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Geral => Off-Topic => Tópico iniciado por: Automek em 2013-02-07 00:58:25

Título: Arte
Enviado por: Automek em 2013-02-07 00:58:25
Confesso que se mo dessem não o metia em nenhuma parede da minha casa e, se não tivesse a garantia de o poder vender, nem 10€ dava por ele. Equivale isto a dizer que sou um assumido bronco em matéria de arte.

Citar
Retrato de Picasso se vende en casi 50 millones de dólares
05 FEBRERO 2013 | LONDRES

Un óleo en el que el español Pablo Picasso retrató a su musa Marie-Thérèse Walter se vendió hoy en la casa de subastas Sotheby's en Londres por 28,6 millones de libras (32,9 millones de euros; 44,9 millones de dólares), por debajo del precio máximo estimado.

La obra "Femme assise près d'une fenêtre" (Mujer sentada junto a una ventana), que el cotizado pintor malagueño ejecutó en 1932 en su estudio de Boisgeloup, a las afueras de París, fue la estrella de una sesión dedicada al arte impresionista y moderno que abría la temporada de subastas en la capital británica.

El lienzo de Picasso quedó lejos del récord que marcó en Nueva York en 2010 su obra "Desnudo, Hojas verdes y Busto" (1932), vendida por 81,9 millones de euros (111,3 millones de dólares).
Picasso vio por primera vez a la joven francesa, que se acabaría convirtiendo en su musa, por las calles de París en 1927, cuando ella tenía tan solo 17 años, y ambos iniciaron una aventura amorosa a pesar de que el pintor continuaba casado con la rusa Olga Khokhlova.
[url]http://diariocorreo.pe/ultimas/noticias/3337770/retrato-de-picasso-se-vende-en-casi-50-millo[/url] ([url]http://diariocorreo.pe/ultimas/noticias/3337770/retrato-de-picasso-se-vende-en-casi-50-millo[/url])
Título: Re:Arte
Enviado por: jeab em 2013-02-07 09:59:42
Nunca mais me esqueço de uma reportagem que vi, em que foi pintado um quadro por alunos de uma escola primária e depois colocaram-no numa galeria de arte famosa e contrataram uns actores a fazerem de peritos de arte a comentar as pinturas. Já havia malta a ver traços de artistas famosos e a oferecerem balúrdios pelo quadro ... foi hilariante  :D

Quanto a  bronco em matéria de arte conta comigo ...  :)
Título: Re:Arte
Enviado por: ana em 2013-02-07 10:23:57
Confesso que se mo dessem não o metia em nenhuma parede da minha casa e, se não tivesse a garantia de o poder vender, nem 10€ dava por ele.

ópá compravas pra mim, eu depois dava-te os 10€ caroço:D é lindo, a serio, ficava do melhor em qq uma das minhas paredes, arranjava espaço pra ele num instante(tenho as paredes cheias de tralhas:D)
Título: Re:Arte
Enviado por: Automek em 2013-02-07 13:36:56
Eheheh, aqui em casa só entram quadros que não precisem de manual de instruções para se perceber o que é. E se for uma coisa mais abstracta é porque achámos piada ao jogo de cores.  :D

Há tempos fui com o meu filho a um museu de arte contemporânea. Epá, foi uma barrigada de rir porque fizemos o exercício de olhar para as coisas e tentar adivinhar o que era, antes de ler as legendas que estão ao pé das obras. Claro que falhámos em quase tudo. Acho que não percebemos nem 1% do que lá estava.

O melhor foi uma tela completamente preta. Ainda tentámos ver se tinha tonalidades mas não, era mesmo todo preto. A legenda desvendou o mistério. Dizia algo como o conteúdo desta obra ficou na mente do autor. Foi o momento alto da tarde. ;D
Título: Re:Arte
Enviado por: ana em 2013-02-07 13:48:11
mas esse aí do picasso percebe-se bem o q é:D
Título: Re:Arte
Enviado por: Kaspov em 2013-02-09 00:47:44
Também me parece um belo quadro!   :D
Título: Re:Arte
Enviado por: Incognitus em 2014-02-11 22:28:03
Um fenómeno engraçado.


 Weirder artists make 'better' art, study shows
http://www.theverge.com/2014/2/11/5400512/weirder-artists-make-better-art-study-shows-van-gogh-gaga (http://www.theverge.com/2014/2/11/5400512/weirder-artists-make-better-art-study-shows-van-gogh-gaga)

Título: Re:Arte
Enviado por: Zel em 2014-02-11 22:37:51
Um fenómeno engraçado.


 Weirder artists make 'better' art, study shows
[url]http://www.theverge.com/2014/2/11/5400512/weirder-artists-make-better-art-study-shows-van-gogh-gaga[/url] ([url]http://www.theverge.com/2014/2/11/5400512/weirder-artists-make-better-art-study-shows-van-gogh-gaga[/url])


o que reforca o que ja disse sobre o dali, se nao fosse pintor era vendedor de detergentes pois o seu verdadeiro talento eh vendas
Título: Re:Arte
Enviado por: Kaspov em 2014-02-11 23:24:14
Um fenómeno engraçado.


 Weirder artists make 'better' art, study shows
[url]http://www.theverge.com/2014/2/11/5400512/weirder-artists-make-better-art-study-shows-van-gogh-gaga[/url] ([url]http://www.theverge.com/2014/2/11/5400512/weirder-artists-make-better-art-study-shows-van-gogh-gaga[/url])


Sim, uma boa dose de excentricidade ajuda a tornar um artista mais notável e popular!   :D
Título: Re: Arte
Enviado por: Automek em 2015-05-13 11:29:42
This painting just sold for $46.5 million at Sotheby's in New York (http://www.businessinsider.com/afp-rothko-painting-sells-for-46.5-million-in-ny-auction-2015-5)

(http://static3.businessinsider.com/image/5552ffea5afbd3a13a8b4567-800/afp-rothko-painting-sells-for-46.5-million-in-ny-auction.jpg)
Título: Re: Arte
Enviado por: JoCole em 2015-05-13 12:46:14
Será que o amarelo do quadro é ouro?
Título: Re: Arte
Enviado por: darkmoon em 2015-05-13 16:02:06
Este quadro faz-me lembrar uma peça de teatro "Arte", que vi em cena à volta de 1999/2000 com o António Feio, JP Gomes e Miguel Guilherme.
Título: Re: Arte
Enviado por: Deus Menor em 2015-05-13 16:54:16

As coisas valem o que alguém está disposto a dar por elas, nem mais , nem menos.
Título: Re: Arte
Enviado por: Happy_TheOne em 2015-05-13 18:39:04
Esses quadros só tem valor por serem pintados pelo PICASSO e ser unicos  por isso atingem os valores que atingem e quem o comprou daqui uns anos encontrar outro tolo excentrico que pagara mais uma dezena de milhoes por ele novamente  ;)
Título: Re: Arte
Enviado por: 555 em 2015-05-13 21:39:29
Uma historia engracada sobre arte é a do Wolfgang Beltracchi, o falsificador a quem ate a sothebys avaliava os quadros como verdadeiros. procurem, tem piada.
Título: Re: Arte
Enviado por: darkmoon em 2015-05-13 22:09:29
Tenho ideia de ter lido que o Picasso chegou a pintar e a vender sem assinar.
Só após alguém comprar ele assinava. Mas não sei se é verdade...
Título: Re: Arte
Enviado por: Zenith em 2015-05-13 22:55:13
Também ouvi essa história.
Se alguém lhe aparecia a dizer que tinha comprado um quadro por x milhoes, parece que ele dizia, " se custpu assim tão caro tem mesmo de ser meu. Assino já"  ;D
Título: Re: Arte
Enviado por: Mystery em 2015-05-14 11:44:26
Eu costumo comprar arte em viagem (países fora do radar turístico) mas estou quase sempre acompanhado de um especialista na matéria, com olho para encontrar peças com potencial de valorização. Depois uma estratégia de negociação para compra em quantidade faz o resto (boa arte + bom preço). Em férias é habitual investir um ou dois dias à procura de oportunidades, e o que se nota é que com os anos e a experiência, o radar vai ficando mais apurado. As compras podem incluir quadros, estátuas, antiguidades, peças de utilização no dia a dia em risco de desaparecer devido ao desenvolvimento socio-económico, e até numa ocasião, um lote de gravatas :D. A única coisa que não compramos são jóias porque não sabemos avaliar.

Numa dessas buscas há uns anos atrás um famoso pintor argentino lamentava-se que para os críticos de hoje basta um artista pegar numa coisa pequenina (por exemplo um bocado de papel amassdo) e depois recriá-la com uma dimensão gigante para ter sucesso. É "arte" com valor monetário presente e com exposição nos media (veja-se o sucesso de artistas plásticos como a Joana Vasconcelos), mas sem alma e sem o fuego y passión do Tango que está associado às peças intemporais.
Título: Re: Arte
Enviado por: Deus Menor em 2015-05-14 12:42:49
Eu costumo comprar arte em viagem (países fora do radar turístico) mas estou quase sempre acompanhado de um especialista na matéria, com olho para encontrar peças com potencial de valorização. Depois uma estratégia de negociação para compra em quantidade faz o resto (boa arte + bom preço). Em férias é habitual investir um ou dois dias à procura de oportunidades, e o que se nota é que com os anos e a experiência, o radar vai ficando mais apurado. As compras podem incluir quadros, estátuas, antiguidades, peças de utilização no dia a dia em risco de desaparecer devido ao desenvolvimento socio-económico, e até numa ocasião, um lote de gravatas :D. A única coisa que não compramos são jóias porque não sabemos avaliar.



Já vendeste ou tiveste propostas por alguma das peças que compraste?
é que caso contrário elas não valem nada.
Título: Re: Arte
Enviado por: Incognitus em 2015-05-14 14:57:06
Este é mais valioso, vendido por $82 milhões.

Título: Re: Arte
Enviado por: Mystery em 2015-05-14 17:19:37
Eu costumo comprar arte em viagem (países fora do radar turístico) mas estou quase sempre acompanhado de um especialista na matéria, com olho para encontrar peças com potencial de valorização. Depois uma estratégia de negociação para compra em quantidade faz o resto (boa arte + bom preço). Em férias é habitual investir um ou dois dias à procura de oportunidades, e o que se nota é que com os anos e a experiência, o radar vai ficando mais apurado. As compras podem incluir quadros, estátuas, antiguidades, peças de utilização no dia a dia em risco de desaparecer devido ao desenvolvimento socio-económico, e até numa ocasião, um lote de gravatas :D. A única coisa que não compramos são jóias porque não sabemos avaliar.



Já vendeste ou tiveste propostas por alguma das peças que compraste?
é que caso contrário elas não valem nada.

Já mas não estou vendedor. E para contratos de seguros  fazem-se avaliações dos activos.
Título: Re: Arte
Enviado por: Automek em 2015-05-14 17:25:19
Este é mais valioso, vendido por $82 milhões.

Parece que houve um picasso que bateu o record há dois dia ($179 million)

See the Picasso Painting That Just Set a World Record for Art at Auction (http://time.com/3854903/picasso-auction-record-christies-art/)

(https://timedotcom.files.wordpress.com/2015/05/picass-women-algiers-christies.jpg?quality=65&strip=color&w=560&h=438)
Título: Re: Arte
Enviado por: ana em 2015-05-14 17:48:48
isso é para qd formos grandes:D
agora é comprar coisas de q se goste, de gente nova com potencial de valorização, mas tem de se gostar mt da coisa, pq se não valorizar, olha azar:D nós gostamos. a curadora da saatchi art, galeria mt recomendável, é da mesma opinião:  https://uk.finance.yahoo.com/news/buy-tomorrow-damien-hirsts-080010529.html

(tb gosto mt da arusha gallery)
Título: Re: Arte
Enviado por: Deus Menor em 2015-05-14 18:37:57

A Arte é para estar em museus.

Conheço pessoas que têm os quadros no banco... nunca o disse abertamente ,
mas é a maior estupidez que a natureza humana pode alcançar: non-sense,
até o Joe B. percebeu isso.

Tenho peças que gosto muito, e que cada vez gosto mais, é isso que chamo a minha
arte.

Uma das peças que mais gosto, comprei , ainda na faculdade , a um amigo Pintor por 25 contos... naquela altura ainda dava para uns bons dias de boémia para ele... ;D
Título: Re: Arte
Enviado por: JoaoAP em 2015-06-16 00:06:52
Vamos lá ver Arte ...

Quem está a Norte.... fica sem norte...se lá for... será?
Depois vejam arte que ela fez...

Citar
Donae Stratou, mulher de Yanis Varoufakis, ministro das Finanças grego, estará esta quarta-feira pelas 15h em Vila Nova de Cerveira para participar na conferência internacional "A produção e musealização da obra de arte em formato digital". Ao seu lado estará a crítica de arte Fátima Lambert e a artista portuguesa Margarida Leão. Não se sabe se Varoufakis estará presente, visto que anda ocupado a tentar arranjar uma solução para a crise grega.
...
Donae Stratou tirou o curso no Colégio de Arte e Design S. Martin, em Londres, na década de 1980. Foi nesta altura que a mulher de Varoufakis terá servido de inspiração para a canção "Common People", dos britânicos Pulp - mas não há certezas.
...

Expresso (http://expresso.sapo.pt/internacional/2015-06-15-Mulher-de-Varoufakis-em-Portugal-para-mostrar-o-seu-trabalho)


(http://images-cdn.impresa.pt/expresso/2015-06-15-varoufakis-danae-stratou?v=original&mw=860)

edit: a ARte dela:
! No longer available (http://www.youtube.com/watch?v=pL92YfrWou4#)
Título: Re: Arte
Enviado por: Automek em 2015-10-30 00:43:05
Esta está muito boa  :D
Empregada de limpeza confunde arte com lixo (http://www.jn.pt/PaginaInicial/Mundo/Interior.aspx?content_id=4861338)
Título: Re: Arte
Enviado por: frugal em 2015-10-30 10:42:24
Este tópico está fantástico.

Qual a razão desta sobrevalorização de algo que até é facilmente replicável e a baixo custo?

Cpms
Título: Re: Arte
Enviado por: Incognitus em 2015-10-30 14:52:23
Este tópico está fantástico.

Qual a razão desta sobrevalorização de algo que até é facilmente replicável e a baixo custo?

Cpms

Basicamente o que é replicável não é exactamente a mesma coisa.
Título: Re: Arte
Enviado por: frugal em 2015-10-31 07:29:55
Este tópico está fantástico.

Qual a razão desta sobrevalorização de algo que até é facilmente replicável e a baixo custo?

Cpms

Basicamente o que é replicável não é exactamente a mesma coisa.

A réplica no caso de um quadro pode até ser melhor.
Título: Re: Arte
Enviado por: zAPPa em 2015-10-31 08:58:07
Este tópico está fantástico.

Qual a razão desta sobrevalorização de algo que até é facilmente replicável e a baixo custo?

Cpms

Basicamente o que é replicável não é exactamente a mesma coisa.

A réplica no caso de um quadro pode até ser melhor.

tenta arranjar uma réplica deste:

https://www.rijksmuseum.nl/en/search/objects?s=objecttype&p=1&ps=12&f.principalMaker.sort=Johannes+Vermeer&ii=0#/SK-A-2344,0 (https://www.rijksmuseum.nl/en/search/objects?s=objecttype&p=1&ps=12&f.principalMaker.sort=Johannes+Vermeer&ii=0#/SK-A-2344,0)
Título: Re: Arte
Enviado por: Jsebastião em 2015-10-31 23:57:44
Este tópico está fantástico.

Qual a razão desta sobrevalorização de algo que até é 1 - facilmente replicável e a baixo custo?

Cpms


Basicamente o que é replicável não é exactamente a mesma coisa.


2 - A réplica no caso de um quadro pode até ser melhor.


1 - A resposta a isto está dada na própria pergunta: o que se valoriza no caso deste tipo de arte é basicamente "o dom criativo". Uma réplica, por isso, vale perto de nada, e um original, criado por um génio universalmente reconhecido, pode valer milhões (mesmo que aos teus olhos pareça detestável e sem "valor prático").

2 - Explica este conceito. Estou curioso para saber como consideras que se possa "melhorar um quadro".

Suponho que não imagines replicar a metodologia do Mr. Bean...

(http://2.bp.blogspot.com/-YOmjjBjodes/UDVLIE-WipI/AAAAAAAABlE/6Cl0AcydR9M/s1600/Bean%2526whistler.jpg)



---

Já agora, alguém estará interessado em ajudar o MNAA a adquirir uma obra de elevado valor (http://sequeira.publico.pt/?frm=esp)?  :D
Título: Re: Arte
Enviado por: Incognitus em 2015-11-01 00:03:15
Este tópico está fantástico.

Qual a razão desta sobrevalorização de algo que até é 1 - facilmente replicável e a baixo custo?

Cpms


Basicamente o que é replicável não é exactamente a mesma coisa.


2 - A réplica no caso de um quadro pode até ser melhor.


1 - A resposta a isto está dada na própria pergunta: o que se valoriza no caso deste tipo de arte é basicamente "o dom criativo". Uma réplica, por isso, vale perto de nada, e um original, criado por um génio universalmente reconhecido, pode valer milhões (mesmo que aos teus olhos pareça detestável e sem "valor prático").

2 - Explica este conceito. Estou curioso para saber como consideras que se possa "melhorar um quadro".

---

Já agora, alguém está estará interessado em ajudar o MNAA a adquirir uma obra de elevado valor ([url]http://sequeira.publico.pt/?frm=esp[/url])?  :D


Pessoalmente acho melhor enviarem o dinheiro que querem alocar a isso para Áfríca, para ajudarem as crianças com fome. Ou para a Turquia, para ajudar os refugiados Sírios.
Título: Re: Arte
Enviado por: Automek em 2015-11-01 00:10:11
Ainda assim já é um excelente principio este de pedir que a compra seja feita de forma voluntária e não compulsivamente usando os impostos de todos. Quem me dera que fosse sempre assim na maioria das coisas.
Título: Re: Arte
Enviado por: Incognitus em 2015-11-01 01:06:11
Ainda assim já é um excelente principio este de pedir que a compra seja feita de forma voluntária e não compulsivamente usando os impostos de todos. Quem me dera que fosse sempre assim na maioria das coisas.

É bem verdade. Quer dizer, não fui ver os termos e desconfio mesmo sem ver que tal compra não seria feita totalmente com base em contributos voluntários, até porque devido que os conseguissem a menos que convencessem uns quantos mecenas de grande dimensão.
Título: Re: Arte
Enviado por: Automek em 2015-11-01 01:08:23
sim, é bem possível que às tantas apareça a CGD e um instituto qualquer com pseudo autonomia financeira a contribuírem. mas, vá lá, já é um passo na direcção certa.
Título: Re: Arte
Enviado por: Jsebastião em 2015-11-01 01:58:39
A questão é pertinente, e penso que seja uma das aberrações irresolúveis de um sistema capitalista. Se elevarmos a escala de aplicação ao limite, poderiamos colocar as coisas do seguinte modo (hipotético):

Não seria imensamente mais justo e humano ter canalizado todo o dinheiro que até agora foi despendido em produtos artísticos para financiar antes causas humanitárias?

Se a escolha fosse vossa, escolheriam abdicar de ter produtos artísticos (quaisquer que fossem, e estou a considerar gastos de produção e gastos de consumo) na nossa sociedade se isso permitisse erradicar uma boa parte das desigualdades sociais e da pobreza no mundo?

----

Entretanto, em notícia de há três dias:

Citar
O MNAA ainda não assume oficialmente que recebeu mais de 75 mil euros em 24 horas por causa dos vários métodos de pagamento. Mas o valor pode até ser superior. Todos podem ajudar a comprar o quadro.


http://observador.pt/2015/10/28/12-do-quadro-adoracao-dos-magos-ja-esta-comprado/ (http://observador.pt/2015/10/28/12-do-quadro-adoracao-dos-magos-ja-esta-comprado/)

Título: Re: Arte
Enviado por: Automek em 2015-11-01 02:04:58
Se a escolha fosse vossa, preferiam abdicar de ter produtos artísticos (quaisquer que fossem, e estou a considerar gastos de produção e gastos de consumo) na nossa sociedade se isso permitisse erradicar uma boa parte das desigualdades sociais e da pobreza no mundo?
Arriscas-te a que te chamem demagógico mas é mesmo assim. Existe a tendência para se olhar para um gasto de forma isolada, sem pensar que esse gasto tem consequências. Eu já comprei alguns aborrecimentos quando falo de cultura porque as pessoas recusam-se a aceitar que, para financiar um filme que quase ninguém vê, têm de se deixar umas quantas pessoas mais tempo à espera de uma cirurgia ou reduzir um apoio social qualquer.
Título: Re: Arte
Enviado por: Jsebastião em 2015-11-01 02:07:58
Se a escolha fosse vossa, preferiam abdicar de ter produtos artísticos (quaisquer que fossem, e estou a considerar gastos de produção e gastos de consumo) na nossa sociedade se isso permitisse erradicar uma boa parte das desigualdades sociais e da pobreza no mundo?
Arriscas-te a que te chamem demagógico mas é mesmo assim. Existe a tendência para se olhar para um gasto de forma isolada, sem pensar que esse gasto tem consequências. Eu já comprei alguns aborrecimentos quando falo de cultura porque as pessoas recusam-se a aceitar que, para financiar um filme que quase ninguém vê, têm de se deixar umas quantas pessoas mais tempo à espera de uma cirurgia ou reduzir um apoio social qualquer.

São contas simples em redor de um orçamento limitado, e o debate em torno disto revela uma contradição democrática. Normalmente as pessoas que defendem com mais afinco a arte e a  cultura são também as que mais criticam a falta de apoios sociais.
Título: Re: Arte
Enviado por: Lark em 2015-11-01 02:10:59
Esta está muito boa  :D
Empregada de limpeza confunde arte com lixo ([url]http://www.jn.pt/PaginaInicial/Mundo/Interior.aspx?content_id=4861338[/url])


o próprio acto da empregada de limpeza é arte. involuntária, mas arte.
ou a arte para ser arte tem que ser voluntária?

ah questões, questões, só questões....

L
Título: Re: Arte
Enviado por: Jsebastião em 2015-11-01 02:22:15
Esta está muito boa  :D
Empregada de limpeza confunde arte com lixo ([url]http://www.jn.pt/PaginaInicial/Mundo/Interior.aspx?content_id=4861338[/url])


o próprio acto da empregada de limpeza é arte. involuntária, mas arte.
ou a arte para ser arte tem que ser voluntária?

ah questões, questões, só questões....

L


Mas o acto foi voluntário. Ela viu lixo e agiu em conformidade. O que também pode significar que aquela arte era mesmo um lixo...  :D

Mais a sério---o acto da empregada não pode ser considerado arte. O simples facto de por acaso ter ocorrido sobre um objecto artístico (neste caso a "destruição" desse mesmo objecto) não pode elevar essse acto ao estatuto de arte. Se assim fosse, o roubo de um quadro, por exemplo, também seria um espectáculo artístico---nesse caso voluntário e tudo. Proporcionou foi uma boa dose de entretenimento (outra coisa que por vezes se confunde e por vezes se intercepta com a arte).
Título: Re: Arte
Enviado por: Lark em 2015-11-01 02:27:57
Esta está muito boa  :D
Empregada de limpeza confunde arte com lixo ([url]http://www.jn.pt/PaginaInicial/Mundo/Interior.aspx?content_id=4861338[/url])


o próprio acto da empregada de limpeza é arte. involuntária, mas arte.
ou a arte para ser arte tem que ser voluntária?

ah questões, questões, só questões....

L


Mas o acto foi voluntário. Ela viu lixo e agiu em conformidade. O que também pode significar que aquela arte era mesmo um lixo...  :D

Mais a sério---o acto da empregada não pode ser considerado arte. O simples facto de por acaso ter ocorrido sobre um objecto artístico (neste caso a "destruição" desse mesmo objecto) não pode elevar essse acto ao estatuto de arte. Se assim fosse, o roubo de um quadro, por exemplo, também seria um espectáculo artístico---nesse caso voluntário e tudo. Proporcionou foi uma boa dose de entretenimento (outra coisa que por vezes se confunde e por vezes se intercepta com a arte).


o acto de não reconhecendo uma obra de arte, mandar a dita para o lixo, é um acto de uma beleza e ironia tão grande que só pode ser arte.
ou antes, o conjunto da situação, é uma obra de arte, não o acto em si.
é uma obra de arte involuntária e acidental.

L
Título: Re: Arte
Enviado por: Jsebastião em 2015-11-01 03:12:24
Ok, tens uma interpretação do conceito de arte bem mais alargada e abrangente que a minha (e que, a delimitá-la, toma por referência, sensivelmente, a altura em que o artista dá por finalizada a obra---o que depois se passa em torno dessa obra pode ser categorizado de várias maneiras, mas a nenhuma delas chamaria arte---a não ser talvez para criar um título sensacionalista: "A arte de sacar milhões por um quadro que não vale um chaveco!").

----

Imagino o espanto da empregada da limpeza quando na noite seguinte viu o lixo todo de volta à galeria...  :D
Título: Re: Arte
Enviado por: Automek em 2015-11-01 03:44:31
Sebastião, a próxima vez que fores cag* candidata-te a um subsídio. Pode ser que consigas.  :D

Citar
Os artistas portugueses Ana Borralho e João Galante fizeram um espectáculo de arte fora do normal.

Intitulado como “Art piss on money and politics” a performance artística consistiu em urinar em cima de fotos de políticos no jornal e em dinheiro.

O caso está a gerar muita polémica nas redes sociais, ainda mais porque os artistas são apoiados pela Secretaria de Estado da Cultura com uma verba anual de 75 mil euros.
[url]http://centrotv.pt/index.php/nacional/item/2250-artistas-urinam-em-cima-de-jornais-com-fotos-de-pol%C3%ADticos-com-v%C3%ADdeo[/url] ([url]http://centrotv.pt/index.php/nacional/item/2250-artistas-urinam-em-cima-de-jornais-com-fotos-de-pol%C3%ADticos-com-v%C3%ADdeo[/url])


(http://centrotv.pt/media/k2/items/cache/59625db612310396fe8256eac7f34376_S.jpg)

Aqui pode ver-se a performance em video:
http://www.sabado.pt/mundo/detalhe/Fotogaleria-(40).html (http://www.sabado.pt/mundo/detalhe/Fotogaleria-(40).html)

Isto foi uma resposta da SEC (DGA) a alguém que perguntou se aquilo tinha sido apoiado. Enfim... cada um que tire as suas próprias conclusões.
 
Citar
Exmo. Senhor
Henrique de Almeida Cayolla,

Em relação ao pedido de esclarecimento que remeteu ao Gabinete de Sua Excelência o Secretário de Estado da Cultura relativamente ao vídeo alojado em [url]http://vimeo.com/62237213#at=0,[/url] ([url]http://vimeo.com/62237213#at=0,[/url]) cumpre-nos transmitir:

O vídeo em causa regista uma performance, intitulada “Art piss (on money and politics)” (2012), da autoria da dupla de artistas Ana Borralho & João Galante.
Teve lugar no dia 8 de dezembro de 2012, no antigo Convento da Trindade, em Lisboa, no âmbito do evento Criativa-mente, com os performers Ana Borralho, André Uerba, Antonia Buresi, Cátia Leitão (akaAlface), Filipe Pereira, Francisca Santos, João Galante, Matthieu Erlacher, Teresa Silva e Tiago Gandra. O trabalho foi produzido pela CasaBranca Ass. Cultural e coproduzido pelo coletivo a –mente.

Com duração de 8 minutos, a performance consiste na ação de um grupo de pessoas que espalha no chão fotocópias de imagens de dinheiro e de políticos e sobre as quais urina.

A CasaBranca é uma associação cultural com direção artística de Ana Borralho e João Galante e cuja atividade é comparticipada pela Direção-Geral das Artes.
Atualmente, a entidade é beneficiária de um Acordo Tripartido (juntamente com a Câmara Municipal de Lagos e o LAC - Laboratório de Atividades Criativas) para o biénio 2013-2014.
Porém, a performance em causa - Art-Piss (on money and politics) – trata-se de uma iniciativa totalmente independente e não se inclui em nenhum programa contratualizado com a Direção-Geral das Artes.


Em 2012, ano em que apresentaram a performance “Art piss (on money and politics)”, a CasaBranca beneficiou de financiamento (apoio direto bienal) da DGArtes para a execução do seguinte plano de atividades:
- uma nova criação, a instalação sonora Linha do Horizonte apresentado em Lisboa e em Lagos;
- um projeto de formação e criação de longa duração iniciado em 2011 (Projeto ROSA), que se inscreve no programa de pedagogia, e que compreendeu em 2012 a criação do trabalho Uma Cadeira na Montanha - leituras encenadas realizadas por crianças e disco;
- a 3ª edição do Festival Verão Azul em Lagos, realizada online e que contemplou a apresentação de performances de 10 artistas e a realização de um ciclo de conversas;
- circulação do trabalho de repertório de Ana Borralho & João Galante (criações World of Interiors,Untitled, Still Life, Atlas e Mistermissmissmister) nas cidades de Torres Novas e Viseu e, internacionalmente, em Espanha, Alemanha, Itália, Finlândia, Eslovénia e Brasil.

Esperando ter esclarecido V. Exas.,

Cordiais cumprimentos,

A Direção-Geral das Artes
[url]http://novidadesdehenriquealmeidacayolla.blogspot.pt/2013/10/resposta-que-recebi-da-direccao-geral.html[/url] ([url]http://novidadesdehenriquealmeidacayolla.blogspot.pt/2013/10/resposta-que-recebi-da-direccao-geral.html[/url])
Título: Re: Arte
Enviado por: Incognitus em 2015-11-01 04:02:18
A questão é pertinente, e penso que seja uma das aberrações irresolúveis de um sistema capitalista. Se elevarmos a escala de aplicação ao limite, poderiamos colocar as coisas do seguinte modo (hipotético):

Não seria imensamente mais justo e humano ter canalizado todo o dinheiro que até agora foi despendido em produtos artísticos para financiar antes causas humanitárias?

Se a escolha fosse vossa, escolheriam abdicar de ter produtos artísticos (quaisquer que fossem, e estou a considerar gastos de produção e gastos de consumo) na nossa sociedade se isso permitisse erradicar uma boa parte das desigualdades sociais e da pobreza no mundo?

----

Entretanto, em notícia de há três dias:

Citar
O MNAA ainda não assume oficialmente que recebeu mais de 75 mil euros em 24 horas por causa dos vários métodos de pagamento. Mas o valor pode até ser superior. Todos podem ajudar a comprar o quadro.


[url]http://observador.pt/2015/10/28/12-do-quadro-adoracao-dos-magos-ja-esta-comprado/[/url] ([url]http://observador.pt/2015/10/28/12-do-quadro-adoracao-dos-magos-ja-esta-comprado/[/url])


É uma forma errada de ver a questão. Existe uma diferença fundamental:
* Sendo dinheiros privados, cada um o gasta como quiser, e quem quiser gasta em arte, e a pessoa ao lado gasta em ajuda humanitária.
* Sendo dinheiros públicos, já se coloca a questão de gastar o dinheiro da melhor forma possível, e nesse caso muito provavelmente a esmagadora maioria das pessoas colocaria qualquer tipo de sofrimento humano como sendo uma prioridade mais elevada do que gastar o dinheiro em arte subjectiva.

-------

Se fosse feito um referendo, penso que a arte perderia largamente para eliminar o sofrimento humano possível. (para além de que talvez muito público entendesse que mesmo sem financiamento público existiria sempre uma considerável produção de arte -- aliás, perder-se-ia até provavelmente apenas uma fracção do implicado pelo investimento relativo, dada a fraca consideração dada ao público pelo investimento público).
Título: Re: Arte
Enviado por: frugal em 2015-11-01 08:07:04
Este tópico está fantástico.

Qual a razão desta sobrevalorização de algo que até é 1 - facilmente replicável e a baixo custo?

Cpms


Basicamente o que é replicável não é exactamente a mesma coisa.


2 - A réplica no caso de um quadro pode até ser melhor.


1 - A resposta a isto está dada na própria pergunta: o que se valoriza no caso deste tipo de arte é basicamente "o dom criativo". Uma réplica, por isso, vale perto de nada, e um original, criado por um génio universalmente reconhecido, pode valer milhões (mesmo que aos teus olhos pareça detestável e sem "valor prático").

2 - Explica este conceito. Estou curioso para saber como consideras que se possa "melhorar um quadro".

Suponho que não imagines replicar a metodologia do Mr. Bean...

([url]http://2.bp.blogspot.com/-YOmjjBjodes/UDVLIE-WipI/AAAAAAAABlE/6Cl0AcydR9M/s1600/Bean%2526whistler.jpg[/url])



---

Já agora, alguém estará interessado em ajudar o MNAA a adquirir uma obra de elevado valor ([url]http://sequeira.publico.pt/?frm=esp[/url])?  :D



Bom dia,

- Podes melhorar um quadro aperfeiçoando as pinceladas

- Onde posso vender por somas astronómicas os quadro que tenho cá em casa e que são originais?

Cumprimentos
Título: Re: Arte
Enviado por: Jsebastião em 2015-11-01 10:48:53
Sebastião, a próxima vez que fores cag* candidata-te a um subsídio. Pode ser que consigas.  :D

Citar
Os artistas portugueses Ana Borralho e João Galante fizeram um espectáculo de arte fora do normal.

Intitulado como “Art piss on money and politics” a performance artística consistiu em urinar em cima de fotos de políticos no jornal e em dinheiro.

O caso está a gerar muita polémica nas redes sociais, ainda mais porque os artistas são apoiados pela Secretaria de Estado da Cultura com uma verba anual de 75 mil euros.
[url]http://centrotv.pt/index.php/nacional/item/2250-artistas-urinam-em-cima-de-jornais-com-fotos-de-pol%C3%ADticos-com-v%C3%ADdeo[/url] ([url]http://centrotv.pt/index.php/nacional/item/2250-artistas-urinam-em-cima-de-jornais-com-fotos-de-pol%C3%ADticos-com-v%C3%ADdeo[/url])


([url]http://centrotv.pt/media/k2/items/cache/59625db612310396fe8256eac7f34376_S.jpg[/url])

Aqui pode ver-se a performance em video:
[url]http://www.sabado.pt/mundo/detalhe/Fotogaleria-(40).html[/url] ([url]http://www.sabado.pt/mundo/detalhe/Fotogaleria-(40).html)[/url]


 :D :D :D

Falta aí o pormenor determinante: o grupo urina em cima dos políticos com uma expressão de indignação estampada no rosto.  :D

Sugiro que se contacte o Marinho Pinto, já que foi recentemente alvo de uma rábula semelhante por parte dos Gato Fedorento.
Título: Re: Arte
Enviado por: Jsebastião em 2015-11-01 10:55:11

Bom dia,

- Podes melhorar um quadro aperfeiçoando as pinceladas

- Onde posso vender por somas astronómicas os quadro que tenho cá em casa e que são originais?

Cumprimentos

Viva,

Aperfeiçoando as pinceladelas... no sentido de seres tu a pintar directamente em cima da obra original. É isso? Não acho que seja é uma prática corrente (em trocos: não há muitas pessoas que considerem "vantajoso" fazer isso), mas se os quadros forem teus, nada te impede.  :)

Podes levar os quadros a uma leiloeira para avaliação. Dependendo da fama dos autores, e do factor de raridade das peças, conforme o preço de mercado indicativo. Deve eventualmente haver outros factores, mas não estou por dentro do negócio.
Título: Re: Arte
Enviado por: Jsebastião em 2015-11-01 10:57:35
É uma forma errada de ver a questão. Existe uma diferença fundamental:
* Sendo dinheiros privados, cada um o gasta como quiser, e quem quiser gasta em arte, e a pessoa ao lado gasta em ajuda humanitária.
* Sendo dinheiros públicos, já se coloca a questão de gastar o dinheiro da melhor forma possível, e nesse caso muito provavelmente a esmagadora maioria das pessoas colocaria qualquer tipo de sofrimento humano como sendo uma prioridade mais elevada do que gastar o dinheiro em arte subjectiva.

-------

Se fosse feito um referendo, penso que a arte perderia largamente para eliminar o sofrimento humano possível. (para além de que talvez muito público entendesse que mesmo sem financiamento público existiria sempre uma considerável produção de arte -- aliás, perder-se-ia até provavelmente apenas uma fracção do implicado pelo investimento relativo, dada a fraca consideração dada ao público pelo investimento público).

Concordo.

Quanto será que o Passous Coelho considerou de valor orçamental para o recém criado Ministério da Cultura (e mais não sei do quê)?
Título: Re: Arte
Enviado por: Incognitus em 2015-11-01 12:24:50
É uma forma errada de ver a questão. Existe uma diferença fundamental:
* Sendo dinheiros privados, cada um o gasta como quiser, e quem quiser gasta em arte, e a pessoa ao lado gasta em ajuda humanitária.
* Sendo dinheiros públicos, já se coloca a questão de gastar o dinheiro da melhor forma possível, e nesse caso muito provavelmente a esmagadora maioria das pessoas colocaria qualquer tipo de sofrimento humano como sendo uma prioridade mais elevada do que gastar o dinheiro em arte subjectiva.

-------

Se fosse feito um referendo, penso que a arte perderia largamente para eliminar o sofrimento humano possível. (para além de que talvez muito público entendesse que mesmo sem financiamento público existiria sempre uma considerável produção de arte -- aliás, perder-se-ia até provavelmente apenas uma fracção do implicado pelo investimento relativo, dada a fraca consideração dada ao público pelo investimento público).

Concordo.

Quanto será que o Passous Coelho considerou de valor orçamental para o recém criado Ministério da Cultura (e mais não sei do quê)?

Muito provavelmente será (seria) igual ao da Secretaria de Estado e afins que substitui. Mas acho que é improvável chegar-se sequer ao OE.
Título: Re: Arte
Enviado por: Incognitus em 2015-11-01 12:29:12

Bom dia,

- Podes melhorar um quadro aperfeiçoando as pinceladas

- Onde posso vender por somas astronómicas os quadro que tenho cá em casa e que são originais?

Cumprimentos

Viva,

Aperfeiçoando as pinceladelas... no sentido de seres tu a pintar directamente em cima da obra original. É isso? Não acho que seja é uma prática corrente (em trocos: não há muitas pessoas que considerem "vantajoso" fazer isso), mas se os quadros forem teus, nada te impede.  :)

Podes levar os quadros a uma leiloeira para avaliação. Dependendo da fama dos autores, e do factor de raridade das peças, conforme o preço de mercado indicativo. Deve eventualmente haver outros factores, mas não estou por dentro do negócio.

É dos maiores factores, o que indica que não é a peça que tem o valor, é outra coisa qualquer.

De resto, isso mesmo se verifica quando uma peça aceite como sendo de um autor famoso pode reter o seu valor durante muitos anos, mas se perde esse reconhecimento o valor implode com a peça mantendo-se a mesma.

A arte também mostra que uma boa parte do valor que atribuímos a qualquer coisa pode ser fabricado na mente das pessoas (vide diamantes, também), não tendo que ter um suporte objectivo.
Título: Re: Arte
Enviado por: Jsebastião em 2015-11-01 13:17:04

Bom dia,

- Podes melhorar um quadro aperfeiçoando as pinceladas

- Onde posso vender por somas astronómicas os quadro que tenho cá em casa e que são originais?

Cumprimentos

Viva,

Aperfeiçoando as pinceladelas... no sentido de seres tu a pintar directamente em cima da obra original. É isso? Não acho que seja é uma prática corrente (em trocos: não há muitas pessoas que considerem "vantajoso" fazer isso), mas se os quadros forem teus, nada te impede.  :)

Podes levar os quadros a uma leiloeira para avaliação. Dependendo da fama dos autores, e do factor de raridade das peças, conforme o preço de mercado indicativo. Deve eventualmente haver outros factores, mas não estou por dentro do negócio.

É dos maiores factores, o que indica que não é a peça que tem o valor, é outra coisa qualquer.

De resto, isso mesmo se verifica quando uma peça aceite como sendo de um autor famoso pode reter o seu valor durante muitos anos, mas se perde esse reconhecimento o valor implode com a peça mantendo-se a mesma.

A arte também mostra que uma boa parte do valor que atribuímos a qualquer coisa pode ser fabricado na mente das pessoas (vide diamantes, também), não tendo que ter um suporte objectivo.

Diria mais: a própria essência do valor da arte é a subjectividade.
Título: Re: Arte
Enviado por: Automek em 2015-11-01 13:51:33
Uns rabiscos velhos encontrados numa garagem valem zero até ao dia em que se descobre que são do Picasso.
Título: Re: Arte
Enviado por: Incognitus em 2015-11-01 14:42:15

Bom dia,

- Podes melhorar um quadro aperfeiçoando as pinceladas

- Onde posso vender por somas astronómicas os quadro que tenho cá em casa e que são originais?

Cumprimentos

Viva,

Aperfeiçoando as pinceladelas... no sentido de seres tu a pintar directamente em cima da obra original. É isso? Não acho que seja é uma prática corrente (em trocos: não há muitas pessoas que considerem "vantajoso" fazer isso), mas se os quadros forem teus, nada te impede.  :)

Podes levar os quadros a uma leiloeira para avaliação. Dependendo da fama dos autores, e do factor de raridade das peças, conforme o preço de mercado indicativo. Deve eventualmente haver outros factores, mas não estou por dentro do negócio.

É dos maiores factores, o que indica que não é a peça que tem o valor, é outra coisa qualquer.

De resto, isso mesmo se verifica quando uma peça aceite como sendo de um autor famoso pode reter o seu valor durante muitos anos, mas se perde esse reconhecimento o valor implode com a peça mantendo-se a mesma.

A arte também mostra que uma boa parte do valor que atribuímos a qualquer coisa pode ser fabricado na mente das pessoas (vide diamantes, também), não tendo que ter um suporte objectivo.

Diria mais: a própria essência do valor da arte é a subjectividade.

O mais importante nesse aspecto é que o valor dado a algo varia de indivíduo para indivíduo. Isso é um motivo poderoso para não se torrar recursos comuns em algo onde o valor é altamente subjectivo e variável, como na arte. E focar os recursos comuns em coisas onde o valor é razoavelmente consensual.

Quem quiser depois pode agrupar-se em grupos mais pequenos que partilham a sua noção de valor, de forma a apoiar aquilo que desejam.
Título: Re: Arte
Enviado por: Automek em 2015-11-10 21:54:54
170.4M por um quadro do Modigliani

Chinese Billionaire Buys Modigliani for Record $170.4 Million (http://www.bloomberg.com/news/articles/2015-11-10/chinese-billionaire-buys-modigliani-for-record-170-4-million)

Título: Re: Arte
Enviado por: Deus Menor em 2015-11-10 22:49:44
170.4M por um quadro do Modigliani

Chinese Billionaire Buys Modigliani for Record $170.4 Million ([url]http://www.bloomberg.com/news/articles/2015-11-10/chinese-billionaire-buys-modigliani-for-record-170-4-million[/url])


O Chinês tem bom gosto, adoro Modigliani.
Título: Re: Arte
Enviado por: Jsebastião em 2016-01-20 11:06:05
Comentário de JMT no Público (http://www.publico.pt/culturaipsilon/noticia/o-chevalier-tony-carreira-1720644?frm=opi):

Citar
O chevalier Tony Carreira

Nem tudo no gosto é puramente arbitrário e há violências simbólicas que fazem maravilhas pela civilização.

Hoje gostaria de falar de Tony Carreira e Pierre Bourdieu. Não é todos os dias que temos oportunidade de cruzar o autor de Sonhos de Menino com o autor de A Reprodução: Elementos para uma teoria do sistema de ensino, e essa oportunidade não deve ser desperdiçada. Recordo a história aos mais distraídos. O Estado francês atribuiu a Tony Carreira a espectacular medalha de Chevalier de l’Ordre des Arts et des Lettres. Tony Carreira pediu para receber a condecoração na embaixada portuguesa. O embaixador recusou. Tony Carreira queixou-se dessa atitude no Facebook. Tal provocou grande comoção nos seus fãs, várias notícias em jornais respeitáveis e a profunda indignação de Marques Mendes no seu comentário de domingo. O cantor suspirou ao DN: “No meu país, hão-de valorizar-me quando tiver um pé para a cova.”

É certo que o embaixador justificou a recusa com o argumento de que “não se atribui a condecoração de um país na embaixada de outro país”, mas seria lastimável reduzir tão rico acontecimento a um mero incidente diplomático entre um cançonetista popular chamado Tony e um embaixador português em Paris chamado Moraes Cabral, sobretudo quando temos diante de nós a possibilidade de uma belíssima análise marxista deste conflito. Num tempo ideologicamente revitaminado, há que saber detectar uma boa luta de classes quando ela aparece, e aquilo que está em causa é obviamente um confronto entre uma classe dominante (representada pelo embaixador Moraes Cabral) e uma classe dominada (os muitos milhares de portugueses que enchem o Pavilhão Atlântico para entoar “Ai destino, ai destino”), lutando pelo inestimável capital simbólico que representa a consagração oficial de Tony Carreira e do gosto musical de todos aqueles que apreciam as suas canções.

É nesse sentido que o protesto dorido de Tony Carreira está muito em linha com Pierre Bourdieu, ao empenhar todos os esforços no combate por um capital cultural que lhe foi sonegado pelo embaixador Moraes Cabral e, já agora, pelo Estado português, que nunca até hoje reconheceu o seu mérito artístico, nem com a mais pequena comenda disponível nos arrumos de Belém. Consciente daquilo a que Bourdieu chamou “arbitrário cultural dominante”, Tony Carreira, homem de esquerda na busca justa pela igualdade, recusa que uma cultura se imponha sobre a outra, ou que alguém lhe diga que o pior fado de Amália é melhor do que a sua mais conseguida canção – não é melhor, é apenas diferente, pensará Tony na esteira de Bourdieu, até porque ambos são Chevalier de l’Ordre des Arts et des Lettres.

Como bem explica o sociólogo francês na sua análise sobre o sistema escolar, a cultura dominante é imposta e acaba por excluir os mais pobres em detrimento dos mais ricos, não porque os alunos mais desfavorecidos não tenham cultura, mas simplesmente porque não têm a cultura que a escola exige – o que é uma forma consentida de violência simbólica. Ora, é contra esta violência simbólica que Tony Carreira se insurge, e em vez de gritar “o meu reino por um cavalo”, grita “o meu chevalier por um reino”, que é o reino do artista português reconhecido e consagrado, a que ele tanto ambiciona. Ora, esta é uma boa ilustração do problema que eu tenho com a igualdade: da mesma forma que não confundo Camões com António Aleixo, não quero Tony Carreira confundido com Amália. Nem tudo no gosto é puramente arbitrário e há violências simbólicas que fazem maravilhas pela civilização.



Inc, concordas com a posição do JMT a propósito da questão da (não) "arbitrariedade do gosto"?

Ao Tony Carreira deve ser dada a mesma "importância institucional" do que à Amália?
Título: Re: Arte
Enviado por: Incognitus em 2016-01-20 11:55:02
Comentário de JMT no Público ([url]http://www.publico.pt/culturaipsilon/noticia/o-chevalier-tony-carreira-1720644?frm=opi[/url]):

Citar
O chevalier Tony Carreira

Nem tudo no gosto é puramente arbitrário e há violências simbólicas que fazem maravilhas pela civilização.

Hoje gostaria de falar de Tony Carreira e Pierre Bourdieu. Não é todos os dias que temos oportunidade de cruzar o autor de Sonhos de Menino com o autor de A Reprodução: Elementos para uma teoria do sistema de ensino, e essa oportunidade não deve ser desperdiçada. Recordo a história aos mais distraídos. O Estado francês atribuiu a Tony Carreira a espectacular medalha de Chevalier de l’Ordre des Arts et des Lettres. Tony Carreira pediu para receber a condecoração na embaixada portuguesa. O embaixador recusou. Tony Carreira queixou-se dessa atitude no Facebook. Tal provocou grande comoção nos seus fãs, várias notícias em jornais respeitáveis e a profunda indignação de Marques Mendes no seu comentário de domingo. O cantor suspirou ao DN: “No meu país, hão-de valorizar-me quando tiver um pé para a cova.”

É certo que o embaixador justificou a recusa com o argumento de que “não se atribui a condecoração de um país na embaixada de outro país”, mas seria lastimável reduzir tão rico acontecimento a um mero incidente diplomático entre um cançonetista popular chamado Tony e um embaixador português em Paris chamado Moraes Cabral, sobretudo quando temos diante de nós a possibilidade de uma belíssima análise marxista deste conflito. Num tempo ideologicamente revitaminado, há que saber detectar uma boa luta de classes quando ela aparece, e aquilo que está em causa é obviamente um confronto entre uma classe dominante (representada pelo embaixador Moraes Cabral) e uma classe dominada (os muitos milhares de portugueses que enchem o Pavilhão Atlântico para entoar “Ai destino, ai destino”), lutando pelo inestimável capital simbólico que representa a consagração oficial de Tony Carreira e do gosto musical de todos aqueles que apreciam as suas canções.

É nesse sentido que o protesto dorido de Tony Carreira está muito em linha com Pierre Bourdieu, ao empenhar todos os esforços no combate por um capital cultural que lhe foi sonegado pelo embaixador Moraes Cabral e, já agora, pelo Estado português, que nunca até hoje reconheceu o seu mérito artístico, nem com a mais pequena comenda disponível nos arrumos de Belém. Consciente daquilo a que Bourdieu chamou “arbitrário cultural dominante”, Tony Carreira, homem de esquerda na busca justa pela igualdade, recusa que uma cultura se imponha sobre a outra, ou que alguém lhe diga que o pior fado de Amália é melhor do que a sua mais conseguida canção – não é melhor, é apenas diferente, pensará Tony na esteira de Bourdieu, até porque ambos são Chevalier de l’Ordre des Arts et des Lettres.

Como bem explica o sociólogo francês na sua análise sobre o sistema escolar, a cultura dominante é imposta e acaba por excluir os mais pobres em detrimento dos mais ricos, não porque os alunos mais desfavorecidos não tenham cultura, mas simplesmente porque não têm a cultura que a escola exige – o que é uma forma consentida de violência simbólica. Ora, é contra esta violência simbólica que Tony Carreira se insurge, e em vez de gritar “o meu reino por um cavalo”, grita “o meu chevalier por um reino”, que é o reino do artista português reconhecido e consagrado, a que ele tanto ambiciona. Ora, esta é uma boa ilustração do problema que eu tenho com a igualdade: da mesma forma que não confundo Camões com António Aleixo, não quero Tony Carreira confundido com Amália. Nem tudo no gosto é puramente arbitrário e há violências simbólicas que fazem maravilhas pela civilização.



Inc, concordas com a posição do JMT a propósito da questão da (não) "arbitrariedade do gosto"?

Ao Tony Carreira deve ser dada a mesma "importância institucional" do que à Amália?


Primeiro, não deveria existir tal coisa como "importância institucional".

Depois, a minha opinião é que todos os indivíduos devem ser tratados de igual forma pela lei e pelas instituições. E que a satisfação de cada indivíduo deve ter exactamente o mesmo valor que a satisfação de outro.

O que isso implica é que qualquer apoio deve ser em função do público. Um desvio desse critério significa que se está a beneficiar alguns indivíduos sobre outros (tanto artistas como consumidores), ou seja, não se os está a tratar de igual forma nem a reconhecer igual valor a ambos na satisfação das suas necessidades.

--------

Dito isto, duvido que em termos gerais o Tony Carreira goze em última análise de maior popularidade e reconhecimento do que a Amália. Ou seja, a questão nem se coloca.

--------

Sobre o caso em particular, acho que o embaixador devia ser removido. Ele não está ali para deixar os seus gostos pessoais influenciarem a sua função, e se fosse a Amália não recusaria a cerimónia. Pelo que é simplesmente um palhaço fascista/comunista arbitrário que se julga dono da coisa.
Título: Re: Arte
Enviado por: Automek em 2016-01-20 12:05:57
No fundo é isto que o JMT bem resumiu:

Citar
Consciente daquilo a que Bourdieu chamou “arbitrário cultural dominante”, Tony Carreira, homem de esquerda na busca justa pela igualdade, recusa que uma cultura se imponha sobre a outra, ou que alguém lhe diga que o pior fado de Amália é melhor do que a sua mais conseguida canção – não é melhor, é apenas diferente, pensará Tony na esteira de Bourdieu, até porque ambos são Chevalier de l’Ordre des Arts et des Lettres.

Isto aplica-se a muitas outras coisas tais como dizer que o pior filme do MO é mais importante do que o Crime do Padre Amaro, como se isso fosse uma lei universal, inquestionável.
Título: Re: Arte
Enviado por: Deus Menor em 2016-01-20 12:06:37
O gosto não deve ser argumento para análise.

Mas uma coisa que me intriga é se o Tony não estava a utilizar isto para
capitalizar popularidade e mediatismo?

Mas em França já se viu isto:

(http://i2.wp.com/www.onrembobine.fr/wp-content/uploads/2012/05/Stallone-et-jack-lang.jpg?fit=310%2C260)

O Sly a ser condecorado pelo Jack Lang

Onde está a fronteira entre reconhecimento e promoção?
Título: Re: Arte
Enviado por: Automek em 2016-01-20 12:10:44
não me parece que o TC precise de capitalizar popularidade e mediatismo. ele enche o pavilhão atlântico quantas vezes quiser e no estrangeiro é uma loucura por onde passa.
Título: Re: Arte
Enviado por: Deus Menor em 2016-01-20 12:23:57
não me parece que o TC precise de capitalizar popularidade e mediatismo. ele enche o pavilhão atlântico quantas vezes quiser e no estrangeiro é uma loucura por onde passa.

Sim mas compreendes que ainda está uma nível abaixo , em termos institucionais,
ele quer chegar ao núcleo duro e elitista da Cultura.
Título: Re: Arte
Enviado por: Jsebastião em 2016-01-20 13:13:22
Primeiro, não deveria existir tal coisa como "importância institucional".

Depois, a minha opinião é que todos os indivíduos devem ser tratados de igual forma pela lei e pelas instituições. E que a satisfação de cada indivíduo deve ter exactamente o mesmo valor que a satisfação de outro.

O que isso implica é que qualquer apoio deve ser em função do público. Um desvio desse critério significa que se está a beneficiar alguns indivíduos sobre outros (tanto artistas como consumidores), ou seja, não se os está a tratar de igual forma nem a reconhecer igual valor a ambos na satisfação das suas necessidades.

--------

Dito isto, duvido que em termos gerais o Tony Carreira goze em última análise de maior popularidade e reconhecimento do que a Amália. Ou seja, a questão nem se coloca.

--------

Sobre o caso em particular, acho que o embaixador devia ser removido. Ele não está ali para deixar os seus gostos pessoais influenciarem a sua função, e se fosse a Amália não recusaria a cerimónia. Pelo que é simplesmente um palhaço fascista/comunista arbitrário que se julga dono da coisa.

É difícil de contabilizar essa popularidade (e compará-la, em termos "comparáveis" simples, com a da Amália no seu tempo), mas penso que seja relativamente mais simples ajuizar as coisas precisamente a "nível institucional" e ao nível do elitismo cultural vigente, em geral. A Amália tem estes dois sectores conquistados, enquanto que o Tony nunca virá a ter (é "limpinho, limpinho"). A Amália está no Panteão, enquanto que a música do Tony não vai seguir nenhuma trajectória paralela à história de Portugal depois da sua morte - será votado ao esquecimento no prazo de uma geração, se tanto (a não ser que ocorra um qualquer milagre, e a voz, o estilo e a abordagem artística dele mudem radicalmente daqui para a frente).

Mas a questão mantém-se: sendo eventualmente o Tony capaz de mobilizar um número razoável de fãs comparável, ou aproximado, ao da Amália, dentro e fora de Portugal, e devendo o "apoio ser avaliado em função do Público", não devia este homem estar a ser carregado aos ombros pelo ministério que trata dessas questões?

Título: Re: Arte
Enviado por: Jsebastião em 2016-01-20 13:15:58
No fundo é isto que o JMT bem resumiu:

Citar
Consciente daquilo a que Bourdieu chamou “arbitrário cultural dominante”, Tony Carreira, homem de esquerda na busca justa pela igualdade, recusa que uma cultura se imponha sobre a outra, ou que alguém lhe diga que o pior fado de Amália é melhor do que a sua mais conseguida canção – não é melhor, é apenas diferente, pensará Tony na esteira de Bourdieu, até porque ambos são Chevalier de l’Ordre des Arts et des Lettres.

Isto aplica-se a muitas outras coisas tais como dizer que o pior filme do MO é mais importante do que o Crime do Padre Amaro, como se isso fosse uma lei universal, inquestionável.

Mas para o JMT, isso é mesmo uma lei universal e inquestionável, nos dois casos. Ele está 100% ao lado da posição do embaixador, por considerar que o Tony é uma nulidade do ponto de vista "artístico"...
Título: Re: Arte
Enviado por: Automek em 2016-01-20 13:45:03
Sim, o JMT no final defende que uns são mais iguais que outros (o que até é estranho uma vez que ele é essencialmente liberal) mas naquele parágrafo que deixei argumenta, provavelmente de forma involuntária, a razão pela qual não deve ser assim.

Quando este tipo de questões se coloca eu costumo perguntar onde, em que lei, tratado, hábito ou outro é que está escrito que uma música da Amália tem mais qualidade do que uma do Tony ? Ou porque é que um filme do MO tem mais qualidade do que o Rocky 4. Geralmente só obtenho insultos e nunca respostas objectivas.
Título: Re: Arte
Enviado por: Jsebastião em 2016-01-20 14:03:10
Quando este tipo de questões se coloca eu costumo perguntar onde, em que lei, tratado, hábito ou outro é que está escrito que uma música da Amália tem mais qualidade do que uma do Tony ? Ou porque é que um filme do MO tem mais qualidade do que o Rocky 4. Geralmente só obtenho insultos e nunca respostas objectivas.

É uma questão aparentemente simples, mas que já terá originado, ao longo de séculos, talvez, um infindável e aceso debate entre elitistas e "popularistas". Como normalmente são os elitistas que estão na pose de uma muito maior clareza e precisão no discurso, e como normalmente ocupam posições privilegiadas em termo de comunicação e divulgação, é a sua visão que vai prevalecendo sobre as restantes ao longo do tempo, originando voluntariamente com isso a perpetuação da adulação aos génios. Acho que isto é mais ou menos senso comum. Contudo, creio que possam ser encontrado alguns critérios menos subjectivos aqui e ali que permitam ajudar a que isto suceda, e que fazem em alguns casos fazer coincidir as visões elitista e popularista.

Este debate intensificou-se a um extremo impensável com o acontecimento "Internet", tendo por um lado democratizado o direito e o acesso ao discurso abrangente a milhões de pessoas (que de outra forma seriam uma maioria silenciosa), e por outro tornado essa democratização numa quase obrigatoriedade em seguir as tendência verificadas pela maioria (veja-se os votos no imdb, que passam quase por determinantes para muita gente aferir a qualidade de uma obra).

Mas grosso modo concordo com a ideia de que a qualidade não deve ser uma verdade dogmática decidida por uma minoria supostamente "educada". Não coloco em causa a educação nem a sapiência dessa minoria (até porque as considero, regra geral, muito importantes), mas coloco em causa e vontade que têm em impor o seu gosto sobre o dos outros quando estão em cima da mesa subsidios e apoios institucionais.
Título: Re: Arte
Enviado por: Automek em 2016-01-20 14:20:42
É um excelente resumo Sebastião.

Daí que tudo o que seja arte, cultura e afins não devesse ter apoios (ou se os tiver que seja para quem se esforça para os ter e não de quem acha que aquilo que produz é importante mesmo que não interesse, sequer, a uma dúzia de pessoas - nunca me sai da cabeça o público português que se foda (http://oinsurgente.org/2012/05/10/o-publico-portugues-que-se-foda/) do César Monteiro).

A mim até me arrepia termos um ministério da cultura. Chegava-nos perfeitamente ter uma secretaria de estado do património para tomar conta de monumentos, museus e pouco mais (e mesmo aí já há arbitrariedade suficiente na importância que se dá a cada um).
Título: Re: Arte
Enviado por: ana em 2016-01-20 14:37:57
É um excelente resumo Sebastião.

Daí que tudo o que seja arte, cultura e afins não devesse ter apoios (ou se os tiver que seja para quem se esforça para os ter e não de quem acha que aquilo que produz é importante mesmo que não interesse, sequer, a uma dúzia de pessoas - nunca me sai da cabeça o público português que se foda ([url]http://oinsurgente.org/2012/05/10/o-publico-portugues-que-se-foda/[/url]) do César Monteiro).

A mim até me arrepia termos um ministério da cultura. Chegava-nos perfeitamente ter uma secretaria de estado do património para tomar conta de monumentos, museus e pouco mais (e mesmo aí já há arbitrariedade suficiente na importância que se dá a cada um).


ahahah o cesar monteiro é do caroço:D uma cena genial:
(olha bem o ar dele:D e não te arrepies, ri-te:D ele é de morte)

! No longer available (http://www.youtube.com/watch?v=fLKfvYrLhJ4#)
Título: Re: Arte
Enviado por: Joao-D em 2016-01-20 15:22:44
Não sou propriamente um grande entendido no tema, mas existem obras de arte mais complexas que outras. Por exemplo, fazer música com uma viola de fado é mais dificil do que fazer com uma guitarra eléctrica. Geralmente na musica pimba os acordes são tb mais simples e repetitivos...
É tb mais complexo representar numa peça de teatro (ao vivo) do que numa telenovela (gravado)... não é tudo a mesma coisa.

No entanto, tendo em conta as pessoas que já foram homenageadas pelos presidentes da república, acho que o Tony Carreira já devia ter sido homenageado, e até podia ser um bocadinho positivo para a popularidade de Cavaco.
Título: Re: Arte
Enviado por: Incognitus em 2016-01-20 15:23:47
Primeiro, não deveria existir tal coisa como "importância institucional".

Depois, a minha opinião é que todos os indivíduos devem ser tratados de igual forma pela lei e pelas instituições. E que a satisfação de cada indivíduo deve ter exactamente o mesmo valor que a satisfação de outro.

O que isso implica é que qualquer apoio deve ser em função do público. Um desvio desse critério significa que se está a beneficiar alguns indivíduos sobre outros (tanto artistas como consumidores), ou seja, não se os está a tratar de igual forma nem a reconhecer igual valor a ambos na satisfação das suas necessidades.

--------

Dito isto, duvido que em termos gerais o Tony Carreira goze em última análise de maior popularidade e reconhecimento do que a Amália. Ou seja, a questão nem se coloca.

--------

Sobre o caso em particular, acho que o embaixador devia ser removido. Ele não está ali para deixar os seus gostos pessoais influenciarem a sua função, e se fosse a Amália não recusaria a cerimónia. Pelo que é simplesmente um palhaço fascista/comunista arbitrário que se julga dono da coisa.

É difícil de contabilizar essa popularidade (e compará-la, em termos "comparáveis" simples, com a da Amália no seu tempo), mas penso que seja relativamente mais simples ajuizar as coisas precisamente a "nível institucional" e ao nível do elitismo cultural vigente, em geral. A Amália tem estes dois sectores conquistados, enquanto que o Tony nunca virá a ter (é "limpinho, limpinho"). A Amália está no Panteão, enquanto que a música do Tony não vai seguir nenhuma trajectória paralela à história de Portugal depois da sua morte - será votado ao esquecimento no prazo de uma geração, se tanto (a não ser que ocorra um qualquer milagre, e a voz, o estilo e a abordagem artística dele mudem radicalmente daqui para a frente).

Mas a questão mantém-se: sendo eventualmente o Tony capaz de mobilizar um número razoável de fãs comparável, ou aproximado, ao da Amália, dentro e fora de Portugal, e devendo o "apoio ser avaliado em função do Público", não devia este homem estar a ser carregado aos ombros pelo ministério que trata dessas questões?

A questão é que nem temos que comparar claro.

E ninguém o deve fazer em nosso nome, também. Porque isso é dizer explicitamente que uns são mais que outros (precisamente contrário do que esses iluminados culturais todos supostamente defendem, diga-se).

---------

Sobre o público, o ministério não teria que carregar alguém aos ombros. Simplesmente deveria seguir uma regra justa de forma cega e sem favoritismos e arbitrariedades.
Título: Re: Arte
Enviado por: Incognitus em 2016-01-20 15:25:54
Quando este tipo de questões se coloca eu costumo perguntar onde, em que lei, tratado, hábito ou outro é que está escrito que uma música da Amália tem mais qualidade do que uma do Tony ? Ou porque é que um filme do MO tem mais qualidade do que o Rocky 4. Geralmente só obtenho insultos e nunca respostas objectivas.

É uma questão aparentemente simples, mas que já terá originado, ao longo de séculos, talvez, um infindável e aceso debate entre elitistas e "popularistas". Como normalmente são os elitistas que estão na pose de uma muito maior clareza e precisão no discurso, e como normalmente ocupam posições privilegiadas em termo de comunicação e divulgação, é a sua visão que vai prevalecendo sobre as restantes ao longo do tempo, originando voluntariamente com isso a perpetuação da adulação aos génios. Acho que isto é mais ou menos senso comum. Contudo, creio que possam ser encontrado alguns critérios menos subjectivos aqui e ali que permitam ajudar a que isto suceda, e que fazem em alguns casos fazer coincidir as visões elitista e popularista.

Este debate intensificou-se a um extremo impensável com o acontecimento "Internet", tendo por um lado democratizado o direito e o acesso ao discurso abrangente a milhões de pessoas (que de outra forma seriam uma maioria silenciosa), e por outro tornado essa democratização numa quase obrigatoriedade em seguir as tendência verificadas pela maioria (veja-se os votos no imdb, que passam quase por determinantes para muita gente aferir a qualidade de uma obra).

Mas grosso modo concordo com a ideia de que a qualidade não deve ser uma verdade dogmática decidida por uma minoria supostamente "educada". Não coloco em causa a educação nem a sapiência dessa minoria (até porque as considero, regra geral, muito importantes), mas coloco em causa e vontade que têm em impor o seu gosto sobre o dos outros quando estão em cima da mesa subsidios e apoios institucionais.

A visão elitista não prevalece. As pessoas não mudam os seus gostos devido a ela, e tudo o que resta dessa visão elitista é um esquema para roubar de uns e dar a outros, vulgo, corrupção.
Título: Re: Arte
Enviado por: Incognitus em 2016-01-20 15:29:27
Não sou propriamente um grande entendido no tema, mas existem obras de arte mais complexas que outras. Por exemplo, fazer música com uma violada de fado é mais dificil do que fazer com uma guitarra eléctrica. Geralmente na musica pimba os acordes são tb mais simples e repetitivos...
É tb mais complexo representar numa peça de teatro (ao vivo) do que numa telenovela (gravado)... não é tudo a mesma coisa.

No entanto, tendo em conta as pessoas que já foram homenageadas pelos presidentes da república, acho que o Tony Carreira já devia ter sido homenageado, e até podia ser um bocadinho positivo para a popularidade de Cavaco.

A utilidade e valor de algo para quem o consome não está necessariamente ligada à complexidade e custo de o produzir. E de resto as obras mais populares até costumam ter um custo mais elevado, implicando maior a muito maior, a esmagadoramente maior, complexidade.
Título: Re: Arte
Enviado por: Joao-D em 2016-01-20 15:39:44
Não sou propriamente um grande entendido no tema, mas existem obras de arte mais complexas que outras. Por exemplo, fazer música com uma viola de fado é mais dificil do que fazer com uma guitarra eléctrica. Geralmente na musica pimba os acordes são tb mais simples e repetitivos...
É tb mais complexo representar numa peça de teatro (ao vivo) do que numa telenovela (gravado)... não é tudo a mesma coisa.

No entanto, tendo em conta as pessoas que já foram homenageadas pelos presidentes da república, acho que o Tony Carreira já devia ter sido homenageado, e até podia ser um bocadinho positivo para a popularidade de Cavaco.

A utilidade e valor de algo para quem o consome não está necessariamente ligada à complexidade e custo de o produzir. E de resto as obras mais populares até costumam ter um custo mais elevado, implicando maior a muito maior, a esmagadoramente maior, complexidade.

Em relação à segunda frase discordo. Um exemplo são os quadros. Há quadros que valem mais de 100 milhões de euros e alguns deles não são lá muito populares.

Edit: Acho que te referes ao custo de produzir e não custo da obra em si... mas mesmo assim, tb deve ser um pouco discutível.
No entanto, eu não estava a referir-me a isso. Estava apenas a tentar justificar pq determinada obra de arte tem mais qualidade que outra.
Título: Re: Arte
Enviado por: Incognitus em 2016-01-20 16:35:21
Não sou propriamente um grande entendido no tema, mas existem obras de arte mais complexas que outras. Por exemplo, fazer música com uma viola de fado é mais dificil do que fazer com uma guitarra eléctrica. Geralmente na musica pimba os acordes são tb mais simples e repetitivos...
É tb mais complexo representar numa peça de teatro (ao vivo) do que numa telenovela (gravado)... não é tudo a mesma coisa.

No entanto, tendo em conta as pessoas que já foram homenageadas pelos presidentes da república, acho que o Tony Carreira já devia ter sido homenageado, e até podia ser um bocadinho positivo para a popularidade de Cavaco.

A utilidade e valor de algo para quem o consome não está necessariamente ligada à complexidade e custo de o produzir. E de resto as obras mais populares até costumam ter um custo mais elevado, implicando maior a muito maior, a esmagadoramente maior, complexidade.

Em relação à segunda frase discordo. Um exemplo são os quadros. Há quadros que valem mais de 100 milhões de euros e alguns deles não são lá muito populares.

Edit: Acho que te referes ao custo de produzir e não custo da obra em si... mas mesmo assim, tb deve ser um pouco discutível.
No entanto, eu não estava a referir-me a isso. Estava apenas a tentar justificar pq determinada obra de arte tem mais qualidade que outra.

Eu disse "até costumam". Um quadro não é propriamente um bom exemplo, o mercado a que se dirige é uma coisa mínima, o valor é ditado por poucas pessoas, não por um público imenso. E de resto, esse valor ser elevado não significa que esses quadros sejam mais complexos. Pelo que me parece um mau exemplo por vários ângulos.

O custo de produzir, sim. O custo de produzir uma obra cinematográfica ou mesmo de teatro mais popular tende a ser mais elevado do que o custo de produzir algo equivalente menos popular.
Título: Re: Arte
Enviado por: Jsebastião em 2016-01-20 16:42:10
Quando este tipo de questões se coloca eu costumo perguntar onde, em que lei, tratado, hábito ou outro é que está escrito que uma música da Amália tem mais qualidade do que uma do Tony ? Ou porque é que um filme do MO tem mais qualidade do que o Rocky 4. Geralmente só obtenho insultos e nunca respostas objectivas.

É uma questão aparentemente simples, mas que já terá originado, ao longo de séculos, talvez, um infindável e aceso debate entre elitistas e "popularistas". Como normalmente são os elitistas que estão na pose de uma muito maior clareza e precisão no discurso, e como normalmente ocupam posições privilegiadas em termo de comunicação e divulgação, é a sua visão que vai prevalecendo sobre as restantes ao longo do tempo, originando voluntariamente com isso a perpetuação da adulação aos génios. Acho que isto é mais ou menos senso comum. Contudo, creio que possam ser encontrado alguns critérios menos subjectivos aqui e ali que permitam ajudar a que isto suceda, e que fazem em alguns casos fazer coincidir as visões elitista e popularista.
A visão elitista não prevalece. As pessoas não mudam os seus gostos devido a ela, e tudo o que resta dessa visão elitista é um esquema para roubar de uns e dar a outros, vulgo, corrupção.

Prevalece pois - e de que maneira. E as pessoas mudam os seus gostos - ou melhor, educam-nos, porque a própria sociedade trata de colocar essa visão na educação.

Pensa na forma como são escolhidas as obras clássicas para colocar nos Museus. Pensa no Louvre, nos artistas, nas correntes históricas e obras que por lá estão representadas. Nalguns casos famosos, a visão elitista que foi perpetuada é-te "impingida" na escola. O próprio Louvre é-te impingido antes sequer de teres hipótese de apurar a tua noção de gosto - aliás, tu começas por a a construir através desta educação que te impingem. Se isto é feito em massa (a educação do gosto pela arte através da indicação de modelos concretos como sendo "os melhores"), tens uma grande probabilidade de garantir a perpetuação desses modelos através das gerações. Independentemente de poderes vir a rejeitar pessoalmente esses modelos mais cedo ou mais tarde. Quem disse que a Mona Lisa é um grande quadro não foi toda uma massa em conjunto - mas essa massa aceita essa visão e mantém pacificamente o dogma ao longo do tempo, com ajuda de muitas flashadas japonesas.

A questão dos esquemas e da corrupção é que se aproveitam deste modelo (e de outros factores), mas não dependem dele para funcionar, nem o contrário se verifica: este modelo necessitar dessas componentes para continuar pelo tempo fora.
Título: Re: Arte
Enviado por: Jsebastião em 2016-01-20 16:48:51
Citar
A utilidade e valor de algo para quem o consome não está necessariamente ligada à complexidade e custo de o produzir.

Aqui, 100% de acordo.

Mas distingo (pelo menos) uma diferença fundamental entre a "utilidade e valor" de um objecto artístico, e a "utilidade e valor" de um objecto funcional.

No segundo caso, essa "utilidade e valor", essa qualidade, em resumo, podem ser objectivadas. Medidas através de critérios pré-definidos. Não dependem do nosso gosto, embora o nosso gosto possa influenciar a nossa escolha.

No primeiro caso, não. Não há forma de definir critérios objectivos que quantifiquem a qualidade da arte.

No caso da Arte (e, vá, do entretenimento), qualidade e gosto nadam numa zona sem fronteiras definidas.
Título: Re: Arte
Enviado por: Incognitus em 2016-01-20 17:40:17
Quando este tipo de questões se coloca eu costumo perguntar onde, em que lei, tratado, hábito ou outro é que está escrito que uma música da Amália tem mais qualidade do que uma do Tony ? Ou porque é que um filme do MO tem mais qualidade do que o Rocky 4. Geralmente só obtenho insultos e nunca respostas objectivas.

É uma questão aparentemente simples, mas que já terá originado, ao longo de séculos, talvez, um infindável e aceso debate entre elitistas e "popularistas". Como normalmente são os elitistas que estão na pose de uma muito maior clareza e precisão no discurso, e como normalmente ocupam posições privilegiadas em termo de comunicação e divulgação, é a sua visão que vai prevalecendo sobre as restantes ao longo do tempo, originando voluntariamente com isso a perpetuação da adulação aos génios. Acho que isto é mais ou menos senso comum. Contudo, creio que possam ser encontrado alguns critérios menos subjectivos aqui e ali que permitam ajudar a que isto suceda, e que fazem em alguns casos fazer coincidir as visões elitista e popularista.
A visão elitista não prevalece. As pessoas não mudam os seus gostos devido a ela, e tudo o que resta dessa visão elitista é um esquema para roubar de uns e dar a outros, vulgo, corrupção.

Prevalece pois - e de que maneira. E as pessoas mudam os seus gostos - ou melhor, educam-nos, porque a própria sociedade trata de colocar essa visão na educação.

Pensa na forma como são escolhidas as obras clássicas para colocar nos Museus. Pensa no Louvre, nos artistas, nas correntes históricas e obras que por lá estão representadas. Nalguns casos famosos, a visão elitista que foi perpetuada é-te "impingida" na escola. O próprio Louvre é-te impingido antes sequer de teres hipótese de apurar a tua noção de gosto - aliás, tu começas por a a construir através desta educação que te impingem. Se isto é feito em massa (a educação do gosto pela arte através da indicação de modelos concretos como sendo "os melhores"), tens uma grande probabilidade de garantir a perpetuação desses modelos através das gerações. Independentemente de poderes vir a rejeitar pessoalmente esses modelos mais cedo ou mais tarde. Quem disse que a Mona Lisa é um grande quadro não foi toda uma massa em conjunto - mas essa massa aceita essa visão e mantém pacificamente o dogma ao longo do tempo, com ajuda de muitas flashadas japonesas.

A questão dos esquemas e da corrupção é que se aproveitam deste modelo (e de outros factores), mas não dependem dele para funcionar, nem o contrário se verifica: este modelo necessitar dessas componentes para continuar pelo tempo fora.

As pessoas não mudam os seus gostos, isso é patente, basta ver que a subsidiação em Portugal é permanente. Se as pessoas mudassem os gostos, passaria a existir público para os gostos oficialmente apoiados, o que não acontece.

Museus têm pouco a ver com gostos, a maioria visita-os porque são atracções turísticas "famosas". Pouco importa o que está lá dentro, embora naturalmente o que está lá dentro tenha por si próprio também fama. Não significa que se colocasses o que está lá dentro misturado com outras coisas e sem ser conhecido, o público atribuísse mais valor a isso do que a qualquer outra coisa.

---

"Mudar os gostos" = passar a consumir outra coisa, e não algo lírico e inquantificável.
Título: Re: Arte
Enviado por: Incognitus em 2016-01-20 17:51:39
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A utilidade e valor de algo para quem o consome não está necessariamente ligada à complexidade e custo de o produzir.

Aqui, 100% de acordo.

Mas distingo (pelo menos) uma diferença fundamental entre a "utilidade e valor" de um objecto artístico, e a "utilidade e valor" de um objecto funcional.

No segundo caso, essa "utilidade e valor", essa qualidade, em resumo, podem ser objectivadas. Medidas através de critérios pré-definidos. Não dependem do nosso gosto, embora o nosso gosto possa influenciar a nossa escolha.

No primeiro caso, não. Não há forma de definir critérios objectivos que quantifiquem a qualidade da arte.

No caso da Arte (e, vá, do entretenimento), qualidade e gosto nadam numa zona sem fronteiras definidas.

Essa objectividade é coisa que não existe. O valor de algo é definido pelo que estamos preparados a prescindir para obter ou manter o algo.

Alguém pode gritar aos sete ventos que X é incalculavelmente valioso. Se lhe pedem 10 Euros para ter a coisa e não os quer dar, na realidade essa pessoa avalia o valor de X em menos de 10 EUR. Se lhe pedem 1 hora do seu tempo e não a quiser dar, avalia X em menos de 1 hora do seu tempo.

Ao mesmo tempo, quem vê o filho a afogar-se e se atira para uma situação perigosa para o tentar salvar, dá um valor ao seu filho acima do da própria vida (ou pelo menos, do da própria vida x probabilidade de a perder nessa situação).

O resto são tangas líricas. Muito comuns no campo da cultura, diga-se.
Título: Re: Arte
Enviado por: Jsebastião em 2016-01-20 18:24:30
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A utilidade e valor de algo para quem o consome não está necessariamente ligada à complexidade e custo de o produzir.

Aqui, 100% de acordo.

Mas distingo (pelo menos) uma diferença fundamental entre a "utilidade e valor" de um objecto artístico, e a "utilidade e valor" de um objecto funcional.

No segundo caso, essa "utilidade e valor", essa qualidade, em resumo, podem ser objectivadas. Medidas através de critérios pré-definidos. Não dependem do nosso gosto, embora o nosso gosto possa influenciar a nossa escolha.

No primeiro caso, não. Não há forma de definir critérios objectivos que quantifiquem a qualidade da arte.

No caso da Arte (e, vá, do entretenimento), qualidade e gosto nadam numa zona sem fronteiras definidas.

Essa objectividade é coisa que não existe. O valor de algo é definido pelo que estamos preparados a prescindir para obter ou manter o algo.

Alguém pode gritar aos sete ventos que X é incalculavelmente valioso. Se lhe pedem 10 Euros para ter a coisa e não os quer dar, na realidade essa pessoa avalia o valor de X em menos de 10 EUR. Se lhe pedem 1 hora do seu tempo e não a quiser dar, avalia X em menos de 1 hora do seu tempo.

Ao mesmo tempo, quem vê o filho a afogar-se e se atira para uma situação perigosa para o tentar salvar, dá um valor ao seu filho acima do da própria vida (ou pelo menos, do da própria vida x probabilidade de a perder nessa situação).

O resto são tangas líricas. Muito comuns no campo da cultura, diga-se.

Tens razão. Mas penso que estamos a falar de coisas diferentes, embora relacionadas - ou pelo menos estamos a olhar para coisa de ângulos diferentes, não necessariamente contrários.

O que estou a dizer é que no campo das utilidade funcional (isto é, na produção de objectos que têm um objectivo prático de utilização: um parafuso, uma máquina de calcular, um frigorífico, um lápis, etc.) a qualidade pode ser medida/avaliada através de critérios aceites por toda a gente. Um parafuso, por exemplo, pode ser avaliado em função da resistência e durabilidade da liga em que é feito. Se ao apertares um parafuso notas que a chave desfaz a cabeça e fica a patinar, podes concluir que o parafuso não tem qualidade (e vice-versa, já agora, se for a chave a ficar "dentada"). Isto leva-te não só a escolher outra marca aquando da compra seguinte, mas também a poderes ter um critério objectivo que podes divulgar a outras pessoas e que seja aceite como tal: o parafuso da marca X não tem qualidade porque a liga é fraca e desfaz-se quando tentas apertar. 

A outra pessoa pode à mesma querer escolher aquela marca, porque é mais barata, mas sabe que está a escolher algo de qualidade baixa.



Título: Re: Arte
Enviado por: Jsebastião em 2016-01-20 18:57:11
As pessoas não mudam os seus gostos, isso é patente, basta ver que a subsidiação em Portugal é permanente. Se as pessoas mudassem os gostos, passaria a existir público para os gostos oficialmente apoiados, o que não acontece.

Museus têm pouco a ver com gostos, a maioria visita-os porque são atracções turísticas "famosas". Pouco importa o que está lá dentro, embora naturalmente o que está lá dentro tenha por si próprio também fama. Não significa que se colocasses o que está lá dentro misturado com outras coisas e sem ser conhecido, o público atribuísse mais valor a isso do que a qualquer outra coisa.

---

"Mudar os gostos" = passar a consumir outra coisa, e não algo lírico e inquantificável.

Hmmm... Eu mantenho que as pessoas mudam muitas vezes os gostos, ou acrescentam novos gostos àqueles que já têm ao longo da vida.

O que sucede em relação ao que estás a dizer é que a margem de pessoas que está pré-disposta a experimentar/aceitar produtos artísticos que são mais exigentes, que necessitam de uma bagagem maior em termos culturais para serem entendidos/apreciados, e ainda por cima de uma maior disponibilidade mental/concentração para os absorver, sem devolverem a tão ambicionada faceta de entretenimento no-brainer, é que é imensamente diminuta.

Vá-se lá saber, as obras de Manoel de Oliveira e do César Monteiro inserem-se neste grupo.

Há muito pouca gente disposta a permanecer sentada e sossegada durante as três horas do "Vale Abraão" a ouvir o parlapier quase abstracto adaptado da Agustina Bessa-Luís que está presente na voz off e nos diálogos do filme. Quanto a isto tens razão - os gostos não mudam com facilidade de patamar cultural, particularmente quando o que se pretende em primeiro lugar são uma quantas explosões para adormecer o cérebro.
Título: Re: Arte
Enviado por: Incognitus em 2016-01-20 19:24:11
As pessoas não mudam os seus gostos, isso é patente, basta ver que a subsidiação em Portugal é permanente. Se as pessoas mudassem os gostos, passaria a existir público para os gostos oficialmente apoiados, o que não acontece.

Museus têm pouco a ver com gostos, a maioria visita-os porque são atracções turísticas "famosas". Pouco importa o que está lá dentro, embora naturalmente o que está lá dentro tenha por si próprio também fama. Não significa que se colocasses o que está lá dentro misturado com outras coisas e sem ser conhecido, o público atribuísse mais valor a isso do que a qualquer outra coisa.

---

"Mudar os gostos" = passar a consumir outra coisa, e não algo lírico e inquantificável.

Hmmm... Eu mantenho que as pessoas mudam muitas vezes os gostos, ou acrescentam novos gostos àqueles que já têm ao longo da vida.

O que sucede em relação ao que estás a dizer é que a margem de pessoas que está pré-disposta a experimentar/aceitar produtos artísticos que são mais exigentes, que necessitam de uma bagagem maior em termos culturais para serem entendidos/apreciados, e ainda por cima de uma maior disponibilidade mental/concentração para os absorver, sem devolverem a tão ambicionada faceta de entretenimento no-brainer, é que é imensamente diminuta.

Vá-se lá saber, as obras de Manoel de Oliveira e do César Monteiro inserem-se neste grupo.

Há muito pouca gente disposta a permanecer sentada e sossegada durante as três horas do "Vale Abraão" a ouvir o parlapier quase abstracto adaptado da Agustina Bessa-Luís que está presente na voz off e nos diálogos do filme. Quanto a isto tens razão - os gostos não mudam com facilidade de patamar cultural, particularmente quando o que se pretende em primeiro lugar são uma quantas explosões para adormecer o cérebro.

Bem, eu quero dizer algo ligeiramente diferente. Eu quero dizer que as pessoas não mudam os gostos em direcção a esses gostos oficiais. Mudam-nos certamente muitas vezes, mas de forma algo imprevisível.

Se os produtos culturais são mais exigentes e atraem menos público, então espetem-lhes com um preço mais elevado para que os conhecedores os paguem por esse mítico valor que terão, em vez de ir tirar a quem não quer pagar tal coisa.

Não vale a pena dizer que se forem muito mais caros ainda menos pessoas os vêem e são menos viáveis, porque se isso acontecer é simplesmente porque o tal valor mítico é ainda mais asseguradamente mítico.
Título: Re: Arte
Enviado por: Incognitus em 2016-01-20 19:33:28
Citar
A utilidade e valor de algo para quem o consome não está necessariamente ligada à complexidade e custo de o produzir.

Aqui, 100% de acordo.

Mas distingo (pelo menos) uma diferença fundamental entre a "utilidade e valor" de um objecto artístico, e a "utilidade e valor" de um objecto funcional.

No segundo caso, essa "utilidade e valor", essa qualidade, em resumo, podem ser objectivadas. Medidas através de critérios pré-definidos. Não dependem do nosso gosto, embora o nosso gosto possa influenciar a nossa escolha.

No primeiro caso, não. Não há forma de definir critérios objectivos que quantifiquem a qualidade da arte.

No caso da Arte (e, vá, do entretenimento), qualidade e gosto nadam numa zona sem fronteiras definidas.

Essa objectividade é coisa que não existe. O valor de algo é definido pelo que estamos preparados a prescindir para obter ou manter o algo.

Alguém pode gritar aos sete ventos que X é incalculavelmente valioso. Se lhe pedem 10 Euros para ter a coisa e não os quer dar, na realidade essa pessoa avalia o valor de X em menos de 10 EUR. Se lhe pedem 1 hora do seu tempo e não a quiser dar, avalia X em menos de 1 hora do seu tempo.

Ao mesmo tempo, quem vê o filho a afogar-se e se atira para uma situação perigosa para o tentar salvar, dá um valor ao seu filho acima do da própria vida (ou pelo menos, do da própria vida x probabilidade de a perder nessa situação).

O resto são tangas líricas. Muito comuns no campo da cultura, diga-se.

Tens razão. Mas penso que estamos a falar de coisas diferentes, embora relacionadas - ou pelo menos estamos a olhar para coisa de ângulos diferentes, não necessariamente contrários.

O que estou a dizer é que no campo das utilidade funcional (isto é, na produção de objectos que têm um objectivo prático de utilização: um parafuso, uma máquina de calcular, um frigorífico, um lápis, etc.) a qualidade pode ser medida/avaliada através de critérios aceites por toda a gente. Um parafuso, por exemplo, pode ser avaliado em função da resistência e durabilidade da liga em que é feito. Se ao apertares um parafuso notas que a chave desfaz a cabeça e fica a patinar, podes concluir que o parafuso não tem qualidade (e vice-versa, já agora, se for a chave a ficar "dentada"). Isto leva-te não só a escolher outra marca aquando da compra seguinte, mas também a poderes ter um critério objectivo que podes divulgar a outras pessoas e que seja aceite como tal: o parafuso da marca X não tem qualidade porque a liga é fraca e desfaz-se quando tentas apertar. 

A outra pessoa pode à mesma querer escolher aquela marca, porque é mais barata, mas sabe que está a escolher algo de qualidade baixa.

Não, até nesses casos a qualidade não é objectiva. Depende sempre do que se está a prescindir por ela, nomeadamente se a qualidade vier associada a um custo mais elevado. Existindo especificações técnicas, pode ser possível atingi-las de várias formas. O valor de cada uma não é objectivo por si só porque pode ser suplantada por outra que lhe baixa o valor. Quanto muito a relação de valor entre duas coisas pode ser objectiva, ainda que o valor de cada uma não o seja. Por exemplo, podes não saber bem o que vale uma determinada acção (ninguém sabe), mas se essa acção for de uma classe igual a outra, então sabes que tenham o valor que tiverem, esse valor é igual (o relativo é objectivo, o absoluto não é).

O mesmo se pode passar com determinadas especificações técnicas. Se necessitas de uma dada especificação técnica e tiveres duas formas de a alcançar, o valor das duas vai tender a equivaler-se (se forem mesmo iguais a alcançar a especificação). O valor que atribuis a obter a especificação em si porém continua subjectivo -- obter essa especificação ser dispensável se o custo for alto o suficiente que ultrapasse o valor que atribuis a obter a especificação.

Por outro lado, se tens alguém que te paga X desde que a coisa tenha essa especificação, imediatamente obtê-la ganha um valor objectivo, porque tens como te ver livre da coisa a outro valor ditado por outra pessoa. O mesmo se passa com um quadro. Podes não lhe dar muito valor ou não saberes bem que valor terá. Mas se sabes que há comprador firme a X, então passas imediatamente a dar-lhe um valor que é X menos o que desejas ganhar se o conseguires obter.

E por aí adiante.

Em momento nenhum, porém, existe um valor fantástico para algo (exemplo de arte, cultura, etc) sem que ninguém esteja realmente disposto a prescindir de algo nesse valor (sozinho ou em grupo).

Resumindo, essas coisas que "vendem" como tendo grande valor não têm grande valor porque ninguém está disponível para voluntariamente prescidir de algo que se aproxime ao valor publicitado.

----------

Uma consequência disto é também que os valores são relativos. O que se prescinde tem um valor. Aquilo pelo qual o prescindimos, assume-se que terá um valor superior. Aquilo que não prescindimos por algo, presume-se por sua vez que terá um valor superior ao algo.
Título: Re: Arte
Enviado por: Incognitus em 2016-01-20 19:39:07
Mas o melhor é mesmo resumir para "o valor de algo é aquilo que estamos dispostos a prescindir para obter ou manter o algo". É algo que varia de indivíduo para indivíduo.

Depois existem uma série de combinações que podem fazer o algo ter valor mais objectivo, principalmente compromissos firmes de outrém, ou o facto de existirem coisas com um determinado valor partilhado por muitas pessoas, que sejam possíveis de providenciar por um custo menor (sendo possível prescindir de menos), etc, etc.
Título: Re: Arte
Enviado por: Jsebastião em 2016-01-20 20:17:28
Insisto: qualidade e valor podem ser separados enquanto conceitos passíveis de ser avaliados/percepcionados de forma independente. Nada na tua argumentação, apesar de bem formulada, contraria esta ideia - antes a complementa acrescentando uma dimensão motivacional.

O valor mede-se em função daquilo de que estás disposto a abdicar para adquirir determinada coisa, e varia de indivíduo para indivíduo, mas a qualidade existe para lá dessa disposição. A liga de que é feito um parafuso é fixa. Não é de ferro para um alguém e de aço para outrem. A resistência da liga de que é feito um parafuso não varia de pessoa para pessoa, porque pode ser medida.

A capacidade que determinada empresa tem em fabricar parafusos todos com as mesmas exactas medidas, por exemplo, pode ser outro factor de avaliação de qualidade. Tanto um como outro podem ser avaliados no momento de produção, sem dependerem da vontade de terceiras pessoas os quererem ou não comprar.

Mesmo que a empresa fosse à falência porque os parafusos eram demasiado caros para levarem os consumidores a comprá-los, a sua qualidade podia estar bem acima dos da concorrência - aqueles que em muitos casos se partiam, dobravam e ficavam com a cabeça moída. Para os consumidores, estes reconheciam a qualidade dos parafusos mais caros, mas estavam dispostos a suportar o que de mau viesse com os mais baratos.

Outro exemplo: uma casa pode ser construída com materiais mais resistentes ao tempo. A durabilidade, impermeabilidade e resistência de uma tinta aos factores naturais, humidade, chuva, e sol directo, é um factor de qualidade objectivo.

Título: Re: Arte
Enviado por: Incognitus em 2016-01-20 20:39:41
Insisto: qualidade e valor podem ser separados enquanto conceitos passíveis de ser avaliados/percepcionados de forma independente. Nada na tua argumentação, apesar de bem formulada, contraria esta ideia.

O valor mede-se em função aquilo de que estás disposto a abdicar para adquirir determinada coisa, e varia de indivíduo para indivíduo, mas a qualidade existe para lá dessa disposição. A liga de que é feito um parafuso é fixa. Não é de ferro para um alguém e de aço para outrem. A resistência da liga de que é feito um parafuso não varia de pessoa para pessoa, porque pode ser medida.

A capacidade que determinada empresa tem em fabricar parafusos todos com as mesmas exactas medidas, por exemplo, pode ser outro factor de avaliação de qualidade. Tanto um como outro podem ser avaliados no momento de produção, sem dependerem da vontade de terceiras pessoas os quererem ou não comprar.

Mesmo que a empresa fosse à falência porque os parafusos eram demasiado caros para levarem os consumidores a comprá-los, a sua qualidade podia estar bem acima dos da concorrência - aqueles que em muitos casos se partiam, dobravam e ficavam com a cabeça moída. Para os consumidores, estes reconheciam a qualidade dos parafusos mais caros, mas estavam dispostos a suportar o que de mau viesse com os mais baratos.

Outro exemplo: uma casa pode ser construída com materiais mais resistentes ao tempo. A durabilidade, impermeabilidade e resistência de uma tinta aos factores naturais, humidade, chuva, e sol directo, é um factor de qualidade objectivo.

A qualidade em geral é subjectiva. Depende daquilo para o qual necessitas do parafuso, por exemplo. Pequenas fracções da qualidade podem ser objectivas tecnicamente. Ou a qualidade pode segundo alguns ângulos ser objectiva (as baterias que duram mais tempo, as que fazem mais ciclos), mas praticamente para tudo o bem será suficientemente complexo que a qualidade em geral se torna subjectiva e função do que cada consumidor procura.

Além disso, ao ires para medidas objectivas isso não ajuda em nada o debate no que toca a coisas inteiramente subjectivas onde apenas uma pequena parte pode ser apreciada tecnicamente e, também aí, a técnica tenderá a estar do lado de quem gasta mais com o produto final (ou seja, produções mais populares também terão simultaneamente melhores meios técnicos).

-----

E mesmo que a qualidade fosse inteiramente objectiva, ainda assim o valor seria subjectivo e variaria de pessoa para pessoa.
Título: Re: Arte
Enviado por: Deus Menor em 2016-01-20 20:44:49

O mercado valoriza sempre de forma justa.

Dito isto, na arte , como na música, comida, vinhos, materiais de vestuário, etc... existe uma qualidade
que é perceptível e que confere o valor que se torna consensual.
Título: Re: Arte
Enviado por: Jsebastião em 2016-01-20 20:56:52
Além disso, ao ires para medidas objectivas isso não ajuda em nada o debate no que toca a coisas inteiramente subjectivas onde apenas uma pequena parte pode ser apreciada tecnicamente e, também aí, a técnica tenderá a estar do lado de quem gasta mais com o produto final (ou seja, produções mais populares também terão simultaneamente melhores meios técnicos).

Não, Inc. - "até foi para ajudar ao debate".  :) (e não pretendia ter desviado tanto o assunto para o lado funcional da coisa)

Falei na objectividade daquilo que é funcional para estabelecer o contraponto evidente em relação àquilo que sucede no foro artístico, concordando nesse campo contigo: o universo da arte é inteiramente subjectivo. Aquilo que podes medir na arte (o abertura de uma objectiva fotográfica, a profundidade de campo configurada na máquina de filmar, o tempo de duração de uma sequência,  o diâmetro de um pincel, etc), ou apreciar do ponto de vista meramente técnico, não cria por si só qualquer valor objectivo ao produto final.
Título: Re: Arte
Enviado por: Incognitus em 2016-01-20 21:07:17
Além disso, ao ires para medidas objectivas isso não ajuda em nada o debate no que toca a coisas inteiramente subjectivas onde apenas uma pequena parte pode ser apreciada tecnicamente e, também aí, a técnica tenderá a estar do lado de quem gasta mais com o produto final (ou seja, produções mais populares também terão simultaneamente melhores meios técnicos).

Não, Inc. - "até foi para ajudar ao debate".  :) (e não pretendia ter desviado tanto o assunto para o lado funcional da coisa)

Falei na objectividade daquilo que é funcional para estabelecer o contraponto evidente em relação àquilo que sucede no foro artístico, concordando nesse campo contigo: o universo da arte é inteiramente subjectivo. Aquilo que podes medir na arte (o abertura de uma objectiva fotográfica, a profundidade de campo configurada na máquina de filmar, o tempo de duração de uma sequência,  o diâmetro de um pincel, etc), ou apreciar do ponto de vista meramente técnico, não cria por si só qualquer valor objectivo ao produto final.

Neste como em qualquer outro caso, nem que existisse uma diferença objectiva faria sentido tratar de forma diferente os indivíduos, que fará não existindo.
Título: Re: Arte
Enviado por: Incognitus em 2016-01-20 21:07:55

O mercado valoriza sempre de forma justa.

Dito isto, na arte , como na música, comida, vinhos, materiais de vestuário, etc... existe uma qualidade
que é perceptível e que confere o valor que se torna consensual.

O valor não é consensual. Se fosse, o debate nem existiria. A própria existência do debate é prova de que não é consensual ...  :D
Título: Re: Arte
Enviado por: Deus Menor em 2016-01-20 21:29:09

O mercado valoriza sempre de forma justa.

Dito isto, na arte , como na música, comida, vinhos, materiais de vestuário, etc... existe uma qualidade
que é perceptível e que confere o valor que se torna consensual.

O valor não é consensual. Se fosse, o debate nem existiria. A própria existência do debate é prova de que não é consensual ...  :D

O Valor consensual é tem percepção emocional.

Se tirarmos a marketização da arte, que inflaciona muito junk, existem obras de arte que , pela capacidade
de emocionar quem vê, se torna muito consensual.

Quem vê Guernica exposto, uma escultura de Rodin ou Michelangelo não fica indiferente e tem mais tendência a valorizar do
que a desvalorizar.
Título: Re: Arte
Enviado por: Jsebastião em 2016-01-20 22:16:30
Quem vê Guernica exposto, uma escultura de Rodin ou Michelangelo não fica indiferente e tem mais tendência a valorizar do
que a desvalorizar.


Ainda assim, vendo "ao vivo", nada torna mais provável que haja tendência para consensos. As emoções sentidas ao observar arte não são consensuais, apesar de umas quantas definições apontarem para aí. Muitas vezes, não só não são consensuais, como são totalmente opostas.

Os quadros de Picasso, particularizando agora um pouco, e o Guernica em concreto, afastam logo imensa gente por causa da abordagem estilística "radical", imensamente afastada da realidade formal, com um traço que em certos elementos pode ser confundido com o de uma criança desajeitada.

(http://www.markwk.com/teaching/lessons/quino-picasso-%20guernica/images/guernica_all.jpg)




Título: Re: Arte
Enviado por: Zenith em 2016-01-21 00:02:49
Comentário de JMT no Público ([url]http://www.publico.pt/culturaipsilon/noticia/o-chevalier-tony-carreira-1720644?frm=opi[/url]):

Citar
O chevalier Tony Carreira

Nem tudo no gosto é puramente arbitrário e há violências simbólicas que fazem maravilhas pela civilização.

Hoje gostaria de falar de Tony Carreira e Pierre Bourdieu. Não é todos os dias que temos oportunidade de cruzar o autor de Sonhos de Menino com o autor de A Reprodução: Elementos para uma teoria do sistema de ensino, e essa oportunidade não deve ser desperdiçada. Recordo a história aos mais distraídos. O Estado francês atribuiu a Tony Carreira a espectacular medalha de Chevalier de l’Ordre des Arts et des Lettres. Tony Carreira pediu para receber a condecoração na embaixada portuguesa. O embaixador recusou. Tony Carreira queixou-se dessa atitude no Facebook. Tal provocou grande comoção nos seus fãs, várias notícias em jornais respeitáveis e a profunda indignação de Marques Mendes no seu comentário de domingo. O cantor suspirou ao DN: “No meu país, hão-de valorizar-me quando tiver um pé para a cova.”

É certo que o embaixador justificou a recusa com o argumento de que “não se atribui a condecoração de um país na embaixada de outro país”, mas seria lastimável reduzir tão rico acontecimento a um mero incidente diplomático entre um cançonetista popular chamado Tony e um embaixador português em Paris chamado Moraes Cabral, sobretudo quando temos diante de nós a possibilidade de uma belíssima análise marxista deste conflito. Num tempo ideologicamente revitaminado, há que saber detectar uma boa luta de classes quando ela aparece, e aquilo que está em causa é obviamente um confronto entre uma classe dominante (representada pelo embaixador Moraes Cabral) e uma classe dominada (os muitos milhares de portugueses que enchem o Pavilhão Atlântico para entoar “Ai destino, ai destino”), lutando pelo inestimável capital simbólico que representa a consagração oficial de Tony Carreira e do gosto musical de todos aqueles que apreciam as suas canções.

É nesse sentido que o protesto dorido de Tony Carreira está muito em linha com Pierre Bourdieu, ao empenhar todos os esforços no combate por um capital cultural que lhe foi sonegado pelo embaixador Moraes Cabral e, já agora, pelo Estado português, que nunca até hoje reconheceu o seu mérito artístico, nem com a mais pequena comenda disponível nos arrumos de Belém. Consciente daquilo a que Bourdieu chamou “arbitrário cultural dominante”, Tony Carreira, homem de esquerda na busca justa pela igualdade, recusa que uma cultura se imponha sobre a outra, ou que alguém lhe diga que o pior fado de Amália é melhor do que a sua mais conseguida canção – não é melhor, é apenas diferente, pensará Tony na esteira de Bourdieu, até porque ambos são Chevalier de l’Ordre des Arts et des Lettres.

Como bem explica o sociólogo francês na sua análise sobre o sistema escolar, a cultura dominante é imposta e acaba por excluir os mais pobres em detrimento dos mais ricos, não porque os alunos mais desfavorecidos não tenham cultura, mas simplesmente porque não têm a cultura que a escola exige – o que é uma forma consentida de violência simbólica. Ora, é contra esta violência simbólica que Tony Carreira se insurge, e em vez de gritar “o meu reino por um cavalo”, grita “o meu chevalier por um reino”, que é o reino do artista português reconhecido e consagrado, a que ele tanto ambiciona. Ora, esta é uma boa ilustração do problema que eu tenho com a igualdade: da mesma forma que não confundo Camões com António Aleixo, não quero Tony Carreira confundido com Amália. Nem tudo no gosto é puramente arbitrário e há violências simbólicas que fazem maravilhas pela civilização.



Inc, concordas com a posição do JMT a propósito da questão da (não) "arbitrariedade do gosto"?

Ao Tony Carreira deve ser dada a mesma "importância institucional" do que à Amália?


Não conheço os protocolos diplomáticos, mas estou inclinado a acreditar que a razão da recusa terá sido apenas diplomática, ou há alguma notícias que os franceses teriam aceite deslocar-se à embaixada portuguesa para entregar condecoração? Se essa questão nunca tinha sido colocada apostaria que franceses iam recusar
Se por exemplo o Tony Carreira já estivesse reformado, a viver em Portugal e a França quisesse condecorá-lo em homenagem a um passado com forte impacto em França, a condecoração seria entregues na embaixada Francesa em Lisboa (que é território francês) e não na câmara, AR ou palácio de Belém.
A única coisa que pode revelar sobranceria é o facto do embaixador não ter falado pessoalmente com o TC a explicar-lhe que as regras do protocolo diplomático não lhe permitiam aceder ao pedido. Se um cidadão português é objecto de uma homenagem num pais estrangeiro, o embaixador não o pode tratar como se fosse apenas um pedido de passaporte que é um mero acto administrativo.

Título: Re: Arte
Enviado por: Incognitus em 2016-01-21 04:09:56

O mercado valoriza sempre de forma justa.

Dito isto, na arte , como na música, comida, vinhos, materiais de vestuário, etc... existe uma qualidade
que é perceptível e que confere o valor que se torna consensual.

O valor não é consensual. Se fosse, o debate nem existiria. A própria existência do debate é prova de que não é consensual ...  :D

O Valor consensual é tem percepção emocional.

Se tirarmos a marketização da arte, que inflaciona muito junk, existem obras de arte que , pela capacidade
de emocionar quem vê, se torna muito consensual.

Quem vê Guernica exposto, uma escultura de Rodin ou Michelangelo não fica indiferente e tem mais tendência a valorizar do
que a desvalorizar.

A maioria, não necessariamente o consenso, vai achar bonitas e magésticas algumas coisas.  Não significa que as coloque acima de todas as outras. É o que é, não dá o direito a alguém de impor a terceiros os seus gostos e valores.
Título: Re: Arte
Enviado por: kitano em 2016-01-21 10:57:49
Zenith, do que ouvi, outras figuras como siza vieira receberam a condecoração na embaixada...ou seja o embaixador abriu as portas para outros.
Mas não sei se assim é porque não me informei muito sobre o caso.

De qualquer forma estou de acordo contigo, não faz sentido querer receber uma condecoração do governo francês na embaixada de Portugal...
Título: Re: Arte
Enviado por: Deus Menor em 2016-01-21 12:23:45

A maioria, não necessariamente o consenso, vai achar bonitas e magésticas algumas coisas.  Não significa que as coloque acima de todas as outras. É o que é, não dá o direito a alguém de impor a terceiros os seus gostos e valores.

Em cima distingui :

- marketização: impor
- consenso: uma emoção que é sentida por uma maioria, conhecedores ou não.
Título: Re: Arte
Enviado por: Zenith em 2016-01-21 12:36:58
Zenith, do que ouvi, outras figuras como siza vieira receberam a condecoração na embaixada...ou seja o embaixador abriu as portas para outros.
Mas não sei se assim é porque não me informei muito sobre o caso.

De qualquer forma estou de acordo contigo, não faz sentido querer receber uma condecoração do governo francês na embaixada de Portugal...

Parece que embora pouco comum, não é inédito, encontrei o caso da Mísia que recebeu condecoração na embaixada portuguesa.
Citar
A intérprete de “Garras dos Sentidos” recebeu, em 2004, na Embaixada portuguesa em Paris, o grau de Cavaleiro desta mesma ordem honorífica, cujas insígnias foram entregues pelo ministro da Cultura francês, Jean-Jacques Aillagon.

A decisão do embaixador é aceitável mas devia ter falado com o TC. Para um embaixador foi muito mau diplomata !!!
Título: Re: Arte
Enviado por: kitano em 2016-01-21 12:44:40
Dá a entender que as pessoas não sabem o que é uma embaixada...e que geralmente quem entrega um título, não vai a casa de outro entregar...mas enfim...
Título: Re: Arte
Enviado por: Incognitus em 2016-01-21 14:56:30

A maioria, não necessariamente o consenso, vai achar bonitas e magésticas algumas coisas.  Não significa que as coloque acima de todas as outras. É o que é, não dá o direito a alguém de impor a terceiros os seus gostos e valores.

Em cima distingui :

- marketização: impor
- consenso: uma emoção que é sentida por uma maioria, conhecedores ou não.

O marketing não é impor. É seduzir para. É anunciar que algo existe. É aumentar a awareness para algo. Impor é obrigar contra a vontade.

O consenso pode formar-se. Nada impede opiniões voluntárias de todas convergirem num dado sentido. Não é ainda assim razão para impor algo, até porque se algo é imposto assume-se que não é inteiramente partilhado. E claro, o verdadeiro consenso é também improvável ainda que possível. O consenso não se verifica certamente em coisas em que o próprio público não as consegue sustentar.
Título: Re: Arte
Enviado por: Incognitus em 2016-01-21 14:57:03
Zenith, do que ouvi, outras figuras como siza vieira receberam a condecoração na embaixada...ou seja o embaixador abriu as portas para outros.
Mas não sei se assim é porque não me informei muito sobre o caso.

De qualquer forma estou de acordo contigo, não faz sentido querer receber uma condecoração do governo francês na embaixada de Portugal...

Parece que embora pouco comum, não é inédito, encontrei o caso da Mísia que recebeu condecoração na embaixada portuguesa.
Citar
A intérprete de “Garras dos Sentidos” recebeu, em 2004, na Embaixada portuguesa em Paris, o grau de Cavaleiro desta mesma ordem honorífica, cujas insígnias foram entregues pelo ministro da Cultura francês, Jean-Jacques Aillagon.

A decisão do embaixador é aceitável mas devia ter falado com o TC. Para um embaixador foi muito mau diplomata !!!

Se a decisão é arbitrária e dá para uns mas não para outros, nunca pode ser aceitável (nem que concordemos com quem recebe e com quem é impedido de receber).
Título: Re: Arte
Enviado por: Jsebastião em 2016-01-28 18:48:11
Observador (http://observador.pt/2016/01/25/esta-batata-vendida-990-mil-euros/):

Citar
Esta batata foi vendida por 990 mil euros

([url]http://img.obsnocookie.com/s=w600,pd1/o=80/http://s3.observador.pt/wp-content/uploads/2016/01/25161148/batata_770x433_acf_cropped.jpg[/url])

Esta é a fotografia de uma batata. Se sente que esta história está prestes a ser ultrajada (afinal onde está a notícia, que a imagem mostra uma batata já sabia), saiba que esta não é uma fotografia qualquer: foi captada por Kevin Abosch e vendida por 750 mil libras, o equivalente a cerca de 990 mil euros. Não dá para fritar e acompanhar com alheira, não dá para cortar e fazer um bom bacalhau à Gomes de Sá.  Mas, mesmo assim, consegue ser pouco mais barata que 3 Ferrari Berlinetta.

Kevin Abosch protagoniza este insólito, mas antes já esteve do mesmo lado da câmara para fotografar mais do que um tubérculo coberto de terra. De acordo com a SMH, este artista já eternizou Johnny Depp, Steven Spielberg ou Sinead O’Connor. Isto apenas para citar alguns dos nomes sonantes com imagens assinadas pelo fotógrafo. Até que um dia mostrou “Potato #345” ao mundo e alguém desembolsou uma boa quantia de dinheiro pela imagem de uma batata.

Mas não julguemos o livro pela capa: o que tem esta batata para valer tanto dinheiro? A história por detrás da dita batata. Abosch convidou um homem de negócios europeu para jantar em sua casa. Tinha a imagem da batata pendurada na parede, fotografada em 2010 depois de uma entrega de vegetais orgânicos em casa do fotógrafo. À medida que o nível de álcool no sangue ia circulando nas veias do homem europeu, ele mostrou-se progressivamente mais interessado na fotografia: “dois copos de vinho e ele disse ‘eu gosto mesmo daquela foto’; mais dois copos de vinho e ele disse ‘eu quero mesmo aquela foto'”. Duas semanas depois, o preço foi negociado e a imagem vendida.

Com uma das fotografias agora pendurada na casa de um homem influente europeu, restam duas: uma delas foi doada por Kevin Abosch ao Museu Nacional de Arte Contemporânea, na Sérvia, enquanto outra continua na casa de Abosch.
Título: Re: Arte
Enviado por: Counter Retail Trader em 2016-01-28 19:02:53
Ate concordo com o INC , eu normalmente ando de olho , nao tanto como gostaria , mas tenho visto a evoluçao de alguns artistas nacionais assim como o preço das suas obras . Tem sido muiiiiiito boa a evoluçao , seja de paisagem ou abstracta normalmente quando vejo algo que gosto valoriza..... porque? porque ha mais pessoas a pensar como eu...obras bem executadas , tradicionais ou nao.... valorizam sempre

De momento tentava apanhar algo a bom preço do Artur Cruzeiro Seixas , o homem ja tem 95 anos
Título: Re: Arte
Enviado por: Automek em 2016-02-19 10:23:14
450 milhões fazem um dos maiores negócios privados de sempre no mundo da arte (http://observador.pt/2016/02/19/450-milhoes-fazem-um-dos-maiores-negocios-privados-sempre-no-mundo-da-arte/)

Citar
O "Interchage" de Willem de Kooning (no primeiro plano), custou 270 milhões de euros e o "Number 17A", de Jackson Pollock (no segundo plano), 180 milhões. (Art Institute of Chicago)


Se mete assim tantos milhões, vamos lá ver com mais detalhe.

"Interchage" de Willem de Kooning (270 Milhões):
(https://s-media-cache-ak0.pinimg.com/736x/a3/ea/ac/a3eaacd09f406473e040c924a86812fc.jpg)

"Number 17A" de Jackson Pollock (180 Milhões):
(https://nerdishlyblog.files.wordpress.com/2016/01/img_6086.jpg?w=640&h=480)
Título: Re: Arte
Enviado por: zAPPa em 2016-02-19 10:52:01
este é mais modesto. Só 48M.

(http://cdn.spectator.co.uk/content/uploads/2013/11/Dustheads-1982-by-Jean-Michel-Basquiat.jpg)
Título: Re: Arte
Enviado por: Automek em 2016-02-19 10:57:31
vale menos porque está mal pintado (repara na tinta a escorrer)  :D
Título: Re: Arte
Enviado por: Happy_TheOne em 2016-02-19 11:07:52
Cada gatafunho que qualquer criança de 2 anos faz e pagam milhoes por isso .....dassssssssssssssssss acho que pagam por sabem que que daqui mais anos mais um palerma rico vai pagar de novo mais a pensar da mesma forma e assim sucessivamente .....
Título: Re: Arte
Enviado por: zAPPa em 2016-02-19 11:18:00
Este Miró tb é um portento:

(http://es.wahooart.com/Art.nsf/O/8EWKSN/$File/Joan-Miro-Azul-III-S.JPG)
Título: Re: Arte
Enviado por: Deus Menor em 2016-02-19 12:24:23

Pollock é dos meus preferidos.
Título: Re: Arte
Enviado por: Robusto em 2016-02-19 16:20:37
zaPPa, como se chama esse, o dos 48m?
Título: Re: Arte
Enviado por: zAPPa em 2016-02-19 22:12:11
zaPPa, como se chama esse, o dos 48m?

Jean-Michel Basquiat, vendia postais deste género na rua, morreu com 27 anos.

Título: Re: Arte
Enviado por: Counter Retail Trader em 2016-02-19 22:16:11
zaPPa, como se chama esse, o dos 48m?

Jean-Michel Basquiat, vendia postais deste género na rua, morreu com 27 anos.

O Basquiat privava com o Andy e com outras figuras ou personalidades , so isso faz valer mais... ter outros genios a reconhecer a obra
Título: Re: Arte
Enviado por: Deus Menor em 2016-02-19 22:19:02
zaPPa, como se chama esse, o dos 48m?

Jean-Michel Basquiat, vendia postais deste género na rua, morreu com 27 anos.

O Basquiat privava com o Andy e com outras figuras ou personalidades , so isso faz valer mais... ter outros genios a reconhecer a obra

O Basquiat foi, postumamente elevado a hype, para gáudio dos possuidores das suas obras.
O facto de ser negro, também foi usado para a emancipação dos artistas plásticos negros.
Título: Re: Arte
Enviado por: Counter Retail Trader em 2016-02-19 23:00:54
O homem estava um pouco a frente do seu tempo , ou va , muito ..  talvez um dos traços de genialidade

N marcas lançaram desenhos graficos a meu ver influenciados pelo genero do Basquiat , imagina em 2000 e picos isso acontecer e parecer ainda muito a frente da epoca...
Sinceramente so anos mais tarde é que comecei a entender um pouco melhor a coisa , ainda resisti um tempo ou demorei mais..
Título: Re: Arte
Enviado por: Counter Retail Trader em 2016-02-19 23:21:28
Alem do Cruzeiro Seixas , Cargaleiro , tambem gosto bastante do Artur Bual ...apesar de ser um pouco DARK ate a roçar o GORE....

Artur Bual , "natalia correia"
(http://asfolhasardem.files.wordpress.com/2009/05/natalia-correia-por-bual.jpg)

(http://photos1.blogger.com/blogger/939/189/1600/DSC_00670500.jpg)

(http://www.bestnetleiloes.com/media/lots/1255/1366_a.jpg)

(http://www.movimentoartecontemporanea.com/site-media/uploads/obras/artur_bual/8_HISTORICO_ARTUR_BUAL_cristo_acrilico_s_tela_162x97_1995.jpg)
Título: Re: Arte
Enviado por: Local em 2016-05-27 16:29:55
Arte moderna... ou não.

Óculos no chão de um museu confundidos com obra de arte
http://observador.pt/2016/05/27/oculos-no-chao-de-um-museu-confundidos-com-obra-de-arte/ (http://observador.pt/2016/05/27/oculos-no-chao-de-um-museu-confundidos-com-obra-de-arte/)
Título: Re: Arte
Enviado por: Vanilla-Swap em 2017-01-03 18:30:49
Em Espanha as tatuagens já têm direitos de autor:

A noticia http://www.expansion.com/juridico/actualidad-tendencias/2017/01/02/586a8ca3468aeb25468b4601.html (http://www.expansion.com/juridico/actualidad-tendencias/2017/01/02/586a8ca3468aeb25468b4601.html)
Título: Re: Arte
Enviado por: Automek em 2017-11-20 21:16:22
USD 450 Milhões

(https://www.dinheirovivo.pt/wp-content/uploads/2017/11/859765352-1-e1507743763513-1060x594.jpg)
Título: Re: Arte
Enviado por: Zenith em 2017-11-20 21:58:36
Na A1 perto de Coimbra ao Km 180 está uma torre metálica, que segundo me contaram é um monumento (obra de arte) que construíram quando se fez a ligação dos troços que vinham do Porto com os que vinham de Lisboa e se completou a A1.
Antes de me contarem a história quando passava lá eu pensava que aquilo fazia parte dos estaleiros de construção mas que os empreiteiros recebida a última prestação já nem se deram ao trabalho de desmontar tudo  ;D

(https://imagens.publicocdn.com/imagens.aspx/48933?tp=EI&db=IMAGES)
Título: Re: Arte
Enviado por: Automek em 2017-11-20 22:42:21
Estas m* deixam-me doente...
Título: Re: Arte
Enviado por: justin em 2017-11-21 12:15:58
.....a "mão" romena.....(comprada) pelo Carlos Carreiras, em Cascais.....eh.eh.... >:(

([url]http://www.cascais.pt/sites/default/files/styles/galeria-new/public/imagens/galerias/new/crop1_8.png?itok=dkgDeUL4[/url])

ao vivo não tem piada nenhuma mesmo. mas pronto, alguém deve ter mamado bem e para esses a coisa faz todo sentido kkkkkkkkk

Título: Re: Arte
Enviado por: Automek em 2017-11-21 14:13:20
Mas isso está nesse sitio ? Eu passei por aí numa corrida em meados de Outubro e não reparei em nada.
Título: Re: Arte
Enviado por: zAPPa em 2017-11-21 14:40:13
Mas isso está nesse sitio ? Eu passei por aí numa corrida em meados de Outubro e não reparei em nada.

Se bem me recordo na semana da Páscoa já lá estava.
Título: Re: Arte
Enviado por: justin em 2017-11-21 14:41:54
a semana passada estava. eu olhei para aquela merd@ e pensei. mas que merd@ é esta sem piada nenhuma num sitio destes? PT no seu melhor
Título: Re: Arte
Enviado por: Automek em 2017-11-21 14:49:45
Até custa a acreditar que, naquele sítio, com toda a envolvente arquitectónica (antiga) da baia e com as muralhas/fortaleza ao fundo, tenham enfiado lá uma coisa destas.  ???
Título: Re: Arte
Enviado por: vbm em 2017-11-21 14:56:25
Para já é uma mão. Mas ainda hão de lá pôr um pé!
Título: Re: Arte
Enviado por: Counter Retail Trader em 2017-11-21 17:01:12
volta e meia passo por la de bike e nao me recordo de ver tal coisa , parece um SIEG HEIL mas comunista.

Voltando ao DA VINCI , acompanhei.... a licitação ou melhor , assisti .
O background , o historico da obra é meio marada , ora vejamos :

"que foi atribuída por alguns estudiosos como uma obra de autoria de Leonardo da Vinci desde sua redescoberta em 2005. Esta atribuição foi contestada por outros especialistas"

"Salvator Mundi de Leonardo da Vinci foi possivelmente pintado para Luís XII da França e sua consorte, Ana, Duquesa da Bretanha. O quadro provavelmente foi encomendado pouco depois das conquistas de Milão e Gênova por volta de 1500.[4][5]

Posteriormente, foi detido por Carlos I da Inglaterra e mantido em sua coleção de arte particular em 1649, até ser leiloado pelo filho do Duque de Buckingham e Normandia em 1763. A obra reapareceu em 1900, quando foi comprada por um colecionador britânico, Francis Cook, 1º Visconde de Monserrate. A pintura foi danificada por tentativas anteriores de restauração e sua autoria não foi esclarecida. Os descendentes de Cook venderam a obra em um leilão em 1958 por apenas 45 libras esterlinas.[3]

Em 2005, a pintura foi adquirida por um consórcio de comerciantes de arte que incluía Robert Simon, especialista em antigos mestres da arte. Estava fortemente pintada, de modo que parecia uma cópia e, antes da restauração, era descrita como "um naufrágio, sombrio e tenebroso".[6] Em 2013, a pintura foi vendida ao colecionador russo Dmitry Rybolovlev por 127,5 milhões de dólares, através do negociante suíço Yves Bouvier.[7][8][9]"

Mais:

"Controvérsia sobre a autoria[editar | editar código-fonte]

Alguns especialistas questionam a atribuição da pintura a Leonardo.[16] Michael Daley, o diretor da ArtWatchUK, levantou dúvidas sobre a autenticidade da pintura.[17] Ele observou que praticamente não há evidências que demonstrem que Leonardo esteve envolvido na pintura de um Salvator Mundi; disputando assim o importante argumento a favor da atribuição da pintura a Leonardo, o de que a pintura contém pentimenti e, por isto, deve ser atribuída ao próprio Leonardo.[18][17]

Jacques Franck, um historiador de arte baseado em Paris e especialista em Leonardo e que revisou a obra várias vezes, afirmou: "A composição não vem de Leonardo, ele preferia o movimento torcido. É um bom trabalho de estúdio com um pouco de Leonardo na melhor das hipóteses"



Título: Re: Arte
Enviado por: Automek em 2017-11-21 17:07:18
Mas isso está nesse sitio ? Eu passei por aí numa corrida em meados de Outubro e não reparei em nada.


Se bem me recordo na semana da Páscoa já lá estava.

E estava mesmo! Eu na molhada da corrida nem reparei. Foi inaugurada em Março deste ano.
Inaugurada escultura de Bogdan Rață na Baía de Cascais (http://www.cascais.pt/noticia/inaugurada-escultura-de-bogdan-rata-na-baia-de-cascais)

Não consigo encontrar nenhuma notícia com o custo disto.
Título: Re: Arte
Enviado por: Counter Retail Trader em 2017-11-21 17:10:59
caga na mao que deu dinheiro a alguem .

Alguem deu mais de 400 milhoes por um quadro que nao se sabe quem o pintou...., alguem lavou dinheiro so pode.
Título: Re: Arte
Enviado por: vv em 2017-11-21 17:48:52
Passo ali praticamente todos os dias e nunca vi a mao tambem.
Poderá dizer-se que é arte exponencial? Está la mas nao a vemos.
Título: Re: Arte
Enviado por: Counter Retail Trader em 2017-11-21 19:23:39
Passo ali praticamente todos os dias e nunca vi a mao tambem.
Poderá dizer-se que é arte exponencial? Está la mas nao a vemos.

lol , se calhar foi revendida ....
Título: Re: Arte
Enviado por: Tridion em 2017-11-21 22:05:22
USD 450 Milhões

(https://www.dinheirovivo.pt/wp-content/uploads/2017/11/859765352-1-e1507743763513-1060x594.jpg)


Quantitative easing effect...


Após ter relido alguns posts anteriores, relativos a algumas obras de arte aqui expostas, só me apraz dizer "Sóis uns homens rudes do trading".

Título: Re: Arte
Enviado por: vv em 2017-11-21 22:11:48
Passo ali praticamente todos os dias e nunca vi a mao tambem.
Poderá dizer-se que é arte exponencial? Está la mas nao a vemos.

lol , se calhar foi revendida ....

Ah ah muito bom!
Título: Re: Arte
Enviado por: vbm em 2017-11-21 22:33:16
caga na mao que deu dinheiro a alguem .

Alguem deu mais de 400 milhoes por um quadro que nao se sabe quem o pintou...., alguem lavou dinheiro so pode.


'Oiço' sempre essa suspeita e nunca a descrição do modus faciendi.

Tentando-a direi: seja r o preço real, efectivo, de venda e de compra do bem, e p o preço aparente.

Se r>p, quem compra paga a diferença, r-p>0, num off-shore ao vendedor.
O vendedor poupa eventualmente impostos e forma economias no estrangeiro.

Se r<p, quem vende recebe a mais a diferença p-r>0, que devolve ao comprador com o pagamento
numa off-shore ao comprador, pelo que 'lavou' o dinheiro do exterior para o seu país.


Se não cometi nenhum erro  de 'paralaxe' de comprador, vendedor, preço real, fictício
ou inversão errónea de resultados, as 'lavagens' serão assim! 
Título: Re: Arte
Enviado por: Automek em 2017-11-22 07:56:31
Após ter relido alguns posts anteriores, relativos a algumas obras de arte aqui expostas, só me apraz dizer "Sóis uns homens rudes do trading".
yep. uma cadeira é uma cadeira, mesmo que lhe queiram chamar martelo.  :D
Título: Re: Arte
Enviado por: Counter Retail Trader em 2017-12-04 01:40:34
Estava a procura Arte para me presentear nos meus anos em Janeiro, e a pensar ja na herança que vou deixar... (um gajo nao vai para novo )
E eis que encontrei a artista de leste que parecia ter boa mão.... e os quadros estavam claramente baratos/dados , estavam a ser vendidos entre os 25-50 euros.

Passados varios meses , penso que ate mais de um ano , encontrei agora no OLX... a 350 euros...

https://www.olx.pt/anuncio/catalina-sandulescu-aguarela-s-papel-lagos-certificado-IDyeXWP.html#6eae4a48ab (https://www.olx.pt/anuncio/catalina-sandulescu-aguarela-s-papel-lagos-certificado-IDyeXWP.html#6eae4a48ab)
Título: Re: Arte
Enviado por: vbm em 2017-12-04 10:06:38
Faz um abatimento e vende a tua por 100 bitcoins,
e depois diz-nos o resi«uly«tado
Título: Re: Arte
Enviado por: Counter Retail Trader em 2017-12-04 13:10:54
nao sou muito habilidoso para arte...
Título: Re: Arte
Enviado por: Smog em 2017-12-07 22:24:17
Há uns anos atrás resolvi dedicar-me a aprender Arte. Arranjei uma Enciclopédias na net e ia explorando tranquilamente. Era um site fabuloso que agregava todos os grande museus e galerias do mundo e tinha a coisa dividida por épocas. Depois ia publicando no meu blog. Respeitando direitos de autor >:( ... bom, acho que acabaram com a dita porque a maralha não sabe que a Arte tem direitos de autor e desataram a publicar sem referencias... é pena.
Título: Re: Arte
Enviado por: Smog em 2017-12-09 23:49:24
Há uns anos atrás resolvi dedicar-me a aprender Arte. Arranjei uma Enciclopédias na net e ia explorando tranquilamente. Era um site fabuloso que agregava todos os grande museus e galerias do mundo e tinha a coisa dividida por épocas. Depois ia publicando no meu blog. Respeitando direitos de autor >:( ... bom, acho que acabaram com a dita porque a maralha não sabe que a Arte tem direitos de autor e desataram a publicar sem referencias... é pena.


(http://www.artcyclopedia.org/art/leonardo-da-vinci-ginevra.jpg)

http://www.artcyclopedia.com/artists/leonardo_da_vinci.html (http://www.artcyclopedia.com/artists/leonardo_da_vinci.html)

(entretenham-se! ;) )
Título: Re: Arte
Enviado por: Counter Retail Trader em 2018-01-20 12:25:19
muito bons , continua .
Título: Re: Arte
Enviado por: vbm em 2018-01-24 09:51:55
(http://cache2.artprintimages.com/LRG/21/2109/H17ED00Z.jpg)

Para mim, ao  vivo, no National Gallery of London,
num saleta oval iluminada apropriadamente,
este foi um quadro de da Vinci,
que me deixou sem fala!

As cores não eram sobre o cinzento,
como nesta foto, mas sim sobre
o sépia, e talvez tudo menos
nítido, mas tudo envolto
num espantoso
acontecimento
curvo!

Uma beleza estonteante.


Já em escultura, a epifania
e quase a metanóia!
vai para

a Victória de Samotrácia, no Louvre

(http://1.bp.blogspot.com/-sBxE5fIbUds/UxHiqVeuyJI/AAAAAAAABZ8/YpFFcZJgxMU/s400/louvre-samothrace1.jpg)
Título: Re: Arte
Enviado por: Tranquilo em 2018-01-25 09:22:11
Gosto ! muito bom.
Título: Re: Arte
Enviado por: Counter Retail Trader em 2018-01-25 21:53:15
sao todos geniais , continua!

Por mim so lidava com coisas bonitas .
Título: Re: Arte
Enviado por: Smog em 2018-01-25 22:05:27

(https://images.metmuseum.org/CRDImages/is/web-large/DP159383.jpg)

https://www.metmuseum.org/art/collection/search/446563 (https://www.metmuseum.org/art/collection/search/446563)

Título: Re: Arte
Enviado por: Counter Retail Trader em 2018-01-27 01:47:22
o que tens postado esta em alguma compilação ilustrada? adorava ter.
Título: Re: Arte
Enviado por: vbm em 2018-01-27 16:06:58
Dizem que as Montanhas Rochosas são uma paisagem espantosa!

Lá temos por certo a sensação de habitar um planeta e de
não sermos apenas mais um entre muitos iguais.
 
Título: Re: Arte
Enviado por: Counter Retail Trader em 2018-01-27 20:42:55
Espantoso....   landscape nao fazia muito a minha onda , mas é impossivel nao apreciar tais obras... epa muito bom.
Título: Re: Arte
Enviado por: vbm em 2018-02-03 08:34:45
Antes de clicar, pensei: 'agora vou  ver um lago'. Adivinhei! lol
Título: Re: Arte
Enviado por: Tridion em 2018-02-03 11:00:34

Após ter relido alguns posts anteriores, relativos a algumas obras de arte aqui expostas, só me apraz dizer "Sóis uns homens rudes do trading".

Finalmente alguém com bom gosto nas artes aqui no fórum. Retiro o que disse há uns meses...

Agora, falta que o Lark volte para termos a escola Boaventura Santos/Raquel Varela representada.
Título: Re: Arte
Enviado por: Automek em 2018-02-03 11:06:44
Eu, como não percebo nada de arte, fico contente por me tornarem dono compulsivo de quadros. É uma alegria ver o bom gosto ser aliado ao meu dinheiro.  :D
a falta de jeito em versão bloco central  (http://31daarmada.blogs.sapo.pt/a-falta-de-jeito-em-versao-bloco-6948594)
Título: Re: Arte
Enviado por: vbm em 2018-02-03 12:34:22
«Perceber de arte»... uma frase ambígua.
Tipo «não minto quando digo que minto.»
Título: Re: Arte
Enviado por: Tridion em 2018-02-03 13:01:20
Eu, como não percebo nada de arte, fico contente por me tornarem dono compulsivo de quadros. É uma alegria ver o bom gosto ser aliado ao meu dinheiro.  :D
a falta de jeito em versão bloco central  ([url]http://31daarmada.blogs.sapo.pt/a-falta-de-jeito-em-versao-bloco-6948594[/url])


Gostar de arte é uma coisa, utilizá-la para nos fazer a todos parvos é outro tipo de "arte". Os partidos políticos em geral são muito bons nessa "arte".  :)
Título: Re: Arte
Enviado por: vbm em 2018-02-03 17:10:41
Se o próprio de qualquer partido político é, ou acaba por ser, tratar do seu próprio e estricto interesse, para quê tantos elogios à democracia, se todos  convêm que sem partidos a democracia política não existe, em modo convincente!? Então, não se parte justamente da noção de que os partidos se pervertem, nada valem para servir o povo, o almejado soberano!?

Não coloco a pergunta ou a questão por mera retórica. Nem vou inclinar-me para um qualquer populismo acéfalo. Remeto é a reflexão para a questão de fundo: o povo, ignorante, ignaro e ou infantilizado, para lá de dominado e dependente e as élites, esclarecidas, conscientes da gravidez do futuro e capazes do que melhor pode convir na direcção das populações e das sociedades.

Pois bem, as élites que governem e, se destronadas e bem destronadas pelo pensar crítico de novas elites, pois que se lhes sabote o mando e mude o rumo da governação. Por exemplo, Costa-Coelho-Pinto de Sousa, são ridículos mais o seu imbecilóide abortográfico. Ora bem, obriguemo-los a abortar de vez e largarem o mando, outros que regressem à virtude de bem pensar em bom português, falado e escrito.
 
Título: Re: Arte
Enviado por: Smog em 2018-02-03 22:07:05
Eu, como não percebo nada de arte, fico contente por me tornarem dono compulsivo de quadros. É uma alegria ver o bom gosto ser aliado ao meu dinheiro.  :D
a falta de jeito em versão bloco central  ([url]http://31daarmada.blogs.sapo.pt/a-falta-de-jeito-em-versao-bloco-6948594[/url])


Estes nabos seriam uma delegação aqui do fórum... 8)
Título: Re: Arte
Enviado por: Smog em 2018-02-04 21:13:21
Eu, como não percebo nada de arte, fico contente por me tornarem dono compulsivo de quadros. É uma alegria ver o bom gosto ser aliado ao meu dinheiro.  :D
a falta de jeito em versão bloco central  ([url]http://31daarmada.blogs.sapo.pt/a-falta-de-jeito-em-versao-bloco-6948594[/url])


Estes nabos seriam uma delegação aqui do fórum... 8)

O Costa continua a comprar Arte (agora foi a Vieira da Silva).
Dizem que está a fazer isso com o dinheiro das cativações. >:(
Título: Re: Arte
Enviado por: Smog em 2018-02-14 20:33:28
Não te esqueças do autor... ;D
Título: Re: Arte
Enviado por: D. Antunes em 2018-02-19 22:19:40
Que maravilha de pintura! Quando for grande quero pintar assim.
Título: Re: Arte
Enviado por: Tridion em 2018-03-02 16:55:15
O du Lac tem um gosto refinado, deve ser simpatizante do melhor clube português.
Título: Re: Arte
Enviado por: Smog em 2018-03-06 22:04:14
Jogas Farmville?   ??? 8)
Título: Re: Arte
Enviado por: Smog em 2018-03-06 23:44:31
Jogas Farmville?   ??? 8)
Aos domingos, depois de ordenhar as vacas...  ;)
tens uma vacaria lá em casa? ;) eu é mais em ambiente digital.. 8)
Título: Re: Arte
Enviado por: D. Antunes em 2018-06-14 01:26:37
Aposto que ninguém adivinha o significado desta pintura!
Título: Re: Arte
Enviado por: D. Antunes em 2018-06-14 01:27:39
Na Galeria Nacional de Arte em Dublin, um casal estava observando um quadro que lhes era completamente confuso.

A pintura retractava três homens negros totalmente nus, sentados num banco.

Duas das figuras tinham o pénis preto, mas o do meio tinha-o rosa.

O responsável da galeria percebendo que eles estavam a ter problemas para interpretar a pintura, ofereceu-se para ajudar com a sua experiência.

Durante mais de meia hora, descreveu a masculinização sexual de afro-americanos numa sociedade patriarcal predominantemente branca.

"Na verdade" - ressaltou ele - "alguns críticos sérios acreditam que o pénis rosa também reflecte a opressão cultural e sociológica experimentada por homens homossexuais na sociedade contemporânea ".

Após o responsável se afastar, um irlandês aproximou-se do casal e disse:

"Gostariam de saber o que o quadro realmente representa?"

"Essa agora, porque é que você tem a pretensão de ser mais entendido do que o responsável da galeria"?- perguntou o casal.

"Porque eu sou o artista, que pintou o quadro" - respondeu ele - "Na verdade, não há afro-americanos representados na pintura.

Eles são apenas três mineiros de carvão irlandeses. O tipo do meio foi almoçar a casa!
Título: Re: Arte
Enviado por: vbm em 2018-06-14 05:10:31
-:)
Título: Re: Arte
Enviado por: Counter Retail Trader em 2018-06-14 11:42:28
Na Galeria Nacional de Arte em Dublin, um casal estava observando um quadro que lhes era completamente confuso.

A pintura retractava três homens negros totalmente nus, sentados num banco.

Duas das figuras tinham o pénis preto, mas o do meio tinha-o rosa.

O responsável da galeria percebendo que eles estavam a ter problemas para interpretar a pintura, ofereceu-se para ajudar com a sua experiência.

Durante mais de meia hora, descreveu a masculinização sexual de afro-americanos numa sociedade patriarcal predominantemente branca.

"Na verdade" - ressaltou ele - "alguns críticos sérios acreditam que o pénis rosa também reflecte a opressão cultural e sociológica experimentada por homens homossexuais na sociedade contemporânea ".

Após o responsável se afastar, um irlandês aproximou-se do casal e disse:

"Gostariam de saber o que o quadro realmente representa?"

"Essa agora, porque é que você tem a pretensão de ser mais entendido do que o responsável da galeria"?- perguntou o casal.

"Porque eu sou o artista, que pintou o quadro" - respondeu ele - "Na verdade, não há afro-americanos representados na pintura.

Eles são apenas três mineiros de carvão irlandeses. O tipo do meio foi almoçar a casa!

 ;D muito bom..
Título: Re: Arte
Enviado por: JoaoAP em 2018-08-23 17:49:53
Primeiro, não deveria existir tal coisa como "importância institucional".

Depois, a minha opinião é que todos os indivíduos devem ser tratados de igual forma pela lei e pelas instituições. E que a satisfação de cada indivíduo deve ter exactamente o mesmo valor que a satisfação de outro.

O que isso implica é que qualquer apoio deve ser em função do público. Um desvio desse critério significa que se está a beneficiar alguns indivíduos sobre outros (tanto artistas como consumidores), ou seja, não se os está a tratar de igual forma nem a reconhecer igual valor a ambos na satisfação das suas necessidades.

--------

Dito isto, duvido que em termos gerais o Tony Carreira goze em última análise de maior popularidade e reconhecimento do que a Amália. Ou seja, a questão nem se coloca.

--------

Sobre o caso em particular, acho que o embaixador devia ser removido. Ele não está ali para deixar os seus gostos pessoais influenciarem a sua função, e se fosse a Amália não recusaria a cerimónia. Pelo que é simplesmente um palhaço fascista/comunista arbitrário que se julga dono da coisa.

É difícil de contabilizar essa popularidade (e compará-la, em termos "comparáveis" simples, com a da Amália no seu tempo), mas penso que seja relativamente mais simples ajuizar as coisas precisamente a "nível institucional" e ao nível do elitismo cultural vigente, em geral. A Amália tem estes dois sectores conquistados, enquanto que o Tony nunca virá a ter (é "limpinho, limpinho"). A Amália está no Panteão, enquanto que a música do Tony não vai seguir nenhuma trajectória paralela à história de Portugal depois da sua morte - será votado ao esquecimento no prazo de uma geração, se tanto (a não ser que ocorra um qualquer milagre, e a voz, o estilo e a abordagem artística dele mudem radicalmente daqui para a frente).

Mas a questão mantém-se: sendo eventualmente o Tony capaz de mobilizar um número razoável de fãs comparável, ou aproximado, ao da Amália, dentro e fora de Portugal, e devendo o "apoio ser avaliado em função do Público", não devia este homem estar a ser carregado aos ombros pelo ministério que trata dessas questões?

A questão é que nem temos que comparar claro.

E ninguém o deve fazer em nosso nome, também. Porque isso é dizer explicitamente que uns são mais que outros (precisamente contrário do que esses iluminados culturais todos supostamente defendem, diga-se).

---------

Sobre o público, o ministério não teria que carregar alguém aos ombros. Simplesmente deveria seguir uma regra justa de forma cega e sem favoritismos e arbitrariedades.



Quem adivinharia que uma Socialista diria algo sobre o Panteão ...
isto acerca de a SPA querer que o Zeca Afonso vá para lá... sem passar "patavina" à família...
E o que está escrito acima também vem a propósito...


Citar

“Enquanto não abastardarem o Panteão Nacional não descansam”  - Vereadora do PSD Sofia Vala Rocha
...
Ascenso Simões, deputado do PS, por outro lado, sublinhou o facto de a SPA ter proposto a trasladação de Zeca Afonso para o Panteão sem consultar a família primeiro. “São o melhor do comunismo, o partido decide e cumpre-se. Mesmo que o grande compositor tivesse feito saber que queria campa rasa, isso nada importa”, apontou.
A viúva do compositor já se pronunciou sobre a iniciativa da SPA afirmando-se surpreendida com a proposta. Foi "uma surpresa e vamos decidir", disse Zélia Afonso, em declarações à agência Lusa, sublinhando, contudo, que José Afonso pediu para ser sepultado em campa rasa
....
msn.com (https://www.msn.com/pt-pt/noticias/opiniao/“enquanto-não-abastardarem-o-panteão-nacional-não-descansam”/ar-BBMisOC?ocid=spartandhp)
Título: Re: Arte
Enviado por: Automek em 2019-02-22 13:28:23
$432,500 por um quadro gerado por AI.
https://motherboard.vice.com/en_us/article/43ez3b/ai-generated-artwork-just-sold-at-christies

(https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/c/c1/Edmond_de_Belamy.png/450px-Edmond_de_Belamy.png)

Gosto particularmente da assinatura do "pintor" (a assinatura é uma parte do algoritmo que o pintou)
Título: Re: Arte
Enviado por: Automek em 2019-03-01 14:49:55
Depois venham-me dizer que a pintura não-sei-quê do sentimento e que as pessoas é que são broncas em não perceberem o quadro e tal.
Continuem a arranjar explicações esotéricas para aquilo que não nada mais do que oferta e procura. Nem que seja um calhau do rio, sem valor nenhum. Basta que apareça uma corrente de procura e oferta e esse calhau passa a valer uma fortuna, sem que seja diferente de outro calhau qualquer.

Pigcasso, a porca pintora que fugiu do matadouro para se tornar uma estrela (https://www.sabado.pt/vida/detalhe/pigcasso-a-porca-pintora-que-fugiu-do-matadouro-para-se-tornar-uma-estrela?ref=DET_Recomendadas_pb)
Citar
Os seus quadros começaram a ganhar atenção quando possíveis compradores de Nova Iorque começaram a demonstrar interesse e a oferecer até 700 euros por quadro – que agora podem chegar aos 3000 euros. No entanto, a amiga de Pigcasso garante que esta só pinta quando quer e que até tem o seu próprio estúdio onde se inspira.
Título: Re: Arte
Enviado por: Counter Retail Trader em 2019-10-09 16:12:29
fim de semana passado  estava a decorrer a venda de garagem.
Já praticamente de saída do recinto olhei para o chao e naquele espaço de alguém, digo alguém porque não percebi onde estava o dono das tralhas, reparei que havia um bloco de madeira ornamentado pagão possivelmente para ritual ou algo do género. Mas o que me chamou a atenção foi um bloco de pedra ornamentada, parecia mesmo antiga.
Como não estava propriamente comprador e era altura de dar almoço a minha filha ,nao quis perder mais tempo e segui.
Fiquei a pensar, aquilo era algo que eu queria , mas como vou avaliar a antiguidade da pedra e do ornamento?  A pedra pode ser antiga mas o ornamento recente (em termos históricos).
Se o ornamento for recente possivelmente deixara marcas brancas ou outras na pedra (?) , mas nao faço ideia se é possível elimina las ou mascarar..
Contos há muitos , se a pessoa admitir que "roubou" "expoliou"  x sitio… eu consigo confirmar ou a coisa pode ter um pouco mais de credibilidade. Mas certamente que nao o fara… , no máximo vai dizer que comprou a um cigano , alguém de leste ou drogado.

Não faço ideia como dar a volta a isto..certamente nao me vai vender ao desbarato (penso)
É que se isto for legitimo , pode valer bom dinheiro (nao é esse o objectivo) . Poderei também doar a um museu ou ordem .
Título: Re: Arte
Enviado por: vbm em 2019-10-13 19:58:06
A colecção do Berardo passa pros bancos ou não?
Título: Re: Arte
Enviado por: Automek em 2019-12-05 13:55:54
BANANA DUCT-TAPED TO A WALL SELLS FOR $120,000 AT ART BASEL MIAMI (https://www.newsweek.com/banana-duct-tape-120-000-maurizio-cattelan-art-basel-miami-gold-toilet-1475677)

(https://www.miamiherald.com/latest-news/hjutv3/picture238038024/alternates/FREE_1140/banana.jpg)
Título: Re: Arte
Enviado por: kitano em 2019-12-08 00:08:22
https://observador.pt/2019/12/07/banana-colada-a-parede-que-custou-108-mil-euros-foi-comida/
Título: Re: Arte
Enviado por: justin em 2019-12-09 15:23:18
https://observador.pt/2019/12/07/banana-colada-a-parede-que-custou-108-mil-euros-foi-comida/
acho que a comeram  :D
Título: Re: Arte
Enviado por: Local em 2019-12-09 15:30:10
Para mim isso foi apenas um golpe publicitário.
Título: Re: Arte
Enviado por: Automek em 2019-12-10 14:14:46
A aproveitar a onda da banana  ;D

Título: Re: Arte
Enviado por: JohnyRobaz em 2020-02-05 00:33:49
Recomendo aos interessados no tema a série que começou hoje na RTP2 (deu hoje o primeiro ep, às 23:20), uma rota por alguns dos museus mais importantes do mundo, em que os quadros expostos são interpretados por artistas e contextualizados na época e no local.
Título: Re: Arte
Enviado por: vbm em 2020-03-18 12:01:16
Hum...
Título: Re: Arte
Enviado por: Tridion em 2020-03-21 14:00:03
Hum...

O du Lac esteve aí, postou um quadro, apagou e foi-se embora outra vez...    :'( :'(

Não se faz...

Apetecia-me ver as paisagens do Constable para apaziguar o meu espírito atormentado pelo COVID-19.

Título: Re: Arte
Enviado por: du Lac em 2020-03-21 22:35:03
Young Man at His Window - Gustave Caillebotte
Título: Re: Arte
Enviado por: vbm em 2020-03-22 09:24:13
Impressivo.
Título: Re: Arte
Enviado por: du Lac em 2020-03-22 13:37:30
Young Woman at a Window - Salvador Dalí
Título: Re: Arte
Enviado por: vbm em 2020-03-22 14:03:43
Também!
Título: Re: Arte
Enviado por: du Lac em 2020-03-22 17:00:31
The Stages of Life - Caspar David Friedrich
Título: Re: Arte
Enviado por: vbm em 2020-03-22 17:59:07
Só uma alma camponesa
sente o mar como
o fim do mundo!
Título: Re: Arte
Enviado por: du Lac em 2020-03-23 09:57:14
Nighthawks - Edward Hopper
Título: Re: Arte
Enviado por: du Lac em 2020-03-23 18:37:15
The Last of the Buffalo - Albert Bierstadt
Título: Re: Arte
Enviado por: du Lac em 2020-03-24 16:03:08
Westphalian Landscape - Albert Bierstadt
Título: Re: Arte
Enviado por: du Lac em 2020-03-24 19:04:26
Praia das Maçãs - José Malhoa
Título: Re: Arte
Enviado por: vbm em 2020-03-24 19:37:48
Belo quadro!
Título: Re: Arte
Enviado por: Tridion em 2020-03-24 19:53:18
Nighthawks - Edward Hopper

Estamos a viver dentro dos quadros do Edward Hopper.
Título: Re: Arte
Enviado por: Smog em 2020-03-24 20:25:29
Praia das Maçãs - José Malhoa

O quadro que abre o "Noites de Inverno/Primavera/Verão/Outono"  ;)
Título: Re: Arte
Enviado por: du Lac em 2020-03-25 12:09:34
Praia de banhos, Póvoa de Varzim - João Marques de Oliveira
Título: Re: Arte
Enviado por: du Lac em 2020-03-25 20:02:22
View of Delft - Johannes Vermeer
Título: Re: Arte
Enviado por: Tranquilo em 2020-03-26 09:43:48
Este é um dos meus preferidos ...
Título: Re: Arte
Enviado por: vbm em 2020-03-26 11:05:39
De mim, também!
Título: Re: Arte
Enviado por: du Lac em 2020-03-26 12:11:20
Ville d’Avray - Jean-Baptiste-Camille Corot
Título: Re: Arte
Enviado por: vbm em 2020-03-26 13:18:49
Tudo o que pinte água,
à partida, inclino-me
a gostar -:)
Título: Re: Arte
Enviado por: du Lac em 2020-03-26 15:48:47
Windmill of Wijk bij Duurstede - Jacob van Ruisdael
Título: Re: Arte
Enviado por: du Lac em 2020-03-26 23:08:28
Wivenhoe Park - John Constable
Título: Re: Arte
Enviado por: du Lac em 2020-03-27 23:06:25
The Thames near Walton Bridges - William Turner
Título: Re: Arte
Enviado por: vbm em 2020-03-28 00:59:48
«Tal como sou acompanhada pelos lagos — águas adormecidas naturais e duráveis —,
de igual modo deve fazer parte da sombra, que se desloca comigo,
inscrever os dias estendidos por longo período de tempo.»


Gabriela Llansol, Um Falcão no Punho


Título: Re: Arte
Enviado por: du Lac em 2020-03-28 19:44:41
The Hunters in the Snow - Pieter Bruegel the Elder
Título: Re: Arte
Enviado por: Counter Retail Trader em 2020-03-28 19:57:06
ja vimos isto por aqui certo?  estas a re lemrar? 
Título: Re: Arte
Enviado por: JohnyRobaz em 2020-05-04 23:03:29
The Stages of Life - Caspar David Friedrich

Desse Grande, o "Monk by the Sea", o meu preferido:

Título: Re: Arte
Enviado por: Automek em 2020-05-15 09:19:02
The night watch em altissima resolução:
https://www.rijksmuseum.nl/en/most-detailed-ever-photograph-of-the-night-watch-goes-online?fbclid=IwAR1Ohgs4nPqU1isiwiU1wLRVUZHgWZ7utMIX9HViHIW_KGfFi1aBnDRb7dQ (https://www.rijksmuseum.nl/en/most-detailed-ever-photograph-of-the-night-watch-goes-online?fbclid=IwAR1Ohgs4nPqU1isiwiU1wLRVUZHgWZ7utMIX9HViHIW_KGfFi1aBnDRb7dQ)

(https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/3/3a/La_ronda_de_noche%2C_por_Rembrandt_van_Rijn.jpg/1200px-La_ronda_de_noche%2C_por_Rembrandt_van_Rijn.jpg)
Título: Re: Arte
Enviado por: du Lac em 2020-05-19 20:21:59
Wanderer above the Sea of Fog - Caspar David Friedrich
Título: Re: Arte
Enviado por: Local em 2020-05-20 00:04:06
As meninas de Velasquez
(https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/3/31/Las_Meninas%2C_by_Diego_Vel%C3%A1zquez%2C_from_Prado_in_Google_Earth.jpg/1200px-Las_Meninas%2C_by_Diego_Vel%C3%A1zquez%2C_from_Prado_in_Google_Earth.jpg)
Título: Re: Arte
Enviado por: du Lac em 2020-05-20 13:14:56
The Falls of the Rhine at Schaffhausen - Philip James de Loutherbourg
Título: Re: Arte
Enviado por: du Lac em 2020-05-21 13:54:34
San Giorgio Maggiore at Dusk - Claude Monet
Título: Re: Arte
Enviado por: vbm em 2020-05-21 14:22:51
Citação de: Local
As meninas de Velasquez

(https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/3/31/Las_Meninas%2C_by_Diego_Vel%C3%A1zquez%2C_from_Prado_in_Google_Earth.jpg/1200px-Las_Meninas%2C_by_Diego_Vel%C3%A1zquez%2C_from_Prado_in_Google_Earth.jpg)

distanciamento infantojuvenil?
Título: Re: Arte
Enviado por: Automek em 2020-05-21 14:24:42
hoje era coisa para ter chatices sérias com o ministério público lá do sítio.
Título: Re: Arte
Enviado por: du Lac em 2020-05-21 21:02:57
The Cornfield - John Constable
Título: Re: Arte
Enviado por: du Lac em 2020-05-22 13:47:04
Bathers at Asnières - Georges Seurat
Título: Re: Arte
Enviado por: vbm em 2020-05-22 14:37:28
A pintura é suposta fazer ver o universal através do particular.

Intui-se no quadro artístico, do lazer de um domingo ao sol
à beira das águas de um rio, o repouso de uns quantos
sapiens ainda na juventude da juventude…
Título: Re: Arte
Enviado por: du Lac em 2020-05-22 23:40:34
Office in a Small City - Edward Hopper
Título: Re: Arte
Enviado por: vbm em 2020-05-23 09:17:03
O condicionamento mental
por uma volumetria numérica.
Título: Re: Arte
Enviado por: Local em 2020-05-23 09:56:36
La maja desnuda - Goya
(https://www.artnet.com/WebServices/images/ll01019lldGFOGFgGYECfDrCWvaHBOcJ51/francisco-goya-la-maja-desnuda-(+-la-maja-vestida,-pair).jpg)
Título: Re: Arte
Enviado por: vbm em 2020-05-23 10:25:41
speechless
Título: Re: Arte
Enviado por: du Lac em 2020-05-24 12:51:14
Sunbathing in the Dunes - Paul Gustav Fischer
Título: Re: Arte
Enviado por: vbm em 2020-05-24 15:29:43
summer time
Título: Re: Arte
Enviado por: du Lac em 2020-05-25 13:57:45
Garden at Sainte-Adresse - Claude Monet
Título: Re: Arte
Enviado por: vbm em 2020-05-25 14:38:15
-:)

Nothing like summer!

I should have known Shakespeare...
Título: Re: Arte
Enviado por: du Lac em 2020-05-26 13:32:57
A Rustic Mill - Albert Bierstadt
Título: Re: Arte
Enviado por: du Lac em 2020-05-26 19:01:07
Stratford Mill - John Constable
Título: Re: Arte
Enviado por: du Lac em 2020-05-27 16:09:35
The Sleepers - Gustave Courbet
Título: Re: Arte
Enviado por: jeab em 2020-06-22 13:41:04

Isto para mim é que é Arte :)

 https://observador.pt/2020/06/19/vhils-esculpe-10-profissionais-de-saude-num-mural-no-hospital-de-s-joao-para-que-nunca-ninguem-os-esqueca/?fbclid=IwAR0e96JR-zgQwVW3ULri1ksWOAXQpMLitRWlvff4Ey5DTKplecK9banfoRc
Título: Re: Arte
Enviado por: du Lac em 2020-07-10 17:46:50
The White Horse - John Constable
Título: Re: Arte
Enviado por: vbm em 2020-07-11 00:04:45
A relação dos animais domésticos e domesticados com o homem
é uma realidade que causa espanto, pois não há linguagem
articulada entre nós e os chamados irracionais
que contudo vivem condicionados
e compactuam com o modo
de existência a que se
acostumam
connosco...

E impressiona, como os levamos
depois prós matadouros onde
os abatemos para depois
os comermos!

Impressiona...
Título: Re: Arte
Enviado por: du Lac em 2020-07-11 12:11:50
The Hay Wain - John Constable
Título: Re: Arte
Enviado por: du Lac em 2020-07-31 15:18:23
The Blind Leading the Blind - Pieter Bruegel the Elder
Título: Re: Arte
Enviado por: Counter Retail Trader em 2021-03-17 16:01:38
Museu do Dinheiro , visita virtual ao stock  ;D

https://www.museudodinheiro.pt/acervo/pesquisa (https://www.museudodinheiro.pt/acervo/pesquisa)
Título: Re: Arte
Enviado por: Kaspov em 2021-03-18 05:44:39
Museu do Dinheiro , visita virtual ao stock  ;D

https://www.museudodinheiro.pt/acervo/pesquisa (https://www.museudodinheiro.pt/acervo/pesquisa)

Interessante! Bom museu, sem dúvida!   ;D
Título: Re: Arte
Enviado por: Counter Retail Trader em 2021-03-18 14:33:56
Museu do Dinheiro , visita virtual ao stock  ;D

https://www.museudodinheiro.pt/acervo/pesquisa (https://www.museudodinheiro.pt/acervo/pesquisa)

Interessante! Bom museu, sem dúvida!   ;D

pena é nao dar para colocar filtros pois poupava me muito tempo...
Título: Re: Arte
Enviado por: Thorn Gilts em 2021-06-05 20:58:43
Original de acrílico sobre cartão da famosa pintora russa Mila Loginova por apenas 1800 euros.

https://www.olx.pt/anuncio/acrlico-sobre-carto-da-pintora-russa-mila-loginova-IDGwKKO.html (https://www.olx.pt/anuncio/acrlico-sobre-carto-da-pintora-russa-mila-loginova-IDGwKKO.html)