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Fóruns Think Finance => Off-Topic => Tópico iniciado por: james dean em 2010-02-26 13:26:57



Título: A culpa morre solteira!
Enviado por: james dean em 2010-02-26 13:26:57
Estavamos em 1999,Agosto via o Alberto Jardim de ferias no Porto Santo,passeando nas finas
areias,e falando:
"NEM UM TOSTAO PARA TIMOR"e acrescentava,a Madeira nao dara um tostao para Timor,e nao
admito que o Estado portugues "mexesse" nas transferencias que a Regiao tinha direito.E conti-
nuava "A filosofia popular ensinou-me que cada um se deve governar por si".
Entretando o mundo unia-se para ajudar Timor,quando este era palco de destruicao fruto da invasao
das milicias da Indonesia.
Acabo de ler no jornal da terra,que Xanana,acaba de mandar um cheque de 750 mil dolares,
para contribuir para a ajuda a tragedia,e pouco,mas representa muito num povo que continua
em dificuldades.
Viro a pagina,os Acores mandaram uma equipa especializada de bombeiros para ajudar,mas
o nosso governo,aqui,nao os deixou actuar.

Sao pequenas coisas,talvez so eu lhes de importancia,mas revolta-me a soberba,os gritos
que ele ontem deu a Judite de Sousa,so eu sei,so eu faco,os especialistas sao um bando de
calhordas,uns detractores desta terra".

Ha cerca de 2 anos aqui venho escrevendo sobre coisas que nao estou de acordo,so peco
e que esta tragedia acorde o povo,para o ano ha de novo eleicoes na Madeira,e grito bem
alto.......Nem um voto para o homem,caso ele se volte a candidatar,estou farto,o povo tem
que acordar!

james

ps:Todos aqui no forum sabem,que fui seu colega na faculdade,que ate convivo com ele,
mas,isso nao impede de ver que o homem esta ultrapassado,e um despota disfarcado,mas
eu,simples mortal reconheco,ele sabe de tudo e eu de nada percebo!


Título: Re: A culpa morre solteira!
Enviado por: Romanov em 2010-02-26 15:52:52
Bravo, James!

Eu não vivi muitos anos, às vezes penso que já vivi anos demais...mas isso é outra história, mas, os poucos anos que vivi, já me deixaram perceber que a ajuda vem de onde menos se espera.
Os "grandes" fecham-se em copas, duplicam as fortunas, roubam na tragédia se for preciso, os "pequenos", que muitas vezes não têm nem para comer, partilham o pão bolorento que têm, a pouca água potável que descobriram, e ainda são capazes de rasgar um pouco mais a camisa, que já tinham demasiado rasgada.

É certo que, neste mundo, não vale de nada ser o "pequeno" amigo, vestir a roupa rasgada em prol dos fatos armani. Porque, muitas vezes, o mesmo azarado que foi ajudado pelos "Pequenos", volta-lhes as costas na altura de apertar a mão e agradecer, olhando para o "grande" em busca de uma desculpa que o perdoe por não ter ajudado...Buscam falsas desculpas para continuar a venerar um grande idiota.

O grande continuará  a ser grande, com a ajuda de quem não ajudou, o pequenito continua pequeno, ainda mais pequeno porque ajudou quem precisava.

Se há "personalidade" que eu não suporto é o vosso presidente. Não me importava de ir preso uns dias só para lhe dar um estalo.


Título: Re: A culpa morre solteira!
Enviado por: james dean em 2010-02-26 16:21:49
De acordo com o que acima escrevi,acrescento parte do editorial de hoje do diario de noticias
da madeira.

"Sei que este nao e o momento para tricas politicas.Que a hora e de trabalhar pela reconstrucao,
chorar os mortos e proteger os vivos.E,sinceramente,acho que estamos a fazer bem o que e pos-
sivel fazer nesta altura.O Governo,as Camaras,as Juntas,os Voluntarios.Mas e dificil ficar insensivel
perante os contributos vindos de fora.Alem dos efeitos praticos da reconstrucao,a solidariedade
de anonimos e as visitas dos "cubanos"Socrates e Cavaco,e ainda o dinheiro do patrao do
Pingo Doce,obrigam-nos nao apenas a ter mais cuidado com o planeamento urbanistico,como
tambem a ter mais tento na lingua.Nas desgracas e assin,hoje eles,amanha,nos!"

Eu por mim,prometo vir a ter mais tento na minha lingua,o que nao prometo e que o Alberto
o faca.Ainda neste momento o estou a ver na televisao,a falar das relacoes com Socrates,e
a dizer "ha males que veem por bem"

james


Título: Re: A culpa morre solteira!
Enviado por: Incognitus em 2010-02-26 16:46:00
Bravo, James!

Eu não vivi muitos anos, às vezes penso que já vivi anos demais...mas isso é outra história, mas, os poucos anos que vivi, já me deixaram perceber que a ajuda vem de onde menos se espera.
Os "grandes" fecham-se em copas, duplicam as fortunas, roubam na tragédia se for preciso, os "pequenos", que muitas vezes não têm nem para comer, partilham o pão bolorento que têm, a pouca água potável que descobriram, e ainda são capazes de rasgar um pouco mais a camisa, que já tinham demasiado rasgada.

É certo que, neste mundo, não vale de nada ser o "pequeno" amigo, vestir a roupa rasgada em prol dos fatos armani. Porque, muitas vezes, o mesmo azarado que foi ajudado pelos "Pequenos", volta-lhes as costas na altura de apertar a mão e agradecer, olhando para o "grande" em busca de uma desculpa que o perdoe por não ter ajudado...Buscam falsas desculpas para continuar a venerar um grande idiota.

O grande continuará  a ser grande, com a ajuda de quem não ajudou, o pequenito continua pequeno, ainda mais pequeno porque ajudou quem precisava.

Se há "personalidade" que eu não suporto é o vosso presidente. Não me importava de ir preso uns dias só para lhe dar um estalo.

Romanov, não é o caso do Alberto, mas essa crítica no contexto da nossa sociedade é fortemente injusta.

Sabes porquê? Porque quem tem maiores rendimentos (os grandes, na tua crítica) paga uma percentagem desproporcionada dos impostos, sustentando a restante sociedade.

E é incrível, e extraordinariamente injusto, que nesse contexto essas pessoas ainda obtenham uma imagem pior do que aquela dos que são os recipientes líquidos.

Digo isto, e estou certamente no lado do balanço dos "recipientes líquidos" e não dos grandes.


(isto não tem a ver com o Alberto, nesse caso não tenho opinião - por um lado a Madeira está muito bem, por outro lado a Madeira está muito endividada para estar muito bem - o que me faz ser neutro em relação ao dito)


Título: Re: A culpa morre solteira!
Enviado por: Romanov em 2010-02-26 16:53:13
Quantos grandes fogem a essa contribuição nos impostos?

Eu estava a falar em relação ao A.J.Jardim. Não suporto o homem.


Título: Re: A culpa morre solteira!
Enviado por: james dean em 2010-02-26 17:35:27
A solidariedade nao tem nada a ver com o contributo para a sociedade,atraves de impostos.
Contribuir de forma imposta,paga-se impostos porque nos obrigam,e nao conheco ninguem
que goste de contribuir para o bem estado da nacao,pagando impostos,e como diz o
Romanov,so nao foge ao seu pagamento,e quem nao pode!

Ser solidario e dar o que se tem,depois de ter pago impostos,e um acto voluntario,muito diferente
dos impostos,que e um acto imposto.

Assim,continuo a concordar com o Romanov,e ate vejo mais merrito aqueles que pouco teem,
e por vezes dao aos outros a sua camisa usada.

Infelizmente,a solidariedade tambem tem outros contornos,o tipo que da um milhao,vem
nos jornais,o tipo que da um euro para alguem que tem fome,a sua unica satisfacao,e estar
bem com a sua consciencia,e o simples acto de ajudar alguem.

Sabes Inc,no teu discurso,raras vezes metes o sentimento,usas sempre uma linguagem
economica,ves o mundo de maneira diferente da minha,tu pensaras que es tu que estas
certo,e eu continuarei a pensar diferente!

Pago aqui na Madeira 14 por cento de Iva?Porreiro,ainda devia ser menos,o meu umbigo,
ficaria contente.Se descer mais,porreiro,o meu umbigo esta-se nas tintas,para o dinheiro
que o povo precise,para a saude,e outras necessidades.

Sabes,o mal de toda a gente,e ver as coisas atraves do umbigo,uns teem-no grande,outros
veem a realidade,usando o coracao.

abraco
james


Título: Re: A culpa morre solteira!
Enviado por: smog em 2010-02-26 18:17:05
Estavamos em 1999,Agosto via o Alberto Jardim de ferias no Porto Santo,passeando nas finas
areias,e falando:
"NEM UM TOSTAO PARA TIMOR"e acrescentava,a Madeira nao dara um tostao para Timor,e nao
admito que o Estado portugues "mexesse" nas transferencias que a Regiao tinha direito.E conti-
nuava "A filosofia popular ensinou-me que cada um se deve governar por si".
Entretando o mundo unia-se para ajudar Timor,quando este era palco de destruicao fruto da invasao
das milicias da Indonesia.
Acabo de ler no jornal da terra,que Xanana,acaba de mandar um cheque de 750 mil dolares,
para contribuir para a ajuda a tragedia,e pouco,mas representa muito num povo que continua
em dificuldades.
Viro a pagina,os Acores mandaram uma equipa especializada de bombeiros para ajudar,mas
o nosso governo,aqui,nao os deixou actuar.

Sao pequenas coisas,talvez so eu lhes de importancia,mas revolta-me a soberba,os gritos
que ele ontem deu a Judite de Sousa,so eu sei,so eu faco,os especialistas sao um bando de
calhordas,uns detractores desta terra".

Ha cerca de 2 anos aqui venho escrevendo sobre coisas que nao estou de acordo,so peco
e que esta tragedia acorde o povo,para o ano ha de novo eleicoes na Madeira,e grito bem
alto.......Nem um voto para o homem,caso ele se volte a candidatar,estou farto,o povo tem
que acordar!

james

ps:Todos aqui no forum sabem,que fui seu colega na faculdade,que ate convivo com ele,
mas,isso nao impede de ver que o homem esta ultrapassado,e um despota disfarcado,mas
eu,simples mortal reconheco,ele sabe de tudo e eu de nada percebo!

Foi uma bofetada de luva branca. Elegante. ;D


Título: Re: A culpa morre solteira!
Enviado por: Incognitus em 2010-02-26 18:26:34
Quantos grandes fogem a essa contribuição nos impostos?

Eu estava a falar em relação ao A.J.Jardim. Não suporto o homem.

Mesmo os que fogem aos impostos, pagam substancialmente mais do que a média...


Título: Re: A culpa morre solteira!
Enviado por: smog em 2010-02-26 18:28:06
Quantos grandes fogem a essa contribuição nos impostos?

Eu estava a falar em relação ao A.J.Jardim. Não suporto o homem.

Mesmo os que fogem aos impostos, pagam substancialmente mais do que a média...
lol
isso é porque ganham mais que a média! Quantas vezes á custa da exploração dos que ganham 400! 8)


Título: Re: A culpa morre solteira!
Enviado por: Incognitus em 2010-02-26 18:30:47
A solidariedade nao tem nada a ver com o contributo para a sociedade,atraves de impostos.
Contribuir de forma imposta,paga-se impostos porque nos obrigam,e nao conheco ninguem
que goste de contribuir para o bem estado da nacao,pagando impostos,e como diz o
Romanov,so nao foge ao seu pagamento,e quem nao pode!

Ser solidario e dar o que se tem,depois de ter pago impostos,e um acto voluntario,muito diferente
dos impostos,que e um acto imposto.

Assim,continuo a concordar com o Romanov,e ate vejo mais merrito aqueles que pouco teem,
e por vezes dao aos outros a sua camisa usada.

Infelizmente,a solidariedade tambem tem outros contornos,o tipo que da um milhao,vem
nos jornais,o tipo que da um euro para alguem que tem fome,a sua unica satisfacao,e estar
bem com a sua consciencia,e o simples acto de ajudar alguem.

Sabes Inc,no teu discurso,raras vezes metes o sentimento,usas sempre uma linguagem
economica,ves o mundo de maneira diferente da minha,tu pensaras que es tu que estas
certo,e eu continuarei a pensar diferente!

Pago aqui na Madeira 14 por cento de Iva?Porreiro,ainda devia ser menos,o meu umbigo,
ficaria contente.Se descer mais,porreiro,o meu umbigo esta-se nas tintas,para o dinheiro
que o povo precise,para a saude,e outras necessidades.

Sabes,o mal de toda a gente,e ver as coisas atraves do umbigo,uns teem-no grande,outros
veem a realidade,usando o coracao.

abraco
james

James, isso é simplesmente errado. Os impostos são solidariedade, forçada ou não. São produção de alguns, entregue a todos, à comunidade.

É a principal forma de solidariedade, de muito longe.

E perde-se, no meio do esquema complexo que representa, a sua significância, até ao ponto em que alguém consegue dizer "como são impostos, não são solidariedade".


Quantos grandes fogem a essa contribuição nos impostos?

Eu estava a falar em relação ao A.J.Jardim. Não suporto o homem.



Mesmo os que fogem aos impostos, pagam substancialmente mais do que a média...
lol
isso é porque ganham mais que a média! Quantas vezes á custa da exploração dos que ganham 400! 8)

Ganham mais que a média, porque quem lhes entrega o dinheiro em troca da sua produção, a valoriza mais do que a média.

Se pensares em termos de produtos e serviços, compreenderás a questão.

A "exploração" ocorre de forma voluntária - quem faz uma troca, faz essa troca porque a troca lhe MELHORA a situação - criticar alguém por pagar 400 quando não se lhe paga 500 é uma aberração lógica.


Título: Re: A culpa morre solteira!
Enviado por: Incognitus em 2010-02-26 18:35:49
Citar
Sabes Inc,no teu discurso,raras vezes metes o sentimento,usas sempre uma linguagem
economica,ves o mundo de maneira diferente da minha,tu pensaras que es tu que estas
certo,e eu continuarei a pensar diferente!

Eu não uso uma linguagem económica, o que eu digo nada tem de económico. O problema é que conceitos como moeda, mercado, impostos, etc, atrapalham as pessoas na sua forma de ver a realidade - deixam de conseguir ver o que lhes está subjacente.

Ao deixarem de conseguir ver o que lhe está subjacente, passam a conseguir imaginar as coisas mais incríveis.

Por exemplo, nesta questão, o que tu tens é, resumidamente, o seguinte:

* Tens uma pessoa que produz 10 batatas, e se vê forçado a dar 6 à comunidade "por lei" (imposto). Essa pessoa dá 4 batatas à comunidade. É um evasor fiscal.

* Tens outra pessoa que produz 3 batatas e não dá nenhuma à comunidade.

* Produz-se uma calamidade, a segunda pessoa dá 1 batata à comunidade para colmatar o problema, a primeira dá 0 ou 1 batatas também.

* Resultado: a segunda pessoa, que só deu uma batata num regime de excepção, é elevada a grande benemérito. A primeira, que dá 4 batatas num regime de regularidade, é um filho da p*** evasor fiscal.


Isto nada tem de económico, é a interacção entre as pessoas, é o que elas DÃO à comunidade, e não há dúvida lógica nenhuma de que todas as valorações morais atribuídas neste contexto estão erradas.


Título: Re: A culpa morre solteira!
Enviado por: Incognitus em 2010-02-26 18:37:32
Ou, dito de outra forma. Eu devo a minha saúde aos filhos da p***, não aos beneméritos.

Dá que pensar.

(um facto é que na sociedade presente um tipo pode dar METADE de tudo o que ganha à sociedade, e ainda assim ser visto como um malandro egoísta que não dá nada à sociedade ...  :D)


Título: Re: A culpa morre solteira!
Enviado por: smog em 2010-02-26 19:12:06
Ou, dito de outra forma. Eu devo a minha saúde aos filhos da p***, não aos beneméritos.

Dá que pensar.

(um facto é que na sociedade presente um tipo pode dar METADE de tudo o que ganha à sociedade, e ainda assim ser visto como um malandro egoísta que não dá nada à sociedade ...  :D)
quem é que paga 50% de impostos? ???


Título: Re: A culpa morre solteira!
Enviado por: Incognitus em 2010-02-26 19:16:46
Qualquer pessoa que ganhe mais que uns 1500 euros líquidos, smog (isto no sector privado - no sector público teria que ganhar mais líquido pois não existe contribuição da entidade patronal - que é um custo do colaborador).

Vê este artigo já antigo: O Bem Comum

E os 50% são um caso simples, para quem ganhe realmente muito, isso facilmente se eleva para 2/3.


Título: Re: A culpa morre solteira!
Enviado por: james dean em 2010-02-26 19:18:47
Ou, dito de outra forma. Eu devo a minha saúde aos filhos da p***, não aos beneméritos.

Dá que pensar.

(um facto é que na sociedade presente um tipo pode dar METADE de tudo o que ganha à sociedade, e ainda assim ser visto como um malandro egoísta que não dá nada à sociedade ...  :D)
quem é que paga 50% de impostos? ???

Pega numa calculadora e vai somando,irs,iva,tabaco,bebida,viagens,seg.social,e por ai adiante,
tudo o que comes,tudo o que bebes,o ar que respiras.....e mais de 50 por cento


Título: Re: A culpa morre solteira!
Enviado por: smog em 2010-02-26 19:25:39
bom, claro, contando tudo... ???


Título: Re: A culpa morre solteira!
Enviado por: Zenith em 2010-02-26 21:52:34
Pelos nºs do CIA World factbook, o PIB de Timor Leste é de 600MUSD, ou seja o donativo delos é mais de 0,1% da riqueza total produzida num ano.
Para se ter uma ideia do esforço significa que mais de 1000 timorenses trabalharam durante um ano inteiro para ajudar nesta catastrofe, ou para fazer uma comparação seria o mesmo que Portugal dar uma ajuda de 250MEur.


Título: Re: A culpa morre solteira!
Enviado por: Romanov em 2010-02-26 22:34:02
Portugal já fez muito por Timor.

O irmão da minha namorada esteve lá, pela G.N.R., formaram os polícias, protegeram o povo, entidades, etc.

Mas, a Madeira, particularmente, o A J. Jardim não mereciam o apoio!


Título: Re: A culpa morre solteira!
Enviado por: local em 2010-02-28 00:37:18
Qualquer pessoa que ganhe mais que uns 1500 euros líquidos, smog (isto no sector privado - no sector público teria que ganhar mais líquido pois não existe contribuição da entidade patronal - que é um custo do colaborador).
Errado. Isso já foi aqui debatido e verificou-se que o sector público desconta tanto como o privado.


Título: Re: A culpa morre solteira!
Enviado por: Incognitus em 2010-02-28 00:41:34
Qualquer desconto que o sector público faça é irrelevante a menos que implique uma descida do salário.

Para se ver como é irrelevante, basta pensar que cada FP descontava 1 milhão de euros e recebia mais um milhão de euros. O seu custo continuaria o mesmo, ao passo que para uma entidade privada tal não é verdade.

(também é irrelevante que o desconto seja da entidade patronal, porque para a entidade patronal faz parte do custo de ter o colaborador)


Título: Re: A culpa morre solteira!
Enviado por: local em 2010-02-28 00:45:56
No caso do sector público (tal como no privado) os descontos da entidade patronal vão para a Segurança Social (ou caixa geral de aposentações se forem mais antigos). A existência de ordenados implica sempre uma diminuição dos dinheiros públicos disponíveis para cada organização. Inc, vês o estado como uno, quando isso não corresponde à realidade.
Se pagares 1 milhão de Euros a um funcionário, tens menos 1 milhão de euros disponíveis, tal como no privado.


Título: Re: A culpa morre solteira!
Enviado por: Incognitus em 2010-02-28 00:48:28
Não, é uma mera entrada contabilística de um lado e do outro, mesmo que se considerem coisas separadas. Ninguém prescinde de coisa nenhuma, ao contrário do sector privado, que tem efectivamente que pagar e fica sem o dinheiro.

(dito de outra forma, QUALQUER montante de descontos do Estado para o Estado não aumenta os recursos disponíveis para o Estado fazer face aos seus compromissos a menos que baixem os salários de quem é sujeito ao desconto. O mesmo NÃO se passa com o sector privado, em que qualquer aumento de descontos leva efectivamente a um aumento de custos, e a maiores recursos para o Estado)


Título: Re: A culpa morre solteira!
Enviado por: local em 2010-02-28 01:06:41
Então eu coloco a questão de outra forma.
Eu estou a gerir um museu. É-me entregue 1 M€ para a gestão anual.
Como sou um gajo porreiro aumento o meu ordenado de 1.000€ para 1 M€ anuais. Para ti é uma mera entrada contabilistica não?
Eu vejo uma diminuição dos recursos disponíveis para fazer face ao pagamento das reformas (seja pública seja privada).


Título: Re: A culpa morre solteira!
Enviado por: Incognitus em 2010-02-28 01:12:27
Bem, não existiu nenhum aumento ou diminuição de salários pelo que não estou propriamente a ver o paralelo do teu exemplo.

O que eu digo é que se o Estado agora nominalmente desconta, isso é irrelevante. È irrelevante que digam que descontam 1%, 10%, 100% ou 1 milhão por cada pessoa, porque os salários de base não foram alterados, e esses 1%, 10%, 100% ou 1 milhão são meras entradas contabilísticas em 2 áreas desse mesmo Estado. E não há menos recursos para reformas, porque as reformas já são "pay asyou go" mesmo que sejam disfarçadas em entidades diferentes.

Para uma entidade privada tal não é verdade, se descontar mais, tem que entregar mais dinheiro ao Estado e o Estado no agregado, fica mesmo com mais dinheiro (coisa que não se passa em descontos do Estado para o Estado  - a menos que diminuam os salários quando aumentam os descontos, como por exemplo na ADSE).


Título: Re: A culpa morre solteira!
Enviado por: Incognitus em 2010-02-28 01:14:54
Penso que o que te estás a referir é que para determinadas áreas, que passaram a ser responsáveis pelos descontos sem verem dotações orçamentais acrescidas, isso representou um aumento de custos ou diminuição da dotação orçamental.


Título: Re: A culpa morre solteira!
Enviado por: pedras11 em 2010-02-28 03:27:25
Qualquer pessoa que ganhe mais que uns 1500 euros líquidos, smog (isto no sector privado - no sector público teria que ganhar mais líquido pois não existe contribuição da entidade patronal - que é um custo do colaborador).

Vê este artigo já antigo: O Bem Comum

E os 50% são um caso simples, para quem ganhe realmente muito, isso facilmente se eleva para 2/3.

Com os impostos ao consumo andarão prai nos 65% as contribuições..


Título: Re: A culpa morre solteira!
Enviado por: JAM em 2010-03-01 13:48:43
Os paises one o estado não arrecada grandes somas em impostos, estão bem pior do que aqueles onde o estado arrecada as maiores percentagensa do que se produz.

Contra factos não há argumentos, por muito discurso económico e egoiste que Incv & Ca. tentem ter.

Agora, é claro que qualquer um de vcs que possui esse discurso, pagaria mais impostos num desses paises do que paga no nosso, e talvez resida aí o vosso problema. Pagar para todos estar bem, é uma merda, mas é uma merda só para meia duzia de priveligiados.


Título: Re: A culpa morre solteira!
Enviado por: Incognitus em 2010-03-01 14:07:52
Bem, eu não pagaria mais num desses países, e Portugal já tem um peso do Estado equivalente ao desses países.

Outra coisa, é até que ponto alguém que produz mais é "privilegiado". Será que se tu produzires 10 batatas e o tipo ao lado produzir 3, tu és "privilegiado"? Será que se o fizeres a trabalhar 15 horas por dia e o outro trabalhar 5, és "privilegiado"?


Título: Re: A culpa morre solteira!
Enviado por: JAM em 2010-03-01 14:40:15
Ainda andas com os exemplos das batatas? Mas será que não conheces outro discurso além desse?

Esquece a produção de batatas. Os produtores de batatas são burros porque se matam a trabalhar para receber meia duzia de tostões. Afinal deve haver quem produza mais barato.

Se eles fossem finos, vinham para os mercados financeiros, porque não suja as mãos, não se apanha chuva, e ganha-se dinheiro na mesma. Até mais dinheiro que a produzir batatas.


Título: Re: A culpa morre solteira!
Enviado por: Incognitus em 2010-03-01 14:49:33
Os exemplos simples ajudam a compreender as realidades complexas.

Se tu te recusas a compreender os exemplos simples, é totalmente inútil de tentar debater realidades complexas.

O exemplo das batatas é suficientemente simples para que se tu tiveres uma noção básica de justiça, o compreendas. Se continuares a achar o produtor das batatas privilegiado, então a discussão contigo é totalmente inútil.

As batatas em si, são metafóricas. Uso batatas como podia usar outro produto qualquer, o processo de fabrico é irrelevante. O que interessa é que existe um output, e as outras pessoas valorizam ou não esse output. Não leves as batatas literalmente.


Título: Re: A culpa morre solteira!
Enviado por: JAM em 2010-03-01 15:04:48
As batatas em si, são metafóricas. Uso batatas como podia usar outro produto qualquer, o processo de fabrico é irrelevante. O que interessa é que existe um output, e as outras pessoas valorizam ou não esse output. Não leves as batatas literalmente.

Esse output sai mais barato se fôr importado. Portanto, vamos fechar produções, mandar gente para o desemprego que alguém lhes há-de pagar o sub de desemprego ou, em ultimo recurso, alguém lhes há-de dar sopa para não morrerem à fome. O importante é que vamos todos comprar mais barato. O resto são tretas.


Título: Re: A culpa morre solteira!
Enviado por: karnuss em 2010-03-01 15:05:08
Os exemplos simples ajudam a compreender as realidades complexas.

Se tu te recusas a compreender os exemplos simples, é totalmente inútil de tentar debater realidades complexas.

O exemplo das batatas é suficientemente simples para que se tu tiveres uma noção básica de justiça, o compreendas. Se continuares a achar o produtor das batatas privilegiado, então a discussão contigo é totalmente inútil.

As batatas em si, são metafóricas. Uso batatas como podia usar outro produto qualquer, o processo de fabrico é irrelevante. O que interessa é que existe um output, e as outras pessoas valorizam ou não esse output. Não leves as batatas literalmente.

Mas as batatas também são um exemplo simples demais. Tu precisas de terreno para produzir as 10 batatas. Como o obtiveste? Compraste? Herdaste? Arrendaste? Um tipo que produza 15 batatas por ter 100ha de terreno herdado ou comprado, é de facto um privilegiado face ao que só produz 3 batatas... num terreno de 0,1 ha. Porque há partida os seus recursos foram esmagadoramente diferentes. Se não tens igualdade de oportunidades à partida, é normal que a igualdade de resultados não se verifique à chegada. Este é só outro exemplo. Nem estou a entrar com as diiferentes capacidades de cada um.


Título: Re: A culpa morre solteira!
Enviado por: Incognitus em 2010-03-01 15:16:02
Os exemplos simples ajudam a compreender as realidades complexas.

Se tu te recusas a compreender os exemplos simples, é totalmente inútil de tentar debater realidades complexas.

O exemplo das batatas é suficientemente simples para que se tu tiveres uma noção básica de justiça, o compreendas. Se continuares a achar o produtor das batatas privilegiado, então a discussão contigo é totalmente inútil.

As batatas em si, são metafóricas. Uso batatas como podia usar outro produto qualquer, o processo de fabrico é irrelevante. O que interessa é que existe um output, e as outras pessoas valorizam ou não esse output. Não leves as batatas literalmente.

Mas as batatas também são um exemplo simples demais. Tu precisas de terreno para produzir as 10 batatas. Como o obtiveste? Compraste? Herdaste? Arrendaste? Um tipo que produza 15 batatas por ter 100ha de terreno herdado ou comprado, é de facto um privilegiado face ao que só produz 3 batatas... num terreno de 0,1 ha. Porque há partida os seus recursos foram esmagadoramente diferentes. Se não tens igualdade de oportunidades à partida, é normal que a igualdade de resultados não se verifique à chegada. Este é só outro exemplo. Nem estou a entrar com as diiferentes capacidades de cada um.

Uma coisa é a produção, outra são as heranças. Eu nas heranças já disse no passado que por uma questão de justiça deviam ser fortemente taxadas. Mas por outro lado, se o fossem levariam a esquemas para evitar essa taxação, ou a desincentivos à produção e investimento por parte de pessoas de idade já avançada.


Título: Re: A culpa morre solteira!
Enviado por: Incognitus em 2010-03-01 15:18:04
As batatas em si, são metafóricas. Uso batatas como podia usar outro produto qualquer, o processo de fabrico é irrelevante. O que interessa é que existe um output, e as outras pessoas valorizam ou não esse output. Não leves as batatas literalmente.

Esse output sai mais barato se fôr importado. Portanto, vamos fechar produções, mandar gente para o desemprego que alguém lhes há-de pagar o sub de desemprego ou, em ultimo recurso, alguém lhes há-de dar sopa para não morrerem à fome. O importante é que vamos todos comprar mais barato. O resto são tretas.


O importante, é quereres regras iguais para toda a gente.

Tu queres ter a liberdade de comprar o  mais barato, ou não a queres? Só tens o direito a limitar a liberdade dos OUTROS de comprarem mais barato, se os outros tiverem um direito igual sobre ti, compreendes?

Caso, claro, em que se andares confortavelmente a passear com base em gasolina feita com petróleo importado, e eu desenvolver uma gasolina 10x mais cara feita com feijões, eu deveria imediatamente ter o direito de impedir a importação de petróleo barato, de forma a que a minha gasolina de feijões vendesse. E tu, a obrigação de a comprar.


Título: Re: A culpa morre solteira!
Enviado por: JAM em 2010-03-01 15:19:58
O importante, é quereres regras iguais para toda a gente.

Tu queres ter a liberdade de comprar o  mais barato, ou não a queres? Só tens o direito a limitar a liberdade dos OUTROS de comprarem mais barato, se os outros tiverem um direito igual sobre ti, compreendes?

Caso, claro, em que se andares confortavelmente a passear com base em gasolina feita com petróleo importado, e eu desenvolver uma gasolina 10x mais cara feita com feijões, eu deveria imediatamente ter o direito de impedir a importação de petróleo barato, de forma a que a minha gasolina de feijões vendesse. E tu, a obrigação de a comprar.

O que eu quero são regras que tornem a nossa economia e sociedade sustentáveis, e que permitam manter as conquistas que essas mesmas sociedades conseguiram.

Estou-me cagando para as regras iguais. Só defendes a igualdade quando te convém.


Título: Re: A culpa morre solteira!
Enviado por: karnuss em 2010-03-01 15:20:52
Os exemplos simples ajudam a compreender as realidades complexas.

Se tu te recusas a compreender os exemplos simples, é totalmente inútil de tentar debater realidades complexas.

O exemplo das batatas é suficientemente simples para que se tu tiveres uma noção básica de justiça, o compreendas. Se continuares a achar o produtor das batatas privilegiado, então a discussão contigo é totalmente inútil.

As batatas em si, são metafóricas. Uso batatas como podia usar outro produto qualquer, o processo de fabrico é irrelevante. O que interessa é que existe um output, e as outras pessoas valorizam ou não esse output. Não leves as batatas literalmente.

Mas as batatas também são um exemplo simples demais. Tu precisas de terreno para produzir as 10 batatas. Como o obtiveste? Compraste? Herdaste? Arrendaste? Um tipo que produza 15 batatas por ter 100ha de terreno herdado ou comprado, é de facto um privilegiado face ao que só produz 3 batatas... num terreno de 0,1 ha. Porque há partida os seus recursos foram esmagadoramente diferentes. Se não tens igualdade de oportunidades à partida, é normal que a igualdade de resultados não se verifique à chegada. Este é só outro exemplo. Nem estou a entrar com as diiferentes capacidades de cada um.

Uma coisa é a produção, outra são as heranças. Eu nas heranças já disse no passado que por uma questão de justiça deviam ser fortemente taxadas. Mas por outro lado, se o fossem levariam a esquemas para evitar essa taxação, ou a desincentivos à produção e investimento por parte de pessoas de idade já avançada.

Esquece as heranças, e olha para o terreno necessário à produção de batatas independentemente de ser herdado ou não. Precisas de terreno para plantar batatas, antes de teres produção. Se tu tens recursos para adquirir um terreno de 150 ha, ainda mesmo de teres sequer produzido uma batata, já estás em situação privilegiada face a mim, que apenas disponho de recursos para trabalhar 0,1ha. Ou não será assim?


Título: Re: A culpa morre solteira!
Enviado por: karnuss em 2010-03-01 15:22:35
O importante, é quereres regras iguais para toda a gente.

Tu queres ter a liberdade de comprar o  mais barato, ou não a queres? Só tens o direito a limitar a liberdade dos OUTROS de comprarem mais barato, se os outros tiverem um direito igual sobre ti, compreendes?

Caso, claro, em que se andares confortavelmente a passear com base em gasolina feita com petróleo importado, e eu desenvolver uma gasolina 10x mais cara feita com feijões, eu deveria imediatamente ter o direito de impedir a importação de petróleo barato, de forma a que a minha gasolina de feijões vendesse. E tu, a obrigação de a comprar.

O que eu quero são regras que tornem a nossa economia e sociedade sustentáveis, e que permitam manter as conquistas que essas mesmas sociedades conseguiram.

Estou-me cagando para as regras iguais. Só defendes a igualdade quando te convém.

JAM, também não podemos pensar assim. Isso é quase como dizer "estou-me cagando para os asiáticos, ou quaisquer estrangeiros que produzem o que eu produzo." E só levam a retaliações...


Título: Re: A culpa morre solteira!
Enviado por: Incognitus em 2010-03-01 15:24:02
Se tens recursos, e foste honesto, ou os herdaste (caso que cai no que disse) ou os mereceste vendendo outros produtos e serviços à restante comunidade, que esta comprou voluntariamente.

Ou seja, não és privilegiado por teres obtido recursos que te foram dados de bom grado em troca de produção passada.

Aliás, é absurdo que assim sejas visto, porque entregaste primeiramente bens e serviços em troca de tokens, símbolos, que te dariam o direito mais tarde a receber também bens e serviços. É absurdo que sejas visto como privilegiado quando até te dispuseste a cumprir a tua parte do negócio (entregar bens e serviços físicos) primeiro, ficando apenas com uma promessa de reciprocidade no futuro.


Título: Re: A culpa morre solteira!
Enviado por: Incognitus em 2010-03-01 15:25:20
Citação de: JAM
O que eu quero são regras que tornem a nossa economia e sociedade sustentáveis, e que permitam manter as conquistas que essas mesmas sociedades conseguiram.

Estou-me cagando para as regras iguais. Só defendes a igualdade quando te convém.

Eu defendo a igualdade SEMPRE. Não a igualdade de resultados - que é totalmente estúpido de se defender - mas sim a igualdade das regras.

Que tu sejas contra a igualdade de regras e aches isso uma posição defensável eticamente, é extraordinário.


Título: Re: A culpa morre solteira!
Enviado por: karnuss em 2010-03-01 15:26:53
E então diz-me lá: historicamente, a posse da terra foi entregue a quem vendeu outros produtos e serviços à restante comunidade? Os grandes proprietários obtiveram as suas terras com base em trocas voluntárias, ou através de favores feitos aos reis?

A lógica de distribuição e propriedade das terras nasceu inquinada à partida, por isso o teu argumento, embora teoricamente correcto, é pouco adequado à realidade dos factos.

Muitos fizeram fortuna com base em terras que, pela tua lógica, não lhes deviam ter sido entregues. E Passaram essa riqueza aos seus descendentes, acentuando a sua situação de privilégio face à restante população.


Título: Re: A culpa morre solteira!
Enviado por: Incognitus em 2010-03-01 15:29:44
Citar
E então diz-me lá: historicamente, a posse da terra foi entregue a quem vendeu outros produtos e serviços à restante comunidade? Os grandes proprietários obtiveram as suas terras com base em trocas voluntárias, ou através de favores feitos aos reis?

A lógica de distribuição e propriedade das terras nasceu inquinada à partida, por isso o teu argumento, embora teoricamente correcto, é pouco adequado à realidade dos factos.

Qualquer que seja a injustiça na origem, ela perpetuou-se no tempo via as heranças, algo que eu sou conceptualmente contra.

Nota ainda que o exemplo das batatas é metafórico. Existem uma infindade de produtos que não são afectados pela distribuição das terras da mesma forma.


Título: Re: A culpa morre solteira!
Enviado por: local em 2010-03-01 15:31:42
Antigamente a terra foi entregue a quem a defendesse. Na altura eram as ordens religiosas.
Agora, quem é que vai amealhar alguma coisa para dar aos filhos se o estado depois vai ficar com a maior parte dos recursos?

Uma das bases da sociedade actual é a propriedade privada, ir contra isso é abalar umas das estruturas da sociedade. Se querem terrenos devem comprar.


Título: Re: A culpa morre solteira!
Enviado por: local em 2010-03-01 15:34:37
Não percebo como podem ir contra as heranças. Eu trabalho para dar uma melhor vida para mim e para os meus. Qual o incentivo de trabalhar mais se depois posso ser roubado?


Título: Re: A culpa morre solteira!
Enviado por: Incognitus em 2010-03-01 15:35:40
Citar
Antigamente a terra foi entregue a quem a defendesse. Na altura eram as ordens religiosas.
Agora, quem é que vai amealhar alguma coisa para dar aos filhos se o estado depois vai ficar com a maior parte dos recursos?

Uma das bases da sociedade actual é a propriedade privada, ir contra isso é abalar umas das estruturas da sociedade. Se querem terrenos devem comprar.

As heranças não são justas na medida em que quem recebe não faz realmente grande coisa para merecer o que recebe.

Porém, ir contra esse processo além de mexer com noções de família, cria um desincentivo muito grande a investir para pessoas com alguma idade, precisamente aquelas que já acumularam mais capital.

Ou seja, considerações práticas levariam a que não pareça muito positivo para uma sociedade, taxar fortemente as heranças.

De notar que a sociedade tem que taxar qualquer coisa, a sociedade necessita de impostos para uma série de funções, interessa que esses impostos sejam o mais justos possível. Existe também uma corrente que sustenta logicamente que taxar fortemente a propriedade das terras é um imposto bastante justo.


Título: Re: A culpa morre solteira!
Enviado por: karnuss em 2010-03-01 15:39:29
Antigamente a terra foi entregue a quem a defendesse. Na altura eram as ordens religiosas.
Agora, quem é que vai amealhar alguma coisa para dar aos filhos se o estado depois vai ficar com a maior parte dos recursos?

Uma das bases da sociedade actual é a propriedade privada, ir contra isso é abalar umas das estruturas da sociedade. Se querem terrenos devem comprar.

Quando fala em propriedade privada, de que recurso está a falar? De um recurso natural per se (como a terra)? De um recurso natural transformado? De um bem capital? De um bem de consumo?

Eu defendo que a propriedade privada não se aplica aos recursos naturais (água, terras etc), apenas ao que produzimos deles (por exemplo, as batatas que produzir são suas, e de mais ninguém se assim o desejar).

Mas deixo aqui uma citação de alguém que escreve sobre estas coisas bem melhor do que eu:

Citar
Podemos fazer grandes perorações sobre a legitimidade ou iligitimidade de uma dada forma de propriedade, mas os meus direitos de propriedade só se mantêm de uma de duas maneira (ou uma mistura de ambas): ou há um poder superior que protege a minha propriedade, ou há um consenso social (não necessariamente unânime, mas mais ou menos geral) em aceitar a minha propriedade como legitima.

Ou seja, a propriedade (mesmo que pareça privada) é sempre uma criação, ou do Estado, ou da comunidade - se alguém é dono de algo, é porque o Estado e/ou a comunidade o reconhecem como dono.


Título: Re: A culpa morre solteira!
Enviado por: Incognitus em 2010-03-01 15:42:39
SIm, terra e recursos naturais não são uma coisa óbvia, porque ninguém os "merece". Ninguém os produziu, e quando alguém novo chega à vida, já está tudo distribuído.

Daí que sejam justamente um objecto de uma potencial taxação elevada e justa, mesmo que se respeite a sua propriedade.


Título: Re: A culpa morre solteira!
Enviado por: local em 2010-03-01 15:44:07
Eu concordo com os impostos, como bem sabes. Até sou defensor do actual IMI, que taxa fortemente a propriedade. Os prédios rústicos também vão no mesmo caminho, apesar de ser mais difícil de implementar e claro, não podem chegar ao nível dos urbanos.
Dessa forma poderia existir um menor abandono dos terrenos.

O que não concordo é com uma taxação excessiva das heranças, pois baseiam-se na propriedade privada e também não há garantias que não se fez grande coisa para merecer o que se recebe.


Título: Re: A culpa morre solteira!
Enviado por: Incognitus em 2010-03-01 15:45:34
Mas atenção que a taxação pesada deveria ser sobre os terrenos, não sobre as construções nos terrenos. Nisso o IMI falha.


Título: Re: A culpa morre solteira!
Enviado por: james dean em 2010-03-01 15:46:46
Depois de ler o que aqui se vai escrevendo,tenho que mudar a minha filosofia de vida.Vou vender
as terras que herdei e as coisas que comprei com o dinheiro que ganhei e amealhei,meter o dinheiro dentro
de um colchao ou numa banheira,e ir estourando tudo,comprar uns carritos como faz o Ronaldo,
umas joias para dar a gajas bonitas,uma avionete para ir e vir,para onde me apetecer.No fim,
ja ga-ga,meto a mao no colchao,a procura de uma nota,que de para comprar umas batatas,e se
nao houver la nada,no colchao ou na banheira,morro feliz.A mulher,viuva,que se lixe,os filhos
e os netos,que trabalhem se quiserem comer,e ainda os tenho que aconselhar,para aos descen-
dentes nada deixarem.
O Inc ensina-me tanta coisa,hoje ensinou-me ser contra as herancas!


james


Título: Re: A culpa morre solteira!
Enviado por: karnuss em 2010-03-01 15:52:17
Deixo aqui parte d eum texto interessante, acerca deste tema e dando como bom exemplo os países baixos. Bem sei que vai dar urticária aos mais liberais quando virem de onde vem o dito, mas pelo menos leiam esta parte:

Citar
Em épocas de bolha imobiliária como a que vivemos, a expansão da malha urbana cria oportunidades extraordinárias para se conquistar fortunas através da manipulação política e administrativa do mercado de solos. Um terreno agrícola multiplica por dezenas ou centenas o seu valor de mercado quando recebe um alvará de loteamento; obter um alvará — uma manobra que nada tem de empreendedora em si mesma — torna-se um caminho seguro para o enriquecimento.

Os números falam por si. Num mercado imobiliário tutelado por uma política de solos progressiva, um terreno agrícola não apresenta preços superiores ao valor à perpetuidade das rendas agrícolas (1), mesmo que se situe nas cercanias de grandes cidades. Se em Portugal vigorasse uma política assim (como vigorou, diga-se de passagem, até 1965), nenhum dos nossos terrenos rústicos perirurbanos deveria estar cotado a preços superiores a 20.000 € por hectare; isto porque acima destes preços as rendas da actividade agrícola são incapazes de amortizar a compra do solo. Porém, se esse mesmo terreno se situar num local sob procura imobiliária e lhe for concedido alvará de loteamento, o seu preço atingirá valores muito mais elevados, tanto maiores quando mais acentuados os índices urbanísticos concedidos: nos subúrbios de Setúbal, Lisboa, Coimbra ou Porto, um hectare inculto e sem infra-estruturas pode ser facilmente revendido a preços entre os 500.000 € e os 10.000.000 € por hectare, consoante licenciado para a construção de moradias ou de apartamentos.

Contraste-se este nosso regime comercial com o dos Países Baixos; o mercado imobiliário holandês é dos que mais exemplarmente executa a retenção pública de mais-valias urbanísticas. Mesmo que se encontrem contíguos aos perímetros urbanos, os solos agrícolas holandeses são transaccionados a preço estritamente agrícola, posto que qualquer comprador privado sabe de antemão que futuros acréscimos de valor do solo, produzidos por via de loteamentos, reverterão para o erário público. Além de reter as mais-valias urbanísticas, o Estado Holandês oferece também para arrendamento público mais de 30% do parque habitacional do país — fórmula que além de facilitar a mobilidade laboral e assegurar residência a preço justo para toda a população, dificulta sobremaneira o crescimento de bolhas imobiliárias.

A legislação urbanística portuguesa de hoje em dia, em contrapartida, é uma verdadeira obra-prima da corrupção sistemática do aparelho do Estado e das Autarquias. Pode dizer-se que um especulador não teria escrito melhores leis para si mesmo. Desde que foi publicado o Decreto-Lei n.º46/673, fazendo da privatização de loteamentos e mais-valias urbanísticas o estribo da política nacional de solos (2), uma minoria de políticos e funcionários públicos que controlam a emissão de alvarás urbanísticos e a revisão de planos de ordenamento detêm o poder quase soberano de redistribuir a riqueza nacional em favor de quem lhes aprouver, sem necessidade de prestarem quaisquer contas perante os restantes cidadãos. A perspectiva de conquistar essas “fortunas trazidas pelo vento” (3) a que se chama mais-valias urbanísticas (4) graças ao controlo de certos cargos políticos e administrativos atrai para a vida partidária não poucos oportunistas ansiosos por sobraçar pastas e pelouros ligados ao urbanismo. Quem paga este jogo? Quem ganha com ele?

http://www.opiniaosocialista.org/04dossie01.htm


Título: Re: A culpa morre solteira!
Enviado por: Incognitus em 2010-03-01 15:54:35
Bem, se calhar eu falhei em transmitir que eu não sou contra as heranças devido aos efeitos negativos que taxá-las fortemente poderia ter... (desincentivo ao investimento dos mais velhos, noções de família, vontade de quem passa a herança, etc).

De notar que quaisquer impostos têm efeitos negativos sobre quem os paga - quem os paga fica sempre com menos recursos. Ora, sendo os impostos necessários, alguém tem que os pagar, logo ALGUMA coisa tem que ser taxada - interessa que esse imposto seja o mais justo possível.

Penso que não é difícil para ninguém de ver que alguém que recebe uma herança está numa posição injusta face a alguém que não a receba. Ambos fizeram o mesmo para receber - nada - nenhum dos dois deu algo à sociedade, para a sociedade lhe retribuir com o poder de compra ou posses implícitos na herança.

O que é extraordinariamente incrível, é que as pessoas são capazes de ser contra a riqueza que é merecida dando algo em troca à sociedade, e parecem agora ser a favor da riqueza que se obtém por se ser filho da pessoa certa ...  :D



Título: Re: A culpa morre solteira!
Enviado por: local em 2010-03-01 15:55:42
Cursos de água não são um bem privado.
Na minha opinião a terra pode e deve ser um bem privado, com uma taxação que incentive a produção de qualquer bem.
A inexistência de propriedade leva ou ao abandono ou a produções ineficientes como pode ser visto pelas sociedades colectivistas. A taxação mínima leva também a um potencial abandono dos campos. Portugal é um exemplo, apesar de não ser um factor exclusivo ou principal.


Título: Re: A culpa morre solteira!
Enviado por: Incognitus em 2010-03-01 15:56:52
Uma outra coisa - qualquer que seja a opção sobre as heranças, eles deixam algo aos descendentes. A questão é se deixam somente aos seus, ou à sociedade em geral.

Reitero (porque já vi que se não o fizer, conseguem misturar o que estou a dizer), no entanto, que eu não sou a favor de uma taxação elevada das heranças.


Título: Re: A culpa morre solteira!
Enviado por: Incognitus em 2010-03-01 16:00:57
Citação de: karnuss
Deixo aqui parte d eum texto interessante, acerca deste tema e dando como bom exemplo os países baixos. Bem sei que vai dar urticária aos mais liberais quando virem de onde vem o dito, mas pelo menos leiam esta parte:


Não me escandaliza, alguma coisa tem que ser feita quanto a esse mecanismo de criação de milionários instantâneos, que é a atribuição de licenças e a alteração de PDMs.


Título: Re: A culpa morre solteira!
Enviado por: james dean em 2010-03-01 16:03:55
Bem, se calhar eu falhei em transmitir que eu não sou contra as heranças devido aos efeitos negativos que taxá-las fortemente poderia ter... (desincentivo ao investimento dos mais velhos, noções de família, vontade de quem passa a herança, etc).

De notar que quaisquer impostos têm efeitos negativos sobre quem os paga - quem os paga fica sempre com menos recursos. Ora, sendo os impostos necessários, alguém tem que os pagar, logo ALGUMA coisa tem que ser taxada - interessa que esse imposto seja o mais justo possível.

Penso que não é difícil para ninguém de ver que alguém que recebe uma herança está numa posição injusta face a alguém que não a receba. Ambos fizeram o mesmo para receber - nada - nenhum dos dois deu algo à sociedade, para a sociedade lhe retribuir com o poder de compra ou posses implícitos na herança.

O que é extraordinariamente incrível, é que as pessoas são capazes de ser contra a riqueza que é merecida dando algo em troca à sociedade, e parecem agora ser a favor da riqueza que se obtém por se ser filho da pessoa certa ...  :D



Nao sei e nao me importa saber se tens pais ricos,mas fica-me a ideia se fosses filho de um magnata
nao falarias assim,se fosses filho do Belmiro,nao te estavas a chatear com estas coisas,estavas a ser
administrador,das coisas que o Belmiro construiu.Na tua logica,morrem os belmiros desta terra,
e os filhos e os netos,entregam os bens ao povo ao estado,e vao a procura de um recibo verde,
pois nada fizeram para herdar,o que os pais e os avos deixaram.Eles os herdeiros podem nao ter
feito nada,mas aqueles que trabalharam,que conseguiram fortuna,tambem teem a legitimidade de
a dar,aos filhos,ordem natural da vida,e nada os impede de fazerem testamento,e deixarem a
fortuna,ao cao ou ao gato,a igreja ou ao estado.

james


Título: Re: A culpa morre solteira!
Enviado por: karnuss em 2010-03-01 16:04:09
A solução proposta parece-me interessante, embopra de aplicabilidade muito difícil no nosso país, visto bater em muitos interesses instalados.

Citar
Talvez a solução mais justa para este problema seja redistribuir a riqueza fundiária por via fiscal, bem como consagrar a retenção pública das mais-valias urbanísticas.
A via fiscal passa pela aproximação ao conceito de Land Value Tax. Os valores tributáveis repartem-se em três grupos: consumo, rendimento e património imobiliário. Hoje em dia a carga fiscal incide maioritariamente sobre o primeiro (IVA, imposto sobre produtos petrolíferos, etc.), e o segundo (IRS, IRC), sendo o terceiro (o IMI) muito reduzido face aos anteriores. Ora, se o Estado reduzir muito substancialmente os impostos sobre o rendimento e o consumo, em simultâneo aumentando significativamente os impostos sobre o imobiliário, conseguirá de modo cirúrgico transferir para os fautores e beneficiários da actual crise a despesa de combatê-la, ao mesmo tempo em que alivia a carga fiscal total das empresas.

A retenção pública das mais-valias urbanísticas deveria ser feita interditando-se o loteamento particular de terrenos privados, como é de regra nos países mais desenvolvidos e, diga-se de passagem, se praticou também em Portugal até 1965. Deveria competir unicamente à administração pública adquirir terrenos rústicos a preço rústico, fraccioná-los em lotes edificáveis segundo bons projectos urbanísticos, e oferecê-los em hasta pública. Assim se conseguiria não só criar condições para desenhar novos e bem concebidos bairros sem o sufoco de pressões especulativas, como também se obteria uma concorrência perfeita entre construtores civis ao quebrar-se o controlo dos loteadores privados sob a qualidade da construção.

A concretização política destas reformas, aparentemente simples de um ponto de vista técnico, não será fácil. Nas autarquias, nos órgãos de soberania, no tecido empresarial do país, existem inúmeros protagonistas cuja ascensão ao poder tanto político como económico resultou das oportunidades de enriquecimento a expensas de alvarás urbanísticos. Rebentada a bolha imobiliária, a fonte das suas riquezas secou; mas o seu poder político mantém-se. Se, durante as décadas de despautério imobiliário não souberam fazer melhor do que promover o caos urbanístico aprovando loteamentos em terrenos de aliados seus, ao mesmo tempo que fechavam os olhos ao endividamento nacional que sustentava as fortunas que criaram a dedo, dificilmente serão eles a encontrar solução para o problema em que a sua ganância nos lançou.
Quem sacrificou Portugal à corrupção urbanística não pode salvar o país da miséria que ela trouxe.




Título: Re: A culpa morre solteira!
Enviado por: Incognitus em 2010-03-01 16:08:00
Citação de: James dean
Nao sei e nao me importa saber se tens pais ricos,mas fica-me a ideia se fosses filho de um magnata
nao falarias assim,se fosses filho do Belmiro,nao te estavas a chatear com estas coisas,estavas a ser
administrador,das coisas que o Belmiro construiu.Na tua logica,morrem os belmiros desta terra,
e os filhos e os netos,entregam os bens ao povo ao estado,e vao a procura de um recibo verde,
pois nada fizeram para herdar,o que os pais e os avos deixaram.Eles os herdeiros podem nao ter
feito nada,mas aqueles que trabalharam,que conseguiram fortuna,tambem teem a legitimidade de
a dar,aos filhos,ordem natural da vida,e nada os impede de fazerem testamento,e deixarem a
fortuna,ao cao ou ao gato,a igreja ou ao estado.

james

Bem, mesmo que a taxação das heranças fosse elevada, ninguém disse que teria que ser 100%. "Elevada", pode muito bem ser 30 ou 40%, taxas aplicadas a muita coisa nesta terra.

Por um lado, o rendimento ao nível do pai já foi tributado, por outro lado, o filho obter esse rendimento sem tributação quando alguém que tenha que trabalhar pelo mesmo rendimento, ao lado, tem que pagar - não faz muito sentido ético.

E claro, eu já disse que existem muitos factores negativos numa tal taxação elevada.


Título: Re: A culpa morre solteira!
Enviado por: Incognitus em 2010-03-01 16:14:42
Bem, o aumento forte dos impostos sobre imobiliário, tem o problema de que não é ético tirar uma família da sua habitação porque não consegue pagar esses impostos, principalmente não é ético se ao mesmo tempo o Estado subsidiar de alguma forma a presença de outra família noutra habitação qualquer.


Título: Re: A culpa morre solteira!
Enviado por: local em 2010-03-01 16:24:06
Mas atenção que a taxação pesada deveria ser sobre os terrenos, não sobre as construções nos terrenos. Nisso o IMI falha.
A "parte de leão" do rendimento vem da parte urbana e não da rústica. Mesmo uma taxação pesada dos terrenos rústicos vai representar um pequeno valor, dado que tem que ter em conta os rendimentos que daí podem advir. Como a agricultura (de uma forma geral) não é uma actividade lucrativa, a taxação será sempre de baixo valor.
Dado que as mais-valias são esmagadoramente realizadas nos prédios urbanos é correcto o aumento da sua taxação.

karnuss escreveu:
Citar
Deixo aqui parte d eum texto interessante, acerca deste tema e dando como bom exemplo os países baixos. Bem sei que vai dar urticária aos mais liberais quando virem de onde vem o dito, mas pelo menos leiam esta parte:
Um bom exemplo, na minha opinião. Por exemplo, no Algarve muitos proprietários têm os terrenos ao abandono, mas caso existam interessados pedem valores proibitivos. E nisso a legislação é culpada, permitindo a contrução de uns em detrimento de outros. Outro bom exemplo é Espanha, em que as cidades estão bem delimitadas e a sua possibilidade de construção bem determinada.

Sobre a taxação de heranças, essa é uma das hipóteses defendida pelo Krugman para diminuir as assimetrias económicas.


Título: Re: A culpa morre solteira!
Enviado por: kitano em 2010-03-01 17:10:55
Inc.,

Tu hoje trabalhas e pagas o colégio da tua filha.

Se amanhã morreres, não é justo que a tua filha tenha o colégio pago com o fruto do teu trabalho? Ou só pode usufruir do fruto do teu trabalho enquanto tu fores vivo?


Título: Re: A culpa morre solteira!
Enviado por: local em 2010-03-01 17:19:11
Bem, o aumento forte dos impostos sobre imobiliário, tem o problema de que não é ético tirar uma família da sua habitação porque não consegue pagar esses impostos, principalmente não é ético se ao mesmo tempo o Estado subsidiar de alguma forma a presença de outra família noutra habitação qualquer.
Concordo contigo, mas quantas famílias perderam a habitação por não poder pagar o IMI? Se não pagam o IMI é porque já existe um sem número de situações que estão em incumprimento e a perda do imóvel é só mais uma passo.
Cada agregado familiar compra uma casa de acordo com as suas possibilidades (em princípio).


Título: Re: A culpa morre solteira!
Enviado por: Incognitus em 2010-03-01 17:46:03
Citação de: kitano
Inc.,

Tu hoje trabalhas e pagas o colégio da tua filha.

Se amanhã morreres, não é justo que a tua filha tenha o colégio pago com o fruto do teu trabalho? Ou só pode usufruir do fruto do teu trabalho enquanto tu fores vivo?

Bem, volto a dizer que uma taxação pesada não é o mesmo que uma taxa de 100%.

Também não é muito justo que outra pessoa não tenha o seu filho numa boa escola, porque paga 50% de impostos, correcto?

É preciso taxar alguma coisa, isso é certo. Não é líquido que a solução mais justa seja taxar o trabalho a 50% e taxar as heranças a 0%.


Título: Re: A culpa morre solteira!
Enviado por: local em 2010-03-02 00:09:19
Alguém sabe ver as diferenças?
(http://economico.sapo.pt/forumbolsa/index.php?action=dlattach;topic=19216.0;attach=24866;image)

É uma zona bem aproveitada para a agricultura, aparentemente produtiva e criadora de riqueza para a população. Querem saber onde é?
(http://economico.sapo.pt/forumbolsa/index.php?action=dlattach;topic=19216.0;attach=24867;image)


Título: Re: A culpa morre solteira!
Enviado por: Incognitus em 2010-03-02 00:12:06
Impressionante a forma como a mancha verde escasseia para cá da fronteira. O que plantam ali?


Título: Re: A culpa morre solteira!
Enviado por: local em 2010-03-02 00:20:21
Não sei o que plantam, mas um pouco mais para nascente tem uma zona com o triplo do tamanho que coloquei na imagem.
Lepe é a zona de maior produção de morangos e fica apenas a 10 kms da fronteira portuguesa. Seria interessante fazer algo parecido em Portugal.


Título: Re: A culpa morre solteira!
Enviado por: Incognitus em 2010-03-02 00:23:25
Deve existir uma boa razão para lá plantarem tanto, e cá tão pouco ... era interessante conhecer essa razão.


Título: Re: A culpa morre solteira!
Enviado por: local em 2010-03-02 00:30:52
Eu sei de algumas. Por exemplo o tamanho mínimo para uma plantação de citrinos ser economicamente viável é de 7 hectares. Quantas propriedades têm essa dimensão? muito poucas.
Ainda há pouco tempo estive a seguir uma penhora duma horta de citrinos com 1,5 ha. Foi penhorado por 22.000€ e ninguém fez qualquer proposta. Voltou a ser penhorado, agora pelo valor de 11.000€ e houve duas propostas.
Eu estava na disposição de dar, no máximo, 6.000€ por ele (valor baseado nas avaliações do ministério da agricultura).
Quantas laranjas não serão necessárias para pagar esse investimento? E será que paga? Duvido muito.


Título: Re: A culpa morre solteira!
Enviado por: JAM em 2010-03-02 10:45:52
JAM, também não podemos pensar assim. Isso é quase como dizer "estou-me cagando para os asiáticos, ou quaisquer estrangeiros que produzem o que eu produzo." E só levam a retaliações...

Eu prefiro pensar assim, do que pensar como o Incognitus. Talvez a questão se prenda com o facto de eu saber em pormenor o que é a concorrência asiática, e vocês apenas terem uma ideia por aquilo que ouvem.

Se os asiáticos não se preocupam connosco, usam de todos os expedientes para nos impedirem de exportar para lá e para poderem exportar para cá, qual é a razão que nos obriga a preocuparmo-nos com eles? Eles preocupam-se connosco?


Título: Re: A culpa morre solteira!
Enviado por: Incognitus em 2010-03-02 13:14:11
A existência de barreiras e manipulação da moeda é algo que pode e deve ser retaliado.

O facto de ganharem menos, não é.

Só isso.


Título: Re: A culpa morre solteira!
Enviado por: JAM em 2010-03-02 19:35:05
A existência de barreiras e manipulação da moeda é algo que pode e deve ser retaliado.

O facto de ganharem menos, não é.

Só isso.


Tens de afirmar isso tantas vezes quantas estiveste contra mim nesta discussão de defesa do mundo ocidental.

Afirmar isso 1 vez e defender o contrário 50 vezes, não torna a tua afirmação verdade.

Afirmas isso tão baixo que até parece que tens medo que alguém, além de mim, ouça.  ^-^

E claro, podes continuar a insistir que o JAM defende proteccionismo por causa dos salártios serem baixos.

Sinceramente já me deu imenso gozo discutir contigo tudo e mais alguma coisa. Ultimamente pareces demasiado obcecado com não sei o quê para mostrar a honestidade de outrora numa discussão. A postura que tinhas nas discussões de educação, e que só tinhas nessas, estás a assumi-la em toda e qualquer discussão. Como deves ter percebido, passo por aqui cada vez menos.


Título: Re: A culpa morre solteira!
Enviado por: Incognitus em 2010-03-02 19:42:56
Eu não defendi o contrário vez nenhuma, sempre disse que existiam coisas que se devem retaliar, a existência de barreiras é uma óbvia, e contra a manipulação da moeda também sempre falei.

Quanto aos salários, a minha opinião também nunca mudou - isso não deve ser retaliado.

Tu é que ora parece que aceitas isso, ora parece que também gostarias de impor barreiras devido a eles ganharem menos.


Título: Re: A culpa morre solteira!
Enviado por: JAM em 2010-03-03 17:36:15
Talvez fosse util que explicasses o que é para ti o conceito de "salária" no contexto em que estamos a discutir.

É o pagamento do trabalho à hora? Ao minuto? Ao dia? À semana? Ao mês? Ao trimestre? Ao semestre? É o pagamento que inclui SS ou protecção equivalente? Inclui seguro de saude? Seguro de trabalho? Seguro de vida?

Eu mencionei algumas vezes os salários em 2 anos de discussões, mas por incrível que pareça foram mais que suficientes para tu fixares os salários e não conseguires ver um bocadinho que seja além disso. Há tanta coisa que tem sido discutida, e só´consegues apresentar a quetsão dos salários.

Assim sendo, já que a tua visão desta problemática não sai do sítio, vamos então falar de salários.

Tens a palavra.


Título: Re: A culpa morre solteira!
Enviado por: Incognitus em 2010-03-03 18:50:06
Salário = Custo com o trabalhador. Em Portugal inclui também a contribuição da entidade patronal.

Quanto às condições mínimas de trabalho, não escandalizaria um mínimo adoptado a nível mundial, mas realisticamente teria pouco a ver com o nosso mínimo.


Título: Re: A culpa morre solteira!
Enviado por: JAM em 2010-03-05 11:09:47
Salário = Custo com o trabalhador. Em Portugal inclui também a contribuição da entidade patronal.

Quanto às condições mínimas de trabalho, não escandalizaria um mínimo adoptado a nível mundial, mas realisticamente teria pouco a ver com o nosso mínimo.

Como é normal, não respondeste à pergunta em quase nada.

Salário mensal? Anual? Semanal? Diário? O que inclui ou deixa de incluir? Andares a reclamar das pessoas usar o salário como argumento, mas não seres capaz de ter consciência do que é o salário, é no minimo estranho. Qual é o salário que não concordas que sirva para argumento? O mensal de 180h de trabalho ou o mensal de 320h de trabalho? O que inclui protecção social, ou o que não inclui protecção social? Era bem que conseguisses especificar de que é que te queixas em relação a usar o salário como argumento para proteccionismo, pois o tem não é tão simples como queres fazer crer.

O que são condições minimas de trabalho dignas para ti? Se as nossas são pouco realistas, o que são condições realistas?


Título: Re: A culpa morre solteira!
Enviado por: Incognitus em 2010-03-05 14:28:52
O custo é óbvio que é anual.

As condições mínimas, não sou eu que as estabeleço, mas sim todo o mundo. Para mim, se alguém aceita determinado trabalho em determinadas condições, por muito más que sejam só o aceita porque representam uma melhoria da sua situação - e eu não considero que eu tenha o direito de eliminar a possibilidade de outra pessoa melhorar a sua situação, devido a essas condições não chegarem para eu aceitar esse trabalho.


Título: Re: A culpa morre solteira!
Enviado por: JAM em 2010-03-05 14:55:01
O custo é óbvio que é anual.

As condições mínimas, não sou eu que as estabeleço, mas sim todo o mundo. Para mim, se alguém aceita determinado trabalho em determinadas condições, por muito más que sejam só o aceita porque representam uma melhoria da sua situação - e eu não considero que eu tenha o direito de eliminar a possibilidade de outra pessoa melhorar a sua situação, devido a essas condições não chegarem para eu aceitar esse trabalho.

Então um salário anual é igual se for referente a 2000 horas ou 3700 horas?

Se não és tu que estabeleces os minimos, então porque razão teces considerações aos minimos? Mais valia estares calado. A afirmação que fizeste no post anterior não tem nada a ver com  esta que estás a fazer agora.

Sinceramente não entendi onde queres chegar. MAs também não é importante, porque duvido que esta discussão chegue a algum lado.


Título: Re: A culpa morre solteira!
Enviado por: Incognitus em 2010-03-05 15:57:39
Citar
Então um salário anual é igual se for referente a 2000 horas ou 3700 horas?

Esse é um problema de quem contrata, e de quem é contratado.

Citar
Se não és tu que estabeleces os minimos, então porque razão teces considerações aos minimos? Mais valia estares calado. A afirmação que fizeste no post anterior não tem nada a ver com  esta que estás a fazer agora.

Eu não teço considerações sobre mínimos. Eu digo que não me escandaliza se a nível mundial estabelecerem, voluntariamente, um nível mínimo.

Quem estabelece considerações sobre mínimos és tu - tu é que queres obrigar todas as pessoas a respeitar aquilo que achas ser aceitável, e não levas em conta que isso pode significar a morte ou prostituição de milhões de pessoas.

Citar
Sinceramente não entendi onde queres chegar. MAs também não é importante, porque duvido que esta discussão chegue a algum lado.

É bastante simples o ponto onde quero chegar: quem estabelece o teor de um contrato, são as contrapartes sujeitas ao dito. Quem sabe se esse contrato é negativo ou positivo para si, são as contrapartes sujeitas ao dito.

Não és tu, sentado numa cadeira em Portugal, que podes de alguma forma saber as condições específicas de biliões de pessoas que se sujeitam a condições que tu nunca aceitarias. Não és tu que podes proibir esse género de relação entre as pessoas e, muito provavelmente, condenar milhões à morte ou prostituição.


Título: Re: A culpa morre solteira!
Enviado por: JAM em 2010-03-05 15:59:37
Citar
Então um salário anual é igual se for referente a 2000 horas ou 3700 horas?

Esse é um problema de quem contrata, e de quem é contratado.

Citar
Se não és tu que estabeleces os minimos, então porque razão teces considerações aos minimos? Mais valia estares calado. A afirmação que fizeste no post anterior não tem nada a ver com  esta que estás a fazer agora.

Eu não teço considerações sobre mínimos. Eu digo que não me escandaliza se a nível mundial estabelecerem, voluntariamente, um nível mínimo.

Quem estabelece considerações sobre mínimos és tu - tu é que queres obrigar todas as pessoas a respeitar aquilo que é aceitável, e não levas em conta que isso pode significar a morte ou prostituição de milhões de pessoas.

Citar
Sinceramente não entendi onde queres chegar. MAs também não é importante, porque duvido que esta discussão chegue a algum lado.

É bastante simples o ponto onde quero chegar: quem estabelece o teor de um contrato, são as contrapartes sujeitas ao dito. Quem sabe se esse contrato é negativo ou positivo para si, são as contrapartes sujeitas ao dito.

Não és tu, sentado numa cadeira em Portugal, que podes de alguma forma saber as condições específicas de biliões de pessoas que se sujeitam a condições que tu nunca aceitarias. Não és tu que podes proibir esse género de relação entre as pessoas e, muito provavelmente, condenar milhões à morte ou prostituição.

Resumindo, não tem que haver regras nem minimos, nem tem que haver pontos de equilibrio.

Voltamos à discussão antiga.

Se me dás licença, eu retiro-me. Voltaste ao fundamentalismo.


Título: Re: A culpa morre solteira!
Enviado por: Incognitus em 2010-03-05 16:03:10
Podem existir regras (desnecessárias), desde que aceites por quem tem que as cumprir.


Título: Re: A culpa morre solteira!
Enviado por: JAM em 2010-03-05 17:09:57
Podem existir regras (desnecessárias), desde que aceites por quem tem que as cumprir.

Ainda aí estás? Eu já fui embora  ;D


Título: Re: A culpa morre solteira!
Enviado por: Incognitus em 2010-03-05 17:41:01
Lá está, essa é uma atitude infantil num debate. Do género que eu critiquei ao bertoluci.


Título: Re: A culpa morre solteira!
Enviado por: JAM em 2010-03-05 19:59:34
Lá está, essa é uma atitude infantil num debate. Do género que eu critiquei ao bertoluci.

Infantil porquê? Eu avisei que ia embora, e justifiquei o porquê de o fazer.

Isto é uma atitude infantil?!?!?!

Quer dizer, há gajos aqui que passas a vida a defender, e que deixam os outros falar sozinhos, sem aviso, ignorando propositadamente. Eu, aviso que vou sair e jutifico, e achas uma atitude infantil?

Andas a gozar comigo.... só pode.


Título: Re: A culpa morre solteira!
Enviado por: Incognitus em 2010-03-05 20:15:41
Podem existir regras (desnecessárias), desde que aceites por quem tem que as cumprir.

Ainda aí estás? Eu já fui embora  ;D

ISTO é uma atitude obviamente infantil.

Cada um que pense o que quiser, e se acha essa uma forma adulta ou infantil, de discutir algo.


Título: Re: A culpa morre solteira!
Enviado por: Menor_Valia em 2010-03-05 20:48:04
Saudações!!

Se me permitem, eu atrevo-me a fazer uma proposta... permitam que o ilustre Incognitus tire uma pequena folga durante 2 ou 3 dias e algum outro administrador assuma entretanto as rédeas da moderação do forum... parece-me que será vantajoso para todos...

Um abraço,

JR


Título: Re: A culpa morre solteira!
Enviado por: smog em 2010-03-05 20:55:48
Precisamos de uma metadiscussão: qual a melhor forma de debater. ^-^


Título: Re: A culpa morre solteira!
Enviado por: Menor_Valia em 2010-03-05 20:56:14
Saudações!!

Obviamente, esse "senior" deverá tentar seguir os "principios" de moderação do ilustre Incognitus... já que a intenção é apenas dar-lhe algum descanso... o que não quer dizer que eu concorde em pleno com a moderação a que tenho assistido...

Um abraço,

JR


Título: Re: A culpa morre solteira!
Enviado por: Incognitus em 2010-03-05 21:05:19
A melhor forma de debater é com argumentos.


Título: Re: A culpa morre solteira!
Enviado por: Incognitus em 2010-03-05 21:11:08
Saudações!!

Obviamente, esse "senior" deverá tentar seguir os "principios" de moderação do ilustre Incognitus... já que a intenção é apenas dar-lhe algum descanso... o que não quer dizer que eu concorde em pleno com a moderação a que tenho assistido...

Um abraço,

JR

Uma das grandes dificuldades de moderação, também vem do facto de que em vários assuntos, eu tenho a minha opinião.

Porém, eu não deixo que isso interfira na moderação, quando chamo a atenção a algo nos vários debater, é mesmo para tácticas que não são aceitáveis num debate, equivalentes adultos ao "nha nha nha" das crianças, e não devido a pontos onde discorde das outras pessoas.


Título: Re: A culpa morre solteira!
Enviado por: smog em 2010-03-05 21:20:54
Achas que eu faço muitos nha nha nha? :-[
É que eu adoro fazer isso... ???


Título: Re: A culpa morre solteira!
Enviado por: smog em 2010-03-05 21:31:25
Saudações!!

Obviamente, esse "senior" deverá tentar seguir os "principios" de moderação do ilustre Incognitus... já que a intenção é apenas dar-lhe algum descanso... o que não quer dizer que eu concorde em pleno com a moderação a que tenho assistido...

Um abraço,

JR

Uma das grandes dificuldades de moderação, também vem do facto de que em vários assuntos, eu tenho a minha opinião.

Porém, eu não deixo que isso interfira na moderação, quando chamo a atenção a algo nos vários debater, é mesmo para tácticas que não são aceitáveis num debate, equivalentes adultos ao "nha nha nha" das crianças, e não devido a pontos onde discorde das outras pessoas.
bha! Eu desliguei-me do politica por causa do nivel do debate. A última discussão que tive foi mesmo para gozar por quem me andou a picar e insultar enquanto docente. Acho que o nivel naquele fórum desceu muito e isso acontece porque os homens a discutir politica nivelam pela discussão do futebeol a nível de clubite. pessoalmente não acho que possas fazer muito porque as pessoas aquecem e não usam argumentos sérios. Não te invejo a sorte.
O que me cheteia é que o nível tenha começado a descer aqui neste  sub.fórum que estva calminho. Acho inadmissivel que a proposito da desgraça da Madeira se tenha começado a discutir politica rasteira. Assim não dá. As pessoas têm de mentalizar-se que isto é um fórum sério, onde vem familia (remember a neta da girassol), e que o nível de discussão tem de ser polido, no minimo.
Inc, acho que o facto de teres ideias pessoais sobre certos assuntos, neste momento, pica as pessoas porque tu não cedes um milimetro. Assim também não. É um bocado chato ( e falo por mim) apresentar-te argumentos válidos para rebater as tuas ideias e tu nem sequer responderes e depois voltas á carga com a mesma ideia feita. Tanta regidez também cahteia. é por isso que desisto de discutir educação contigo. Tens uma ideia muito enviesada do assunto e não expandes essa visão. Acredito que o JAM também se chateie.
So,
vou ficando pelos fumos e saio pouco de casa.
È mais seguro.


Título: Re: A culpa morre solteira!
Enviado por: Incognitus em 2010-03-05 21:38:55
Eu não sou nem um pouco rígido, smog. Se alguém deixa que as suas ideias sejam moldadas pelas rigidezes dos outros, sou eu.

Isso vê-se por exemplo na discussão sobre a educação. Eu apresento ideias quer para o caso de se querer rever tudo (autonomia das escolas, público e privado em concorrência, cheque ensino) quer para o caso de se querer manter o sistema como está (avaliação pelos resultados dos alunos).

E hoje mesmo, disse no tópico que discutia o proteccionismo, que SE alguém quiser ser proteccionista ou atribuir subsídios, então não é inteiramente intuitivo quem deve ser subsidiado ou protegido. Isso é ser flexível, alguém inflexivel diria sempre "proteccionismo não" e bloquearia aí.

Eu faço isto por sistema, porque sei que as pessoas geralmente são muito inflexíveis, então tento encontrar soluções que se adaptem às inflexibilidades do outro lado. Geralmente o que essas soluções fazem, é expôr o que o outro lado realmente defende, por exemplo no caso da Educação ficou óbvio que um ponto central para o JAM não era a possível qualidade do ensino ou o providenciar de uma educação pública gratuita, mas sim a necessidade de as escolas serem públicas e os professores trabalharem para o Estado - isso é extremamente significativo, porque mostra que os interesses que estão a ser protegidos são ideológicos e específicos, em vez de serem os interesses da população em geral.


Título: Re: A culpa morre solteira!
Enviado por: Menor_Valia em 2010-03-05 21:44:18
Saudações!!

Cara smog, há-de convir que o "charme" do ilustre Incognitus é mesmo esse... não ceder ou desviar-se das suas convicções... por mais transtornos, polémicas ou deserções que isso possa provocar... e tb não me parece que isso tenha interferido na moderação...

Um abraço,

JR


Título: Re: A culpa morre solteira!
Enviado por: james dean em 2010-03-05 21:52:37
Tudo mudou,tudo vai mudando!
Quando aqui cheguei,e ja la vao mais de dois anos,havia o forum principal e o off topic.E havia
pessoas interessantes,que ja se foram embora,discutia-se tudo,de forma civilizada,discutia-se
pontos de vista,mas nunca pessoas.
Mas tudo mudou,infelizmente para pior,e como diz a smog,discute-se a politica,como se fosse
futebol.Aparecem ofensas,e uma coisa que nao se via,o moderador a apagar mensagens.
Sera dos tempos,sera da crise?Ou sera a crise de valores?

james


Título: Re: A culpa morre solteira!
Enviado por: Incognitus em 2010-03-05 21:53:39
Saudações!!

Cara smog, há-de convir que o "charme" do ilustre Incognitus é mesmo esse... não ceder ou desviar-se das suas convicções... por mais transtornos, polémicas ou deserções que isso possa provocar... e tb não me parece que isso tenha interferido na moderação...

Um abraço,

JR

Eu não me desvio de pontos centrais que se sabe funcionarem bem, como a concorrência entre entidades que tentam servir o mesmo mercado. Mas adapto uma grande parte daquilo que defendo à ideologia e ideias de quem defende outra coisa qualquer.

Por exemplo, a discussão na educação não começou comigoa defender imediatamente a autonomia e concorrência das escolas em condições iguais - começou sim comigo a defender a autonomia e privatização das escolas para alcançar esse objectivo - mas como a privatização parece esbarrar com bloqueios na mente de algumas pessoas, eu rapidamente adaptei a minha ideia para defender a autonomia e concorrência em condições iguais, de escolas privadas ou públicas - de notar que isto defende na mesma a escola gratuita para os alunos, portanto alguém que estivesse no campo contrário já só poderia ser contra SE o seu problema fosse quem detinha as escolas, e  não a sua qualidade ou custo para os contribuintes.

No entanto, como se viu, o outro lado continuou a ter problemas com essa solução - isso expôs o problema melhor, aquilo que eles defendiam não era escola gratuita, nem era a melhor escola possível - era sim uma escola detida pelo Estado e professores contratados pelo Estado. Ora, o único motivo que pode existir para alguém defender isto, é precisamente achar que se for o Estado a contratar e a deter as escolas, aquilo que o Estado pagará será SUPERIOR àquilo que o mercado livre pagará.

Resumindo, eu tento sempre adaptar as minhas soluções, e há muitos exemplos disso - aquilo que aparece como inflexibilidade, é apenas a tentativa de manter pontos centrais sem os quais não é garantido que o sistema funcione, podendo devolver naquilo que temos hoje.

Outro exemplo está na avaliação dos professores pelos resultados dos alunos - sabendo-se as vulnerabilidades desse tipo de avaliação, é necessário garantir que o sistema não lhes cede. Como poderia ceder? Bastaria que se criassem uma série de factores de avaliação, e que a opmitização de uma série deles levasse a ser possível evitar optimizar a performance dos alunos. Mais uma vez, é algo que poderia devolver naquilo que se passa hoje e recentemente (em que os professores não tentavam ser mais que regulares na avaliação, porque não existia vantagem nisso e no entanto, existia esforço - ao mesmo tempo que tiravam mestrados e doutoramentos a torto e a direito, porque existia vantagem para eles - sem que seja líquido que existe vantagem para os alunos).


Título: Re: A culpa morre solteira!
Enviado por: Incognitus em 2010-03-05 22:01:26
Tudo mudou,tudo vai mudando!
Quando aqui cheguei,e ja la vao mais de dois anos,havia o forum principal e o off topic.E havia
pessoas interessantes,que ja se foram embora,discutia-se tudo,de forma civilizada,discutia-se
pontos de vista,mas nunca pessoas.
Mas tudo mudou,infelizmente para pior,e como diz a smog,discute-se a politica,como se fosse
futebol.Aparecem ofensas,e uma coisa que nao se via,o moderador a apagar mensagens.
Sera dos tempos,sera da crise?Ou sera a crise de valores?

james

As pessoas que estão no fórum, e nos mercados, vão variar substancialmente com o comportamento do mercado.

Diria que após a subida que tivémos, criada algo artificialmente, teremos uma maior predisposição para ter pessoas algo mais eufóricas, mais confiantes ou confiantes em demasia em si próprias, mais expansivas.

O pessoal mais introespectivo, muito dele terá sido afectado por esta subida política - eu sei que eu fui.

Mas com o tempo, vão sempre ficando pessoas interessantes, que sobrevivem a todos estes climas diferentes.


Título: Re: A culpa morre solteira!
Enviado por: smog em 2010-03-05 22:12:45
Tudo mudou,tudo vai mudando!
Quando aqui cheguei,e ja la vao mais de dois anos,havia o forum principal e o off topic.E havia
pessoas interessantes,que ja se foram embora,discutia-se tudo,de forma civilizada,discutia-se
pontos de vista,mas nunca pessoas.
Mas tudo mudou,infelizmente para pior,e como diz a smog,discute-se a politica,como se fosse
futebol.Aparecem ofensas,e uma coisa que nao se via,o moderador a apagar mensagens.
Sera dos tempos,sera da crise?Ou sera a crise de valores?

james

penso que as pessoas andam cansadas, stressadas, irritadas,... vejo isso no meu trabalho e em casa. a minorca anda assim.
além disso quando conhecemos uma pessoa tendemos sempre a tentar conhece-la melhor e animamos. Depois instala-se o hábito, a rotina, e ...fica tudo mais desagradável.


Título: Re: A culpa morre solteira!
Enviado por: smog em 2010-03-05 22:21:11
Saudações!!

Cara smog, há-de convir que o "charme" do ilustre Incognitus é mesmo esse... não ceder ou desviar-se das suas convicções... por mais transtornos, polémicas ou deserções que isso possa provocar... e tb não me parece que isso tenha interferido na moderação...
Um abraço,

JR

Eu não me desvio de pontos centrais que se sabe funcionarem bem, como a concorrência entre entidades que tentam servir o mesmo mercado. Mas adapto uma grande parte daquilo que defendo à ideologia e ideias de quem defende outra coisa qualquer.

Por exemplo, a discussão na educação não começou comigoa defender imediatamente a autonomia e concorrência das escolas em condições iguais - começou sim comigo a defender a autonomia e privatização das escolas para alcançar esse objectivo - mas como a privatização parece esbarrar com bloqueios na mente de algumas pessoas, eu rapidamente adaptei a minha ideia para defender a autonomia e concorrência em condições iguais, de escolas privadas ou públicas - de notar que isto defende na mesma a escola gratuita para os alunos, portanto alguém que estivesse no campo contrário já só poderia ser contra SE o seu problema fosse quem detinha as escolas, e  não a sua qualidade ou custo para os contribuintes.

No entanto, como se viu, o outro lado continuou a ter problemas com essa solução - isso expôs o problema melhor, aquilo que eles defendiam não era escola gratuita, nem era a melhor escola possível - era sim uma escola detida pelo Estado e professores contratados pelo Estado. Ora, o único motivo que pode existir para alguém defender isto, é precisamente achar que se for o Estado a contratar e a deter as escolas, aquilo que o Estado pagará será SUPERIOR àquilo que o mercado livre pagará.

Resumindo, eu tento sempre adaptar as minhas soluções, e há muitos exemplos disso - aquilo que aparece como inflexibilidade, é apenas a tentativa de manter pontos centrais sem os quais não é garantido que o sistema funcione, podendo devolver naquilo que temos hoje.

Outro exemplo está na avaliação dos professores pelos resultados dos alunos - sabendo-se as vulnerabilidades desse tipo de avaliação, é necessário garantir que o sistema não lhes cede. Como poderia ceder? Bastaria que se criassem uma série de factores de avaliação, e que a opmitização de uma série deles levasse a ser possível evitar optimizar a performance dos alunos. Mais uma vez, é algo que poderia devolver naquilo que se passa hoje e recentemente (em que os professores não tentavam ser mais que regulares na avaliação, porque não existia vantagem nisso e no entanto, existia esforço - ao mesmo tempo que tiravam mestrados e doutoramentos a torto e a direito, porque existia vantagem para eles - sem que seja líquido que existe vantagem para os alunos).
Ilustre,
interfere porque as pessoas ficam cansadas e saturadas e quando isso acontece perdem a paciencia e partem para a provocação. Acho que o JAM entrou nessa. E não me parece que tenha sido mal educado. Acho que ele é muito parecido com o INC na firmeza com que defende as suas convições.

Inc,
sobre alguns aspectos que referes não acompanhei a tua evolução.
Sobre a avaliação dos profesores já te tentei explicar que os factores de correcção são uma miragem: tentei explicar-te o que eram critérios de avaliação mas tu não entendeste porque não sabes como se faz. Em relação a isso é como eu debater contigo qual a melhor empresa para investir. Não sei, mesmo! Mas tu insistes e não me ouves. O mesmo em relação ao salário dos professores: já te tentei mostrar que este depende do número de professores no mercado e não do reconhecimento social que a profissão tem. e etc. Ou será que o que eu digo tem menos impacto na opinião que tu desenvolveste ao longo do tempo...?

Nota: isto é uma metadiscussão, não me interessa debater a educação...peloamordedeus!


Título: Re: A culpa morre solteira!
Enviado por: Incognitus em 2010-03-05 22:26:26
Citar
Inc,
sobre alguns aspectos que referes não acompanhei a tua evolução.
Sobre a avaliação dos profesores já te tentei explicar que os factores de correcção são uma miragem: tentei explicar-te o que eram critérios de avaliação mas tu não entendeste porque não sabes como se faz. Em relação a isso é como eu debater contigo qual a melhor empresa para investir. Não sei, mesmo! Mas tu insistes e não me ouves. O mesmo em relação ao salário dos professores: já te tentei mostrar que este depende do número de professores no mercado e não do reconhecimento social que a profissão tem. e etc. Ou será que o que eu digo tem menos impacto na opinião que tu desenvolveste ao longo do tempo...?

Nota: isto é uma metadiscussão, não me interessa debater a educação...peloamordedeus!

Como é óbvio, o valor dado a qualquer produto ou serviço depende da oferta do produto/serviço conjugada com a procura. Isso não é novidade, nem é rejeitado por ninguém.

Se as outras profissões se sujeitam a esse equilíbrio, não existe razão para os professores não sujeitarem. E ao não se sujeitarem, cria-se imediatamente uma injustiça sobre todas as outras pessoas, injustiça essa que é SEMPRE contra as outras pessoas, simplesmente porque se fosse a favor, não se encontrariam professores suficientes para encher as vagas.

É errado que eu não oiça o que dizes, e eu não preciso de insistir no que está acima, porque é óbvio.

Quanto a critérios de avaliação e não entender, etc, etc, isso é uma desculpa para se rejeitar um sistema que seria o mais justo possível, dentro das limitações próprias do campo a que se aplicaria. (se não fosse uma desculpa, conseguirias articular em poucas linhas a razão de isso ser um bloqueio para o sistema - tal como eu faço repetidamente para defender qualquer ideia).


Título: Re: A culpa morre solteira!
Enviado por: smog em 2010-03-05 22:33:09
Citar
Inc,
sobre alguns aspectos que referes não acompanhei a tua evolução.
Sobre a avaliação dos profesores já te tentei explicar que os factores de correcção são uma miragem: tentei explicar-te o que eram critérios de avaliação mas tu não entendeste porque não sabes como se faz. Em relação a isso é como eu debater contigo qual a melhor empresa para investir. Não sei, mesmo! Mas tu insistes e não me ouves. O mesmo em relação ao salário dos professores: já te tentei mostrar que este depende do número de professores no mercado e não do reconhecimento social que a profissão tem. e etc. Ou será que o que eu digo tem menos impacto na opinião que tu desenvolveste ao longo do tempo...?

Nota: isto é uma metadiscussão, não me interessa debater a educação...peloamordedeus!

Como é óbvio, o valor dado a qualquer produto ou serviço depende da oferta do produto/serviço conjugada com a procura. Isso não é novidade, nem é rejeitado por ninguém.

Se as outras profissões se sujeitam a esse equilíbrio, não existe razão para os professores não sujeitarem. E ao não se sujeitarem, cria-se imediatamente uma injustiça sobre todas as outras pessoas, injustiça essa que é SEMPRE contra as outras pessoas, simplesmente porque se fosse a favor, não se encontrariam professores suficientes para encher as vagas.

É errado que eu não oiça o que dizes, e eu não preciso de insistir no que está acima, porque é óbvio.

Quanto a critérios de avaliação e não entender, etc, etc, isso é uma desculpa para se rejeitar um sistema que seria o mais justo possível, dentro das limitações próprias do campo a que se aplicaria. (se não fosse uma desculpa, conseguirias articular em poucas linhas a razão de isso ser um bloqueio para o sistema - tal como eu faço repetidamente para defender qualquer ideia).

Então, quando falares dos salários dos professores pensa que a culpa é de quem deu canudos a torto e a direito (muitas vezes sem qualidade) e não dos professores que quando entraram na profissão não tinham esta enchente. Eu quando comecei a trabalhar (19 anos) não tinha a minha área saturada. Havia imensas vagas e por isso fui sempre previligiada ficando perto de casa. O mercado saturou por causa de ganacia do superior e agora tenho eu de pagar as favas? Não me parece justo...


Título: Re: A culpa morre solteira!
Enviado por: Menor_Valia em 2010-03-05 22:36:56
Saudações!!

interfere porque as pessoas ficam cansadas e saturadas e quando isso acontece perdem a paciencia e partem para a provocação.

Sim, isso é um facto... eu referia-me apenas a não me parecer evidente que o ilustre Incognitus tire partido do facto de ser moderador nas discussões em que se envolve... honra lhe seja feita...

Um abraço,

JR


Título: Re: A culpa morre solteira!
Enviado por: Incognitus em 2010-03-05 22:39:30
Citação de: smog
Então, quando falares dos salários dos professores pensa que a culpa é de quem deu canudos a torto e a direito (muitas vezes sem qualidade) e não dos professores que quando entraram na profissão não tinham esta enchente. Eu quando comecei a trabalhar (19 anos) não tinha a minha área saturada. Havia imensas vagas e por isso fui sempre previligiada ficando perto de casa. O mercado saturou por causa de ganacia do superior e agora tenho eu de pagar as favas? Não me parece justo...

Pode não te parecer justo, mas é - porque todas as outras pessoas estão expostas exactamente à mesma possibilidade, mas a maior parte delas não pode forçar terceiros a arcar com os custos.

Uma visão da tua situação em particular, cega-te para o facto de que todos estão expostos a essa mesma realidade, e que se uns vêem o seu rendimento ser por ela limitado ao passo que outros ganham a hipótese de tirar a todos para manter o seu, então cria-se uma injustiça.


Título: Re: A culpa morre solteira!
Enviado por: smog em 2010-03-05 22:43:23
Saudações!!

interfere porque as pessoas ficam cansadas e saturadas e quando isso acontece perdem a paciencia e partem para a provocação.

Sim, isso é um facto... eu referia-me apenas a não me parecer evidente que o ilustre Incognitus tire partido do facto de ser moderador nas discussões em que se envolve... honra lhe seja feita...

Um abraço,

JR


sim, eu nunca me queixei. Mas o Inc também devia compreender que não é pelo facto de ser uma pessoa importante no fórum que tem de ganhar sempre as discussões. Acho que o respeito que se inspira tem a ver com a atitude geral e não com o facto de ter de ter sempre razão. Aceitar derrotas e vitórias de forma explicita tem o seu estilo e ninguém sai machucado quando a disputa é honesta. Ser o maior não implica ser o melhor.


Título: Re: A culpa morre solteira!
Enviado por: smog em 2010-03-05 22:47:25
Citação de: smog
Então, quando falares dos salários dos professores pensa que a culpa é de quem deu canudos a torto e a direito (muitas vezes sem qualidade) e não dos professores que quando entraram na profissão não tinham esta enchente. Eu quando comecei a trabalhar (19 anos) não tinha a minha área saturada. Havia imensas vagas e por isso fui sempre previligiada ficando perto de casa. O mercado saturou por causa de ganacia do superior e agora tenho eu de pagar as favas? Não me parece justo...

Pode não te parecer justo, mas é - porque todas as outras pessoas estão expostas exactamente à mesma possibilidade, mas a maior parte delas não pode forçar terceiros a arcar com os custos.

Uma visão da tua situação em particular, cega-te para o facto de que todos estão expostos a essa mesma realidade, e que se uns vêem o seu rendimento ser por ela limitado ao passo que outros ganham a hipótese de tirar a todos para manter o seu, então cria-se uma injustiça.

Se tu puderes vender uma casa por 200 vais vende-la por 100? Não me parece. Se nós temos força para ser bem pagos temos o direito de tirar proveito. Pior o dinheiro que vem sem trabalho por exploração de terceiros. eticamente parece-me menos justo.


Título: Re: A culpa morre solteira!
Enviado por: Menor_Valia em 2010-03-05 22:51:10
Saudações!!

sim, eu nunca me queixei. Mas o Inc também devia compreender que não é pelo facto de ser uma pessoa importante no fórum que tem de ganhar sempre as discussões. Acho que o respeito que se inspira tem a ver com a atitude geral e não com o facto de ter de ter sempre razão. Aceitar derrotas e vitórias de forma explicita tem o seu estilo e ninguém sai machucado quando a disputa é honesta. Ser o maior não implica ser o melhor.

Nisto já discordamos... ele não deve renunciar à sua convicção (que tem razão) nem fazer fretes a ninguém...

Um abraço,

JR


Título: Re: A culpa morre solteira!
Enviado por: Incognitus em 2010-03-05 22:52:48
Citação de: smog
Então, quando falares dos salários dos professores pensa que a culpa é de quem deu canudos a torto e a direito (muitas vezes sem qualidade) e não dos professores que quando entraram na profissão não tinham esta enchente. Eu quando comecei a trabalhar (19 anos) não tinha a minha área saturada. Havia imensas vagas e por isso fui sempre previligiada ficando perto de casa. O mercado saturou por causa de ganacia do superior e agora tenho eu de pagar as favas? Não me parece justo...

Pode não te parecer justo, mas é - porque todas as outras pessoas estão expostas exactamente à mesma possibilidade, mas a maior parte delas não pode forçar terceiros a arcar com os custos.

Uma visão da tua situação em particular, cega-te para o facto de que todos estão expostos a essa mesma realidade, e que se uns vêem o seu rendimento ser por ela limitado ao passo que outros ganham a hipótese de tirar a todos para manter o seu, então cria-se uma injustiça.

Se tu puderes vender uma casa por 200 vais vende-la por 100? Não me parece. Se nós temos força para ser bem pagos temos o direito de tirar proveito. Pior o dinheiro que vem sem trabalho por exploração de terceiros. eticamente parece-me menos justo.

Acontece que o Estado existe para proteger os fracos dos fortes, e não o contrário - exactamente como estás a descrever.

O trabalho aceite voluntariamente não é, por definição, exploração. Ao passo que uma remuneração acima do mercado pela forma consciente de que se a pode impor aos outros involuntariamente, é. Portanto, no processo de supostamente se defenderem de uma exploração inexistente, acabam conscientemente a explorar os outros.

A força de que falas só seria legítima se fosse aplicada num mercado livre e resultasse numa maior remuneração. O próprio facto de recusares tal mercado livre "devido à exploração" parece indicar que nem tu acreditas realmente nisso.


Título: Re: A culpa morre solteira!
Enviado por: smog em 2010-03-05 22:56:10
Saudações!!

sim, eu nunca me queixei. Mas o Inc também devia compreender que não é pelo facto de ser uma pessoa importante no fórum que tem de ganhar sempre as discussões. Acho que o respeito que se inspira tem a ver com a atitude geral e não com o facto de ter de ter sempre razão. Aceitar derrotas e vitórias de forma explicita tem o seu estilo e ninguém sai machucado quando a disputa é honesta. Ser o maior não implica ser o melhor.

Nisto já discordamos... ele não deve renunciar à sua convicção (que tem razão) nem fazer fretes a ninguém...

Um abraço,

JR
não é renunciar nem fazer fretes.  é evoluir e aprender com os outros. A humildade costuma estar no lugar dos sábios...


Título: Re: A culpa morre solteira!
Enviado por: Incognitus em 2010-03-05 22:56:52
Saudações!!

interfere porque as pessoas ficam cansadas e saturadas e quando isso acontece perdem a paciencia e partem para a provocação.

Sim, isso é um facto... eu referia-me apenas a não me parecer evidente que o ilustre Incognitus tire partido do facto de ser moderador nas discussões em que se envolve... honra lhe seja feita...

Um abraço,

JR


sim, eu nunca me queixei. Mas o Inc também devia compreender que não é pelo facto de ser uma pessoa importante no fórum que tem de ganhar sempre as discussões. Acho que o respeito que se inspira tem a ver com a atitude geral e não com o facto de ter de ter sempre razão. Aceitar derrotas e vitórias de forma explicita tem o seu estilo e ninguém sai machucado quando a disputa é honesta. Ser o maior não implica ser o melhor.

Eu não debato para ganhar, e sim, geralmente, para explicar ideias e realidades. E também para aprender com os contra-argumentos (nomeadamente, compreender quais são esses contra-argumentos).

Nota por exemplo no teu post anterior, acabaste por dar o argumento central em que realmente acreditas - mas que na maior parte dos casos, ficaria por dizer: se temos força para impor 200 em vez de 100, estamos legitimados. Ou seja, embora nas discussões se tente levar a coisa para um plano ético ("menos que isto e somos explorados") ainda que ilógico, a realidade é que se movem por interesse próprio, e visam usar um mecanismo (o Estado) para forçar todos os outros a contribuir para esse interesse próprio.

De resto, isso é algo que eu já sabia razoavelmente, e estão muito longe de serem os únicos que usam dessa prática - o que é uma forte razão para minimizar, e mudar o carácter, do Estado. O Estado, acima de tudo, NÃO pode ser uma ferramenta para avançar os interesses de grupos e pessoas específicas. E principalmente NÃO o pode ser quando controla 50% da despesa de um País.


Título: Re: A culpa morre solteira!
Enviado por: smog em 2010-03-05 22:59:43
Citação de: smog
Então, quando falares dos salários dos professores pensa que a culpa é de quem deu canudos a torto e a direito (muitas vezes sem qualidade) e não dos professores que quando entraram na profissão não tinham esta enchente. Eu quando comecei a trabalhar (19 anos) não tinha a minha área saturada. Havia imensas vagas e por isso fui sempre previligiada ficando perto de casa. O mercado saturou por causa de ganacia do superior e agora tenho eu de pagar as favas? Não me parece justo...

Pode não te parecer justo, mas é - porque todas as outras pessoas estão expostas exactamente à mesma possibilidade, mas a maior parte delas não pode forçar terceiros a arcar com os custos.

Uma visão da tua situação em particular, cega-te para o facto de que todos estão expostos a essa mesma realidade, e que se uns vêem o seu rendimento ser por ela limitado ao passo que outros ganham a hipótese de tirar a todos para manter o seu, então cria-se uma injustiça.

Se tu puderes vender uma casa por 200 vais vende-la por 100? Não me parece. Se nós temos força para ser bem pagos temos o direito de tirar proveito. Pior o dinheiro que vem sem trabalho por exploração de terceiros. eticamente parece-me menos justo.

Acontece que o Estado existe para proteger os fracos dos fortes, e não o contrário - exactamente como estás a descrever.

O trabalho aceite voluntariamente não é, por definição, exploração. Ao passo que uma remuneração acima do mercado pela forma consciente de que se a pode impor aos outros involuntariamente, é. Portanto, no processo de supostamente se defenderem de uma exploração inexistente, acabam conscientemente a explorar os outros.

A força de que falas só seria legítima se fosse aplicada num mercado livre e resultasse numa maior remuneração. O próprio facto de recusares tal mercado livre "devido à exploração" parece indicar que nem tu acreditas realmente nisso.
o estado não defende os fracos dos fortes se permite a exploração dos patrões. O estado deveria ter-me protegido desta situação em que estou ao restringir o número de vagas para professor. Mas não protegeu e agora tenho o direito de exigir o meu direito ( que alias o estado reconhece ao pagar-me como paga...e olha que no meu caso e da maioria não é assim tanto).


Título: Re: A culpa morre solteira!
Enviado por: Incognitus em 2010-03-05 23:05:56
Citação de: smog
o estado não defende os fracos dos fortes se permite a exploração dos patrões. O estado deveria ter-me protegido desta situação em que estou ao restringir o número de vagas para professor. Mas não protegeu e agora tenho o direito de exigir o meu direito ( que alias o estado reconhece ao pagar-me como paga...e olha que no meu caso e da maioria não é assim tanto).

Não, ao estado não compete limitar as vagas para seja que profissão for. Isso é uma quebra da liberdade de TODAS as pessoas, quer de poderem aceder a ser professores, quer de poderem comprar os serviços de professorado o mais barato possível.

Penso que não tens dúvidas que quando estás no papel de compradora, desejas obter aquilo que queres comprar o mais barato possível - esse direito não é algo que só te assiste a ti, mas sim algo que assiste a todas as pessoas para todos os bens e serviços.

SE tu quiseres defender que têm que existir formas de estabelecer preços mínimos elevados para o TEU trabalho, então para seres justa tens que admitir que o MESMO aconteça para todos os outros produtos e serviços, de forma a que os outros possam defender o seu rendimento da mesma forma que tu queres defender o teu. Ora, se isso acontecer, a vantagem de TU defenderes o teu rendimento, é imediatamente destruída.

Portanto o que tu defendes, é que tu possas defender o teu rendimento, mas os outros não possam defender o deles, de forma a ficares com uma fatia maior do bolo. Isso é uma atitude intrinsecamente injusta (isto é algo que o JAM também não compreende).


Título: Re: A culpa morre solteira!
Enviado por: smog em 2010-03-05 23:11:33
Citação de: smog
o estado não defende os fracos dos fortes se permite a exploração dos patrões. O estado deveria ter-me protegido desta situação em que estou ao restringir o número de vagas para professor. Mas não protegeu e agora tenho o direito de exigir o meu direito ( que alias o estado reconhece ao pagar-me como paga...e olha que no meu caso e da maioria não é assim tanto).

Não, ao estado não compete limitar as vagas para seja que profissão for. Isso é uma quebra da liberdade de TODAS as pessoas, quer de poderem aceder a ser professores, quer de poderem comprar os serviços de professorado o mais barato possível.

Penso que não tens dúvidas que quando estás no papel de compradora, desejas obter aquilo que queres comprar o mais barato possível - esse direito não é algo que só te assiste a ti, mas sim algo que assiste a todas as pessoas para todos os bens e serviços.

SE tu quiseres defender que têm que existir formas de estabelecer preços mínimos elevados para o TEU trabalho, então para seres justa tens que admitir que o MESMO aconteça para todos os outros produtos e serviços, de forma a que os outros possam defender o seu rendimento da mesma forma que tu queres defender o teu. Ora, se isso acontecer, a vantagem de TU defenderes o teu rendimento, é imediatamente destruída.

Portanto o que tu defendes, é que tu possas defender o teu rendimento, mas os outros não possam defender o deles, de forma a ficares com uma fatia maior do bolo. Isso é uma atitude intrinsecamente injusta (isto é algo que o JAM também não compreende).

Eu não quero comprar o mais barato. Eu quero comprar o que tem mais qualidade. mesmo que seja mais caro. e tu fazes o mesmo . dai optares por uma escola privada. pensa nisso quando apontares o dedo aos outros.


Título: Re: A culpa morre solteira!
Enviado por: Incognitus em 2010-03-05 23:15:20
Citação de: smog
Eu não quero comprar o mais barato. Eu quero comprar o que tem mais qualidade. mesmo que seja mais caro. e tu fazes o mesmo . dai optares por uma escola privada. pensa nisso quando apontares o dedo aos outros.

Quando digo "comprar mais barato" é para a mesma coisa, ou seja, para um dado nível de qualidade.

Espero que tenhas compreendido, que se tu defendes que o TEU rendimento tem que ser protegido, então para seres justa, o rendimento de TODAS as outras pessoas deve poder ser protegido da mesma forma - ora, isso equivale a sujeitar todos ao mesmo mercado livre! (desde que se mantenham as relações entre os rendimentos que existiriam no mercado livre, e os protegidos), Isto porque o rendimento é apenas uma forma de estabelecer a divisão dos bens e serviços físicos.

Compreendes isto?

Compreendes a injustiça de se defender o nosso rendimento mas não se defender o mesmo para os outros? E compreendes a inutilidade de defender para nós e para os outros?


Título: Re: A culpa morre solteira!
Enviado por: smog em 2010-03-05 23:23:10
Citação de: smog
Eu não quero comprar o mais barato. Eu quero comprar o que tem mais qualidade. mesmo que seja mais caro. e tu fazes o mesmo . dai optares por uma escola privada. pensa nisso quando apontares o dedo aos outros.

Quando digo "comprar mais barato" é para a mesma coisa, ou seja, para um dado nível de qualidade.

Espero que tenhas compreendido, que se tu defendes que o TEU rendimento tem que ser protegido, então para seres justa, o rendimento de TODAS as outras pessoas deve poder ser protegido da mesma forma - ora, isso equivale a sujeitar todos ao mesmo mercado livre! (desde que se mantenham as relações entre os rendimentos que existiriam no mercado livre, e os protegidos), Isto porque o rendimento é apenas uma forma de estabelecer a divisão dos bens e serviços físicos.

Compreendes isto?

Compreendes a injustiça de se defender o nosso rendimento mas não se defender o mesmo para os outros? E compreendes a inutilidade de defender para nós e para os outros?
inc,
arranja uma comissão de pais e encarregados de educação para que os salarios dos professores da tuas filha seja equiparado á função publica. Será um mundo mais justo.
outra coisa,
podes por a tua filha no publico e reivindicares uma escola mais bem gerida sem elementos perturbadores. Ves logo onde está a qualidade e porque razão devemos ser mais bem pagos.
podes fazer o mesmo com todas as profissões, aliás. verás como os canalizadores passarão a ganhar melhor que um médico...


Título: Re: A culpa morre solteira!
Enviado por: Incognitus em 2010-03-05 23:34:10
Smog, se fizeres isso com todas as profissões de forma justa, então não faz diferença para toda a gente ser remunerada ao nível que o mercado livre lhes pagará.

Penso que ainda não compreendeste isso.

Se tiveres uma sociedade de 2 pessoas e uma ganhar 1000 e a outra 2000, ou se tiveres uma sociedade de 2 pessoas e uma ganhar 2000 e a outra 4000, é igual, o rendimento é apenas uma forma de estabelecer a divisão dos bens e serviços físicos subjacentes.

Ou seja, aquilo que tu defendes, de manter os salários de uma dada profissão artificialmente elevados, só serve para alguma coisa se não for aplicado a todas as outras pessoas - resumindo, só serve para alguma coisa se for INJUSTO, compreendes?

Isto é um ponto importante, quem pense nisto sem pensar no global, ilude-se e pensa que está a defender o bem, quando na realidade, está a defender, muito claramente, o mal.


Título: Re: A culpa morre solteira!
Enviado por: smog em 2010-03-05 23:42:49
Eu entendo o teu ponto de vista, Inc. Mas tu só ves uma profissão.
e eu digo-te que a sociedade está toda inquinada. Não é um problema localizado.
Quantos ganham acima do seu real valor? que critérios existem para definir o valor de um serviço? é o mercado que deve comandar o valor de um serviço? para além da perspectiva económica não há outros valores? E os que não trabalham e ganham do estado? e os que negoceiam com o trabalho dos outros e nada produzem de palpável? e...
Queres endireitar o mundo? então começa por ti e vem dar umas aulinhas para uma escola para veres como é injusto o que um professor ganha...
és um idealista com uma capacidade lógica a toda a prova mas incapaz de reconhecer outros valores que não o dinheiro. Desculpa, mas é mesmo assim que te vejo.


Título: Re: A culpa morre solteira!
Enviado por: Incognitus em 2010-03-05 23:56:34
Citar
Quantos ganham acima do seu real valor? que critérios existem para definir o valor de um serviço? é o mercado que deve comandar o valor de um serviço? para além da perspectiva económica não há outros valores? E os que não trabalham e ganham do estado? e os que negoceiam com o trabalho dos outros e nada produzem de palpável? e...
Queres endireitar o mundo? então começa por ti e vem dar umas aulinhas para uma escola para veres como é injusto o que um professor ganha...

Quem define o valor, é quem compra ... que define quanto está disposto a gastar para obter algo. Se alguém consegue vender algo a um determinado valor e quem compra o compra voluntariamente, esse valor é justo.

Não é uma perspectiva económica que dita isto, é a vontade das pessoas, que são motivadas pelas coisas mais incríveis. Eu também acho irracional os valores pagos ao Ronaldo, ou por um Van Gogh, mas se alguém os paga voluntariamente, eles são intrinsecamente justos.

Já quanto a quem não produz nada de palpável mas contrata alguém para produzir, é igualmente justo - se quem produz para ele o faz voluntariamente, e se quem paga, organiza e assume o risco. Deixa de ser justo apenas se passar o risco involuntariamene para outros, como os bancos fizeram nesta crise.

Citar
és um idealista com uma capacidade lógica a toda a prova mas incapaz de reconhecer outros valores que não o dinheiro. Desculpa, mas é mesmo assim que te vejo.

Errado, o dinheiro é apenas um símbolo ... o que dita os valores de tudo, é a vontade das pessoas, que são motivadas pelos factores mais diversos. Eu não me foco no dinheiro, o que eu defendo é que essa vontade seja respeitada, que não seja distorcida involuntariamente para favorecer alguns.


Título: Re: A culpa morre solteira!
Enviado por: smog em 2010-03-06 00:02:52
Tretas económicas. Se não fosses da área percebias isso.
mas é como explicar a uma rã o que é o mar. Não vale a pena.
Desisto.

Citar
“Num lugar não muito longe daqui havia um poço fundo e escuro onde, desde tempos imemoriais, uma sociedade de rãs se estabelecera. Tão fundo era o poço que nenhuma delas jamais havia visitado o mundo de fora. Estavam convencidas de que o universo era do tamanho do seu buraco. Havia sobejas evidencias científicas para corroborar esta teoria e somente um louco, privado dos sentido e da razão, afirmaria o contrário. Aconteceu, entretanto, que um pintassilgo que voava por ali viu o poço, ficou curioso, e resolveu investigar suas profundezas. Qual não foi sua surpresa ao descobrir as rãs! Mais perplexas ficaram elas, pois aquela estranha criatura de penas colocava em questão todas as verdades já secularmente sedimentadas e comprovadas em sua sociedade. O pintassilgo morreu de dó. Como é que as rãs podiam viver presas em tal poço, sem ao menos a esperança de poder sair? Claro que a idéia de sair era absurda para as rãs pois, se o seu buraco era o universo, não poderia haver um “lá fora”. E o Pintassilgo se pôs a cantar furiosamente. Trinou a brisa suave, os campos verdes, as árvores copadas, os riachos cristalinos, borboletas, flores, nuvens, estrelas… o que pôs em polvorosa a sociedade das rãs, que se dividiam. Algumas acreditaram e começaram a imaginar como seria lá fora. Ficaram mais alegres e até mesmo mais bonitas. Coaxaram canções novas. As outras fecharam a cara. Afirmações não confirmadas pela experiência não deveriam ser merecedoras de crédito, elas alegavam. O Pintassilgo tinha de estar dizendo coisas sem sentido e mentiras. E se puseram a fazer a crítica filosófica, sociológica e psicológica do seu discurso. A serviço de quem estaria ele? Das classes dominantes? Das classes dominadas? Seu canto seria uma espécie de narcótico? O passarinho seria um louco? Um enganador? Quem sabe ele não passaria de uma alucinação coletiva? Dúvidas não havia de que o tal canto tinha criado muitos problemas. Tanto as rãs dominantes quanto as rãs dominadas (que secretamente preparavam uma revolução) não gostaram das idéias que o canto do pintassilgo estava colocando na cabeça do povão. Por ocasião da próxima visita o pintassilgo foi preso, acusado de enganador do povo, morto, empalhado a as demais rãs proibidas, para sempre, de coaxar as canções que ele lhes ensinara…;”

Parábola retirada do livro Transparências da eternidade de Rubem Alves


Título: Re: A culpa morre solteira!
Enviado por: Incognitus em 2010-03-06 00:05:31
Smog, aquilo que eu digo não forma o central da economia.

Eu já disse, as motivações que levam alguém a atribuir determinado valor a algo são incrivelmente diversificadas.

São esses interesses, cruzados com a oferta, que vão definir o valor num "mercado". E esse valor, encontrado, é o valor justo, MESMO que existam vendedores ou compradores insatisfeitos.

Não tem nada de económico, dizer que se alguns puderem impor pela força condições diferentes das aí alcançadas, voluntariamente, esses alguns estarão a criar uma situação injusta.


Título: Re: A culpa morre solteira!
Enviado por: smog em 2010-03-06 00:08:21
Nesse caso os economistas estão desculpados. ^-^ passas a ser tu o mau da fita! >>D


Título: Re: A culpa morre solteira!
Enviado por: Crómio em 2010-03-06 00:17:05
Smog, porque é que não podes ser tu a rã?

Não admites a possibilidade de realmente estares a ser injusta por pertenceres a uma classe que pode e exerce poder de forma a ser remunerada a um valor que consideram justo?

Falas bastante em valores justos mas o valor justo é definido pelo mercado.

Se toda a gente achar que as laranjas estão caras e não as comprar, o vendedor tem que baixar o preço para as vender.

Qual o valor justo? o valor que o vendedor pede ou o valor que o cliente está disposto a dar?


Título: Re: A culpa morre solteira!
Enviado por: smog em 2010-03-06 00:20:54
Smog, porque é que não podes ser tu a rã?

Não admites a possibilidade de realmente estares a ser injusta por pertenceres a uma classe que pode e exerce poder de forma a ser remunerada a um valor que consideram justo?

Falas bastante em valores justos mas o valor justo é definido pelo mercado.

Se toda a gente achar que as laranjas estão caras e não as comprar, o vendedor tem que baixar o preço para as vender.

Qual o valor justo? o valor que o vendedor pede ou o valor que o cliente está disposto a dar?

é o valor que a sociedade considera justo. não fui eu que pedi o valor do meu salário. acontece que as pessoas normais não acham que o valor do mercado seja fiável. e não é porque é cego e só obedece ao valor da oferta e da procura. Há mais valores numa sociedade que o dinheiro. è isto que têm de entender.


Título: Re: A culpa morre solteira!
Enviado por: Incognitus em 2010-03-06 00:31:44
Citação de: smog
é o valor que a sociedade considera justo. não fui eu que pedi o valor do meu salário. acontece que as pessoas normais não acham que o valor do mercado seja fiável. e não é porque é cego e só obedece ao valor da oferta e da procura. Há mais valores numa sociedade que o dinheiro. è isto que têm de entender.

O valor que a sociedade considera justo É o que o mercado paga. As pessoas normais são quem o paga.

As opiniões sobre valores justos que não são de quem o paga, são meras opiniões. É a acção de pagar, que define o que as pessoas realmente acham que algo vale.

Por exemplo, nas nossas discussões sobre o valor dos filmes do Manoel Oliveira, existem 2 coisas:
1) A realidade, que é o que as pessoas pagam para ver os seus filmes, e que dá uma fracção do valor neles gasto;
2) Supostas opiniões sobre o extremo valor desses filmes, de pessoas a quem, se lhes pedirem para os financiarem, não financiam - traindo a sua verdadeira opinião e o verdadeiro valor- muito baixo - que atribuem a esses filmes.

O valor implica sacrifício, implica prescindir de algo. É muito fácil de se dizer que se valoriza muito algo, é muito mais difícil valorizá-lo realmente, prescindir de alguma coisa a favor desse algo.

Por fim, o dinheiro é relativamente irrelevante, é só uma forma prática de medir o valor. Quem determina o valor são as pessoas, e esse processo nada tem a ver com dinheiro (ainda que nele possa ser expresso na maior parte das vezes).


Título: Re: A culpa morre solteira!
Enviado por: Crómio em 2010-03-06 00:37:24
Citar
Há mais valores numa sociedade que o dinheiro. è isto que têm de entender.

Mas o cerne do problema aqui não é o dinheiro?

De quanto tu vales (quando digo tu, refiro-me à classe, profissão) ou queres valer, gabando-te de poderes exercer influência e forçares uma inflação desse valor?

Justo claro... para ti.

Quem determina o preço das coisas?
Sabes o que acontece quando se força, por decreto, o preço das laranjas?

Atenção, aqui estão duas questões. Não respondas a uma como se às duas fosse...


Título: Re: A culpa morre solteira!
Enviado por: smog em 2010-03-06 00:39:36
 ;D
Então concordas que é justo o salário dos professores e que a tua opinião é só uma opinião.

De resto,
sabes que há muitos professores do publico que trabalham no privado? Achas mesmo que essas pessoas ganham menos no privado? 8) Tem juízo! As novas é que são exploradas porque são jovens e a esses o estado não protege! Como sempre, o problema é a exploração dos jovens pelo patronato!
Ah! E já agora: sabes porque é que o patronato contrata os do público? Porque são esses que dão credibilidade á escola... são esses com muita experiencia que fazem a diferença e tariem a clientela. Vê se abres os olhos! :)


Título: Re: A culpa morre solteira!
Enviado por: smog em 2010-03-06 00:41:31
Citar
Há mais valores numa sociedade que o dinheiro. è isto que têm de entender.

Mas o cerne do problema aqui não é o dinheiro?

De quanto tu vales (quando digo tu, refiro-me à classe, profissão) ou queres valer, gabando-te de poderes exercer influência e forçares uma inflação desse valor?

Justo claro... para ti.

Quem determina o preço das coisas?
Sabes o que acontece quando se força, por decreto, o preço das laranjas?

Atenção, aqui estão duas questões. Não respondas a uma como se às duas fosse...
Ninguém força nada. Eu valho cada tostão que derem por mim e muito mais que não sou só professora!

E agora bons sonhos! ;)


Título: Re: A culpa morre solteira!
Enviado por: Incognitus em 2010-03-06 00:44:39
;D
Então concordas que é justo o salário dos professores e que a tua opinião é só uma opinião.

De resto,
sabes que há muitos professores do publico que trabalham no privado? Achas mesmo que essas pessoas ganham menos no privado? 8) Tem juízo! As novas é que são exploradas porque são jovens e a esses o estado não protege! Como sempre, o problema é a exploração dos jovens pelo patronato!
Ah! E já agora: sabes porque é que o patronato contrata os do público? Porque são esses que dão credibilidade á escola... são esses com muita experiencia que fazem a diferença e tariem a clientela. Vê se abres os olhos! :)

O salário dos professores só pode ser justo se estabelecido por um mercado livre. A resistência a que isso aconteça, bem como uma série de comparações, indicam que presentemente não é justo, é até bastante injusto - essa injustiça é um custo para todos os Portugueses, precisamente equivalente a qualquer corrupção que resulte no Estado pagar mais do que algo vale num mercado livre.

Penso que não compreendes a problemática da questão, ou não farias as afirmações que fizeste quanto a privado/público. O que quer que as pessoas recebam no privado, num mercado livre, é justo - MESMO que seja um ordenado equivalente ao que recebem no público. O problema coloca-se somente quando ganham no público sem serem sujeitos a um mercado livre.


Título: Re: A culpa morre solteira!
Enviado por: Crómio em 2010-03-06 00:59:58
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Há mais valores numa sociedade que o dinheiro. è isto que têm de entender.

Mas o cerne do problema aqui não é o dinheiro?

De quanto tu vales (quando digo tu, refiro-me à classe, profissão) ou queres valer, gabando-te de poderes exercer influência e forçares uma inflação desse valor?

Justo claro... para ti.

Quem determina o preço das coisas?
Sabes o que acontece quando se força, por decreto, o preço das laranjas?

Atenção, aqui estão duas questões. Não respondas a uma como se às duas fosse...
Ninguém força nada. Eu valho cada tostão que derem por mim e muito mais que não sou só professora!

E agora bons sonhos! ;)

Já estava a pensar que era hora de ires dormir ^-^





Agora não te esqueças de me responder às perguntas que te fiz, não quero acreditar que és uma rã... com respostas de rã...


Bons sonhos também


Título: Re: A culpa morre solteira!
Enviado por: Crómio em 2010-03-06 15:39:24
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Sabes o que acontece quando se força, por decreto, o preço das laranjas?

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Mas o cerne do problema aqui não é o dinheiro?

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De quanto tu vales (quando digo tu, refiro-me à classe, profissão) ou queres valer, gabando-te de poderes exercer influência e forçares uma inflação desse valor?





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Agora não te esqueças de me responder às perguntas que te fiz, não quero acreditar que és uma rã... com respostas de rã...

Não quero mesmo...


Título: Re: A culpa morre solteira!
Enviado por: smog em 2010-03-06 15:57:06
(http://bp3.blogger.com/_2N5PJD1SDwA/R_uxRiWYqXI/AAAAAAAAAlA/FfjINYuBg94/s400/r%C3%A3+sem+pulm%C3%B5es+cartoon.gif)

 >>D

é engraçado como se tenta inverter o argumento. quem vos chamou rãs fui eu.


Título: Re: A culpa morre solteira!
Enviado por: Crómio em 2010-03-06 16:07:33
A questão de inverter o argumento é um fait-divert... foi uma questão que eu te coloquei mais atrás à qual também não respondeste.

Eu queria mesmo é que me respondesses às perguntas que te coloquei...


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Sabes o que acontece quando se força, por decreto, o preço das laranjas?

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Mas o cerne do problema aqui não é o dinheiro?

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De quanto tu vales (quando digo tu, refiro-me à classe, profissão) ou queres valer, gabando-te de poderes exercer influência e forçares uma inflação desse valor?


Título: Re: A culpa morre solteira!
Enviado por: smog em 2010-03-06 16:11:39
Esta era uma metadiscussão sobre como debater. Parece que não leste tudo.
Não vou responder ás tuas questões porque não não estavamos a discutir salários de professor: isso foi apenas um exemplo para exemplificar alguns defeitos no debate que algumas pessoas em concreto e de muitos no geral.
A vossa opinião sobre o salarío dos professores não me interessa. Consiedro que é parcial e enviezada!


Título: Re: A culpa morre solteira!
Enviado por: Crómio em 2010-03-06 16:25:59
Uma meta-discussão com pseudo-respostas...

Gostas de dizer como deveria ser, porque sim e os outros que se danem, achas que não tens de compreender o alcance das tuas afirmações nem o que estas implicam, novamente porque sim e tu é que és dona da verdade.

Os outros são ignorantes e as suas opiniões não interessam...

Tu não tens a culpa, é o teu enorme Ego que manda em ti...



ok smog, siga para bingo e bom fim de semana...


Título: Re: A culpa morre solteira!
Enviado por: Incognitus em 2010-03-06 16:33:39
Esta era uma metadiscussão sobre como debater. Parece que não leste tudo.
Não vou responder ás tuas questões porque não não estavamos a discutir salários de professor: isso foi apenas um exemplo para exemplificar alguns defeitos no debate que algumas pessoas em concreto e de muitos no geral.
A vossa opinião sobre o salarío dos professores não me interessa. Consiedro que é parcial e enviezada!

Smog, a nossa opinião não é verdadeiramente sobre os salários dos professores (ainda que possamos defender que, em comparações internacionais, são elevados). A nossa opinião é que esses salários deveriam ser estabelecidos num mercado livre, como a generalidade dos salários da maior parte das profissões.

Tu, porém, achas que esse mercado produziria um valor baixo demais, e então defendes uma protecção que permita manter o salário dos professores ACIMA do preço num mercado livre.

Ao que eu expliquei que ou defendes isso para todas as profissões, e nesse caso é irrelevante defendê-lo, ou só defendes para os professores (e um conjunto limitado de outras profissões) e nesse caso estás a ser injusta. Resumindo, defendes algo que só se for injusto é que tem o efeito que pretendes (que é obter uma fatia da produção maior do que aquela que o mercado livre te atribuiria).

Compreendes isto? Contestas?


Título: Re: A culpa morre solteira!
Enviado por: smog em 2010-03-06 16:43:08
Uma meta-discussão com pseudo-respostas...

Gostas de dizer como deveria ser, porque sim e os outros que se danem, achas que não tens de compreender o alcance das tuas afirmações nem o que estas implicam, novamente porque sim e tu é que és dona da verdade.

Os outros são ignorantes e as suas opiniões não interessam...

Tu não tens a culpa, é o teu enorme Ego que manda em ti...



ok smog, siga para bingo e bom fim de semana...
Agora amuaste... :-\


Título: Re: A culpa morre solteira!
Enviado por: smog em 2010-03-06 16:48:54
Esta era uma metadiscussão sobre como debater. Parece que não leste tudo.
Não vou responder ás tuas questões porque não não estavamos a discutir salários de professor: isso foi apenas um exemplo para exemplificar alguns defeitos no debate que algumas pessoas em concreto e de muitos no geral.
A vossa opinião sobre o salarío dos professores não me interessa. Consiedro que é parcial e enviezada!

Smog, a nossa opinião não é verdadeiramente sobre os salários dos professores (ainda que possamos defender que, em comparações internacionais, são elevados). A nossa opinião é que esses salários deveriam ser estabelecidos num mercado livre, como a generalidade dos salários da maior parte das profissões.

Tu, porém, achas que esse mercado produziria um valor baixo demais, e então defendes uma protecção que permita manter o salário dos professores ACIMA do preço num mercado livre.

Ao que eu expliquei que ou defendes isso para todas as profissões, e nesse caso é irrelevante defendê-lo, ou só defendes para os professores (e um conjunto limitado de outras profissões) e nesse caso estás a ser injusta. Resumindo, defendes algo que só se for injusto é que tem o efeito que pretendes (que é obter uma fatia da produção maior do que aquela que o mercado livre te atribuiria).

Compreendes isto? Contestas?
Contesto que a vossa opinião não é correcta porque os professores valem efectivamente o que ganham em dinheiro e deveriam ganhar outro tanto em respeito.
Contesto que é apenas a vossa opinião porque se o mercado fosse livre talvez acabassemos com uma efectiva valorização dos salários de alguns e não o contrário. Penso realmente que num mercado livre o fosso entre professores antigos e novos seria abissal.  Seria o mercado livre a trabalhar sim. E quem iria pagar as favas seriam os mais inexperientes e/ou oriundos de Escolas "más".
Eu não tenho medo: estou no meio da profissão, tenho experiencia qb, tenho uma formação de base e continua de qualidade. Nem todos podem dizer o mesmo.


Título: Re: A culpa morre solteira!
Enviado por: Incognitus em 2010-03-06 17:04:20
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Contesto que a vossa opinião não é correcta porque os professores valem efectivamente o que ganham em dinheiro e deveriam ganhar outro tanto em respeito.

Contestares dessa forma não faz sentido, porque a nossa opinião até poderia ser de que deveriam ganhar 10000 euros/mês, SE o mercado os pagasse.

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Contesto que é apenas a vossa opinião porque se o mercado fosse livre talvez acabassemos com uma efectiva valorização dos salários de alguns e não o contrário. Penso realmente que num mercado livre o fosso entre professores antigos e novos seria abissal.  Seria o mercado livre a trabalhar sim. E quem iria pagar as favas seriam os mais inexperientes e/ou oriundos de Escolas "más".

Mas repara, se acreditas realmente nisso, deverias ser a favor de expor ao mercado livre. É claro, alguns posts atrás disseste algo contrário, que o mercado livre "explora os professores".

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Eu não tenho medo: estou no meio da profissão, tenho experiencia qb, tenho uma formação de base e continua de qualidade. Nem todos podem dizer o mesmo.

Como em todas as profissões, claro.


Título: Re: A culpa morre solteira!
Enviado por: smog em 2010-03-06 17:08:18
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Contesto que a vossa opinião não é correcta porque os professores valem efectivamente o que ganham em dinheiro e deveriam ganhar outro tanto em respeito.

Contestares dessa forma não faz sentido, porque a nossa opinião até poderia ser de que deveriam ganhar 10000 euros/mês, SE o mercado os pagasse.

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Contesto que é apenas a vossa opinião porque se o mercado fosse livre talvez acabassemos com uma efectiva valorização dos salários de alguns e não o contrário. Penso realmente que num mercado livre o fosso entre professores antigos e novos seria abissal.  Seria o mercado livre a trabalhar sim. E quem iria pagar as favas seriam os mais inexperientes e/ou oriundos de Escolas "más".

Mas repara, se acreditas realmente nisso, deverias ser a favor de expor ao mercado livre. É claro, alguns posts atrás disseste algo contrário, que o mercado livre "explora os professores".

Eu disse que o mercado livre explora os professores e de facto fá-lo! Os professores novos! Disse o mesmo agora. Não entrei em contradição.

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Eu não tenho medo: estou no meio da profissão, tenho experiencia qb, tenho uma formação de base e continua de qualidade. Nem todos podem dizer o mesmo.

Como em todas as profissões, claro.


Título: Re: A culpa morre solteira!
Enviado por: Incognitus em 2010-03-06 17:11:47
Mas se as pessoas querem pagar substancialmente menos por professores novos, alguma razão terão. Aliás, o mesmo se passará numa série de profissões, onde a falta de experiência será fortemente penalizada.


Título: Re: A culpa morre solteira!
Enviado por: smog em 2010-03-06 17:14:37
Mas se as pessoas querem pagar substancialmente menos por professores novos, alguma razão terão. Aliás, o mesmo se passará numa série de profissões, onde a falta de experiência será fortemente penalizada.
Claro...mas eu acho mal que os jovens sejam tão explorados. É um problema geral da juventude. Actualmente os jovens sofrem mais do que os da minha geração. Por isso há tanto trintão a viver ainda em casa dos pais. :-\


Título: Re: A culpa morre solteira!
Enviado por: Incognitus em 2010-03-06 17:21:09
Repara, algumas das opções sociais tomadas, de protecção dos lugares de quem já está empregado, têm como consequência directa desfavorecer quem ainda não está.

E claro, muitas vezes uma pessoa pode discordar dos preços de equilíbrio atingidos no mercado. Por exemplo eu acho que os Van Goghs, ou o salário do Ronaldo, são absurdos. Porém, se alguém está disposto a pagá-los voluntariamente, então esses valores são justos. Tal como é justo o que os jovens ganham, se é apenas isso que as outras pessoas estão dispostas a pagar.



Título: Re: A culpa morre solteira!
Enviado por: smog em 2010-03-06 17:28:20
Pois eu acho que deve haver regulação do mercado para que a disparidade não seja tão gritante. O Estado tem muitos defeitos mas ainda vai protegendo os mais desfavorecidos. O que se observa é que o privado, até há uns anos, ia imitando o publico e as condições de todos iam melhorando. Desde há uns tempos para cá, as condições do Estado degradaram-se e o privado fez pior.
Se calhar não temos dinheiro para viver melhor, dizem os profectas da desgraça.
Pessoalmente acho que não é isso: acho que os fortes amealham cada vez mais e os fracos são cada vez mais espoliados. Eu nem sou comunista mas acho que desta eles têm razão. O fosso entre ricos e pobres é cada vez maior e analisar isso é complexo.


Título: Re: A culpa morre solteira!
Enviado por: Incognitus em 2010-03-06 17:49:40
Desde que aches que todos têm os mesmos direitos, tudo bem. Só que obviamente se todos puderem proteger o seu rendimento da mesma forma e na mesma proporção, então  acaba tudo igual.

Ou seja, isso só funciona realmente se for injusto - se uns puderem protegr o rendimento, e outros, não.


Título: Re: A culpa morre solteira!
Enviado por: smog em 2010-03-06 18:05:19
 :-\

Existem limites para a injustiça . mas este é o mundo real sim. Acho que como defende o JAM deve existir algum minimo de protecionismo para não acabarmos (os pobres) ao nivel da África!