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Tópicos - meu-godo

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A minha ideia é a seguinte. A europa está em deflação apesar de negada pelos bancos centrais e pelos governos. Com uma inflação a roçar os 0% há alguns meses apesar das políticas dos bancos centrais (QE e taxas negativas), a inflação não consegue arrancar. É fácil deduzir que se não houvesse essas medidas que artificializam uma economia de mercado, a inflação seria negativa há vários meses.

A questão é a de saber se estas políticas do BCE são benéficas ou não. A curto prazo, sim, mas a médio e longo prazo a ressaca pode ser brutal.

Outro problema que já aqui foi referido é que a capacidade produtiva aumentou brutalmente e os consumidores não conseguem fazer face e comprar toda essa produção. Há demasiada oferta e demasiados produtos face ao que pode ser comprado. O mercado do crédito também mudou e anda mais desconfiado que antes da crise do subprime. O envelhecimento demográfico e o desemprego nos jovens constituem outros fatores que agravam as perspetivas económicas e predispõem a um aumento da carga fiscal e, por conseguinte, a uma redução do rendimento disponível. Tudo isto contribui para a deflação.

Estes e outros fatores levam-me a pensar que estamos a atravessar uma fase de transição e que os modelos sócio-económicos das últimas décadas vão ser postos em causa. Resta saber que mudanças irão ocorrer para fazer face a estes problemas...

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Tenho notado que se tem radicalisado  a opinião  dos portugueses contra a Alemanha e a Sra. Merkel com estas negociações com a Grécia. A culpa é dos alemães que querem fazer da Europa o seu império e conquistá-la vingando-se de ter perdido a segunda  guerra mundial e por aí fora. É por isso que chantagearam os gregos...

Isto nota-se na maior parte dos media portugueses, artigos de opinião e comentários a artigos de opinião. Vivo na Suíça e não  vejo esse tipo de pensamento. Não há um pensamento dominante. Existem pessoas com diferentes pontos de vista. Os que defendem um lado e os que defendem o outro. Há  equilíbrio  de forças e pensamento. Em França parece um pouco a mesma coisa  mas em Portugal o pensamento dominante é claramente anti-Alemanha.

Sou só eu que tenho essa percepção de que o pensamento em Portugal é  claramente enviesado comparativamente a outros países e contra a Alemanha que é a locomotiva económica na Europa ? Às vezes sinto que sou uma excepção na forma de pensar e que 80 ou 90% das pessoas pensam o oposto de mim (em Portugal). Qual será a razão destas diferenças na interpretação e na análise dos dados, da politica e da economia com outros países tão próximos geograficamente de nós?

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É preferivel aumentar salários ou reduzir a carga fiscal em idêntico valor?

Ao reduzir a carga fiscal das empresas e particulares, consegue-se que estes tenham mais rendimento disponivel. As empresas podem investir. Os particulares podem consumir um pouco mais e as empresas obtêm o retorno sobre o investimento dado que o consumo aumenta. As empresas, podem assim, contratar mais pessoas e as despesas do estado com subsidio de desemprego diminuem. A receita fiscal pode baixar inicialmente mas será compensada, em parte, pelo aumento do consumo. No entanto, o défice da balança comercial pode aumentar via aumento de consumo que traz mais importações em Portugal.

O aumento de salários pode aumentar o consumo dos particulares, mas as empresas tendem, penso eu, a investir menos dado que as suas despesas aumentam via o aumento de salários. Sem investimento e crescimento, não há criação de emprego e o desemprego continua, assim, elevado. Os lucros das empresas continuam estagnados ou negativos e a receita fiscal estável ou negativa se não se mexer nos impostos. A única maneira da receita fiscal aumentar é pelo aumento do consumo do setor privado o que pode relançar as vendas das empresas e criar desse modo crescimento. Agora, do meu ponto de vista, tudo depende do tipo de consumo é feito pelos particulares. Se for para gastar em produtos de fraco valor, duvido que o retorno económico seja interessante a médio, longo prazo.

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Comunidade de Traders / Um modelo social obsoleto
« em: 2014-08-25 19:02:55 »
O modelo social europeu das últimas décadas está provavelmente obsoleto. O estado social evoluiu e transferiu parte da riqueza de um país para subsidios sob as mais diversas formas (desemprego, nascimento, falecimento, etc...). A curva demográfica com menos nascimentos e mais idosos só veio agravar a situação. A economia cresce menos e provavelmente nâo voltará a crescer de forma duradoura acima de 2% e começou a viver-se do crédito.

Ora, nâo sendo provavelmente possivel fazer a economia crescer da mesma forma, com menos trabalhadores e mais dependentes (sobretudo idosos), a solução parece ser a de retirar regalias adquiridas nos ultimos 30/40 anos e equilibrar as funções do estado ao estritamente necessário. Com menos subsidios, muitos serão obrigados a desenvencilhar-se e a sair da zona de conforto procurando alternativas e permitindo a esses países de se desenvolverem. É como um mal que vem por bem...

Parece que o mundo evoluiu mas continuamos a evitar de mudar de modelo porque de certa forma resultou (foi sustentável) durante algumas décadas. Agora, esse modelo parece obsoleto (com taxas de crescimento baixas, desemprego mais alto e custos com pensões a aumentarem) mas a negação da realidade é mais forte. Esse sistema parece condenado a morrer. A dependência do Estado será inevitavelmente menor à medida que os recursos (dinheiro) escassear. O ratio entre população produtiva/dependentes tem vindo a baixar e torna o sistema insustentável tal é a quantidade de ajudas estatais existentes...

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Não percebo porque é que se insiste em aumentar impostos em Portugal na vez de reduzir os salarios e pensôes, ou seja, as despesas do estado equilibrando dessa forma as contas nacionais. A redução de salário facilita o emprego na medida em que o setor privado acompanha o setor publico baixando assim os custos de trabalho. Por outro lado, e do ponto de vista empresarial, a carga fiscal mantendo-se estável facilita o investimento e, portanto, o emprego. O desemprego pode assim baixarf e reduzir por seu lado o gasto em subsidios de desemprego.

Por seu lado, au aumentar a carga fiscal, o consumo reduz-se, as empresas produzem e investem menos (porque os seus custos aumentam), tendem a sair de Portugal e o desemprego deve aumentar ou pelo menos terá essa tendência. Há alguma coisa de errado neste raciocínio ou estou a ver bem as coisas?

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Os políticos a nível europeu estão sempre com meses ou anos de atraso. Primeiro deixaram criar a bolha do crédito e dos países incapazes de pagar o que contrairam como dívida.

Depois, veio a austeridade para endireitar as contas, mal necessário, mas como a decisão chegou demasiado tarde, trouxe efeitos extremamente negativos. No fundo, tratou-se de "empobrecer a malta" que vivia ou pensava viver muito melhor. Compraram-se grandes carros, grandes casas (particulares, empresas) com dinheiro que não se tinha, com crédito que nâo se conseguia reembolsar e com uma produtividade medíocre e crescimento pouco acima do zero.

Ora, dessas políticas austeras, resultou um decréscimo do pib em muitos países da zona euro e o desemprego começou lenta mas seguramante a subir. Agora, que se atingiram máximos históricos no desemprego, vèm clamar por medidas de estímulo à economia e ao emprego.

Mais uma vez parabéns porque viram que o avião ia bater contra as torres gémeas depois de ele ter batido. Agora, chamem os bombeiros para apagar os fogos, chamem a polícia para fazer um perímetro de segurança e não se esquecam de pôr os hospitais em alerta maximo... O BCE vem inteligentemente baixar hoje as taxas de juro, enfim, decisâo que já se antevia, mas de efeitos dúbios...

Tantos anos na escola que estes políticos passaram, mas só devem aprender a dizer balelas para enganar a malta. Pôr a mão na massa e ver as coisas antes delas acontecerem não é com eles...

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