Olá, Visitante. Por favor entre ou registe-se se ainda não for membro.

Entrar com nome de utilizador, password e duração da sessão
 

Mostrar Mensagens

Esta secção permite-lhe ver todas as mensagens colocadas por este membro. De realçar que apenas pode ver as mensagens colocadas em zonas em que você tem acesso.


Mensagens - Lark

Páginas: [1] 2 3 ... 232
1
Comunidade de Traders / Re: Grécia - Tópico principal
« em: 2016-01-10 15:30:38 »
muito interessante; deixei de escrever sobres estes temas, mas um artigo destes merece pelo menos uma transcrição.

Greece’s Two Currencies

ATHENS – Imagine a depositor in the US state of Arizona being permitted to withdraw only small amounts of cash weekly and facing restrictions on how much money he or she could wire to a bank account in California. Such capital controls, if they ever came about, would spell the end of the dollar as a single currency, because such constraints are utterly incompatible with a monetary union.

Greece today (and Cyprus before it) offers a case study of how capital controls bifurcate a currency and distort business incentives. The process is straightforward. Once euro deposits are imprisoned within a national banking system, the currency essentially splits in two: bank euros (BE) and paper, or free, euros (FE). Suddenly, an informal exchange rate between the two currencies emerges.

Consider a Greek depositor keen to convert a large sum of BE into FE (say, to pay for medical expenses abroad, or to repay a company debt to a non-Greek entity). Assuming such depositors find FE holders willing to purchase their BE, a substantial BE-FE exchange rate emerges, varying with the size of the transaction, BE holders’ relative impatience, and the expected duration of capital controls.

On August 18, 2015, a few weeks after pulling the plug from Greece’s banks (thus making capital controls inevitable), the European Central Bank and its Greek branch, the Bank of Greece, actually formalized a dual-currency currency regime. A government decree stated that “Transfer of the early, partial, or total prepayment of a loan in a credit institution is prohibited, excluding repayment by cash or remittance from abroad.”

The eurozone authorities thus permitted Greek banks to deny their customers the right to repay loans or mortgages in BE, thereby boosting the effective BE-FE exchange rate. And, by continuing to allow payments of tax arrears to be made in BE, while prescribing FE as a separate, harder currency uniquely able to extinguish commercial bank debt,

Europe’s authorities acknowledged that Greece now has two euros.

The real effects of the dual-currency regime on Greece’s economy and society can be gleaned only from the pernicious interaction between the capital controls and the “reforms” (essentially tax hikes, pension reductions, and other contractionary measures) imposed on the country by the eurozone authorities. Consider the following beguiling example.

Greece’s companies fall roughly into two categories. In one category are a large number of small firms asphyxiating under the tax office’s demand that they pay in advance, and immediately, 100% of next year’s corporate tax (as estimated by the tax authorities). The second group comprises listed companies whose depressed turnover jeopardizes their already diminished share value and their standing with banks, suppliers, and potential customers (all of which are reluctant to sign long-term contracts with an underperforming company).

The coexistence, in the same depressed economy, of these two types of businesses gives rise to unexpected opportunities for shadowy trades without which countless businesses might close their doors permanently. One widespread practice involves two such firms, say, Micro (a small family firm facing a large advance tax payment) and Macro (a publicly traded limited liability company that needs to demonstrate higher turnover than it has).

Macro agrees to issue invoices for (non-existent) goods or services rendered to Micro, up to, say, €20,000 ($22,000). Micro agrees to pay €24,600 into Macro’s bank account (the price plus 23% value-added tax) on the understanding that Macro will reimburse the €20,000 to Micro. This way, at a cost of €4,600, Micro reduces its taxable revenue by €24,600, while Macro boosts its turnover figure by €20,000.

Alas, due to capital controls, Macro cannot reimburse Micro in FE, nor can it wire €20,000 to Micro’s BE bank account (lest they be found out by the authorities). So, to seal the deal, Micro and Macro approach a cash-rich vendor. This is usually a gas-station owner who is flush with cash at the end of each day and who, for security reasons and in order to pay for his fuel supplies, is obliged to deposit his cash daily at his bank, turning valuable FEs into less valuable BEs.

The mutually beneficial deal is completed when Macro wires €20,000 in BE to the gas-station owner, who then hands over a smaller sum of FE (cash) to Micro’s owner, pocketing the difference.

The fact that this informal deal benefits all sides exposes the terrible inefficiency of current fiscal policy (namely, punitive business taxes) and how capital controls magnify it. The state collects additional VAT from Micro (at a loss of corporate taxes that Micro cannot pay anyway); Macro enjoys the benefits of seemingly higher turnover; and the gas-station owner reduces his losses from converting FE into BE.

The downside is that economic activity is overstated and, more important, that reform becomes even harder as entrepreneurs internalize the necessity to find new, creative ways of bending the rules.

The sole purpose of the capital controls imposed on Greece last summer was to force the country’s rebellious government to capitulate to the eurozone’s failed policies. But an unintended consequence was the formalization of two parallel (euro-denominated) currencies. Combined with the punitive taxation caused by Europe’s refusal to recognize the unsustainability of Greek public debt, the dual-currency regime produces unforeseen incentives for informal transactions in a country that desperately needs to defeat informality.

The reality of Greece’s two currencies is the most vivid demonstration yet of the fragmentation of Europe’s monetary “union.” In comparison, Arizona has never looked so good.

yv/project syndicate

2
Comunidade de Traders / Re: Portugal falido
« em: 2016-01-09 13:39:27 »
Lark, descansa-me só um pouco, a tua separação não está relacionada com o sair do armário tardio, pois não?

LOL
agora fizeste-me rir...até me vieram as lágrimas aos olhos.
acho que podes estar descansado. É pouco provável vir a mudar de orientação sexual até ao fim do ano.

por falar nisso:

recapitulando: 3% em cada trimestre. falha um trimestre, tu ganhas.
quando é que se sabem os resultados do 4º trimestre, habitualmente?

L

Não. São 3% por ano de legislatura ou se quiseres 12% de crescimento no fim da legislatura.

Lark, tens que começar a mentalizar que o passeio de mão dada vai ser praticamente impossível. Se não entrar-mos em recessão vai ser um bom resultado.

Os mercados estão a um pequeno passo de entrar num ciclo bear, que pode ter maior ou menor impacto na economia. A falta de um mínimo de coerência nas opções políticas/económicas/financeiras, faz aumentar a desconfiança. Isto vai ser um cocktail que vai fazer falhar as previsões.

Ouvi falar maravilhas do gabinete do Centeno, mas pessoas boas e inteligentes não são sinónimo de tomarem as melhores decisões.

desculpa. estava a pensar anos e a escrever trimestres.
eu depois vou detalhando porque acho que vai acontecer.
e aconteceria de qualquer forma com o centeno ou com a albuquerque.
a única diferença é que os benefícios do crescimento irão tendencialmente (e relativamente) mais para os que têm menos com o centeno do que com a albuquerque.

L

3
Comunidade de Traders / Re: Portugal falido
« em: 2016-01-08 22:16:45 »
Lark, descansa-me só um pouco, a tua separação não está relacionada com o sair do armário tardio, pois não?

LOL
agora fizeste-me rir...até me vieram as lágrimas aos olhos.
acho que podes estar descansado. É pouco provável vir a mudar de orientação sexual até ao fim do ano.

por falar nisso:

recapitulando: 3% em cada trimestre. falha um trimestre, tu ganhas.
quando é que se sabem os resultados do 4º trimestre, habitualmente?

L


4
Comunidade de Traders / Re: Portugal falido
« em: 2016-01-08 21:37:11 »
Este gif é fantástico, já começo acreditar em tudo o que o governo PS diz... ??? ???

não te esqueças: praia. mãos dadas. correr.
pode parecer mas não é uma alucinação provocada pelo ácido...

L

5
Comunidade de Traders / Re: Zark Solo
« em: 2016-01-08 20:33:05 »
Caro Dilath,

Fala com o teu master, e diz-lhe que tem que fazer pausa no dia 23, sábado, para vir almoçar a Aveiro.
Eu próprio me encarrego de pagar-lhe o almoço, para não lhe dar conta do orçamento.

Mais info no off-topic.

Dilath, como está isto?

you got mail

L

6
mas claramente tanto o PS como o PSD são social-democratas. Ambos defendem uma economia capitalista com medidas de protecção social e redistribuição.

também os partidos democratas-cristãos.
bom, mas não me vou alongar nestes temas ...
o zark começa a sua odisseia no dia 22 e tem que estar focado.

mas vão sentir-me a falta...(not)

L

7
Se achas que isto é uma definição só minha, saí por essa net fora a corrigir todas as definições de soclalismo e social-democracia. Ainda são muitos, os desinformados.

socialismo europeu, não marxista e social democracia é a mesma coisa. Também isso já foi aqui explicado fartamente.
mas lá está... se de ti para ti entendes que não é, estás à vontade.
só que entenderes uma coisa de ti para ti não a torna na realidade que nos rodeia.

L

Como tu não és também o determinante da verdade, e como a definição enquadra perfeitamente o PSD, aconselho-te a não responderes mais uma vez que seja a implicar que os outros estão menos ou mais certos que tu, a menos que PROVES que a DEFINIÇÃO não enquadra o PSD.

----------

Lark, a tua resistência a factos não vai ser permitida nem aqui, nem noutro tópico qualquer. A definição é clara e não exclui -- pelo contrário, inclui amplamente, o PSD.

mas qual definição? qual é a fonte da definição que deixaste acima?
a resistência a factos é a resistência ao que tu consideras factos?
estás muito sensível hoje.
não fazia ideia que isto fosse um assunto tão delicado. sinceramente.

L

PS: e já agora debater debaixo da ameaça constante do banimento, se a minha opinião for diferente da tua é um bocado difícil, tens que convir.
achas que se eu tivesse um forum meu, alguma vez te baniria? ou sequer te ameaçava de tal?
sabes bem que não.
e isso define muito bem as posições de cada um de nós em relação ao liberalismo.

8
não percebo porque é que isto é um assunto tão delicado.
estou surpreendido.

L

9
"Há um desfasamento sistemático entre o PSD e a social-democracia"


O PSD, que celebra esta terça-feira 40 anos de existência, utiliza "a etiqueta" da social-democracia, mas representa, desde a fundação, um conjunto de críticas liberalizantes ao Estado democrático fundado depois do 25 de Abril, defende José Neves, professor do Departamento de História da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa.

O especialista na história das ideias políticas, para quem não pode dissociar-se a crise da social-democracia à crise do movimento comunista, não tem dúvidas: Eduard Bernstein não se reveria nas políticas de Passos Coelho.

Ainda há social-democracia na Europa e em Portugal?

Há, enquanto tradição política. As tradições políticas não permanecem imóveis. Havendo quem se reclame de uma tradição social-democrata (um lugar que é mais fácil identificar por exclusão de partes: não é da esquerda crítica do sistema capitalista em geral, nem de uma direita que celebra entusiasticamente a existência de um sistema capitalista), podemos ver esse espaço como o espaço que sobre entra as duas correntes. O que aconteceu foi que boa parte do impulso reformista, de recurso às transformações sociais promovidas por políticas activas do Estado, foi sendo, senão abandonada, pelo menos tornando-se menos relevante na história dos partidos que se podiam reclamar da tradição social-democrata, os partidos do centro e centro-esquerda, no espaço europeu.

Tudo terá começado com Tony Blair…
O exemplo mais eloquente desse abandono terá sido o período de governação do New Labour, com Tony Blair, no contexto inglês. Mas a crise da social-democracia tem de ser pensada na relação com a crise do movimento comunista ou das ideologias comunistas. Há um momento – finais dos anos 80, início dos anos 90 – em que, aparentemente, os projectos políticos que se reclamavam de uma tradição crítica do capitalismo – seja essa crítica mais radical ou mais reformista – sofrem uma crise muito significativa, e a social-democracia que consegue sobreviver a essa crise é uma social-democracia que, em certa medida, para continuar a ser o que era é como se, em parte, deixasse de o ser. Por isso, temos uma aproximação entre uma tradição social-democrata e uma tradição liberal, uma aproximação entre o centro-esquerda e o centro-direita, que os torna progressivamente indiferentes.

E temos social-democracia com o PSD?
O facto de o PSD ter essa designação de “social-democrata” é, de algum modo, fruto de um contexto muito específico, que é o contexto revolucionário português de 74 e 75. Se olharmos para os outros contextos europeus, os partidos que se reclamam de uma tradição político-ideológica social-democrata são partidos que reconhecemos mais numa esfera de centro-esquerda e menos numa esfera próxima do centro-direita. No caso do PSD, a designação do partido remete para um pouco mais à esquerda do que o seu percurso. Há aqui um desencontro.

Num plano teórico, pelo menos, as origens do PSD não “bebem” da social-democracia?
Os autores que podemos identificar como os responsáveis pela criação de um corpo doutrinário e político de propostas de índole social-democrata estão mais próximos da esquerda portuguesa – do Partido Socialista e, até, de uma esquerda mais à esquerda do PS – do que o PSD, o que não quer dizer, como mostra a história do PSD, que no interior do partido não haja quem se reclame de uma ideia social-democrata. A tradição social-democrata enquanto corpo de ideias políticas esteve, de início, fortemente associada ao movimento operário ou a importantes componentes deste movimento, o que não é, de todo, o caso da fundação do PSD.
 

A prática não comprova a teoria.
Nos outros países, os herdeiros da tradição política social-democrata são os partidos do centro-esquerda e o PSD foi, desde o início, um partido do centro-direita no sistema político português. O PSD é o partido que melhor integra os sectores da Ala Liberal do antigo regime. Funda-se e apresenta-se, na cena política revolucionária de 74, como um partido situado no movimento social-democrata, utiliza essa etiqueta, mas é um partido que, desde o início, representa um conjunto de críticas liberalizantes ao Estado democrático que é fundado depois do 25 de Abril. Isto não retira significado aos debates internos no PSD, em que alguns sectores, frequentemente, se reclamam de uma tradição social-democrata, que seria, supostamente, a mais pura, para fazer a crítica de outros sectores do partido.

Quer isso dizer que Bernstein não se reveria nas políticas de Passos Coelho ou de Tony Blair ou de François Hollande.
Nas de Passos Coelho seguramente que não. Desde logo, pelo contexto português. Nós chamamos “Partido Social-Democrata” ao partido que, em Portugal, correspondeu, de forma mais efectiva, a uma proposta política de liberalização do funcionamento de economia. É um partido que está mais próximo daquilo que em Espanha, em França ou na Alemanha são os partidos que combateram a social-democracia. Seguramente que a herança “bernsteiniana” ou reformista que nos remete para a própria história da social-democracia não se faz sentir, de todo, no contexto actual do PSD e mesmo no contexto dos anos 90 ou 80, pese embora o facto de, no seu interior, existir um conjunto de discussões entre versões supostamente mais corrosivas da identidade do partido – que serão a dos sectores mais liberais - e as de outros sectores que se reclamam mais de uma ideia social-democrata, que têm um discurso que encontramos hoje, em parte, numa figura como José Pacheco Pereira. Também vimos esse discurso durante alguns períodos dos anos 90 associado àquilo a que se chamava o “cavaquismo”. De qualquer modo, mesmo aquilo que podemos identificar como traços do “cavaquismo” próximos da uma ideia de social-democracia não nos permitem esquecer que há um desfasamento sistemático entre o nome do PSD e a história da social-democracia enquanto ideia política mais global.

Mas o que é, afinal, a social-democracia?
Podemos falar da social-democracia como uma tradição política internacional, o que não impede que haja uma história nacional em cada caso, com as suas especificidades. A história da social-democracia é facilmente conotada com a história alemã e, concretamente, com a do movimento operário alemão, com um conjunto de debates que se desenvolvem naquilo a que se chamou a II Internacional, que vai dar origem a uma separação entre as correntes de pendor mais reformista (as da social-democracia) e outras que se vão reclamar da tradição comunista. Inicialmente, a social-democracia visa a reforma social e da economia, a transformação da sociedade num sentido progressista. É uma tradição que aponta para valores ou ideias – que hoje também podem ser vistos como chavões – como a igualdade ou a solidariedade, com forte ligação ao movimento operário. Uma separação de águas leva, por um lado, a uma corrente que entende que a transformação da sociedade deve tomar uma via mais reformista, que vem a ser a da social-democracia, e a outra via mais revolucionária. A partir da segunda metade do século XX, a tradição social-democrata ficará muito conotada, de uma forma que, porventura, suscita alguns equívocos, com um conjunto de transformações que leva àquilo a que normalmente chamamos um “estado de bem-estar”, no pós-II Guerra Mundial.

Não seria lógico pensar que a actual crise abrisse espaço a um ressurgimento das ideias social-democratas?
Nos últimos quatro, cinco anos, com a crise, alguma coisa poderia ter sido alterada a esse nível, mas mesmo quem tinha, de alguma forma, apontado nesse sentido não o fez. Olhe-se os recentes acontecimentos em França, onde François Hollande era visto como alguém que poderia promover um regresso a uma tradição mais reformista, que se contraporia às políticas mais liberais da Alemanha de Merkel. Agora, chega ao governo a ala mais à direita do PS francês, com Manuel Valls, o que vem confirmar aquilo a que vamos assistindo há 30 anos: uma crescente diluição da social-democracia e da tradição liberal à direita, numa espécie de uma mesma entidade político-ideológica, com partidos diferentes, mas que se identificam entre si mais do que alguma vez tinha acontecido na História.

E essa tendência para a diluição poderá alterar-se, um dia?
O problema é interessante. Nos últimos quatro, cinco anos, no contexto da crise económica e financeira que se vive, houve um momento de descrédito significativo das propostas políticas liberais e neoliberais e, nesse momento, houve uma certa recuperação e retoma de alguns tópicos e bandeiras que podemos associar a uma tradição social-democrata ou reformista, como a necessidade do combate às desigualdades, a necessidade de uma maior solidariedade e a necessidade de uma intervenção maior do Estado para esse combate e para se tornar numa alavanca do desenvolvimento económico.
 
Esse discurso teve uma oportunidade para fazer o seu caminho, o caminho que o levasse a ocupar o espaço de hegemonia liberal ou neoliberal que se foi construindo desde os anos 90. Contudo, esse espaço acabou, de alguma maneira, por não ser ocupado e, após uma primeira reacção de alguns Estados, que parecia apontar para uma resposta à crise que passaria por uma recuperação do Estado enquanto elemento de intervenção na sociedade, o que passamos a assistir foi a um crescimento das medidas de austeridade. Após um primeiro momento – que, no caso português ainda apanha o Governo Sócrates –, em que parece existir uma espécie de rebate de consciência nos partidos europeus de centro-esquerda, o que hoje vemos é um consenso relativamente instalado, uma aceitação das políticas de austeridade e dos princípios fundamentais através dos quais as políticas neoliberais se propõem resolver a crise.


É comum dizer-se que as ideologias podem passar por crises, mas não morrem, nunca acabam. A social-democracia pode ressurgir?
Parece-me muito difícil, no contexto europeu, pensar numa retoma de uma proposta reformista ou social-democrata, atendendo ao facto de estarmos a falar de espaços em que se perdeu a soberania política sobre as relações económicas. Seria possível verificar-se uma recuperação da tradição social-democrata, através de propostas que constituíssem uma espécie de europeísmo social-democrata? Talvez, a essa escala, talvez. À escala nacional, não, as dificuldades são muito significativas, embora possamos identificar em alguns sectores conotados com a esquerda mais radical – por exemplo, com o Partido Comunista Português – propostas que visam conferir ao Estado um conjunto de instrumentos de intervenção na sociedade que, de alguma forma, são fiéis a uma certa tradição social-democrata. Contudo, a adopção destas propostas implicaria uma desconexão entre o Estado português e o espaço europeu e, assim, a hipótese de uma reactivação de uma tradição reformista e social-democrata está, antes de tudo, dependente disto: ou falamos de um europeísmo social-democrata, que os partidos como o Partido Socialista e os seus partidos primos ou irmãos poderiam adoptar, e, aí, talvez, ou, então, falamos de uma social-democracia no sentido mais socialista do termo, que passa por propostas de teor mais patriótico, como algumas que podemos identificar no PCP.

Estamos a falar de Portugal e da Europa. Fora deste espaço, o quadro é diferente?
Podemos identificar, fora da Europa, que há uma “tradição social-democrata em curso”. Falo da América do Sul, da América Latina nos últimos dez anos. Se olharmos para o que passa em países como a Argentina e o Brasil; se olharmos, num sentido diferente, para o que se passa no Equador ou na Bolívia; e, num sentido ainda mais diferente, para o caso da Venezuela, vemos uma utilização do Estado enquanto instrumento de combate às desigualdades e enquanto promotor de um desenvolvimento económico nacional que faz alguma justiça a algumas das ideias da tradição social-democrata. Se estamos à procura de uma tradição social-democrata hoje, será mais fácil encontrá-la nas experiências políticas que se desenvolvem na América do Sul, com toda a sua complexidade, do que no espaço europeu.

RR

10
já agora, para que conste, o CDS também pertence ao PPE. o que faz sentido. é praticamente indistinguível do PSD.

L

11
Se achas que isto é uma definição só minha, saí por essa net fora a corrigir todas as definições de soclalismo e social-democracia. Ainda são muitos, os desinformados.

socialismo europeu, não marxista e social democracia é a mesma coisa. Também isso já foi aqui explicado fartamente.
mas lá está... se de ti para ti entendes que não é, estás à vontade.
só que entenderes uma coisa de ti para ti não a torna na realidade que nos rodeia.

L

12
O nome original do PSD - PPD - era o nome adequado.
O PSD não pertence à família social-democrata. Nunca pertenceu.
É reconhecidamente um partido de centro-direita e não percebo porque é que isso não é aceite calmamente quando eles próprios aceitam isso.

Quem quiser costumizar o seu próprio espectro político esteja à vontade, mas não espere que a realidade mude pela sua própria volição.
E não tente enfiar a carapuça pela cabeça abaixo dos menos informados.

L

13
os socialistas -- que no fundo são tão social democratas quanto o PSD


O PSD não é social-democrata.
Milita no PPE, que é uma internacional de centro-direita. Tal como o PSD.

PPE

Porque é que é necessários escrever isto tantas vezes.
Que me lembre já é a quarta vez que rectifico o facto de o PSD ser social-democrata.

Tal como a linguagem, queres ter uma visão costumizada do espectro político? Só tua?

L

14
Não fosse a influência comunista

em que é que notas a influência comunista em termos de legislação e governação?

L

16
o único link que deixaste foi este: http://www.skepticalscience.com/co2-lags-temperature.htm
como tu estavas a falar de previsões de temperaturas, estava à espera de algo que descrevesse a evolução real das temperaturas terrestres de 1990 para cá.

L

17

já agora queres deixar o link para essa previsões que clamas terem falhado?

L


As de 1990 são as do AR1 do IPCC. São as primeiras oficiais. O link está no tópico.

https://www.ipcc.ch/ipccreports/far/wg_I/ipcc_far_wg_I_full_report.pdf


confrontaste estes dados com? (link)

L

Relê o tópico, está para trás. Vê-se que ignoraste. Debater usando dados que dão trabalho a colectar, para depois alguém os ignorar quando julga participar nesse debate é uma coisa triste. Não vou obviamente repetir as comparações, o tópico é pequeno, e tem muita coisa interessante.

desculpa, tens razão.
ainda por cima é um tópico pequeno.

o pecado da preguiça....

L

18

já agora queres deixar o link para essa previsões que clamas terem falhado?

L


As de 1990 são as do AR1 do IPCC. São as primeiras oficiais. O link está no tópico.

https://www.ipcc.ch/ipccreports/far/wg_I/ipcc_far_wg_I_full_report.pdf


confrontaste estes dados com? (link)

L

19
Mas "ciência", aqui, é o que eu digo. Não essas balelas anti-ciência do Krugman que nem deve saber bem o que está em causa e já defende ferozmente toda a coisa.

porque é que achas que tens mais competência que o Krugman para falar de alterações climáticas?

L

20
Hope From Paris

Did the Paris climate accord save civilization? Maybe. That may not sound like a ringing endorsement, but it’s actually the best climate news we’ve had in a very long time. This agreement could still follow the path of the 1997 Kyoto Protocol, which seemed like a big deal but ended up being completely ineffectual. But there have been important changes in the world since then, which may finally have created the preconditions for action on global warming before it’s too late.

Until very recently there were two huge roadblocks in the way of any kind of global deal on climate: China’s soaring consumption of coal, and the implacable opposition of America’s Republican Party. The first seemed to mean that global greenhouse emissions would rise inexorably no matter what wealthy countries did, while the second meant that the biggest of those wealthy countries was unable to make credible promises, and hence unable to lead.

But there have been important changes on both fronts.

On one side, there is a visible shift in Chinese attitudes — or at any rate, a shift that would be visible if the smog weren’t so thick. Seriously, China faces a huge air quality crisis, brought on largely by coal-burning, which makes it far more willing to wean itself from the worst form of fossil fuel consumption. And China’s economic growth — real income per capita has quadrupled since 1997 — also means that it has a rapidly growing middle class that demands a higher quality of life, including air that’s relatively safe to breathe.

So China is playing a very different role now than it did in the past. One indicator: some of the usual suspects on the right have suddenly changed their line. They used to argue that U.S. emission limits would be useless, because China would just keep polluting; now they’re starting to argue that U.S. action isn’t necessary, because China will cut coal consumption whatever we do.

Which brings us to the U.S. Republican attitudes haven’t changed, except for the worse: the G.O.P. is spiraling ever deeper into a black hole of denial and anti-science conspiracy theorizing. The game-changing news is that this may not matter as much as we thought.

It’s true that America can’t take broad-based action on climate without new legislation, and that won’t happen as long as Republicans retain a lock on the House. But President Obama has moved to limit emissions from power plants — a big part of the solution we need — through executive action. And this move has already had the effect of restoring U.S. climate credibility abroad, letting Mr. Obama take a leading role in Paris.

Still, what reason is there to believe that the accord will really change the world’s trajectory? Nations have agreed both to emission targets and to regular review of their success or failure in meeting those targets; but there are no penalties other than censure for countries that fail to deliver.

And achieving those emission targets would definitely hurt some powerful special interests, since it would mean leaving most of the world’s remaining fossil fuels in the ground, never to be burned. So what will stop the fossil fuel industry from buying enough politicians to turn the accord into a dead letter?

The answer, I’d suggest, is that new technology has fundamentally changed the rules.

Many people still seem to believe that renewable energy is hippie-dippy stuff, not a serious part of our future. Either that, or they have bought into propaganda that portrays it as some kind of liberal boondoggle (Solyndra! Benghazi! Death panels!) The reality, however, is that costs of solar and wind power have fallen dramatically, to the point where they are close to competitive with fossil fuels even without special incentives — and progress on energy storage has made their prospects even better. Renewable energy has also become a big employer, much bigger these days than the coal industry.

This energy revolution has two big implications. The first is that the cost of sharp emission reductions will be much less than even optimists used to assume — dire warnings from the right used to be mostly nonsense, but now they’re complete nonsense. The second is that given a moderate boost — the kind that the Paris accord could provide — renewable energy could quickly give rise to new interest groups with a positive stake in saving the planet, offering an offset to the Kochs and suchlike.

Of course, it could easily go all wrong. President Cruz or President Rubio might scuttle the whole deal, and by the time we get another chance to do something about climate it could be too late.

But it doesn’t have to happen. I don’t think it’s naïve to suggest that what came out of Paris gives us real reason to hope in an area where hope has been all too scarce.
Maybe we’re not doomed after all.

krugman/nyt

Páginas: [1] 2 3 ... 232