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Mensagens - peluto

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Automek, o que eu quis dizer foi, que, por exemplo, começando com 10k e se apostar 5% de MM e tiver 5 ordens negativas, perco 25% do saldo inicial, e, ficando só com 7.5K, o esforço para recuperar 2.5K perdidos equivale a 33% de rendibilidade. Bastante diferente de começar com os mesmos 10K, apostar 2% de MM, e, por exemplo quando chegar a 20K, então, ai sim, poder subir para 5% de MM, que, mesmo que venha a ter as tais 5 ordens negativas e perder 25% (sobre os 20K), garante-me, ainda assim, ser lucrativo. Para mim é bem diferente, e, por isso, é tão importante para o sucesso no trading.
Mas:
- Se começas com 10K e uma percentagem de 2% até chegares a 20K
- E se depois aos 20K aumentas para 5% porque 25% de perda são 5.000 e ainda ficarias com 15.000 (lucrativo em ralação aos 10K iniciais)

Então pela mesma lógica quando chegares a 60K aumentas para 10% porque com 5 perdas = 50% ficas com 30K (lucrativo em relação aos 20K anteriores).

E quando chegares a 320K aumentas para 15% porque 5 perdas = 75% e ainda ficas com 80K (também lucrativo em relação aos 30K).

Não parece muito lógico, certo ?

Ou seja, se existe edge e se queremos alterar a %, aquilo que faz sentido (para mim) é diminuir à medida que a conta cresce e não o contrário.
Se se aumenta porque se considera diferente o dinheiro ganho nos mercados e o dinheiro ganho no trabalho das 9 às 5, então é mais uma questão psicológica e não de MM.

Essa era uma lógica da batata. Não funciona na proporção directa, e, está muito longe de corresponder ao que eu disse inicialmente. A ideia que quis transmitir é que, NO ÍNICIO (sff vai lá ler no post inicial), é especialmente importante ser mais modesto e conservador na MM. Depois, quando já estás a trabalhar com equithy que retiraste ao mercado, podes, aí sim, aumentar a MM para maior agressividade, mas sempre, dentro de valores aceitáveis. A distorção que queres fazer querer que eu disse, levaria-nos a dada altura a estar a apostar 50% da Equithy, e, lógico, com 2 ordens negativas, falias.

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Excelente iniciativa Jeab. Depois, com o crescimento do equity, podemos ir metendo mais "carne no assador", mas já não é o nosso capital inicial, é capital já ganho ao mercado.
Mil euros são mil euros, independentemente da proveniência. O capital ganho ao mercado (e até aquele que estamos a ganhar numa posição ainda aberta) é o nosso capital. Tão nosso como aquele que se ganhou a trabalhar 8 horas por dia.

Isto para dizer que o MM não devia ser diferente caso o dinheiro seja o inicial ou aquele que já foi ganho no mercado (salvo, claro, quando o volume já não o permite ou na medida em que começa a ser desconfortável para a pessoa perder mais que X% de uma quantia elevada).

Automek, o que eu quis dizer foi, que, por exemplo, começando com 10k e se apostar 5% de MM e tiver 5 ordens negativas, perco 25% do saldo inicial, e, ficando só com 7.5K, o esforço para recuperar 2.5K perdidos equivale a 33% de rendibilidade. Bastante diferente de começar com os mesmos 10K, apostar 2% de MM, e, por exemplo quando chegar a 20K, então, ai sim, poder subir para 5% de MM, que, mesmo que venha a ter as tais 5 ordens negativas e perder 25% (sobre os 20K), garante-me, ainda assim, ser lucrativo. Para mim é bem diferente, e, por isso, é tão importante para o sucesso no trading. 

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Excelente iniciativa Jeab.
Uma das bases para tradar com sucesso.
Um sistema mesmo que ganhador, não tem uma curva de crescimento de equity linear, pode mesmo concentrar o crescimento na fase final e portanto, dar-nos de seguida uma série de ordens más, levando-nos a perder, se utilizada má MM, uma parte significativa do nosso saldo inicial, ou mesmo a falir. Penso que no inicio, aquando da abertura de conta, é ainda mais importante. Depois, com o crescimento do equity, podemos ir metendo mais "carne no assador", mas já não é o nosso capital inicial, é capital já ganho ao mercado.

Vou acompanhar com interesse...

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Comunidade de Traders / Re: Golpe no Montepio ?
« em: 2015-06-02 19:05:30 »
O Montepio não precisa de mais manobras contabilisticas.

Nos dias de hoje um banco só pode ter "grande" dimensão se tiver base de capital que sustente esse crescimento. O que não é manifestamente o caso do Montepio. Assim, se não tem capital para ser "grande" tem que reduzir dimensão para níveis adequados ao capital que tem. Reduzir activos. Reduzir balcões. Reduzir pessoal. Ser um banco mais pequeno. Chama-se viver de acordo com as suas possibilidades.

Nos últimos anos quis ser crescer muito. Até comprou o pior banco do sistema bancário nacional e ainda pagou prémio por isso. E já não abundava o capital. Tudo isto sob o olhar atento do BdP. Até que alguém abriu a pestana. Ou o BES fez abrir a pestana de alguém. E as dores de crescimento não se fizeram esperar.

Mas o MG quer crescer pelos piores motivos. Para recuperar perdas passadas. Todos conhecemos histórias que correm bem e que correm mal com a implementação desta estratégia.
Agora que o BdP não deixa "crescer" sem mais capital, resta "decrescer". É doloroso. Sim, mas menos do que "desaparecer".

Nem mais Pecunia, a solução, é a mesma que os concorrentes do MG adoptaram, há mais de 4 anos, e que, o MG em estado de negação, não quis admitir. O que vai acontecer é que, vão ter de a implementar, agora, em contra-ciclo com os concorrentes, que, já fizeram o grosso do downsising e começam a tirar a cabeça para fora de água, na altura em que o MG, vai ser obrigado a meta-la dentro de água. A questão aqui é saber quando ganham coragem, pois, despedir e colocar no desemprego, é um fim exactamente do lado oposto aqueles que a dona do MG (AM) deve prosseguir estatutariamente, isto é, promover o acesso ao emprego, saúde, segurança social... Essa, vai ser uma notícia dura de roer, mas, na minha opinião, vem com 4 anos de atraso.

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Comunidade de Traders / Re: Golpe no Montepio ?
« em: 2015-06-01 10:35:44 »
Eu confesso-me surpreendido com a rapidez das  saidas de produtos mutualistas  nas ultimas semanas  foram  + de 200  Milhoes de Euros, que apenas pode ser explicado maioritariamente  por grandes clientes;  Em 600 000 mil associados  basta  por exemplo haver 200 com mais   de  1   milhao de euros a  retirar o dinheiro que perfaz logo os  200 milhoes;
E um bocado frustrante ver que o dinheiro existente ainda  em caixa pouco mais de  150 milhoes se  possa esfumar rapidamente  para salvar os que podem perder perfeitamente 10 % e que pelo meio possam ficar os tais clientes da classe media para quem   uma perca de 10 % vai fazer diferenca;
o meus pensamentos desde o inicio na intervencao deste topico  vao no sentido de ajudar essa massa de gente para quem todo o dinheiro que percam conta

 
Penso que existe uma limitação de capital máximo detido pelos associados na Associação Mutualista Montepio Geral. Confesso que não sei qual é o valor, mas, não devo andar longe se falar em 200/300k no máximo por associado. O que significa que não são 2/3 grandes clientes, antes, muitos clientes, com montantes mais "modestos".

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Comunidade de Traders / Re: Golpe no Montepio ?
« em: 2015-05-29 13:04:23 »
Será que a TVI encontrou dentro do Montepio ou do BdP o que o Expresso encontrou dentro do BES. Alguém disposto a cometer ilegalidades e revelar informação sujeita a sigilo bancário?

Mas o mais estranho é que o Montepio ainda tenta justificar essa informação.  E de forma bizarra revela atividade de clientes específicos... Isto sim é um sinal de desespero.

Desde quando uma instituição financeira refere o nome de um cliente que faz levantamentos, pagamentos ou depósitos? O sigilo bancário não se aplica aos movimentos bancários da Segurança Social?
Alô, Banco de Portugal? Alguém vê os noticiários? Por favor avisem os consultores de comunicação do Montepio de que existe uma coisa que se chama sigilo bancário. Ou em alternativa, avisem todos os bancos portugueses que devem informar publicamente os movimentos bancários da Segurança Social.


http://observador.pt/2015/05/29/montepio-perde-200-milhoes-em-depositos-em-um-mes/


É verdade Pecunia.. Isto vai de mal a pior. É evidente o desespero. Tentam, no momento imediato, contrariar qualquer notícia desfavorável que saia, e, a  julgar pela justificação, já não olham a meios, inclusive, revelando nomes e movimentos de clientes.
Vamos de mal a pior.
Mas, independentemente da condição financeira do banco e da AM, penso que já perceberam que, a confiança, já a perderam à muito, e, sem ela, mesmo em excelente condição financeira, banco algum se safa. Banco algum no mundo suporta que, no mesmo espaço de tempo, 50% dos depositantes levantem os seus recursos.... Infelizmente, ou o novo nome e administração inverte esta tendência, ou, é uma questão de tempo...

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Quem se mete em FOREX, CFD's etc ... têm de ter cuidado na escolha do Broker!
Pesquisar, perguntar... etc...

como se valesse de muito.
o que há mais é contra informação. pessoal pago para dizer bem ou pago para dizer mal.
não digo que as bucket shops sejam todas iguais. mas são todas excepcionalmente perigosas.
talvez a oanda seja mais fiável (não uso, nunca usei), mas genericamente são todas um salto no escuro.

Z

Cada cavadela, cada minhoca... lol.... Isto está muito bom... É a evolução, a modernidade.

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Comunidade de Traders / Re: Golpe no Montepio ?
« em: 2015-05-26 17:24:24 »
O Teixeira dos Santos já veio dizer que não aceita ser chairman do Montepio...

Onde viste Tranquilo?

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Comunidade de Traders / Re: Trading de breakouts
« em: 2015-05-26 17:22:16 »
Boa tarde Ana.

E no USDJPY que, finalmente acordou, já tens guia de acção?
Thanks

não tou nesse, mas devia:D não se pode ir a tudo, só tenho duas mãozinhas e doijolhinhos:D é o q calha em cada momento, já não sei pq não voltei a entrar nesse, estaria possivelmente a olhar para outros e vcs não me avisaram:(

Tb já o vi quando ele ia mega lançado.... Agora, só com retrace .... :-( A ver se ele ainda deixa a gente entrar na segunda carruagem

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Comunidade de Traders / Re: Trading de breakouts
« em: 2015-05-26 15:37:12 »
Boa tarde Ana.

E no USDJPY que, finalmente acordou, já tens guia de acção?
Thanks

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É óbvio que a tal opinião popular altamente espalhada não vai mudar.

Eu já disse o que tinha que dizer para quem quisesse aprender qualquer coisa sobre o que FMI é e faz.

Se o FMI é assim tão mau e existem tantas formas melhores de resolver os problemas, não deixa de ser estranho que esses governos falidos optem pelo FMI. Deveriam vociferar contra esses governos falidos, quer pelas suas más escolhas para falirem, quer pelas suas péssimas escolhas de depois se socorrerem do monstro do FMI.

Aqui, assino por de baixo Incognitus....  :) O que não iliba depois, numa segunda fase, os pretensos salvadores, mas a origem, é a que mencionas.

53
Não, peluto. Tu basicamente queres acreditar que o FMI é o problema e então constróis uma narrativa de acordo com essa tua vontade à priori.

Os países que chamam ou não chamam o FMI estão em vários estágios de "problemático". Uns são forçados a chamar o FMI porque não têm mais alternativa nenhuma, outros estão em estágios "salváveis" sem FMI, pelo que podem optar não o chamar. É perfeitamente natural que quem seja obrigado a chamá-lo vá passar por uma crise (que já se terá iniciado ANTES de o chamar) muito mais profunda do que quem não o chame.

Para veres como isto funciona, podes usar o paralelo do financiamento DIP. Este é um tipo de financiamento que as empresas que passam por uma insolvência e reestruturação usam para se financiar durante o processo de falência. As empresas que necessitam de financiamento DIP vão ter que falir, vão ter que reestruturar, etc. As que podem passar sem o financiamento DIP podem estar em dificuldades, mas à partida as dificuldades são menores até ao ponto de poderem nem sequer falir.

Se à posteriori olhares para essas situações, estarás a dizer "Reparem, TODOS os que faliram tiveram lá o FMI! E estes, que também estiveram quase a falir, não tiveram! Deram-se melhor!". Só que isso não faz sentido nenhum. No entanto essa é a base do teu raciocínio acima quanto ao FMI.

Sobre "haver escolha", eu coloquei isso como uma hipótese para mostrar o absurdo dessa visão. Porque se HOUVESSE escolha e o FMI fosse tão mau como o pintam, então AINDA assim a culpa seria não do FMI mas de quem faz a escolha. Mas não, nos casos que acabam com o FMI lá dentro não há escolha (excepto o falir sem financiamento nenhum).

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Sobre nos EUA poderem praticar outra coisa, isso é em parte verdade e em parte não. Para os Estados não é bem verdade, esses geralmente necessitam de adaptar o seu orçamento a uma base zero. Para o Estado Federal pode ser, mas os EUA têm uma vantagem que os outros países todos sujeitos ao FMI também usariam se tivessem: têm moeda própria que podem imprimir continuando ela a ser aceite! E muitos dos outros países TENTAM essa hipótese em alternativa ao FMI. O problema é que a moeda deixa de ser aceite, implode, e a inflação dispara.

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Sobre a globalização não funcionar para África. Não funcionou até ao momento não por falha da globalização (que no fundo, nem sequer "existe", é apenas uma abertura de portas ao comércio) porque a globalização/capitalismo não ajuda a quem não se ajuda a si próprio. Ou seja, tudo o que o capitalismo faz é dar a quem dá aos outros, reciprocamente. O que o capitalismo não faz (para pessoas ou países) é dar algo a quem não produz para os outros, reciprocamente. África não sai do buraco simplesmente porque não produz o suficiente para os outros, e nada mais.

A miséria em África será erradicada quando em África se produzirem coisas em quantidade e valor suficiente para os outros (que até podem estar dentro de África). E não antes.

Repara, embora não seja por grande mérito próprio, a situação de Angola estava a melhorar rapidamente. Porquê? Porque estava a produzir algo em quantidade e valor para os outros: petróleo. É tão básico quanto isso, não necessita de ser petróleo, pode ser outra coisa qualquer, mas tem que ser uma coisa qualquer. Não há milagres políticos ou económicos aqui: o nível de vida de um país, de uma pessoa, etc, vem do valor que produz para os outros, para obter dos outros igual valor. É a base de todo o sistema.

Não Incognitus, não tenho o mínimo interesse em que o FMI seja o cerne do problema, até porque sei que não o são. Esse problema, como dizes, são as políticas nacionais/falta delas que levam aos tais desequilíbrios. O que eu não advogo é que o FMI, ao longo dos tempos, tenha sido a solução para esse problema, essa é a nossa grande diferença. 
Repara que, mesmo tu, já não contestas os factos que eu menciono, antes, vais-os justificando, justificas que os EUA fazem internamente diferente do que advogam via FMI para os outros, por questões de desvalorização da moeda e continuação da sua aceitação. Justificas a aceitação ou não das políticas recomendadas pelo FMI pelos países em dificuldades, consoante o grau de "doença" das suas economias, etc.. e eu nem contesto, mas não tenho como aferir isso. Não sei com demonstrar que a economia Chinesa, a Polaca ou a Indiana, estavam, à data dos factos, em pior estado que a Brasileira ou a Argentina. O que me leva a concluir que, também tu, não querendo culpar o FMI (e como eu te disse, não os considero culpados, mas, também não os considero os médicos/curadores que tu consideras), possas também, estar a construir a tua narrativa de forma a justificares a tua pré concebida ideia.

Neo, grande verdade, mas, não me posso incluir nesse lote. Os grandes culpados da vinda a PT, à Grécia ou à Irlanda do FMI, não são, de todo, o próprio FMI, agora, também não creio que o tenham sido os salvadores da pátria, não creio que, não sendo a nossa doença igual à Grega ou à Irlandesa, a aplicação do mesmo remédio a todas seja a solução, nem sequer creio que, o objectivo tenha sido ele próprio, apenas e só, recuperar a economia e gerar crescimento de riqueza nacional, mas também, poderem as empresas Europeias e Americanas, retirar elas também dividendos e vantagens, da maior liberalização, flexibilização, redução de regulação, alterações mercado trabalho, privatizações, etc., etc. Já não tenho idade para acreditar em contos de fadas.

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Muito se tem escrito, em tão pouco tempo deste tópico, sinal que é um tema quente. A nível académico e internacional, usando um termo de direito, "a doutrina divide-se", pelo que, espanta-me, ver por aqui tantas certezas.
Se me permitem, queria deitar mais uma acha para a fogueira.
Crêem que existe algum nexo de causa/efeito, o facto de, na transição de economias para o capitalismo, os países que questionaram a  forma FMI/Washington (por exemplo a China e a Índia) e optaram por inserir-se na globalização, de forma independente, mais gradual, sem aderir ao Consenso de Washington, vieram a obtiver melhores resultados, económicos e sociais. Ao invés, aqueles que não questionaram a forma FMI/Washington, e, aderiram de forma incondicional e consensual, acabaram como a Argentina ou o Brasil, com graves crises financeiras. A própria Rússia, que seguiu à risca o tratamento de choque apregoado pelo FMI, enfrentou sérias dificuldades económicas e sociais. Já a Polónia, que optou por uma abordagem mais gradual e de transição, saiu-se bem melhor.
Há aqui alguma causa/efeito, ou é obra do acaso?
Bom fim de semana.

Há uma causa/efeito mas não é a que pensas.

O Brasil e a Argentina não acabaram com graves crises financeiras devido ao FMI. Foram sim as suas graves crises financeiras que levaram à entrada do FMI. As dificuldades económicas e sociais eram garantidas antes de o FMI entrar, e o FMI só entra para que esses países se mantenham funcionais até serem reequilibrados. A alternativa seria um reequilibrio de choque, substancialmente pior em termos económicos e sociais (mas, diga-se, também mais rápido na resolução dos problemas).

A ìndia não é exemplo para ninguém.

E a China ainda nunca precisou do FMI. O FMI quando é necessário é porque já está tudo torto, não é nenhuma opção "na ausência de problemas".

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E a Rússia não seguiu à risca o plano do FMI, aliás, aparentemente até $5 biliões do plano do FMI foram roubados e as reformas propostas não foram implementadas ...

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É no entanto necessário entender que antes da entrada do FMI seja onde for, já existe um desequilíbrio que VAI provocar no curto prazo uma crise económica grave (que geralmente já estará parcialmente em curso quando o FMI entra). Portanto as pessoas associam a entrada do FMI a essa crise, da mesma forma que associam o Passos Coelho às medidas de austeridade em Portugal.

Isso é um erro. O que dita essa implosão económica é o que PRECEDE a intervenção do FMI (ou o Passos Coelho). A intervenção em si apenas tenta financiar a transição enquanto se aplicam reformas que retomam a sustentabilidade. Só que isso ocorre no meio da crise que as pessoas associam ao FMI. A realidade é que sem essa transição, e portanto com MENOS financiamento, essa crise teria necessariamente que ser mais profunda. Inevitável, se-lo-o sempre.

Isto não é difícil de compreender. Se esse financiamento do FMI fosse evitável, os países evita-lo-iam e fariam esse outro caminho alternativo "melhor". Não o fazem, não obstante toda a gente colocar as culpas no FMI, quando o FMI é uma coisa opcional que ninguém é obrigado a aceitar. Portanto MESMO que se achasse que o FMI era o problema (um erro), o verdadeiro culpado seria quem optasse pelo FMI em vez de pela tal "alternativa melhor".

Ou seja, tudo isto não faz sentido nenhum. Manter esse género de opinião é como aquela cena do BE a berrar contra as agências de rating por baixarem o rating num momento, e a dizer que a dívida é insustentável no momento seguinte.

Incognitus, talvez me tenha explicado mal. Penso que dá para perceber nos meus posts que sou pró globalização, o que não me impede de perceber que, de muitos dos benefícios que trouxe de melhoria tais como o desenvolvimento económico de vários países através do comércio internacional e aumento das exportações, acesso a um conhecimento que estava além do alcance de muitas pessoas, etc. etc. estávamos aqui a manhã toda a descrever vantagens, também se percebe que, a nível económico, há algo a melhorar, pois, a miséria em África mantém-se, a estabilidade económica continua um problema com as sucessivas crises. A este nível (económico) há algo a melhorar, quer-me parecer.
Vamos lá ver, óbvio que, estas economia, antes do FMI entrar eram desequilibradas, e é aqui, que, mesmo tu não querendo, me das a razão. Todas as que enunciei, à data eram desequilibradas, umas, como dizes, escolheram aceitar o dinheiro FMI e a correspondente receita (Argentina, Brasil, Rússia, mas há mais). Outras, como a China, a Índia, a Polónia, que, precisando do FMI, escolheram outro caminho, o da integração no capitalismo mais lenta, faseada, em velocidade que consideraram adequadas, face às características das suas economias, e estas, é inegável, tiveram muito mais sucesso económico e social. Só me das razão quando dizes que podiam ter escolhido outro caminho que não o FMI. E não é que algumas escolheram mesmo, e não é que os resultados destas são melhores.
O que me espanta a mim (e ao Nobel da economia) é que, a receita FMI/Washington, que na grande maioria é igual para todos e sabemos qual é, dentro de portas, nos EUA, quando há desequilíbrios, a receita é inversa (como estamos a presenciar desde 2008). É aqui que entra a hipocrisia.
A manutenção da minha opinião é fundamentada na obra de um Nobel da Economia, conselheiro económico do governo Clinton e ex economista chefe do Banco Mundial, não creio que seja, como dizes, isolada de um tendência académica, e comparável com acções do Bloco de Esquerda. O que é um facto é que, de entre as economias desequilibradas que necessitaram do FMI, umas, escolheram o caminho sozinhas e sem FMI/Receita FMI e outras não, e as que escolheram ir sozinhas, apresentam melhores resultados, económicos e sociais. Outro facto é que, nas crises nos EUA, a receita que apresentam aos outros, para consumo interno (redução de taxas, sem austeridade fiscal, maior regulamentação mercado capitais, etc.) o inverso do que advogam para os outros desequilibrados.
Portanto, para que fique claro, gosto muito do capitalismo, tem e trouxe grandes vantagens ao mundo, mas, as económicas que inicialmente advogava e prometia, ainda vão estando por cumprir. Quando vir que as crises e a consequente desestabilização social deixa de ser constante, que a miséria em África foi erradicada, que as promessas de transição para um capitalismo global foram cumpridas, etc. etc. posso-te dar razão, espero que possamos chegar lá.
Estou com falta de tempo para me alongar mais, tarefas familiares :), mas, mais tarde, se necessário, volto ao tema.
Fiquem bem.... Thanks Lark  :)

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Muito se tem escrito, em tão pouco tempo deste tópico, sinal que é um tema quente. A nível académico e internacional, usando um termo de direito, "a doutrina divide-se", pelo que, espanta-me, ver por aqui tantas certezas.
Se me permitem, queria deitar mais uma acha para a fogueira.
Crêem que existe algum nexo de causa/efeito, o facto de, na transição de economias para o capitalismo, os países que questionaram a  forma FMI/Washington (por exemplo a China e a Índia) e optaram por inserir-se na globalização, de forma independente, mais gradual, sem aderir ao Consenso de Washington, vieram a obtiver melhores resultados, económicos e sociais. Ao invés, aqueles que não questionaram a forma FMI/Washington, e, aderiram de forma incondicional e consensual, acabaram como a Argentina ou o Brasil, com graves crises financeiras. A própria Rússia, que seguiu à risca o tratamento de choque apregoado pelo FMI, enfrentou sérias dificuldades económicas e sociais. Já a Polónia, que optou por uma abordagem mais gradual e de transição, saiu-se bem melhor.
Há aqui alguma causa/efeito, ou é obra do acaso?
Bom fim de semana.

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O que a obra académica e literária (premiada com Nobel) de Stigiltz diz é que, no geral, a globalização é uma força propulsora de desenvolvimento e da redução das desigualdades internacionais, a tal que o Incognitus falava, no entanto, está a ser corrompida por uma ordem hipócrita, pois, os políticos norte-americanos e europeus que administram o FMI e outros cargos relevantes nos EUA e internacionais, tem promovido uma peculiar divisão do mundo, recomendando para os países em desenvolvimento, políticas económicas rejeitadas nos países desenvolvidos. Para os países avançados, aplicam-se os princípios básicos da macroeconomia keynesiana. Para os países em desenvolvimento, recomendam-se a redução das barreiras tarifárias e o corte de subsídios; para os países desenvolvidos, aceita-se proteccionismo em produtos industriais, como têxteis, e subsídios para a agricultura.
Diz também que, as políticas defendidas pelo FMI para os países em desenvolvimento, quando em crise, não surgem de uma observação e análise das condições económicas, mas de ideologia, isto é, de um sentimento de compromisso com o livre mercado e uma antipatia à acção governamental. Portanto, minimizam o efeito das falhas de mercado e exageram as consequências das falhas de Governo. Para ele, a crença na superioridade do mercado surge em muitos casos como uma forma de religião, válida mesmo nas condições das mais fortes evidências em contrário. A meu ver, é o que temos assistido, ao BCE, à FED, FMI, etc., etc., a atenuar as falhas do mercado, e aplicação do remédio austeridade, com programas tirados a papel químico uns dos outros, independentemente das variações e particularidades das economias "Triocadas", esquecendo-se do objecto inicial que o originou, promover a continuada redução das desigualdades entre as economias e promover o pleno emprego.

Peluto, antes de se ter esse tipo de opiniões ajudaria incrivelmente muito compreender o que é o mercado.

O mercado não é uma entidade abstracta e com existência própria, o mercado são os outros. Coisas como a negação da "crença na superioridade do mercado" significam o mesmo que a negação "crença na superioridade da liberdade dos outros escolherem".

São coisas sem sentido. É dizer-se que cada um poder escolher não é superior à alternativa. É intrinsecamente absurdo. É dizer que alguns escolherem pelos outros é superior aos outros escolherem por si próprios. Se existem falhas na escolha, e elas existem certamente, existirão tanto em cada um poder escolher por si, como em outros escolherem por eles. E serão agravadas porque cada um sabe da sua situação própria, ao passo que um decisor externo tem que decidir sobre circunstâncias que não conhece.

Compreendes isto? Aglomerar tudo em "o mercado" faz com que as pessoas se esqueçam desta realidade básica.
Incognitus, não é a minha opinião, é a opinião de Stigiltz, que, de forma rápida e muitíssimo sintética, coloquei aqui  :), agora, que eu, modéstia à parte, assinaria por de baixo, na sua maioria, assinaria. Não se trata de contestar, na integra, a globalização, antes, os comportamentos desviantes da origem e fim dela, que as grandes instituições internacionais, têm promovido (não obrigaram, mas têm promovido, preferencialmente, fora de portas), e é aqui que, estou a 100% de acordo quando dizes que "Aglomerar tudo em "o mercado" faz com que as pessoas se esqueçam desta realidade básica". .
A tua abordagem e resposta ao meu comentário, sintetiza também, as críticas (negativas) que o trabalho académico de Stigiltz tem sofrido.
Ainda assim, o trabalho dele premiado com um Nobel. Lá está, a globalização pelas bandas da Europa do norte, tem sido aplicada muito mais de acordo com as ideias originais, que noutros sítios.

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O que a obra académica e literária (premiada com Nobel) de Stigiltz diz é que, no geral, a globalização é uma força propulsora de desenvolvimento e da redução das desigualdades internacionais, a tal que o Incognitus falava, no entanto, está a ser corrompida por uma ordem hipócrita, pois, os políticos norte-americanos e europeus que administram o FMI e outros cargos relevantes nos EUA e internacionais, tem promovido uma peculiar divisão do mundo, recomendando para os países em desenvolvimento, políticas económicas rejeitadas nos países desenvolvidos. Para os países avançados, aplicam-se os princípios básicos da macroeconomia keynesiana. Para os países em desenvolvimento, recomendam-se a redução das barreiras tarifárias e o corte de subsídios; para os países desenvolvidos, aceita-se proteccionismo em produtos industriais, como têxteis, e subsídios para a agricultura.
Diz também que, as políticas defendidas pelo FMI para os países em desenvolvimento, quando em crise, não surgem de uma observação e análise das condições económicas, mas de ideologia, isto é, de um sentimento de compromisso com o livre mercado e uma antipatia à acção governamental. Portanto, minimizam o efeito das falhas de mercado e exageram as consequências das falhas de Governo. Para ele, a crença na superioridade do mercado surge em muitos casos como uma forma de religião, válida mesmo nas condições das mais fortes evidências em contrário. A meu ver, é o que temos assistido, ao BCE, à FED, FMI, etc., etc., a atenuar as falhas do mercado, e aplicação do remédio austeridade, com programas tirados a papel químico uns dos outros, independentemente das variações e particularidades das economias "Triocadas", esquecendo-se do objecto inicial que o originou, promover a continuada redução das desigualdades entre as economias e promover o pleno emprego.

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em relacao a opiniao do piketty, os ricos no seu acesso a instrumentos "sofisticados" tem retornos acima do S&P? ha provas disso?

eh que senao tem entao nao interessa esse argumento. pois o argumento dominante passaria a ser aquele sobre o aumento desmedido da massa monetaria e inflacao geral dos bens financeiros

Neo, que provas queres? Para começar, o dinheiro dos ricos é apátrida, desloca-se de geografia em geografia, em busca de rendibilidades. O dos pobres, pelo contrário, rende-se às condições económicas da sua nacionalidade.
Depois, os veículos e instrumentos financeiros a que recorrem também, NA GENERALIDADE, são muito mais evoluídos e complexos que, os usuais Dep. a Prazo e, quando muito, acções a que os remediados recorrem. Esta teoria de Piketty é universalmente aceite no mundo académico, e, baseia-se numa amostra de 250 anos.
O Homem escreveu, a obra dele é universalmente aceite, é professor na Paris School of Economics e também professor na London School of Economics. Não podes chegar aqui, simplesmente dizer que ainda ninguém provou e encerrar o tema, com essa simplicidade. Tens de trazer muita substância documental e factual à tua contradição.

59
Mas então, parece que caminhamos para uma conclusão. Estes excessos, ciclicamente conduzem ao tal estoiro, pelo que, posso concluir, não são o cenário ideal para o próprio capitalismo. Tudo bem que a nível mundial, as desigualdades entre os povos têm-se desvanecido, mas, a questão é, à custa de quem? Das classes médias do mundo ocidental, e não, à custa dos tais 10% do topo.
A alternativa era manter os pobres orientais como pobres, ou, querendo e bem, dar-lhes maior qualidade de vida, os tais que acumulam, produzem mais que gastam, fossem eles a suportar esse equilíbrio, pois, são os maiores interessados em que não haja estoiros.

60
o thomas piketty tem uma explicação relativamente simples.

os ricos têm acesso a recursos de gestão financeira muito mais sofisticados que os não ricos.

conseguem obter taxas de rendibilidade consistentemente acima das taxas de crescimento das respectivas economias.
ao longo do tempo o capital gravita inevitavelmente para onde as taxas maiores estão a ser obtidas.
os ricos ficam mais ricos a uma velocidade maior do que os não ricos enriquecem.

continuando este processo durante tempo suficiente, os ricos acabam por absorver toda a riqueza produzida.
durante o processo a desigualdade vai-se aprofundando até ser total e absoluta.
normalmente há rupturas sociais antes disso que a mal ou a bem redistribuem a riqueza.
mas o processo reinicia-se de novo até outra ruptura social.

Z

De acordo Zark, a história tem-nos mostrado isso. É cíclico.

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