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Tópicos - itg00022289

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Off-Topic / 38 Maps You Never Knew You Needed
« em: 2013-03-11 14:19:03 »
Uns mapas curiosos:
http://www.buzzfeed.com/awesomer/maps-you-never-knew-you-needed

A maior parte são dos USA.

Fica um de exemplo

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Lutz Eigendorf. O futebolista vigiado por 50 espiões

Por Cátia Bruno, publicado em 6 Mar 2013 - 03:10 |

Em plena Guerra Fria, o jogador do Dynamo de Berlim fugiu para a outra Alemanha. Quatro anos depois morria num misterioso acidente de carro


Erich Mielke, dirigente do Dynamo de Berlim e, obviamente, director da Stasi, sabia que o jogo contra o Kaiserslautern era um perigo. Isto porque a equipa, que até então na Taça UEFA só tinha encontrado adversários da União Soviética e da Jugoslávia, nunca tinha ido jogar à Alemanha Ocidental. O risco de fuga estava presente, razão pela qual Mielke ordenou que os jogadores fosse sujeitos a várias palestras sobre o assunto.

O Dynamo perdeu o encontro por 4-1, mas o autocarro saiu de Berlim Ocidental com todos os jogadores. Porém, uma paragem em Giessen para que os jogadores pudessem comprar calças de ganga e discos de cantores internacionais revelou-se fatal – Lutz Eigendorf meteu--se no primeiro táxi que encontrou.

Para trás ficaram a mulher, Gabriele, e a filha pequena, Sandy. Gabriele acabou por pedir o divórcio. Foi então que a Stasi pôs em prática um dos seus planos habituais: utilizou um “Romeu”, nome dado aos agentes que se envolvem romanticamente com alguém para facilitar a vigilância. Para isso a polícia secreta usou um antigo amor de Gabriele. Casaram--se e o agente adoptou Sandy como filha. A lua-de-mel em Binz foi paga pela própria Stasi – Gabriele não fazia ideia de nada. Todas as cartas de Lutz foram interceptadas pela polícia.

Do outro lado do Muro, a vida de Eigendorf endireitava-se. Proibido de jogar pela UEFA no primeiro ano, acabou por voltar a jogar pelo próprio Kaiserlautern. Fez amizade com outros jogadores fugidos do Leste, ganhou dinheiro e voltou a casar. “OLutz estava constantemente com medo de ser sequestrado para voltar ao Leste”, acabaria por confessar Josephine, a nova mulher. Eigendorf foi contratado por outra equipa, o Eintracht Braunschweig, mas jogou apenas oito vezes. Não chegou a haver hipótese de uma nona aparição.

No dia 5 de Março de 1983, Lutz saiu de um bar pouco depois das 11 horas da noite. Os amigos dizem que tinha bebido apenas umas duas cervejas e por isso pegou no Alfa Romeo. Algum tempo depois embatia numa árvore e era transportado para o hospital com ferimentos graves na cabeça. Morreu dois dias depois. As análises ao sangue revelaram uma alta taxa de alcoolemia, o que para as autoridades era suficiente como motivo do acidente. A investigação foi encerrada sem autópsia nem avaliação ao carro e Lutz foi esquecido pela maioria.

Até que a queda do Muro de Berlim mudou tudo. Heribert Schwan, um jornalista de Colónia, procurou nos arquivos agora tornados públicos da Stasi. Descobriu que o jogador era vigiado por 50 espiões e que o novo marido de Gabriele era ele próprio um agente. Alguns documentos indiciam uma história diferente da oficial: a de que Lutz teria sido raptado à saída do bar, intoxicado com álcool e drogas e depois mandado conduzir. Numa curva, um carro da Stasi estava à espera para ligar os máximos e fazer com que se despistasse, um procedimento habitual da polícia.

Em 2010 surgiu uma nova prova. Karl-Heinz Felgner, antigo agente da Stasi, referiu o plano para matar Lutz num julgamento relacionado com outro caso.“Falta a prova final, mas os enormes esforços da Stasi levam à conclusão de que quer a morte, quer o sequestro foram planeados”, confirma o ex-procurador--geral Hans-Jürgen Grasemann. O acidente foi há 30 anos.

http://www.ionline.pt/desporto/lutz-eigendorf-futebolista-vigiado-50-espioes

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Um explorador à moda antiga!

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Ranulph Fiennes partiu para "a viagem mais fria"
por Abel Coelho de Morais

O aventureiro e explorador britânico Ranulph Fiennes partiu hoje do porto da Cidade do Cabo, como estava previsto, em direção à Antártida, que tentará atravessar de esqui, sem quaisquer apoios e sem possibilidade de ser socorrido.

A expedição partiu a bordo do 'SA Agulhas' em direção à Antártida, onde deverá chegar no final do mês. Ranulph Fiennes e outros cinco elementos do grupo terão então cerca de cinco semanas para se prepararem para a travessia do continente gelado, que irão efetuar ao longo de seis meses e na época mais fria do ano no hemisfério sul.

A travessia estende-se por mais de quatro mil quilómetros e irá suceder entre junho e o início de setembro, decorrendo na maior parte do tempo na obscuridade. A expedição foi baptizada "A Viagem Mais Fria" (The Coldest Journey) e tem igualmente um objetivo humanitário: recolher cerca de oito milhões de euros para uma organização que apoia pessoas cegas.

Para Ranulph Fiennes, de 68 anos, este é um dos últimos grandes desafios polares a vencer. A ter sucesso a expedição, esta será a primeira traversia invernal da Antártida, numa época em que as temperaturas podem atingir os menos 90 graus centígrados, indicam as agências.

Esta não será a primiera vez que Fiennes atravessa o sexto continente. Já o fez em 1992/3, a pé e sem assistência, só que na época de verão.

Considerado pelo Livro Guiness de Recordes como o "maior explorador vivo", Fiennes realiza expedições há mais de 40 anos, mas salienta que numa travessia desta natureza "não há especialistas. Ninguém fez esta travessia no inverno (...). Partimos para o desconhecido", declarou o explorador pouco antes de partir.

Uma vez iniciada a travessia, o grupo não terá qualquer possibilidade de ser socorrido, devido às condições meteorológicas que impedem a realização de voos. "Por isso, levamos connosco provisões para um ano e um médico", disse o explorador.

Para Fiennes, "aquele que sai do veículo e parte de esquis tem de aceitar a ideia de que, se algo correr mal, irá morrer tal como sucedia há cem anos".

A expedição iniciou-se no ano em que se completou um século sobre a viagem de Robert F. Scott ao Polo Sul, em que foi batido pelo norueguês Roald Amundsen. Scott e os seus companheiros de expedição morreram no caminho de regresso.

http://www.dn.pt/inicio/globo/interior.aspx?content_id=2979423&page=-1



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RTP. História de uma empresa que foi privada até 1975
 

Por Filipe Paiva Cardoso, publicado em 26 Dez 2012 - 09:01 | Actualizado há 3 horas 10 minutos


Fez 57 anos este mês a constituição da RTP, empresa obrigada a lutar por dotar o país de TV e que acabou nacionalizada por não distribuir dinheiro ao Estado. Agora, volvidos 38 anos, entra na lista de vendas por dar prejuízo
“Continua a atrair uma multidão desejosa de ver com os seus próprios olhos uma das maiores maravilhas do nosso tempo. Programas dos mais variados assuntos, culturais, desportivos e folclóricos, nos ecrãs mágicos dos aparelhos colocados por toda a Feira.” Menos de um ano depois da criação da R.T.P., a 15 de Dezembro de 1955, a “sociedade anónima com intervenção do Estado” tinha 15 televisões espalhadas pela Feira Popular para as primeiras emissões experimentais de televisão em Portugal.
 
A entrada custava um escudo e o desafio era “que ninguém deixe de ver esta novidade no maior recinto de diversões da capital”. Em troca a promessa era uma “noite de grande animação” com a “Rancha Flores da Nossa Terra, de Mira”. Era assim que a recém-formada R.T.P. enfrentava a sua maior dificuldade: o desconhecimento do que era uma TV.
 
Com um terço do capital em mãos do Estado, outro terço nas rádios privadas “e o outro com o público, por meio de subscrição de capital aberto nos bancos”, a 4 de Setembro de 1956 a R. T. P. avançou “pela primeira vez em Portugal” com “experiências oficiais de televisão”. “Visite os estúdios e veja os programas nas dezenas de aparelhos montados no recinto. Amanhã sorteio de um aparelho televisivo Philips.” Foi graças à Philips Portuguesa, ao apoio de “O Século” e da Radio Corporation of America, “que forneceu, gentilmente, um equipamento completo, incluindo uma torre de antena, de 50 metros, instalada na Feira Popular”, que parte da cidade de Lisboa pôde naquela noite assistir à transmissão experimental da Radiotelevisão. Mas não em casa: Praça de Londres (2), Rua Nova da Trindade, Portugália da Av. Almirante Reis, Cinema Monumental, Castanheira de Moura, Armazéns do Chiado, Av. da Igreja, Praça do Areeiro, Rossio, Av. da Liberdade, Largo do Chiado, Rua Barata Salgueiro, Restauradores, Praça Duque de Saldanha e Rua Silva Carvalho eram os locais onde o público se poderia juntar para ver com os próprios olhos o fenómeno que em breve viria a tomar de assalto os seus tempos livres. “Campeões do Sport Lisboa e Benfica em demonstração de pingue-pongue” era o programa agendado para as 22h dessa noite. A expectativa para a primeira emissão era tal que nesse dia o trânsito foi caótico em Lisboa, tal o número de pessoas que se juntaram a ver os receptores de rua.
 
No final de 1956 a empresa regista um primeiro lucro, ainda que “graças à providência do governo em conceder a esta sociedade uma percentagem das receitas da taxa de radiodifusão sonora”. As taxas, sempre as taxas. O resultado líquido cifrou-se em 27 mil contos, isto apesar das “numerosas edições de ensaio” realizadas para o treino dos primeiros trabalhadores da casa e também da “larga propaganda” feita para promover a penetração da televisão junto do público. Como? Distribuindo televisões: “No que respeita ao comércio de receptores, a influência do trabalho da R.T.P. já se fez grandemente sentir nos preços relativamente moderados, porque, de maneira geral, estão sendo oferecidos ao público”, explica a administração da empresa no relatório e contas de 1956.
 
Foi só a 18 de Fevereiro de 1957 que a R.T.P. passou a oferecer uma programação diária, primeiro apenas numa área à volta de Monsanto, e a partir de Novembro em Lisboa, Coimbra e Porto. Apesar desta conquista, “infelizmente somos forçados a anunciar resultados bem menos satisfatórios no que respeita à instalação dos estúdios de Lisboa”. Já com localização escolhida há dois anos, “problemas urbanísticos e outros” foram impedindo a construção deste estúdio, levando a televisão a procurar soluções de recurso que obrigaram a “avultadas despesas”.
 
Ainda assim, o caminho estava a ser bem trilhado: “Poucos são já os jornais portugueses que não se referem regular e frequentemente à Televisão e seus programas”, “desde o início das emissões os programas têm despertado as atenções gerais. Vivamente criticados por uns, aplaudidos benévola e compreensivelmente por outros, ninguém, pode dizer--se, lhes tem ficado indiferente.” A TV em Portugal em 1957 começava a descolar.
 
Neste ano, que terminou com perdas de 13 mil contos, sobretudo devido “a um autêntico investimento no sentido de fomentar o número de receptores em serviço, cujo rápido incremento será a única base para a viabilidade económica da TV”, também a produção nacional televisiva começou a dar os primeiros passos, com a empresa a investir 5 mil contos em produção de programas que trouxeram um retorno de apenas 160 contos. Mas também este mundo era novo. Em 1959, por exemplo, a R.T.P. levou a cabo o primeiro concurso aberto a quem quisesse enviar originais para programas de televisão: “O resultado não foi muito animador, mas a R.T.P. continuará no objectivo de interessar os autores portugueses a escrever para a TV.”
 
A excitação dos primeiros tempos começou a esmorecer ainda em 1958. “Foi o termo da fase dos pioneiros” e o “ano mais árduo” até ao momento, “não só porque, vencidas as primeiras dificuldades pelo entusiasmo e impulso criado, necessário se tornava continuar a improvisar sob a pressão dos acontecimentos”. Coube aos trabalhadores compensar as falhas administrativas e a inexistência de condições mínimas: “Problemas [de estúdios] não estão cabalmente resolvidos, porquanto se continua a dispor de estúdios por de tal forma inadequados que […] chega a parecer prodigioso como, a partir dessas instalações, tem sido possível fazer emissões com a duração e a regularidade das que têm sido oferecidas aos espectadores”, reflectia a administração da empresa.
 
Por esta altura, o tempo de programação da RTP dividia-se em “Teatro, música séria e bailado” (9,2%), “Culturais, entrevistas e palestras” (16,5%) ou “Variedades, teatro e música ligeiros, concursos e folclore” (21,6%), sendo reservados 10,4% da emissão para “Desportivos” e outros 18,4% para “Notícias e actualidades”. E os espectadores portugueses estavam a superar as expectativas: “O número de receptores previsto inicialmente para o fim de oito anos fora, no começo desta gerência, admitido como devendo ser atingido ao fim de quatro anos; afinal foi alcançado em dois anos! Quer dizer, um ritmo quatro vezes mais rápido que o esperado – 32 mil aparelhos importados até Dezembro de 1958, ano em que o ritmo foi de cerca de 2 mil por mês”, celebra a administração nas contas daquele ano.
 
Os ventos estavam de tal forma de feição que pouco demorou até que “o estabelecimento da TV nas províncias de Angola e Moçambique” começasse “a ser estudado com carinho”, até porque os locais mostravam um “interesse exuberante” pela televisão, um bocado como acontece hoje quando se fala na privatização da televisão ainda pública. O optimismo não se ficava pela extensão da R.T.P. às províncias africanas: “Deve dizer--se que, a manter-se o ritmo actual, os resultados de exploração devem tornar--se positivos já no ano de 1960, dois anos antes do que se previra.” Então como agora, a receita passava por “rígida disciplina administrativa e espírito de estrita economia” para “oferecer benefícios aos seus accionistas, como é mister”. E os benefícios para os trabalhadores? “Indispensáveis ajustamentos de vencimentos, para os elevar a níveis que se praticam noutras empresas e remunerem justamente os mais competentes, serão oportunamente considerados”, ponderavam os administradores.
 
No final da década de 50, a R.T.P. já recebia em taxas mais de 7400 contos anuais, uma explosão face aos 1780 contos que recebia até 1958, sinal de que o total de televisões registadas estava em crescimento, trajectória que se intensificou nos anos seguintes: se em 1959 havia 31 mil, em 1960 já eram quase 50 mil – e falamos apenas de aparelhos legalmente registados, já que muitos fugiam à obrigatoriedade de registar e pagar taxas. Em termos geográficos, aponta a empresa nas contas de 1960, 6,2% das famílias em Lisboa já tinham receptores de TV, 5% em Braga, 4,2% em Évora e 3,8% no Porto. A televisão estava a crescer e neste ano estava em curso a segunda fase de expansão da cobertura, que levaria o sinal da R.T.P. a 82,5% da população.
 
O crescimento também se fazia sentir nas receitas publicitárias, com as empresas a reconhecerem cada vez mais a força da televisão. No início dos anos 60, a publicidade duplicou, o que obrigou a RTP a controlar a mesma. Para não entupir os telespectadores de publicidade, a empresa aumentou em 1961 os preços 30%: “Para evitar a saturação publicitária mantendo a receita.”
 
Não eram só as empresas que estavam a prestar atenção à força da TV. Em 1959 já a RTP tinha ido ao Ultramar cumprir o seu papel de meio de grande difusão em plena ditadura: acompanhar uma viagem de cinco semanas do “Sr. Ministro do Ultramar a Moçambique e Angola”, durante a qual “foram inauguradas importantes obras de fomento de que o país pode tomar directo e rápido conhecimento graças à TV”. Com “regras de produção e selecção extremamente rigorosas”, a informação da R.T.P. viveu nestes anos um período em que serviu de “aparelho – técnico e discursivo – e um instrumento, determinante para a legitimação e a longevidade da ditadura”, conforme refere Francisco Rui Cádima no trabalho intitulado “A Televisão e a Ditadura”, onde é citada por exemplo a “ordem de serviço n.o 1” da Direcção dos Serviços de Censura, que, a 14 de Janeiro de 1960, determina que “são sempre de submeter à decisão da Direcção, devidamente datados, os seguintes casos: Críticas ou comentário à acção do chefe de Estado, Presidente do Conselho e membros do Governo; Artigos ou noticiário visando a forma de estrutura política do Estado ou do Regime; Críticas à política económica, financeira e externa do Governo; Movimento de embarques, ataques e críticas à acção das Forças Armadas e de Segurança ou das Polícias”.
 
O rápido crescimento que a R.T.P. sentiu ao longo da década de 60 fez com que chegasse a 1965 com 2359 horas de programação e com perto de 940 trabalhadores, contra os 600 de 1959. A oficialização de televisões no país, graças a operações da GNR para aplicar multas aos donos de aparelhos que não pagavam taxa – tendo em 1964 sido “multados 2776 espectadores por não possuírem licença e enviados para tribunal para execução 5555 autos” –, ajudou a RTP a inverter os resultados. Se até 1962 tinha acumulado 76 mil contos de perdas, a partir de 1963 a empresa estava nos lucros. A barreira dos mil trabalhadores foi passada em 1968, ano em que a RTP lucrou 28 mil contos, graças a receitas de 165 mil contos, mais de metade das quais vindas das licenças de TV, que por esta altura eram já mais de 300 mil, quando em 1964 eram 100 mil – nada como as fiscalizações da GNR.
 
No final desta década, e já depois do lançamento do “2.o Programa”, os telejornais da TV portuguesa viveram um momento marcante, quando foi possível que “as imagens de acontecimentos europeus” fossem “inseridas no telejornal no próprio dia dos acontecimentos”. Foi também em 1969 que uma renovação de programas levou ao lançamento do Zip-Zip, de Carlos Cruz, Fialho Gouveia e Raul Solnado, gravado aos sábados e transmitido apenas às segundas-feiras – para que a Polícia Internacional e de Defesa do Estado, vulgo PIDE, tivesse tempo de cumprir o seu papel.
 
Depois da RTP2, o lançamento da televisão nas ilhas começava por esta altura a ser estudado na R.T.P., acabando o canal madeirense por ser oficialmente lançado em Agosto de 1972 e a R.T.P. Açores três anos depois. Mas entre o nascimento de um e outro muita coisa mudou.
 
Em 1972 havia já mais de meio milhão de televisões registadas no país, e a empresa contava com 1178 colaboradores que asseguravam perto de 4 mil horas de programação anual, das quais apenas 4,07% eram preenchidas com publicidade. O lucro nesse ano foi de 13,4 mil contos e no ano seguinte ficou-se pelos 12,7 mil contos, com os trabalhadores a atingirem os 1216.
 
Mas este ano fica marcado sobretudo por uma outra estreia. César Moreira Baptista, secretário de Estado da Informação e Turismo, passa a ter direito a um comentário na abertura do Telejornal, com uma periodicidade quinzenal ou mensal, prática de propaganda até então inédita na relação da R.T.P. com a ditadura. “Nunca a propaganda, através do texto de opinião oficial, havia ido tão longe”, sintetiza Francisco Rui Cádima, no trabalho já citado. “Creio que em nenhuma outra época os governantes portugueses tiveram tanto a preocupação de informar, justificar e fornecer dados e razões que permitam um exacto juízo dos fundamentos das orientações seguidas e das decisões tomadas. E ninguém melhor e com mais autoridade e esclarecido juízo o tem feito que o próprio Presidente Marcello Caetano, que tantas vezes aqui vem para conversar com o povo”, disse Moreira Baptista na sua palestra de estreia no Telejornal de 25 de Janeiro de 1973. Já a 26 de Outubro, antevéspera de eleições para a Assembleia Nacional, a R.T.P. avança com uma “homenagem” ao “pensamento viril” de Caetano e cinco anos de governo. A intensificação da propaganda pró-regime pela televisão, contudo, de pouco serviu para conter o crescendo de revolta que já se ia fazendo sentir por esta altura.
 
Os tempos eram de ocaso do regime, com a revolução do ano seguinte a levar à alteração do estatuto da R.T.P., que em 1975 acaba nacionalizada pelo Decreto-Lei 674-D/75, de 2 de Dezembro, precisamente com a justificação de não ter cumprido qualquer das obrigações da concessão: “Em vez de ‘programas de nível elevado’ deu ao povo português, ao longo de 18 anos, uma programação de baixo nível, tornando-se um instrumento embrutecedor e alienante ao serviço do conservantismo retrógrado e fascista”, lê-se no decreto, que culpa também a falta de distribuição de lucros para o accionista Estado como razão para a nacionalização: “[...] as empresas de radiodifusão accionistas da RTP têm obtido, além do seu dividendo, e sem que para isso tenham investido mais um centavo, um lucro líquido que em 1973 quase atingiu 100% do capital investido, e que no total equivale a mais de seis vezes a totalidade do investimento. Simultaneamente, o Estado [...] entregou até 1968 as aludidas percentagens das taxas de radiodifusão e não teve qualquer participação nos lucros da publicidade.”
 
Pelas contas apresentadas no referido decreto-lei, os privados no capital da RTP receberam 131,3 mil contos dos lucros da empresa entre 1959 e 1973, ao passo que o Estado pouco ou nada encaixou: “Impõe-se, e já tarda, o saneamento de toda esta escandalosa situação e a simultânea instituição de uma nova televisão que esteja ao serviço, não de interesses comerciais inconfessáveis, mas dos superiores interesses do povo português e só destes”, sentenciava o decreto assinado por Pinheiro de Azevedo. A R.T.P. acabou assim nacionalizada por não distribuir lucros ao Estado e para servir os portugueses, e agora será privatizada com a justificação de impor prejuízos ao Estado podendo acabar longe de servir “só” o interesse de portugueses.
 
A evolução das contas da R.T.P. nos anos seguintes à nacionalização, porém, mostram que esta também serviu para pôr a empresa mais ao serviço dos trabalhadores do que até então: 1216 trabalhadores em 1973 custavam 140 mil contos à R.T.P., mas em 1979 eram já despendidos 711 mil contos com 1994 colaboradores, um aumento de 408% em remunerações para mais 64% de pessoal.

http://www.ionline.pt/portugal/rtp-nacionalizada-nao-dar-lucro-ao-estado-acaba-venda-dar-prejuizo

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Off-Topic / «Sprint» de Ronaldo à Usain Bolt
« em: 2012-12-03 11:45:00 »
Deveras impressionante!!
Fez 96m em 10 segundos, com 77 minutos jogados, para ái com 8 a 10 km no corpo, num piso de relva e com chuteiras.

Seria engraçado ver quanto ele conseguiria fazer em pista.

«
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Sprint» de Ronaldo à Usain Bolt
 

Cristiano Ronaldo esteve em destaque na partida deste sábado frente ao rival Atlético de Madrid. Além do golo marcado aos 15 minutos, de livre, e de uma assistência para Ozil, CR7 fez um sprint verdadeiramente impressionante já perto do fim do encontro.

Por volta dos 77 minutos, o português arrancou em contra-ataque, de uma baliza à outra, percorrendo 96 metros antes de rematar ao poste da baliza de Courtois.

A questão não foi a distância, mas sim o tempo que demorou a fazê-lo: 10 segundos, o que significa que precorreu 9,6 metros por segundo. Impressionante, tendo em conta que Usain Bolt detém o recorde mundial dos 100 metros com 9.58 segundos (10,4 m/s) e que Ronaldo tinha 77 minutos de jogo intenso nas pernas


http://www.ojogo.pt/multimedia/videos.aspx?content_id=2923117

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Homem descobre sósia em quadro com mais de 400 anos

Um visitante do Museu de Arte da Filadélfia descobriu, com espanto, um homem parecidíssimo consigo, retratado num quadro do século XVI.

E se, de repente, ao passear por um museu, tiver a sensação de se estar a ver ao espelho? Isso mesmo aconteceu a um visitante do Museu de Arte da Filadélfia, nos EUA.

Identificado como "pepesilvia" , o homem descobriu com espanto o que parece ser um "gémeo" seu, retratado numa pintura de 1562. E para mostrar a incrível semelhança entre os dois, postou, segunda-feira, na rede social "Reddit" uma imagem sua ao lado da obra "Retrato de um nobre com luva de duelo".

O retrato feito por um artista desconhecido terá sido pintado em Itália, segundo informação incluída no site do museu. No Twitter, o próprio museu já confirmou o sucedido respondendo a um tweet.
 
Ao post de "pepesilva", os comentários não se fizeram esperar. Uma mera coincidência ou será o nobre um antepassado de "pepesilvia"? A resposta é difícil, mas, segundo a notícia publicada na seção "Planeta Bizarro" do "Globo", não falta quem já sugeria que este tire partido do insólito, vestindo-se com trajes do século XVI, para dar autógrafos junto do quadro exposto.

http://expresso.sapo.pt/homem-descobre-sosia-em-quadro-com-mais-de-400-anos=f766616#commentbox

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Uma história mirabolante.

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Um tribunal indiano reconheceu esta segunda-feira que a ex-atleta Pinki Pramanik, que em 2006 ganhou uma medalha de ouro na prova 4x400 metros nos Jogos Asiáticos, é afinal um homem e que a denúncia de violação apresentada pela sua companheira de casa pode agora avançar.

Anamika Acharya, ex-companheira da atleta indiana, apresentou em junho de 2012 uma queixa na polícia, em Barasat, na cidade de Calcutá, alegando ter sido violada e torturada pela corredora e que esta seria realmente um homem.

Agora, o relatório da comissão médica, constituída em junho do presente ano, quando foi apresentada a denúnica contra Pramanik, confirmou que a ex-atleta é de facto um homem, com capacidade de manter relações sexuais como tal.

Afastada das competições há três anos, a antiga atleta de 26 anos foi detida depois de apresentadas as acusações contra ela e esteve um mês na prisão, acabando por ser libertada, em julho, sob fiança.

A antiga atleta negou as acusações e assegurou ter recebido maus tratos, por parte da polícia, enquanto esteve presa.

http://www.dn.pt/desporto/outrasmodalidades/interior.aspx?content_id=2882104

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Um autêntico compêndio de como roubar dentro da lei!
(embora com métodos diferentes, está na mesma linha da Fundação para as Comunicações Móveis)

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A longa e polémica história da Fundação do PSD-Madeira que o Governo não extinguiu
26.09.2012 - 21:24 Por Tolentino de Nóbrega

 O Governo não extinguiu a Fundação Social Democrata da Madeira, que está a ser investigada pelo Ministério Público (MP).

O processo foi desencadeado por queixa do PND contra o presidente da instituição e líder regional do PSD, Alberto João Jardim, por suspeita de prática de crime de peculato, corrupção passiva e abuso de poder.

O inquérito está parado há dois anos, pelo facto da Assembleia Legislativa da Madeira não ter autorizado, como tem solicitado o Tribunal Judicial do Funchal desde 2008, o levantamento da imunidade a Jardim. Uma prerrogativa específica dos deputados mas que o PSD alargou aos membros do governo regional na única revisão do Estatuto da Madeira, efectuada em 1991.

Na denúncia ao MP, o PND afirma que a fundação, criada por Jardim com outros governantes e deputados do PSD, não cumpre as condições gerais da declaração de utilidade pública atribuída pelo governo, chefiado pelo líder do PSD-M. E alega ainda que, apesar de ter fins não lucrativos, tem, fazendo uso desse estatuto e dos respectivos benefícios fiscais, adquirido ao longo dos anos um vastíssimo património, obedecendo a sua gestão a estritos critérios de interesse partidário.

Avaliada pelo Ministério de Finanças com nota positiva de 62,9%, a fundação comunicou, no âmbito do censo realizado por imposição da troika, que não recebeu qualquer apoio financeiro público directo entre 2008 e 2010.

Segundos tais dados, a fundação tem um valor patrimonial tributário isento no valor de 3,825 milhões, correspondente a cerca de 30% do total da riqueza declarada. Criada em 1992 com um capital de 50 mil euros, o seu património passou a mais de 12 milhões em 2010, de acordo com o referido relatório, ou seja, registou um crescimento patrimonial de 25.325% nesses19 anos.

Vasto património e um Rolls Royce

O património da fundação integra 32 prédios, a herdade onde realiza a festa anual e uma vasta frota automóvel que inclui um Rolls Royce.

Esses prédios estão arrendados ao PSD-M, que neles instalou mais de metade das suas 54 sedes locais. Mas o Tribunal de Contas não confirma o pagamento de rendas pelo partido para cuja conta bancária a assembleia regional transfere anualmente 2,9 milhões, proveniente da subvenção parlamentar.

Tecnicamente falido, com o capital negativo em 3,4 milhões, o PSD-Madeira tinha em 2008 uma dívida de 4,5 milhões à fundação, a bancos e a fornecedores, apurou a Entidade das Contas e Financiamentos Políticos (ECFP) na última apreciação das contas deste partido.

“Sendo o PSD nacional o titular da personalidade jurídica, dada a norma constitucional que proíbe “partidos regionais”, todo e qualquer património do PSD/Madeira pertence àquele, podendo de tudo dispor a seu belo prazer. E como não se pode adivinhar o futuro, susceptível de qualquer comprometimento que não fosse do interesse dos autonomistas sociais-democratas desta Região Autónoma, foi entendido criar uma Fundação madeirense, para que um património criteriosamente construído na Região não viesse a ser lesado por razões exteriores à Madeira”. É assim que Jardim justifica a fundação, em recente edição do jornal do PSD-M, “Madeira Livre”.

Há quase duas décadas colocada sob suspeita pela oposição regional, a FSDM, acusada de “burla fiscal e legal”, tinha sido antes objecto de uma acção judicial (inconclusiva) requerida ao Ministério Público pelo CDS/PP em 1992.

Três anos depois também a UDP apresentou idêntica queixa, mas o processo acabou por ser arquivado. Uma investigação à fundação presidida pelo Jardim voltou a ser pedida pelo PS à Procuradoria-Geral da República, no dossier sobre corrupção na Madeira entregue a Pinto Monteiro em 2007.

Negócios polémicos

Entre outros negócios polémicos, está a venda da herdade do Chão da Lagoa, onde no domingo se realizou a festa anual do PSD-Madeira, no final da década de 90 à Fundação Social-Democrata pela Fundação Berardo.

Na compra por esta efectuada em 1992 o conjunto de quatro parcelas, com um total de 726 mil metros quadrados, tinha ficado registado pelo valor patrimonial de 4.933 euros, ou seja, de 0,6 cêntimos por cada metro quadrado. Antes designada por herdade da Achada Grande, e situada entre a ribeira das Cales e o Poiso, na zona limítrofe a norte do concelho do Funchal, pertencia aos herdeiros de Gomes Loja, tendo, por dificuldades financeiras deste grupo empresarial, sido transacionada para a extinta Caixa Económica do Funchal e posteriormente para o sucessor BANIF. Adquirida pela Fundação do empresário José Berardo, accionista daquele banco, desenvolveu um projecto de reflorestação, financiado pelo Plano de Acção Florestal. O Ministério Público junto do Tribunal Administrativo e Fiscal do Funchal, por denúncia particular feita em 2007 contra o depósito de terras e alteração morfológica do prédio, está a investigar se houve violações ao licenciamento nas terraplanagens executadas para acolher as amplas zonas de comício e estacionamento na festa do PSD.

Também não foi pacífico o processo de aquisição de alguns prédios pela FSDM, como a construção da sede na rua dos Netos. Foi o caso dos terrenos em Santo Amaro, no Funchal, onde foi construído o Centro de Conferências e Exposições da Madeira (CEMA), também propriedade da FSDM avaliada em 1,5 milhões de euros e local dos congressos e reuniões magnas do PSD-M.

O prédio anexo ao Madeira Shopping, com 4,5 mil metros quadrados, custou 15 mil euros (75 mil euros), considerado muito abaixo ao preço de mercado. Segundo o Diário de Notícias funchalense, o negócio envolveu isenção de sisa, decidido por Paulo Fontes, então secretário das Finanças e simultaneamente membro do conselho fiscal da fundação, e implicou o realojamento pelo governo regional em bairros social de famílias que habitavam esta propriedade.

Controvérsia também motivou o negócio imobiliário feito numa zona nobre de Santa Cruz. Segundo o referido diário, aquela a fundação de utilidade pública, sem fins lucrativos, comprou em finais de 2002 a Quinta Escuna por 448 mil euros (valor escriturado) e vendeu a propriedade com seis mil metros quadrados a um empresário ligado ao PSD pelo triplo (1,25 milhão de euros), numa operação isenta de impostos ao fisco para ambas as partes. Foi ventilada a hipótese de a câmara municipal instalar serviços no projectado empreendimento.

Uma das últimas aquisições da FSDM foi a casa onde Jardim residiu durante 30 anos, no Quebra-Costas, para aí instalar um museu dedicado ao líder madeirense, com exposição das placas, medalhas e outros objectos oferecidos ao governante. A transacção por 140 mil euros ficou igualmente isenta de IMI e outros impostos.

http://publico.pt/Pol%C3%ADtica/a-longa-e-polemica-historia-da-fundacao-do-psdmadeira-que-o-governo-nao-extinguiu-1564712?all=1


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Das 401 fundações analisadas no relatório encomendado pelo Governo, a Fundação para as Comunicações Móveis (FCM), que geria o programa de atribuição dos portáteis Magalhães, foi a que recebeu mais apoios públicos de 2008 a 2010: 454,4 milhões de euros, quase metade dos apoios totais concedidos a fundações naquele período. )

http://www.publico.pt/Pol%C3%ADtica/fundacao-do-magalhaes-recebeu-quase-metade-do-total-dos-apoios-concedidos-pelo-estado--1557480

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