Forum Think Finance - Bolsa e Forex
Geral => Off-Topic => Tópico iniciado por: Local em 2012-07-20 13:41:38
-
Dava gosto ouvi-lo a falar de história.
RIP
-
Quanto a mim, simplesmente o maior português do nosso tempo.
-
Bem eu quando tirei a minha profissionalização em serviço tive uma professora que era aluna quando ele era ministro da educação e teve acção dura contra os estudantes, ela dizia que se arrepiava toda quando o ouvia falar. Bem eu gosto dele como comentador mas tem um mau passado.
-
Uma entrevista muito interessante de JHS há meia dúzia de anos:
http://www.seleccoes.pt/sou_um_professor_h%C3%A1_67_anos_que_dou_aulas/ (http://www.seleccoes.pt/sou_um_professor_h%C3%A1_67_anos_que_dou_aulas/)
-
Bem eu quando tirei a minha profissionalização em serviço tive uma professora que era aluna quando ele era ministro da educação e teve acção dura contra os estudantes, ela dizia que se arrepiava toda quando o ouvia falar. Bem eu gosto dele como comentador mas tem um mau passado.
É impossível agradar a todos... Acerca de quem tiver feito coisas importantes na vida - haverá sempre muita gente a considerar ter-se um mau passado...
Até quem não fizer nada de especial consegue arranjar inimigos... às vezes pelas razões mais absurdas e mais fúteis...
É evidente que um homem que foi um grande historiador e que foi um político importante e que apareceu milhares de vezes na televisão (consta que, ao todo, terá feito cerca de 1500 programas televisivos para a RTP, desde 1971 até 2011...), entre diversas outras actividades, terá forçosamente arranjado numerosos detractores e inimigos ao longo de mais de 90 anos de vida...
-
Encontrei isto para as novas gerações.
Crise Académica de1969_1ª Parte (http://www.youtube.com/watch?v=8fE8ZuCwCf0#)
-
Esta está melhor.
1969 Crise Estudantil Coimbra (http://www.youtube.com/watch?v=Wz1PzZp2gUE#)
-
Esta está melhor.
1969 Crise Estudantil Coimbra ([url]http://www.youtube.com/watch?v=Wz1PzZp2gUE#[/url])
Não parece ser a voz dele, nem parece que o que ele estava a dizer corresponda àquilo que nós podemos ouvir neste vídeo...
-
Dava gosto ouvi-lo a falar de história.
RIP
O meu filho mais novo ( 13 anos) ficou muito triste quando ouviu a noticia. Ele adorava os programas dele ( estavam a se repostos na RTP memoria ou RTP 2), pois ele adorava os pormenores ( alguns pitorescos) que ele introduzia nos documentários.
Paz á sua alma.
Abraço
-
Para saber qual a posição dele relativamente ao período das revoltas estudantis nada como ler a posição dele, para se ter uma visão contrária à aqui referida.
Penso que foi o expresso que há uns anos criou uma autobiografia dele por fascículos.
-
era um bom contador de histórias e conseguir cativar o interesse nacional pela história de Portugal e por isso tenho pena que tenha morrido. Mas não era historiador, uma vez que o que contava raramente correspondia à verdade e ele sabia-o.
O facto dele ter-se mantido como ministro da educação até 1970 indica que não estava em desacordo com a política dura contra os estudantes em 1969.
A morte dele não deve ser utilizada para o endeusar mas tb não pode ser utilizada para branquear as atitudes que ele teve como ministro da educação...
-
Bem, não tento branquear nada, só referi que deveriam ler também a posição dele.
Do que me lembro que li é que, enquanto ele era ministro das finanças, estava a negociar com os estudantes mas que por uma razão que eu já não me lembro a coisa descambou.
Ele também referia que as histórias que contava nos programas eram transmitidas pelos responsáveis locais, por exemplo quando ía a uma cidade histórica aquelas lendas que ele contava eram-lhe transmitidas pelos responsáveis pela "parte histórica" da região (historiadores locais, responsáveis por património histórico, etc.).
O James é que poderia dar a sua opinião avalizada. ;)
-
a posição dele pode ser lida aqui...
http://expresso.sapo.pt/morreu-jose-hermano-saraiva=f741053 (http://expresso.sapo.pt/morreu-jose-hermano-saraiva=f741053)
-
Hoje ao saber da sua morte,o passado voltou!
Tinha sido expulso em 1962 da faculdade de Direito,seguiu-se a guerra na Guine,e em 1969 trabalhava na banca,e voltara para a faculdade,para a noite estudar,como voluntario.
Conheci o professor na cantina universitaria,durante a crise academica de 69.Olhava para ele,como o representante do fascismo,o ministro de Salazar,e logo na educacao,Ja conhecia o seu irmao Antonio,comunista na altura,dois anos mais velho que o professor,dois filhos do mesmo pai,ambos cultos,ambos estoriadores,um fascista,outro comunista.
Perdi-o de vista,encontrei-o nas cronicas semanais da rtp,e fui criando admiracao por ele,nao via ja nele um Salasarista,via nele um homem culto,um grande comunicador,um grande historiador!
O irmao Antonio Jose Saraiva,tinha sido expulso por rebeldia em 1960.Encontrei-o em Paris no Maio de 1968,em plena crise Academica,de braco dado com CunhaL.
Estavamos em 2000.Era a inauguracao do aeroporto do Funchal.No jantar de inauguracao,no palacio de S.Lourenco,tive a sorte de encontrar o presidente da republica,o meu grande amigo JORGE SAMPAIO,com quem tinha feito a greve academica de 62,e na mesa estava o professor Saraiva.
A conversa durou a noite toda e prolongou-se no almoco no dia seguinte,no hotel Reid,s.
Licao da minha vida,o Antonio deixou de ser comunista,e o Jose,passou a ser para mim uma referencia.
Nao sao as pessoas que mudam a vida,e a vida,os seus ensinamentos,que fazem as pessoas serem diferentes!
james
-
Hoje ao saber da sua morte,o passado voltou!
Tinha sido expulso em 1962 da faculdade de Direito,seguiu-se a guerra na Guine,e em 1969 trabalhava na banca,e voltara para a faculdade,para a noite estudar,como voluntario.
Conheci o professor na cantina universitaria,durante a crise academica de 69.Olhava para ele,como o representante do fascismo,o ministro de Salazar,e logo na educacao,Ja conhecia o seu irmao Antonio,comunista na altura,dois anos mais velho que o professor,dois filhos do mesmo pai,ambos cultos,ambos estoriadores,um fascista,outro comunista.
Perdi-o de vista,encontrei-o nas cronicas semanais da rtp,e fui criando admiracao por ele,nao via ja nele um Salasarista,via nele um homem culto,um grande comunicador,um grande historiador!
O irmao Antonio Jose Saraiva,tinha sido expulso por rebeldia em 1960.Encontrei-o em Paris no Maio de 1968,em plena crise Academica,de braco dado com CunhaL.
Estavamos em 2000.Era a inauguracao do aeroporto do Funchal.No jantar de inauguracao,no palacio de S.Lourenco,tive a sorte de encontrar o presidente da republica,o meu grande amigo JORGE SAMPAIO,com quem tinha feito a greve academica de 62,e na mesa estava o professor Saraiva.
A conversa durou a noite toda e prolongou-se no almoco no dia seguinte,no hotel Reid,s.
Licao da minha vida,o Antonio deixou de ser comunista,e o Jose,passou a ser para mim uma referencia.
Nao sao as pessoas que mudam a vida,e a vida,os seus ensinamentos,que fazem as pessoas serem diferentes!
james
Mas ele como ministro da educação marcou muitos estudantes e eu até gostava dele mas quando tive no algarve tive muita influência da esquerda e tive a sorte de ter uma professora que me falou na sua governação como ministro da educação, é evidente contra ventos e tempestades o homem leva a sua vida em frente e é admirar o prof Doutor José Armando Saraiva após o 25 abril contra ventos e tempestades soube rumar a sua vida em frente sem ter que emigrar.
-
também gostava dos programas dele.
Acho que era um homem que tinha um pouco de D. quixote. As leituras da juventude devem-no ter feito interiorizar de modo tão intenso as noções de pátria e grandeza de portugal que para ele isso era algo de real e não conceitos teóricos ou palavras. Como homem de letras para quem muitas vezes as palavras tem mais força que as ideias deve ter dado um valor maior à retórico patriótica do fascismo do que á observação da sua prática governativa.
Nele transpareciam o orgulho de ser português bem como a coerência e a lealdade com o passado e as ideias de sempre, coisa que parecia também admirar nos outros. Lembro de numa entrevista na TV fazer de certa forma o elogio de Cunhal ao vincar na vida deste último um empenho sem transigências na luta pelos ideais em que acreditava, em que terminou dizendo (não serão as palavras exactas mas era este o sentido) "... coisa muito mais admirável do que a atitude de ministros do antigo regime que depois de fugir logo regressaram com uma casaca nova", que eu interpretei como dirigida ao Veiga Simão.
-
«era um bom contador de histórias e conseguir cativar o interesse nacional pela história de Portugal e por isso tenho pena que tenha morrido. Mas não era historiador, uma vez que o que contava raramente correspondia à verdade e ele sabia-o.»
Acerca do que se passou há mil anos, parece-me que ninguém pode saber ao certo o que se passou, na larga maioria dos casos (e o JHS não o escondia)... De qualquer forma, o Prof. JHS sempre procurou ser rigoroso e lógico, e sempre defendeu as suas ideias, muitas vezes originais (daí ele não ser apenas um comunicador ou um divulgador da História, como os seus numerosos detractores costumam dizer...) com grande convicção e com excelentes argumentos e documentos históricos, se possível da época em questão.
É claro que muitos dos historiadores portugueses costumam criticá-lo muito e desvalorizar as suas opiniões, talvez por ele, sem ser um historiador estritamente profissional, ser, de muito longe, o historiador português mais conhecido e com mais êxito da actualidade e talvez de sempre... e só muito dificilmente será alguma vez ultrapassado na sua importância e projecção nacional e mundial...
-
Mais uma entrevista muito interessante do Prof. José Hermano Saraiva:
http://downloads.expresso.pt/expressoonline/PDF/JoseHermanoSaraivaentrevista200712.pdf (http://downloads.expresso.pt/expressoonline/PDF/JoseHermanoSaraivaentrevista200712.pdf)
-
:D
É próprio dos grandes Homens serem de algum modo também contestados é devido á sua personalidade, o Professor Hermano Saraiva deu a conhecer a história de Portugal comum gosto que não deixa ninguém indiferente. Não vai ser esquecido.
Outra perspectiva.
José Adelino Maltez
Poucos irão referir certa bibliografia jurídica de José Hermano Saraiva. Mas é indispensável a releitura de "Introdução ao EStudo do Direito", Lisboa, ISCSPU, 1963, bem como "Apostilha Crítica ao Projecto de Código Civil", Lisboa, Ordem dos Advogados, 1966. Só depois é que se consagrou como historiador, mas as usa spáginas são do mais brilhante do que pode ser registado na história do direito português. Tive a honra, décadas depois, de ser seu sucessor como docente e, contra o que era a directoria, registei-o, sem amnésia.
-
Johannes Brahms: Requiem
Johannes Brahms: Requiem (http://www.youtube.com/watch?v=MAnUk6MxXQ0#)
-
duma entrevista aqui metida:
"O dever do historiador é tentar chegar à verdade?
Não há verdade em História.
-
Penso que foi o expresso que há uns anos criou uma autobiografia dele por fascículos.
Se estamos a pensar no mesmo, foi o Sol que publicou. O director do jornal é o sobrinho.
-
Tens razão foi publicado pelo Sol. Eu fiquei com um dos livros em falta.
-
Recordando o Prof. JHS:
Sessão Comemorativa do Centenário de José Hermano Saraiva - Presidência da República
3074 visualizações 21/05/2020
Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa
02 de dezembro de 2019
Créditos: © Ricardo Coutinho/Presidência da República
https://www.youtube.com/watch?v=kjFB146cFY0 (https://www.youtube.com/watch?v=kjFB146cFY0)