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Tópicos - tiagopt

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A propósito da análise de quinta-feira ao crude, que estava prestes a activar um padrão de activação, várias pessoas me perguntaram depois disso quando deveríamos considerar que aquela zona de suporte já estava quebrada. Esta definição é fundamental tanto para o início de negócios como para a colocação de stops, pelo que importa explorá-la e aprofundá-la um pouco. Existem diversas formas de fazermos essa avaliação e de nos posicionarmos perante ela, sobretudo variando de acordo com o estilo de negociação, a negociação ou não em tempo real, e a agressividade negocial. Vou reunir aqui os conceitos gerais, indicar a minha preferência, mas deixar que sejam vocês a decidir qual delas se enquadra melhor no vosso estilo de negociação.

A quebra acontece 3% abaixo/acima da zona de suporte/resistência
Este é o método mais clássico, mas apesar de continuar ainda hoje a falar-se sobre ele está completamente desactualizado e deve na minha opinião ser abandonado. Foi "inventado" há muito tempo atrás, quando toda a gente negociava em position trading e quando os títulos tinham todos uma volatilidade semelhante. Hoje em dia, colocar stops ou ordens de entrada baseadas num valor padrão é suicídio de longo prazo. É fundamental adaptar a negociação à volatilidade intrínseca de cada um dos títulos que estamos a negociar, e de preferência ao timeframe também.

A quebra acontece imediatamente abaixo/acima do suporte/resistência
Apesar de também ser por vezes utilizado, este método é demasiado agressivo. Já comentei por diversas vezes que o mercado tem evoluído nos últimos anos de uma lógica de suportes/resistências para zonas de suporte/zonas de resistência, e há que adaptar a negociação a essa realidade. Há que deixar a cotação respirar, é hoje normal que um título seja pressionado para cima ou para baixo e que depois recupere o sentido prévio.

A quebra acontece se a vela, em fecho, ultrapassar o ponto-chave
Entramos já a entrar numa zona de maior consensualidade. Este é um método muito utilizado, mas com o qual pessoalmente ainda não concordo a 100%. Isto porque, uma vez mais, em determinados títulos existe (como disse acima) a tendência para movimentação em zonas. Verdade seja dita, contudo, que quando estamos a falar em verdadeiros pontos-chave geralmente a ameaça de quebra acaba mesmo por acontecer. A questão tem mesmo a ver com o "geralmente". Este método de negociação é mais agressivo, com as desvantagens e vantagens a isso associadas. Se por um lado podemos ter um ganho maior por em princípio apanharmos a oportunidade no seu início, temos também um maior número de pequenas perdas devido a falsos breakouts. Para colocação de stops, temos o cenário inverso. Se por um lado conseguimos cortar a posição logo no seu início, existe uma maior probabilidade de sermos desnecessariamente stopados. Há um problema adicional associado a esta técnica, relacionado com a extensão do movimento. Estamos dependentes da "boa vontade" da cotação, para que a vela se feche sem uma grande amplitude de movimento. Se (considerando como exemplo um target de 10%) por vezes o fecho da vela se dá 1% após o ponto-chave, quantas vezes nos movimentos mais agressivos são percorridos logo 5% antes do fecho? Se for o caso de uma entrada, lá se vai essa pretensão. Se for o caso de um stop, pior ainda.

A quebra acontece em caso de full breakout
Esta metodologia é a mais defensiva, o que automaticamente lhe confere também o título de mais lenta. O que significa, antes de mais, full breakout? Neste caso, o ponto-chave tem de ser totalmente ultrapassado pelo corpo de uma vela, não servindo apenas o fecho como referência. A grande vantagem é que se evita o posicionamento/fecho de posição em situações em que o preço fica a testar o suporte/resistência sem sucesso durante vários dias, mas que acaba depois por seguir a trajectória prévia. A maior desvantagem passa pela lentidão de reacção em novos posicionamentos, e pela ambiguidade na colocação de stops. Se eu me tento posicionar num breakout (seguindo o exemplo acima), e se a primeira vela após quebra já penetrou na zona de movimento 1%, a vela que faz o full breakout pode perfeitamente fechar 5% dentro da zona inviabilizando de vez a minha pretensão de entrada. Para a colocação de stops, a situação é ainda mais grave. O facto de não conseguir prever a movimentação prévia e onde ao certo vai ser fechada a posição impede-me de fazer mensuração de profit ratios, de ajustar a exposição à minha perda máxima confortável, etc, etc...

A quebra é sinalizada por um indicador de volatilidade
Finalmente, uma abordagem interessante. Um indicador de volatilidade é perfeito para esta função, já que permite adaptar a negociação às características e momentum de determinado título, e ao timeframe em que estamos a negociar. Um título como o BCP não tem o mesmo comportamento de um título como a REN, e por isso não os posso negociar da mesma forma. Negociar a Galp no gráfico diário é completamente diferente de a negociar no gráfico de 30 minutos, e por isso não devo utilizar a mesma abordagem. O indicador de volatilidade ajusta-se por nós às diferentes realidades. A questão fundamental, neste caso, passa por saber qual o indicador a utilizar. O mais famoso é o ATR, mas este tem um importante problema e limitação. O facto de considerar toda a amplitude de movimento das velas torna-o realmente um bom indicador daquilo que é a volatilidade do título que quero negociar, mas falha em dar-nos a compreender de forma 100% rigorosa onde é que determinado ponto já quebrou. Podemos perfeitamente ter um título com fortes movimentações intraday, que respeita de forma adequada suportes e resistências. E vice-versa. Ora, como é que eu pessoalmente contornei esta situação depois de utilizar durante muito tempo o ATR (ponto abaixo)? Criei um indicador próprio, que me dá precisamente aquilo que procuro: um índice de penetração ascendente/descendente. A receita é simples e não é secreta. Basicamente, utilizo uma média das últimas 28 velas de negociação, contando somente com a amplitude desde o ponto mínimo/máximo do corpo da vela até ao seu valor efectivo de máximo/mínimo. Adiciono-lhe depois um factor de ponderação (1,5x, 2x,...) tendo em consideração a movimentação do índice ou as características macro do mercado. Tenho de utilizar 2 indicadores, um para a avaliação de suportes e outro para as resistências (um que avalia a movimentação topo do corpo-máximo do dia e outro que avalia a movimentação base do corpo-mínimo do dia). Permite-me, no entanto, avaliar exactamente a amplitude que uma vela faz habitualmente sem que tal resulte em quebra efectiva.

Full-Breakout + ATR
Esta foi uma técnica que utilizei durante bastante tempo, sem resultados excelentes (se assim fosse não tinha sentido necessidade de mudar) mas com uma boa relação risk:reward. A ideia neste caso passa por guiar a negociação de forma fixa pelo valor dado pelo ATR, e ajustar depois a entrada/saída caso entretanto aconteça um full-breakout. Tem a desvantagem de por vezes reagir de forma lenta, já que o ATR oferece valores de extensão significativa, mas ainda assim permite ajustar individualmente à realidade de cada título.

Conclusão
Existe um número enorme de técnicas e estratégias que poderemos utilizar para definir e avaliar se um ponto já foi quebrado em definitivo, e qualquer uma delas é mais precisa e útil do que a mera subjectividade do palpite. Com vantagens e desvantagens associadas a cada uma delas, o mais importante é que as ajustem aos vossos estilos de negociação e façam testes para perceberem em quais delas a vossa negociação melhor se encaixa. Ainda mais importante é que esta regra (seja qual for) esteja definida no plano de trading antes do início da negociação, não dando assim azo a indisciplina ou ambiguidade na negociação.

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Negócios e Empreendedorismo / Terreno imobiliário do BCP
« em: 2016-03-20 12:15:33 »

Não sei bem se este é o sítio certo para colocar esta questão, mas talvez me possam ajudar. Tenho estado a tentar negociar um terreno que está na posse do BCP (dentro de um empreendimento falido), mas estou a fazê-lo através de uma imobiliária. Não porque o banco não aceite receber propostas directamente, mas porque me diz o gestor da sucursal que não existe qualquer benefício adicional em termos de preço por excluir o intermediário. Diz-me ele que quem toma a decisão relativamente à aceitação ou não das propostas não sabe se ela vem através de um intermediário ou directamente do cliente final. Sabem se há alguma forma de fazer chegar aos senhores do banco que podiam ganhar dinheiro eliminando o intermediário? Parece-me uma situação ridícula de loss-loss....

Outra questão, relacionada. Esse empreendimento está carregado de sobreiros, e é uma chatice para construir dada essa limitação. O gestor da sucursal admite que eles não estão a considerar esse factor para a desvalorização, mas também me diz que não há maneira de fazer reflectir esse factor no preço. Também me parece estranho que assim seja.... Como há aqui várias pessoas que já trabalharam no BCP, o circuito informativo é assim tão quadrado ou ele está só a ver se me esmifra ao máximo?
Abraço

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Comunidade de Traders / Espírito Santo Saúde
« em: 2013-09-26 14:33:14 »
O que acham da colocação em bolsa do Espírito Santo Saúde? Em Portugal as OPV's geralmente são lucrativas, excepção feita à Edpr...  Nem que seja por esse motivo será interessante acompanhar o processo. A empresa tem dimensão suficiente para figurar no PSI 20 ou o mais provável será a remissão para o geral? Parece-me importante para o mercado português começar a haver diversificação, já chega de bancos! Antes haver empresas da saúde detidas por bancos :)

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Quem me conhece pessoalmente sabe que eu tenho uma grande esperança no potencial de crescimento da nanotecnologia. Crença suportada em grande parte por dados científicos, algumas questões pessoais à mistura... o que me parece certo é a capacidade que esta "já não tão nova" área do conhecimento terá para revolucionar o mundo tal como o conhecemos.

A nanotecnologia é o estudo de manipulação da matéria a uma escala atómica e molecular. O seu princípio passa pela construção de novas estruturas e materiais tendo por base a manipulação e o arranjo dos átomos. Esse arranjo atómico permite gerar coisas com as quais até há pouco tempo apenas podíamos sonhar! Toda a engenharia de materiais está a ser reinventada, e com ela a medicina, a mecânica, a física, a informática, entre outras. Se olharmos em redor podemos já observar algumas das pegadas desta revolução, seja pelas superfícies auto-laváveis, pensos anti-bacterianos, quimioterapia por administração personalizada a células tumorais, ecrãs flexíveis, compósitos impermeáveis, janelas inteligentes, entre milhares de outras aplicações.

Sempre que uma nova revolução económica pode estar para acontecer podemos adoptar uma de três posturas de investimento: ou a ignoramos e deixamos acontecer, ou esperamos que o fenómeno amadureca o suficiente para se tornar um investimento seguro, ou arriscamos um investimento na sua fase inicial.
Apesar de já não se poder considerar que esta área económica esteja na sua fase inicial, também não seria rigoroso considerá-la como um negócio amadurecido. Grande parte das potenciais oportunidades estarão ainda bem escondidas, fruto do enorme desconhecimento no que diz respeito à nanotecnologia. Para se ter uma ideia mais concreta, através de um inquérito realizado há relativamente pouco tempo verificou-se que metade dos americanos nunca tinha ouvido falar em nanotecnologia, e 90% dos inquiridos tinha um conhecimento sobre o tema muito limitado.

Como em todas as revoluções económicas, são as evidências que dão notoriedade e chama ascendente ao desconhecido. Se os resultados materiais se continuarem a evidenciar, é bastante provável que a nanotecnologia vire moda. E, como bem sabe qualquer interveniente nos mercados financeiros, as modas podem ser muito benéficas para o nosso portfolio...

Infelizmente, é inevitável que surjam flops, falências e empresas que nunca vão singrar. Como é habitual, os instrumentos mais arriscados têm maior potencial de lucro e os mais seguros têm menor potencial. A escolha do "cavalo certo" é muitas vezes complexa e um pouco abstracta, quando as evidências ainda não abundam. A minha expectativa é começar por algum lado nesta selva de potenciais oportunidade. Assim, vou abordar quatro exemplos de investimento nesta área, com um nível de risco progressivamente maior.

A forma mais segura de investir neste sector de forma diversificada será muito provavelmente através de um ETF sob o índice de Nanotecnológicas. O único ETF que faz este acompanhamento é o Lux Nanotech Portfolio (PXN). É um ETF relativamente interessante, com uma despesa de manutenção de 0,6%, e a diversificação necessária para limitar o risco do investimento. O principal ponto negativo deste ETF passará pela sua alocação de capital.

Se preferirmos uma escolha mais personalizada das empresas nanotecnológicas com maior potencial poderemos optar por uma venture capitalist, como o Harris & Harris Group (TINY). Apesar de esta companhia nem sempre se ter dedicado à selecção e compra de empresas deste sector, fá-lo já há alguns anos. Ultimamente teve acertos consideráveis, como a participação na Xradia e na Solazyme, mas também teve negócios que resultaram em forte prejuízo. Essas compras menos boas levaram a alguma descrença por parte dos investidores, transaccionando actualmente a um prémio considerável face ao NAV. Apesar desta descrença por parte do mercado, a TINY parece-me ser uma boa aposta de longo prazo. E esta boa aposta poder-se-à já começar a verificar 2014 se, como se espera, a empresa começar a distribuir dividendos, atraindo assim o interesse de mais investidores.

Caso o nosso interesse passe pela aposta em empresas individuais, poderemos escolher organizações que estejam já totalmente estabelecidas e beneficiem fortemente das mais-valias da nanotecnologia nos seus produtou ou pequenas empresas totalmente focadas nesta área de negócio e que se dediquem sobretudo à investigação e desenvolvimento de produtos inovadores nesta área. Escolhi para esse efeito a Sandisk e a Applied Nanotech.

A Sandisk (SNDK) é uma empresa que se dedica sobretudo ao armazenamento físico de informação, desenvolvem pendrives, micro SD, discos rígidos e afins. O trabalho notório na área do armazenamento e  transferência de informação para as massas permitiu-lhes atingir a posição de liderança neste sector do mercado, muito por culpa da nanotecnologia. Nos últimos anos a Sandisk tem apostado fortemente neste sector e isso tem contribuído para revolucionar o armazenamento portátil. Hoje a Sandisk produz os seus dispositivos com base em chips monolíticos de 19 nanómetros, o que lhes permite aglomerar informação numa correspondência de dois bits por célula! Este salto dado pela Sandisk permitiu-lhe aumentar a capacidade e a velocidade de transferência, o que foi fundamental para o destaque que alguns dos seus produtos têm tomado no mercado.


A Applied Nanotech (APNT) é uma micro cap, penny stock, mas que conta com um impressionante portfolio de patentes na área de nanotecnologia. Vive actualmente dias difíceis em termos financeiros, já que continua a debater-se para gerar receitas que lhe permitam ultrapassar os custos operacionais. Em maio o board de directores despediu o CEO, o que fez afundar as cotações mais de 50% em poucos meses. Esta medida, associada a outras medidas de corte de despesa e a um aumento na geração de receitas terão contribuido para um equilíbrio nas contas que lhe permitirá provavelmente atingir o break-even já em 2014.
É, sem dúvida, a aposta mais arrojada já que o risco de falência (ou pelo menos de aumento de capital) numa empresa desta dimensão é muito importante. Mas a enorme quantidade de patentes (mais de 300, grande parte comercializável e potencialmente lucrativa) que têm em carteira faz-me acreditar que em breve poderão ser comprados por uma empresa de maior dimensão. Em alternativa, poderá assistir-se a um licenciamento progressivo das patentes já desenvolvidas, à semelhança do que tem acontecido com a sua actual base de sustento financeiro, um produto que aumenta a performance dos painéis solares. Se o cenário mais negro não se vier a confirmar, é muito provável que se transforme numa multibagger nos próximos anos.

Como salientei no início, apesar de estar totalmente confiante no que diz respeito ao potencial de crescimento deste sector estou longe de saber que empresas singrarão o suficiente para se tornarem altamente lucrativas. Alguma diversificação aliada a apostas individuais em empresas altamente promissoras poderá dar grandes frutos, especialmente se tivermos como horizonte temporal de referência um período mínimo de 5-10 anos, tempo suficiente no meu entender para atingirmos a fase inicial de maturação deste sector.

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A vencedora da análise semanal foi a Zon Optimus. A análise desta semana é especial, já que será pouco mais do que um esclarecimento a toda esta confusão que se tem gerado em torno da nova empresa que entrará em bolsa na próxima semana, fruto da fusão entre a Zon e uma parte da Sonae.com. Nas últimas duas semanas recebi vários e-mails de leitores que possuíam acções de uma, de outra ou das duas empresas e que não faziam ideia do que aconteceria no dia 9 de Setembro. Parece-me lamentável que a CMVM, instituição que suspende com frequência a negociação das acções dos clubes de futebol para pedir esclarecimentos porque saiu uma notícia menos clara no jornal Record, não se dê ao trabalho de esclarecer ou forçar as entidades a esclarecerem os seus accionistas de forma simples e clara sob o caminho que está a tomar o seu dinheiro!

Posto isto, comecemos então os esclarecimentos. A nova empresa, que será cotada em bolsa na segunda-feira, chamar-se-à Zon Optimus. A criação desta empresa teve por base a fusão por incorporação da Optimus na Zon. Este é o primeiro ponto a esclarecer: na prática a fusão não é entre a Zon e a SonaeCom mas sim  entre a Zon e uma pequena parte da SonaeCom, a Optimus. Na segunda-feira veremos que a SonaeCom se manterá em bolsa e a Zon dará lugar à Zon Optimus, ficando assim o PSI-20 com o mesmo número de empresas. A diferença será relativa ao interesse indirecto que a SonaeCom terá sob a Zon Optimus, já que passará a possuir 7% das suas acções.

A Zon Optimus é controlada pela ZOPT (no fundo é apenas uma empresa-veículo), que por sua vez é detida em partes iguais pela Eng. Isabel dos Santos e pelo Eng. Belmiro de Azevedo. Especificando, 50,01% da Zon Optimus passa a ser detida pela ZOPT sendo que as restantes participações de relevo são detidas pela SonaeCom (em 7%, como referido anteriormente) e pelo BPI (4,5%).

E o que acontece às acções dos pequenos investidores? Apesar de este ponto ainda não ter sido devidamente clarificado, vou ainda assim arriscar uma clarificação tendo por base os dados conhecidos até ao momento. Quem tem acções da SonaeCom ficará na mesma, com a eventual mais-valia decorrente de possuir uma pequena percentagem de uma empresa teoricamente mais competitiva e sólida do que a Optimus. Será essa alteração justificação suficiente para a subida de 100% nas cotações no último ano? Não me parece, se esse foi o motor de ignição em breve poderá extinguir-se a chama ascendente...

Para quem tinha acções da Zon o cenário é ainda menos claro mas arriscaria dizer que as coisas ficarão também iguais. Parece-me que o aumento de capital e a entrada em negociação de 206 mil novas acções foi efectuado de forma a ajustar o valor e o número de acções. Se assim for, todos os pequenos accionistas com acções da Zon ficarão com o mesmo número de títulos a valer exactamente a mesma coisa, apenas com um nome diferente a partir de segunda-feira. Mais uma vez saliento que não estou totalmente certo deste ponto, mas em breve descobriremos! Em termos de AT era fantástico que assim fosse, já que o gráfico se manteria "limpinho".

No que diz respeito à Zon, agora Zon Optimus, poder-se-à compreender melhor esta recente valorização. A valorização será fruto da expectativa de um aumento de competitividade e das relevantes sinergias que se esperam decorrer do processo de fusão. A grande maioria das sinergias deverá materializar-se nos próximos 3-5 anos, sendo elas:
- Optimização do investimento em infraestruturas;
- Gestão e planeamento integrados da rede fixa e móvel, com a respetiva exploração da convergência de redes;
- Redução da dependência de infraestruturas de operadores concorrentes;
- Redução de custos inerentes ao investimento do Grupo ZON, no segmento móvel, e do Grupo OPTIMUS, no segmento fixo e no projeto de televisão por subscrição, com a captura recíproca de valor dos negócios corede cada um dos grupos;
- Optimização da estratégia de abordagem a segmentos de mercado em que cada uma das empresas individualmente tem mais experiência;
- Optimização resultante da negociação agregada de contratos e compras;
- Oferta de produtos e soluções integradas e convergentes.
(retirado de documento informativo à CMVM)

Se é verdade que estas sinergias têm grande potencial e poderão vir a tornar difícil a vida da PT pelo aumento do poder de concorrência, não é menos verdade que nem tudo são rosas num processo de fusão. Este é um tema especialmente subavaliado e sob o qual me sinto particularmente à vontade para falar. Se uma fusão ou M&A traz geralmente mais-valias em termos materiais e estruturais, a parte humana da junção é geralmente um desastre. Imaginem o que significa a junção de duas empresas rivais no mesmo plano estratégico, empresas com culturas organizacionais, níveis salariais e condições de trabalho geralmente bastante distintas. As lutas pelo poder tornam-se uma constante e há um aumento significativo da desconfiança entre pares. Este factor, que é de facto demasiadamente subavaliado, é responsável pelo falhanço na maioria dos processos de fusão. E mesmo quando a fusão subsiste, estima-se que os resultados financeiros sejam abalados em 10-20% nos primeiros 2-3 anos após o evento, havendo progressivamente um ajustamento organizacional. Neste caso em concreto o choque é menor, já que um dos players se destaca na área da TV e o outro na área das telecomunicações móveis. Ainda assim este é um assunto de grande importância e que poderá mesmo vir a tornar-se decisivo.

Tudo isto para dizer o quê? Que a Zon Optimus poderá de facto vir a ser uma empresa com enorme potencial, que poderá vir a fazer sombra à PT, mas há ainda demasiadas interrogações. Não se pode esperar que um processo destes traga benefícios para os accionistas em três semanas, nem em três meses sequer. Talvez daqui a três anos comecemos a ver frutos desta união, frutos palpáveis. Antes disso uma entrada longa será demasiado incerta, demasiado especulativa e, por isso, demasiado arriscada. O tempo dirá se este casamento acabará por revelar-se uma perfeita união...

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Comunidade de Traders / Hyperloop
« em: 2013-08-13 17:47:20 »
O que é que vocês acham do Hyperloop? Será um conceito plenamente teórico ou o potencial futuro dos transportes terrestres? Ultimamente tenho esbarrado de forma insistente com informação sobre este fenómeno, ainda agora na euronews estavam novamente a falar sobre isso. Com tanta publicidade não lhes deve ser difícil arranjar os 6 mil milhões que dizem ser necessários para a construção do circuito entre los Angeles e são Francisco (acho que são essas duas...).
Será um conceito que pode vir a tornar-se moda?

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A Companhia Siderúrgica Nacional é uma empresa Brasileira que opera na indústria do ferro e do aço. Depois de uma subida superior a 8000% entre 2002 e 2006 vive hoje tempos conturbados, com uma queda acumulada que ronda os 90%. O recente abrandamento da economia mundial fez-se sentir com especial impacto nesta empresa que depende directamente de dois sectores em particular recessão: a construção e a indústria automóvel. Isso tem-se feito notar nas suas contas e o mercado não perdoa.

O gráfico, como não poderia deixar de ser, tem reflectido esse momentum negativo e não está de facto com um aspecto famoso. Fui ao histórico do blogue ler uma análise que lhe tinha feito em 2009, altura em que as coisas estavam prestes a ficar complicadas devido a um monumental H&S que estava próximo da activação e acabei por detectar algo interessante. Após a quebra da neckline as quedas acentuaram-se e a grande inversão dessa tendência de baixa aconteceu suportada por um reversal H&S. Mais tarde, em 2011, foi a activação de um H&S que provocou a sangria a que hoje assistimos! Curiosamente a empresa tinha começado um ciclo de subida em 2000 suportado por um reversal H&S, terminou-o com um H&S e iniciou novo ciclo suportada por mais um reversal H&S... Serei o único a notar aqui um padrão?

Quero com isto dizer que não me espantaria ver uma nova fase bullish despoletada por um reversal H&S. Pelo contrário, dado o comportamento passado espantar-me-ia vê-la inverter de outra forma! E boas notícias parecem estar a querer surgir! Apesar de não se poder falar ainda numa inversão de ciclo, nem nada que se pareça, um H&S de inversão poderá estar prestes a activar-se. Modesto, com projecção de 25%, mas a confirmar-se poderá muito bem representar o ponto de ignição para novo ciclo ascendente.

A perspectiva futura desta empresa parece-me bastante animadora. Apesar de uma entrada longa neste momento (antes de uma quebra em alta da eventual neckline) se poder revelar precipitada, se a inversão técnica for consumada e se acreditarmos numa recuperação dos BRIC, e considerando o brutal potencial de crescimento do continente Africano, este será um sector com enorme margem de crescimento. Muitos "ses", é certo, mas a SID parece ser bem gerida e este período de contenção financeira tem sido aproveitado para cortar despesas e melhorar processos. Isto faz-me acreditar que, se tivermos disponibilidade para esperar alguns anos e paciência para entrar no momento certo, a SID tem tudo para ser uma grande aposta de longo prazo.

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Comunidade de Traders / Investir em startups
« em: 2013-06-12 18:32:54 »
Estava a ler o último artigo do Inc, onde fala de Business Develpment Companies, e lembrei-me de um tema que há muito me assola a memória. Existe alguma forma de em/a partir de Portugal investirmos em startups em troca de uma percentagem da empresa? Do género bolsa de startups...
Estive a ver alguns sites, nomeadamente o http://www.seedrs.com/ (que foi fundado por um português), mas tenho alguns receios do ponto de vista prático... Alguém aqui já investiu em algo semelhante?
Qual a vossa experiência?

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Abro um tópico para a discussão de uma acção muito interessante que hoje cai desalmadamente depois de ter desiludido na apresentação de resultados. Já a negociei no passado e como me traz boas memórias mantenho-a debaixo de olho.
A SUMR é uma empresa que negoceia maioritariamente produtos para bebés, mas o que mais me atrai nela são as suas soluções hi-tech e diferentes da concorrência. Mudou de Ceo há uns meses, o anterior era um incompetente e foi uma das causas para os maus resultados deste trimestre. Este entrou com vontade de inverter a situação e ontem anunciou já vários cortes e medidas de combate aos prejuízos. Algumas podem ser algo contraproducentes mas tinha de ser feita alguma coisa.
Apesar de tecnicamente estar horrível, se consolidar poderá constituir uma excelente oportunidade de longo prazo

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A Honeywell International (NYSE:HON) é uma empresa dedicada ao desenvolvimento e comercialização de tecnologia, sobretudo na área da engenharia aeroespacial e militar. Mas não foi para falar sobre a prática comercial da empresa que a trouxe aqui hoje, foi sim para explorar o seu perfil técnico. E esse perfil técnico é verdadeiramente impressionante, um completo registo de ataques e contra-ataques.

Entre 2007 e 2008 o título atingiu um topo marcado por 4 toques numa resistência que se mostrou impenetrável. Desde esse máximo relativo, deslizou mais de 60% até inverter a tendência bear suportado por um duplo fundo bem desenhado. O duplo fundo deu azo a nova tendência bull que só foi travada pela resistência que tinha estado na origem do anterior bear market.

A auxiliar esta resistência, em meados do ano passado, esteve um H&S de inversão. O padrão técnico viu o seu target ser atingido e apenas reverteu para nova investida depois de activar mais um duplo fundo. Nova subida, nova "corrida" de 50% no sentido ascendente, e uma vez mais a resistência acaba por se mostrar inviolável.

Neste momento temos mais um H&S de inversão protegido pela temível resistência. E apesar de ter originado uma falsa partida eu não arriscaria uma entrada longa nesta fase. Estamos a menos de 5% da resistência que é já histórica e, até ser quebrada, o padrão técnico de inversão não deve ser ignorado.
Se é verdade que o acumular de toques desgastam a resistência, não é menos verdade que essa resistência suportou 4 ataques e esteve na origem de duas quedas violentas. Enquanto a resistência durar vale a pena shortar! Fica a visão de médio e longo prazo

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Comunidade de Traders / Análise Fundamental
« em: 2012-07-23 21:40:01 »
Reabro este tópico que tinha iniciado no outro fórum para ir levantando dúvidas relativas à análise fundamental :)
Começo por deixar um site que me pareceu muito interessante pelo conjunto de informação fundamental referente às empresas do PSI que reúne, algo que não se encontra facilmente.
O que acham? Alguns dados parecem-me estranhos...
http://www.zonebourse.com

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Muito se tem falado do potencial que as micro e nanotecnologias terão para mudar o nosso futuro. Quase tudo pode ser alterado, melhorado a uma micro-escala, desde a saúde, à alimentação, passando pelos bens de consumo. Será este o próximo sector de crescimento fulgorante?
O que acham deste novo ramo do conhecimento?
E que empresas conhecem promissoras o suficiente para crescerem desenfreadamente na próxima década?


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Alguém chegou a ler um livro que o Thorn sugeriu, "Finanças - Mercados e Instrumentos"?
O que acham dele, enquanto introdutor à análise de empresas por via da AF? Queria algo em Português para começar, para ser mais fácil de digerir...
Estou tentado a aproveitar a promoção deste fim de semana da Fnac para o comprar...

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Comunidade de Traders / Vale (VALE) - Tópico principal
« em: 2012-07-12 19:22:04 »
Abro um tópico para a Brasileira Vale, título que costumo acompanhar com alguma regularidade e que está a dar sinais técnicos de inversão.
A nível fundamental o que acham dela? Apesar de ser uma cíclica, está com um PER de 5 e uma yield de 6%. Mesmo havendo um risco de desaceleração económica, não será um bom long shot? Fundamentalmente falando ;D

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"Never let a profit turn into a loss". Este é mais um dos sábios adágios de Wall Street. E como a generalidade das expressões que sobrevivem à prova do tempo, também esta faz todo o sentido. Sabemos nós, traders ou investidores, que nem sempre é fácil colocar em prática o que está previamente definido. Ou mesmo o que sabemos ser mais correcto.

A minha motivação para escrever hoje sobre este assunto está relacionada com um trade que fechei ontem, trade este que esteve com 50% de lucro e foi fechado com 20% de prejuízo. Um erro crasso da minha parte, que merece ser analisado. Já aqui falei anteriormente, no "longínquo" ano de 2008, da importância de se definir um plano de trading sempre que se pretende abrir uma nova posição. E da consequente importância de seguir esse plano e cumprir o que estava previamente definido, o que havia sido delineado com a clareza que a maioria de nós só consegue ter quando ainda não tem qualquer conflito de interesse relativamente à análise em causa.

Ora, e falando também para mim próprio, esse plano não pode ser rígido, imutável! Terá forçosamente de ser adaptado com o passar do tempo, mesmo que os pressupostos que levaram à entrada se mantenham intactos. O simples passar do tempo requer ajustes, e mais ajustes serão necessários se após a abertura do trade o título correr na direcção que havíamos previsto. E um ajuste simples é a passagem do stop para o break-even, gesto que automaticamente retira dos ombros de quem tem uma posição aberta alguma pressão. Idealmente esse stop deverá ser passado para um local de referência, como é óbvio! Para uma resistência entretanto quebrada ou um higher-low entretanto formado, ou outro ponto que faça sentido. Mas nem sempre estes pontos de referência surgem.

A partir de que ponto deveremos pensar em mudar o stop para o break-even? Não antes dos 5% de lucro, não depois dos 10%. Subir o stop não significa cortar as pernas a uma boa aposta, nem é isso que se pretende! Pretende-se sim evitar um estado de mal-estar psicológico gerador de ansiedade, que tem potencial para prejudicar trades futuros. Se é verdade que o preço de entrada é apenas uma referência momentânea, não é menos verdade que é importante olhar para um negócio fechado e fazer-lhe uma marca verde, ao invés de uma vermelha. É a sucessão de marcas verdes que permitem ganhar confiança e consolidar métodos. Obter uma perda num negócio em que numa primeira fase o nosso método nos indicou o caminho correcto é, a todos os níveis, contraproducente.

Para terminar, não poderia deixar de referir que as perdas são tão importantes como os ganhos e não deverão ser personalizadas, levadas demasiado a peito. São essas perdas que nos permitem aprender, afinar estratégias. Não há métodos infalíveis, há apenas métodos estatisticamente mais válidos que outros. E se tivermos um método que na generalidade seja ganhador, associado à utilização de técnicas básicas de money management, o longo prazo encarregar-se-à de nos recompensar.

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