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« em: 2016-06-08 17:54:20 »
Pergunta difícil...
O mercado das televisões anda estranho nos ultimos 5-6 anos. Houve efectivamente um retrocesso na qualidade da imagem das televisões (na game de preços aceitávies). A ideia que tenho é que neste mercado (e noutros tb, mas neste nota-se particularmente) a qualidade não vende. Vendem specs inuteis, gimnicks e marketing. Compreende-se em certa medida, é um mercado muito competitivo com margens minusculas, a qualidade paga-se e não é fácil de demonstrar, por isso tem que se vender por outro lado.
Historicamente, os plasmas sempre foram reis no que diz respeito à qualidade. No entanto, porque consumiam mais, eram mais caros e tinham fama de ter alguns problemas (alguns reais como retenção), desapareceram, e perdeu-se a referência na qualidade. Os LEDs nunca foram referência porque não conseguem black levels ao nível dos plasmas, logo toda a "base" da imagem é pior.
A ideia era apostar nos OLEDs, que sim, têm uma qualidade fenomenal. O problema é que os OLEDs grandes não evoluiram tão rápido como se esperava, e como isto é um negócio de volume foram caindo players pelo caminho até só restarem a Samsung e a LG (acho, aqui não tenho a certeza, mas estes são os grandes). A Samsung apostou na tecnologia de OLEDs errada para televisões de grandes dimensões, por isso resta a LG, que tem de facto televisões OLED fantásticas mas ainda não conseguiu escalar a produção e portanto são caras...
Paralelamente a isto, acabada a mama da transição para HD, há que continuar a vender e para convencer a malta a comprar tem que se inventar umas coisas novas, úteis ou não. É o caso do 3D, do 4K, das tvs curvas, do HDR (já lá vou), etc. A maioria destas coisas são uma tanga desnecessária.
Posto isto, eu concordo com a maioria do que o eagle já disse. A comprar agora não comprava algo muito caro, ficava-me pelos 1k-1.5k com a perspectiva de esperar para ver o que acontece nos próximos anos. Estamos mesmo numa era de transição e portanto investir muito é capaz de não ser muito recomendável. Por outro lado, estamos numa era de transição há 5 anos...
Recomendações avulsas:
Comprem a maior TV que possam. 55 devia ser o mínimo a menos que estejam muito perto da TV (<2m?)
OLEDs da LG são fantásticos, mas são caros... Custam a justificar.
3D é tanga, tenho desde 2010 e usei umas 2-3 vezes para ver se funcionava. Mas enfim, hoje todas trazem.
4K tanga é. A menos que sejam mesmo cinéfilos, não vão ter fontes para 4K. Talvez isto mude nos próximos anos com a proliferação de Netflixes e afins, mas não é garantido. Mesmo que tenham fontes 4k provavelmente não notam a diferença a 2.5-3m. 4K faz sentido em monitores, em TVs para já não traz grande coisa. Também não faz mal, e aqui coloca-se a mesma questão do 3D: televisões decentes podem já vir com 4K por isso... O ponto é que não faz sentido pagar muito por isto.
HDR, se for a norma que saiu este ano acho que pode fazer sentido (ultra hd premium?). Mas certifiquem-se que é esta a norma, e não um "HDR" qq que a marca anuncia. Isto pode de facto fazer diferença na qualidade de imagem, mas não é liquido (embora seja expectável) que as fontes o suportem futuramente. Depois existe a questão de, dependendo da fonte activa-se o HDR ou não (para estar de acordo com a fonte), e isto é algo que a maioria das pessoas não vai ligar, logo para que é que aquilo serve?
TVs curvas tambémsão um bocado tanga. Só são uteis em condições muito específicas.
Em termos de marcas, não estou muito por dentro, mas a ideia geral que tenho é: LEDs LG são tanga, Panasonic são bons, mas vai sair do mercado, Samsung tem coisas boas caras e tem coisas más a preços igualmente caros, é preciso saber bem o que se está a comprar, Sony tem coisas boas a preços justos dentro da categoria.
Por fim existe outro forum português sobre tecnologia onde estas coisas são discutidas, e onde podem obter mais informação. Não o coloco aqui pq não me parece correcto, embora não façam concorrência directa, mas é conhecido.
Ah, e se não quiserem ter trabalho, vão ao Belmiro, expliquem o que querem e ouçam-nos, pq eles percebem da poda, têm preços bons e (na minha experiência) não tentam somente impingir a marca onde têm mais margem (embora seja normal que isto pese nas recomendações).