agregação das diferentes doenças (especialmente aquelas englobadas nas classificações relativas a doenças respiratórias e cardiovasculares) possa facilmente ir ao encontro das agregações encontradas na bibliografia (p.ex. a agregação utilizada no
estudo APHEIS). A qualidade dos dados recolhidos, particularmente aqueles relativos à mortalidade por causas específicas cuja associação é mais evidente (p.ex. repare-se que na Figura 19, pág. 2-29, os riscos relativos para a mortalidade cardiovascular ou respiratória são superiores aos riscos relativos obtidos para a mortalidade total), é de grande importância para a credibilidade inerente a este tipo de estudos epidemiológicos.

2. A necessidade de classificação sistemática através dos códigos CID previamente citados deve ser aplicada sistematicamente também nos casos de urgência hospitalar e em consultas, para que se possam agrupar estes atendimentos e assim se possam recolher dados relativos à morbilidade das populações.

3. A promoção da investigação toxicológica dos efeitos dos constituintes dos aerossóis quantificados em termos de caracterização química. A
investigação em torno da toxicidade inerente aos compostos que constituem o material particulado está ainda em fase germinal, podendo ser um campo de trabalho futuro de algumas instituições nacionais nesta área. O Plano Ambiente-Saúde 2005/2010 poderá promover a investigação aplicada neste domínio

Pensei que a info já fosse colectada normalmente ... nesse caso isso significa que provavelmente levaram em conta um número reduzido de picos ...

Afastaram a hipótese de as admissões estarem associadas à própria causa* dos picos de PM10? Verificaram se na presença dessas causas SEM pico de PM10, as admissões não eram afectadas?

-------

* É provável que as mesmas causas que provocam os picos de PM10 também levem a alterações das concentrações atmosféricas de outras partículas, etc.

As causas são variadas, desde meteorologia (maior estabilidade atmosférica e ausência de precipitação dificultam a dispersão dos poluentes), fenómenos naturais (intrusão de massas de ar provenientes do norte de Àfrica e carregadas de partículas PM10), tráfego rodoviário etc. No caso das PM2,5, como são de menor dimensão, o peso das causas antropogénicas é maior. Procurou-se despistar algumas, como a temperatura do ar, eventos naturais, entre outros. Esses fatores foram tidos em conta na elaboração do modelo.

Mas o modelo depois deveria ter sido testado sobre dados não incluídos na sua elaboração (out of sample). É tal e qual como um sistema de trading.
Título: Re: Filtros FAP, estimativas de mortes e ciência
Enviado por: karnuss em 2015-11-30 15:11:19
O modelo é o que é, e sendo parte ciência exacta/ parte ciência social, não é como a física. E custa dinheiro a registar os dados, pelo que sem financiamento permanente não há possibilidade de continuar.

Num aparte, a confusão típica entre poluentes atmosféricos e gases com efeito de estufa, que motivou o meu e-mail para o Observador:


Citar
Cara Mariana Nunes,

Após leitura a notícia no Observador, [url]http://observador.pt/2015/11/30/pequim-nova-deli-densa-nuvem-poluicao/[/url] ([url]http://observador.pt/2015/11/30/pequim-nova-deli-densa-nuvem-poluicao/[/url])

Detetei diversas incorreções na mesma, que importa esclarecer e/ou corrigir:

•   A primeira consiste em confundir poluição do ar (associada a um conjunto de poluentes com impacte direto na saúde humana, como as partículas inaláveis - PM10, os óxidos de azoto – NOX, o monóxido de carbono – CO ou o ozono troposférico – O3 e cujo cumprimento dos valores-limite de base legal importa garantir, de forma a proteger a saúde pública e a qualidade dos escossistemas), com emissões de gases de efeito de estufa - GEE (onde se inclui o CO2, que funciona como proxy e não é um poluente com impacte direto na saúde humana mas cujos efeitos  se revelam ao nível das alterações climáticas, para as quais medidas de mitigação estão atualmente a ser discutidas na COP21 em Paris). Para os primeiros são definidos, ao nível da legislação nacional e comunitária, valores-limite de concentração no ar ambiente e valores-limite de emissão (como por exemplo, as normas EURO para as emissões do escape dos automóveis), e para os GEE também são definidos valores-limite, mas de âmbito global (como por exemplo o Protocolo de Quioto).

•   A segunda consiste em apresentar erradamente valores de concentrações poluentes: Em Pequim, o índice de qualidade do ar mantém-se extremamente elevado e, em algumas partes da cidade, situa-se muito acima dos 500 microgramas — ultrapassando largamente as recomendações da Organização Mundial da Saúde. Nova Deli regista valores perto dos 370 microgramas. Acima de 300, este indicador é considerado “perigoso”.

Ora, uma concentração é dada por uma massa sobre um volume, pelo que os valores apresentados deveriam ser apresentados em microgramas por metro cúbico – g/m3. É também necessário esclarecer qual o poluente a que se refere asta concentração. Sendo da área, presumo que se refira às partículas inaláveis PM10, mas um leigo não faria tal associação.

Reforço que a poluição a que a notícia se refere, nada tem a ver com a temática da mitigação das emissões de GEE que se discute na cimeira do Clima de Paris, embora as origens de ambos os problemas sejam as mesmas (emissões antropogénicas provenientes da queima de combustíveis fósseis, neste caso provavelmente carvão). Tal como refere, “A China e a Índia estão  (…) entre os países que emitem mais gases com efeito de estufa para a atmosfera.”. Contudo, a emissão de GEE não provoca a poluição do ar que se retrata na fotografia. A emissão excessiva de poluentes atmosféricos, como as partículas, sim.

Poderá ver mais informação aqui:

[url]http://www.eea.europa.eu/themes/air[/url] ([url]http://www.eea.europa.eu/themes/air[/url])

[url]http://www.eea.europa.eu/themes/climate[/url] ([url]http://www.eea.europa.eu/themes/climate[/url])


Espero ter contribuído para um melhor esclarecimento acerca deste tema. Cumprimentos e boa tarde,

Título: Re: Filtros FAP, estimativas de mortes e ciência
Enviado por: Incognitus em 2015-11-30 15:14:26
Muito bom, porque para muitas pessoas essa confusão está estabelecida (entre gases de efeito de estufa e os "poluentes tradicionais", bem como os respectivos efeitos -- ou seja, não falta quem pense que o CO2 é directamente nocivo).
Título: Re: Filtros FAP, estimativas de mortes e ciência
Enviado por: karnuss em 2015-11-30 15:20:30
Muito bom, porque para muitas pessoas essa confusão está estabelecida (entre gases de efeito de estufa e os "poluentes tradicionais", bem como os respectivos efeitos -- ou seja, não falta quem pense que o CO2 é directamente nocivo).

É a minha área de trabalho (10 anos como bolseiro no Grupo de Qualidade do Ar da FCT/UNL e 1 ano e meio como Técnico na Agência Municipal de Energia de Almada), pelo que tenho mais facilidade em detectar estes erros :)

Eu nem sou muito ríspido com os jornalistas. São jovens, carne para canhão e não têm tempo de se especializar em nada, já que literalmente "vão a todas" e fazem peças a metro - há uns anos, a propósito de um estudo sobre poluição dentro do túnel do Marquês fui comentar o assunto com uma jornalista da TVI, já que o meu chefe não estava disponível. A moça era super novinha e nem sequer tinha mail empresarial - era mesmo um @gmail! Disse-me que esta nova geração de jornalistas é quase toda era freenlancer, faz 8-10 peças por dia que depois tenta "vender" às TVs/Jornais, que só lhes pagam se a reportagem for mesmo publicada... que tristeza, mesmo :(
Título: Re: Filtros FAP, estimativas de mortes e ciência
Enviado por: Deus Menor em 2015-11-30 17:51:08

Ainda ninguém me confirmou se os dados medidos com FAP se mantêm ,
ou com um intervalo de segurança mínimo, iguais aos da homologação.