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Geral => Comunidade de Traders => Tópico iniciado por: Incognitus em 2012-07-11 01:51:48
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Dada a aproximação do equilíbrio externo da economia Portuguesa, torna-se agora crítico que o Governo tenha a presença de espírito para, numa qualquer renegociação dos apoios externos, pedir a participação do sector privado no esforço de consolidação.
Ou seja, é chegada a hora de Portugal ter um perdão de dívida similar ao Grego, pois isso facilitaria extraordinariamente o reequilíbrio da economia Nacional bem como das contas do Estado.
Assim sendo, esperemos que o Governo compreenda e comece, lentamente, a falar da "participação do sector privado", de como esta é desejável, etc.
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Para isso vai ser preciso Relvas convencer Passos :D
Concordo, as implicações negativas do calote serão quanto a mim menores que as positivas do alívio no SO...
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As implicações negativas do calote, continuando o financiamento da Troika, são virtualmente nulas face à situação presente. É só vantagens. Até praticamente nem parece que se deu um calote, apenas se teve a "participação do sector privado" neste grande projecto que é recuperar Portugal.
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É inevitável. É a única forma de se sair disto.
Por acaso, encontrei ontem um amigo cujo filho trabalha no Banco Europeu de Investimentos e falámos disto, e ele disse que o incumprimento ia certamente acontecer, não há outra hipótese.
Mas ele disse também que o euro vai sobreviver, e que nos vamos manter nele.
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Também espero não sair do Euro...
Mas os países nórdicos +Holanda estão ainda pior que a Alemanha...
Acabei de enviar a vários contactos, no governo e a outros o título do tópico, bem como a sua ligação.
Quem poder divulgar... nunca se sabe!
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Isso é verdade Incognitus, com apoio dos parceiros a "coisa" é nula do lado negativo.
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Saudações!!
Atenção que não é completamente inverosimil que o BCE tenha comprado e esteja na posse de >50 mil ME de divida soberana nacional... se juntarmos a isto os 78 mil ME de financiamento da Troika que deverão esgotar-se até final do ano, estariamos a falar de 2/3 de toda a nossa divida soberana já nas mãos da Troika...
Um abraço,
JR
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Saudações!!
Atenção que não é completamente inverosimil que o BCE tenha comprado e esteja na posse de >50 mil ME de divida soberana nacional... se juntarmos a isto os 78 mil ME de financiamento da Troika que deverão esgotar-se até final do ano, estariamos a falar de 2/3 de toda a nossa divida soberana já nas mãos da Troika...
Um abraço,
JR
Ou seja, o perdão da divida já está alinhavado ;)
Abraço
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As implicações negativas do calote, continuando o financiamento da Troika, são virtualmente nulas face à situação presente. É só vantagens. Até praticamente nem parece que se deu um calote, apenas se teve a "participação do sector privado" neste grande projecto que é recuperar Portugal.
A soberania é coisa do passado. E isto encaixa na perfeição, na criação do tal Super ministro das finanças europeu, para controlar OE dos diversos paises. Ou seja será a moeda de troca, perdoamos isto, mas queremos o controle da coisa. E como não temos outra solução.... aceitamos.
Pode ser que a palhaçada e o despesismo que por aqui anda, diminua de forma drastica.
Abr
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Era bom. No entanto, a falta de realismo que tem caracterizado a gestão desta crise europeia desde início faz-me ter muitas dúvidas que isso aconteça durante este resgate. O discurso, aqui e na Europa - já que as posições dos dois lados se têm alinhado, até precisarmos de mais dinheiro vai ser o "Portugal está a cumprir", "Portugal não precisa de novo resgate", "não é preciso negociar o acordo"; e quando essa necessidade for evidente virá um novo resgate e entretanto a situação já se degradou mais.
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concordo, mas também é preciso que o Estado participe no ajustamento que o sector privado já está a fazer há uns anos!
Tem de se reduzir massa salarial e de pensões e extinguir organismos e institutos e nada disto não foi feito!
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concordo, mas também é preciso que o Estado participe no ajustamento que o sector privado já está a fazer há uns anos!
Tem de se reduzir massa salarial e de pensões e extinguir organismos e institutos e nada disto não foi feito!
Camisa, a "participação do sector privado" é um eufemismo para "não pagar"/default ... é a forma correcta de se pedir uma coisa destas hoje (um perdão de dívida), sem se a pedir directamente.
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Eu continuo a achar que é mais suave se imprimirem...
O pessoal protesta menos, resolve problemas de excesso de custos na função pública, etc.
Outra opção é pegar só na dívida mais bem remunerada e cortar nos juros, a começar por algumas PPP, que são uma forma de dívida principescamente paga.
Cortar X% da dívida, a direito, é uma boa forma de não termos acesso ao mercado de dívida nas próximas décadas!
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Camisa, a "participação do sector privado" é um eufemismo para "não pagar"/default ... é a forma correcta de se pedir uma coisa destas hoje (um perdão de dívida), sem se a pedir directamente.
existem 2 sectores privados: a economia produtiva portuguesa que foi a que referi como estando sozinha a fazer desde há alguns anos a quase totalidade do ajustamento
depois há o sector privado detentor de dívida que é aquele a que te referes que também terá de sofrer 1 ajustamento e que eu concordo
e há o Estado português que também terá que ajustar em baixa o nível de salários, pensões e organismos (por enquanto basicamente cortou apenas alguns consumos intermédios e isso é manifestamente insuficiente!)
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Cortar na dívida, perdão, a participação do sector privado no ajustamento, trará seguramente mais problemas para a banca, esta iria ressentir-se (e muito) principalmente a nacional que aparentemente está carregada de divida pública portuguesa (e pelo que consta tem andado a comprar).
Não sei se o caminho será esse...
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Cortar na dívida, perdão, a participação do sector privado no ajustamento, trará seguramente mais problemas para a banca, esta iria ressentir-se (e muito) principalmente a nacional que aparentemente está carregada de divida pública portuguesa (e pelo que consta tem andado a comprar).
Não sei se o caminho será esse...
Sim, a banca nacional ressentir-se-ia, mas seria sempre positivo, porque ficávamos sem a dívida, e mesmo o montante que estoirasse na banca poderia ser depois reposto pelo Estado (ficando este accionista), ou seja, o efeito global era sempre positivo (porque uma parte substancial rebentaria no estrangeiro).
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não digo que o efeito final não seria positivo (para o todo), mas a questão da banca não é pacifica, os accionistas não estão pelos ajustes...
é por isso que digo que não sei se será esse o caminho, provavelmente não (digo eu).
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Ah, sim, o caminho pode não ser. Mas devia ser. É a medida mais potente e que menos sacrifícios pede do povo, que se pode tomar neste momento (se for conseguida com o apoio da UE).
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O Incognitus anda a ler muito a Voz do Operário e o Avante ultimamente ;)
Agora a sério: sabes que isso não é só não pagar, tem consequências a prazo né? :D
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O Incognitus anda a ler muito a Voz do Operário e o Avante ultimamente ;)
Agora a sério: sabes que isso não é só não pagar, tem consequências a prazo né? :D
Se for feito como a Grécia fez, com apoio da Troika, eufemismo da participação, etc, até nem parece um incumprimento. Não tem grandes consequências a prazo que não sejam positivas.
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nao acredito no perdao de divida, eles querem ver portugal muito pior antes de fazerem isso
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Nós não temos a benesse de pertencer ao universo anglo-saxónico nem germânico, o que ajuda imenso a ser credível mesmo quando se está falido. A menos que queiras pagar juros muito mais altos que a tua concorrência nas próximas décadas e ficares sob tutela da troika mais 10 anos o melhor é não deixar de pagar, pelo menos genericamente.
O grosso da dívida pública paga juros baixos, mas há uma fração não desprezável com um peso completamente desproporcionado no serviço de dívida, constituída pelas PPP e por algumas das últimas emissões de OTs imediatamente pré-troika. Essa parte pode ser "renegociada", eufemismo para "ou nos deixam de chular indecentemente ou nós deixamos de pagar".
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rnbc, tens que concordar que "contar com a participação do sector privado" soa melhor que "renegociar". :D
A troika não seria necessária durante 10 anos, visto que o país equilibraria em 2 e teria depois uma carga de dívida pública bastante menor.
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(http://blasfemias.files.wordpress.com/2012/07/despcorrente.jpg)
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Mas aquela fatia de juros podia ser cortada sem sofrimento.
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Antes de isso acontecer ainda vai ter de aparecer na CNN ou na BBC umas imagens de uns tipos a partirem montras e a baterem nos policias à porta da Assembleia e a passar em rodapé em letras garrafais: "Panic in Lisbon". :D
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aquele mar vermelho e laranja tem de ser reduzido também, é onde há mais espaço de manobra
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Engraçado conetarem um perdão de dívida com a esquerda e eu não entendo muito bem porquê?
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Engraçado conetarem um perdão de dívida com a esquerda e eu não entendo muito bem porquê?
No meu caso por piada às propostas simplistas do BE e do PCP. Sei que historicamente houve muito mais dívidas não pagas por ditaduras ferozes de direita ou monarquias absolutas do que por governos comunistas.
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conotam com a esquerda porque geralmente é a esquerda que quer roubar aos privados para benificar os funcionarios publicos e ex-funcionarios publicos
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Faz todo o sentido o perdão parcial enquanto estamos com a troika cá.
E na realidade este governo não tem tido habilidade negocial.
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Saudações!!
Pelas razões que já expressei anteriormente, eu acho que estão a sobrestimar a importância dum eventual "haircut" dos privados... deverá até acontecer porque alguns paises da zona Euro não estarão pelos ajustes, mas provavelmente será contraproducente para a economia nacional...
Um abraço,
JR
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Saudações!!
Esta tabela ajuda a explicar o meu ponto de vista... não esquecendo que daqueles 70 mil ME detidos por não residentes, uns 40 mil ME poderão estar nas mãos do BCE...
Um abraço,
JR
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rnbc, tens que concordar que "contar com a participação do sector privado" soa melhor que "renegociar". :D
A troika não seria necessária durante 10 anos, visto que o país equilibraria em 2 e teria depois uma carga de dívida pública bastante menor.
Soa melhor soa, mas para os credores é igual!
Uma vez que ficarias sem acesso a crédito como é que te safavas sem troika? É possível viver a Portugal viver sem crédito? É! Queremos isso? Não me parece... vê os problemas que tivemos de 1900 a 1960 por esse motivo!
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Não ficavas necessariamente sem crédito, para começar tinhas a troika, e depois tinhas um país equilibrado. O problema de um incumprimento saía muito mitigado.
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É importante também saber se, com a Troika de fora de Portugal numa eventual "renegociação" da dívida, se os descalabros das obras públicas, PPPs, descontrolo das despesas, etc., não voltará! A mentalidade do "já nos safamos uma vez, conseguiríamos também uma segunda vez", pode ser muito perigosa.
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Uma restruturação da dívida nacional iria ter efeitos muito grandes na sustentabilidade da SS... ou isso ficaria de fora?
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Uma restruturação da dívida nacional iria ter efeitos muito grandes na sustentabilidade da SS... ou isso ficaria de fora?
Bem, o fundo de estabilidade da SS perderia dinheiro porque tem muita dívida pública, mas isso seria irrelevante porque o Estado poderia sempre atribuir-lhe alguma nova. A afectar a sustentabilidade da SS, afecta-la-ia positivamente, pois o Estado, que em última análise responde pela SS, ficaria menos endividado.
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Troika confirma estar a trabalhar para "melhorar" programa da Irlanda
12 Julho 2012 | 14:03
Eva Gaspar - egaspar@negocios.pt
Ao sétimo exame, a nota voltou a ser positiva, mas com o défice mais elevado da Zona Euro e a economia a fraquejar, os desafios permanecem exigentes. Troika está a trabalhar em "soluções técnicas" para melhorar o processo de ajustamento.
A troika, que integra representantes da Comissão Europeia, BCE e FMI, anunciou hoje que foi dado início ao trabalho com vista a identificar “soluções técnicas” que permitam ajudar a reforçar a sustentabilidade do programa de ajustamento da Irlanda.
O anúncio foi feito num primeiro comunicado, subscrito pelas três instituições, que foi hoje divulgado na sequência da conclusão da sétima missão de acompanhamento ao programa irlandês.
“Em linha com as conclusões da cimeira de 29 de Junho, as equipas da Comissão Europeia, BCE e FMI estão a debater com as autoridades (irlandesas) possíveis soluções técnicas para melhorar ainda mais a sustentabilidade do programa de ajustamento que está a ter um bom desempenho”.
O comunicado não fornece qualquer indicação sobre o tipo de “soluções técnicas” que estarão a ser ponderadas para o caso da Irlanda – país do euro que ainda tem o défice mais elevado (8,6% é a meta para este ano) e uma dívida pública próxima de 120% do PIB, no rescaldo do colapso da banca.
O Conselho Europeu pediu à troika para analisar meios de ajudar a “melhorar a sustentabilidade” do programa irlandês, tendo um pedido semelhante sido feito nesta semana pelo Eurogrupo relativamente a Portugal.
A negrito a tal falta de realismo que falava na primeira página deste tópico. Escusado será dizer, por ser uma questão de elementar bom senso, que quaisquer "soluções técnicas" que acabem por implementar também deviam ser aplicadas ao nosso programa.
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8)
Os próximos cortes devem ser nas ajudas de custo de tudo o que é politico, e reformas politicas e tudo o que está relacionado.
Cortes = eliminação
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BCE defende que detentores de dívida sénior de bancos espanhóis assumam perdas
O Banco Central Europeu (BCE) defendeu, no último Eurogrupo, que os investidores que detêm obrigações seniores de bancos espanhóis que vão receber ajuda financeira assumam perdas. Uma proposta que foi recusada pelos ministros das Finanças.
Negócios (http://www.jornaldenegocios.pt/home.php?template=SHOWNEWS_V2&id=568373).pt
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Eu acho que o fim último, depois de espremer bem os países endividados será um conjunto de haircuts nos mesmos países, porque é bastante óbivo que nestes níveis de dívida é insustentável qualquer economia crescer. Mas também me parece que ainda não será o momento (apesar de, teoricamente, poder ser um dos melhores momentos para Portugal; acontece é que nós não mandamos nada, nem exigimos!!) ;)
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8)
Os próximos cortes devem ser nas ajudas de custo de tudo o que é politico, e reformas politicas e tudo o que está relacionado.
Cortes = eliminação
Wishful thinking... ;)
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Wishful thinking... ;)
Of course, oh yeah! >:(
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Nos States, com a crise do subprime, fecharam bancos, balcões e milhares de despedimentos ... na Europa e em Portugal com a crise financeira ... no se pasa nada ... estou estupidificado
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http://www.bloomberg.com/news/2012-02-20/icelandic-anger-brings-record-debt-relief-in-best-crisis-recovery-story.html (http://www.bloomberg.com/news/2012-02-20/icelandic-anger-brings-record-debt-relief-in-best-crisis-recovery-story.html)