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Tópicos - Luisa Fernandes

Páginas: [1]
1
Duarte Lima condenado a dez anos de prisão efectiva


Ex-dirigente do PSD considerado culpado por burla qualificada e branqueamento de capitais no chamado caso Homeland, em que comprou terrenos em Oeiras. Quatro condenados terão de pagar até 18 milhões de euros.

2
O primeiro ministro Pedro Passos Coelho terá recebido pagamentos do grupo Tecnoforma no valor de mais de 150 mil euros entre 1995 e 1998, quando era deputado em regime de exclusividade


Segundo noticia hoje a revista Sábado, a denúncia chegou "este ano" à procuradora geral da República, Joana Marques Vidal, e está a ser investigada pelo Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP).

Em causa estão, segundo a revista, pagamentos de cinco mil euros mensais não declarados pelo atual primeiro-ministro ao fisco, recebidos entre 1995 e 1998. Passos era deputado com exclusividade (proibido de acumular outros rendimentos no Estado e associações públicas e privadas mas com rendimento mensal de mais 10%, lembra a Sábado) e na altura presidia a uma organização não governamental, o Centro Português para a Cooperação. Segundo a Sábado, esta ONG foi concebida pelo grupo Tecnoforma "para obter financiamentos comunitários destinados a projetos de formação e cooperação".

A investigação judicial em curso no DCIAP visa também apurar se a Tecnoforma foi favorecida em 2004, durante o governo de Durão Barroso, na adjudicação de contratos de formação para funcionários de autarquias, financiados pela União Europeia.

Contactados pela Sábado, nem o gabinete de Passos Coelho nem a Tecnoforma reagiram.


3
Off-Topic / Água da Torneira...
« em: 2014-08-15 12:11:39 »
"É seguro beber água da torneira" em Portugal

A qualidade da água das torneiras subiu de "forma consistente" na última década, com o indicador de "água segura" a ultrapassar os 98% em 2012, segundo o relatório da Entidade Reguladora dos Serviços de Água e Resíduos hoje divulgado.



"Se em 1993 apenas cerca de 50% da água era controlada e revelava boa qualidade, em 2012 este indicador atingiu o valor de 98%", refere o relatório anual da ERSAR divulgado no Dia Nacional da Água.

"Em Portugal, 98,2% da água é segura", um "número excelente, ao nível dos melhores países da Europa, ninguém tem 100%", disse à agência Lusa o presidente da entidade reguladora, assegurando: "Portugal é um país onde efetivamente é seguro beber água da torneira".

Há ainda uma percentagem (1,65%) que não cumpre os valores definidos, sendo os parâmetros que evidenciam "maior percentagem de incumprimento as bactérias coliformes e os enterococos, por ineficiência da desinfeção, o pH, o ferro, o manganês, o alumínio e o arsénio, devido às características hidrogeológicas das origens de água", adianta o relatório.

Contudo, explicou Jaime Melo Baptista, estes "poucos casos de incumprimento" nunca chegam a colocar em risco a saúde pública, porque a legislação obriga a que sejam "objeto de intervenção imediata".

Por lei, adiantou, "um operador que identifique um incumprimento da qualidade da água tem 24 horas, no máximo, para o comunicar à ERSAR e às autoridades de saúde, o que permite uma reação muito rápida, uma identificação do problema e a sua resolução".

Estes problemas concentram-se essencialmente em pequenos aglomerados do interior do país e são muitas vezes associados a fontanários de águas, que são "mais difíceis de controlar em termos de qualidade", além de não serem muito utilizados para abastecimento público.

Segundo o relatório, as 15 entidades gestoras em alta (venda de água a municípios), multimunicipais e intermunicipais, continuam a revelar globalmente melhorias na qualidade da água fornecida.

Com efeito, todas as entidades gestoras realizaram a totalidade das análises regulamentares, com uma taxa de cumprimento dos valores paramétricos de 99,75%.

"Estes dados demonstram que globalmente estes sistemas em alta estão a fornecer água de excelente qualidade", salienta.

O presidente da ERSAR salientou à Lusa o "passo de gigante" que foi dado nas últimas duas décadas no país em termos de qualidade da água, que teve "um impacto fortíssimo na saúde pública", na produtividade e nas horas de trabalho.

"Nos últimos 20 anos, deixou de falar-se em problemas de saúde motivados pela água. No final dos anos 70, ainda houve casos de cólera em Portugal", mas esses problemas "já não existem", comentou.

O objetivo agora é atingir os 99% de água segura: "Já estamos muito próximo, mas ainda queremos melhorar um pouco", frisou.

Para a "efetiva melhoria da qualidade da água nos últimos anos", contribuiu "um controlo da qualidade mais exigente, traduzido num crescente rigor no acompanhamento da implementação da legislação pelos diferentes atores no processo (ERSAR, entidades gestoras, autoridades de saúde e laboratórios de análises)".

Lusa - outubro 2013

4
Um Fiel Retrato Do País



O salário mínimo vale atualmente menos do que em 1974, ano em que foi fixado em 3300 escudos, o equivalente a preços atuais a 534,75 euros, mais 50 euros do que os 485 praticados desde 2011.

5
Dividocracia: Equador fez Auditoria de Dívida, cancela 70% e economiza US$ 7 bilhões.

Depois da auditoria, o presidente anunciou que aceitava somente 25 a 30% do valor dos títulos da dívida externa comercial com a banca privada. Face às provas contundentes de ilegalidade da dívida, 95% dos credores aceitaram.




6
Política e Economia Política / Suiça
« em: 2014-02-21 17:22:21 »
Citar
Decisão do tribunal

Na Suíça, "porco estrangeiro" não é um insulto racista


Chamar a alguém "porco estrangeiro" ou "refugiado nojento" é um insulto, mas não pode ser punido ao abrigo da lei antirracismo, segundo uma decisão do Trbunal Federal, instância superior da justiça suíça.

http://www.dn.pt/inicio/globo/interior.aspx?content_id=3699213&seccao=Europa


Porço !!! Suiça!!!! onde é que eu já vi este filme?  :D

7
Off-Topic / Lutas Geracionais
« em: 2013-09-12 14:10:08 »
Lutas geracionais. Só  faltava isto


Num tempo em que estamos a perder valores, em todos os sentidos e aspectos. Em que o respeito entre pais e filhos e até avós, parece não estar a contar para nada. Em que o País se esvazia em todos os aspetos ,lato senso, até de Pessoas, conseguir-se lutas geracionais, parece o menos próprio. Mas está a acontecer.

Com o esmagamento  - a que estamos a assistir – do Estado Social, em vez de uma Reforma devida e necessária de todo o Estado, que incluiria  – dado estarmos falidos, ou quase, com uma divida de 123% do PIB! – não só Estado Social – Saúde; Segurança Social e Educação – mas antes e também , mais equilibrada e consensual , de Justiça, Forças Armadas, Polícias – unificando -los – Autarquias – fundindo-as, acabando com mais de metade das cidades que temos –  , e o mesmo em Institutos e Fundações e  renegociando – mais, menos, mais –  PPP´s.

 Ficaríamos com menos Despesa Pública, não poríamos os reformados, os desempregados, os doentes, os necessitados à beira do suicídio, e teríamos ainda verba para começar a reconstruir – investindo – na economia, neste desgraçado nosso País. Esta – economia –  produz e  faz ganhar “dinheiro” para reerguer o País.

Claro que não é o que se está a fazer, antes se vai pela tal via do esmagamento linear do Estado Social, só e já!  Passa todos os dias. Os reformados são uns malandros, que ainda por cima recebem dinheiro do Estado e parece que vão durar muito , nunca mais morrem. E os que hoje contribuem para lhes “dar” reforma, quando chegarem à idade putativa de se reformarem, não irão ter reformas. Logo.

 Logo, parece que é um incentivo velado – aos que hoje trabalham –  para que se revoltem nos descontos para os velhadas ou doentes, ou inválidos, ou desempregados. Mas essencialmente tudo que seja para reformados!  E ninguém enxerga , quer esmiuçar, que esses reformados já trabalharam, que hoje não têm como, nem onde trabalhar?

E se a ideia é não sustentar velhadas , doentes, etc., talvez recuperar os princípios de Hitler. E fazer uma raça pura. Só robustos, só jovens, só “malta” até aos 60 anos, tudo o resto não serve, ocupa espaço, não produz.

A passagem de Cultura, História e Conhecimentos geracionais, não interessa. Quanto mais sem cultura e sem conhecimentos, sem princípios, sem valores, sem educação, melhor!

Quanto mais se quebrar a solidariedade entre gerações, até entre todas Pessoas sejam ou não de idades diferentes, melhor.

Quanto mais possível for  - melhor, melhor – diariamente ouvirmos e lermos que quem hoje desconta para quem hoje está reformado, mal está a fazer, dado que por certo não irá ter quem para si o faça. Logo aos sessentas não vai ter reforma. Melhor.

E já não interessa um pai ou uma mãe ter uma boa relação com um filho, uma filha, um avó,  uma avô  estar com os netos. Até não poucas vezes ajudar monetariamente enquanto reforma tiver. Não, isso não interessa.

Já não interessa um velho ter direito a ter qualidade de vida! Já não interessa um velho saber que viver mais tempo,  não é uma  maçada, é bom. Já não interessam os avanços feitos na saúde para bem e mais tempo viver. Para quê?

Lixem-se as gerações, fique só a mais jovem, mas, sem doenças. Sem desemprego.Sãos. Sãos!!!! Se não lixam-se!

A.M.

8
Política e Economia Política / Imprensa Facciosa
« em: 2013-09-07 15:19:53 »
A RESPOSTA QUE O “EXPRESSO” NÃO PUBLICOU E A NOVA CENSURA QUE EXISTE EM PORTUGAL QUE CONDICIONA E MANIPULA A OPINIÃO PÚBLICA

O semanário “Expresso” publicou na sua edição de 24 de Agosto de 2013, um extenso artigo de opinião do Secretário de Estado da Administração Pública, Hélder Rosalino, em que este, procurando objetivamente condicionar o Tribunal Constitucional através da opinião pública, fazia uma apologia da chamada lei de “requalificação” da Função Pública, que de “requalificação” apenas tinha o nome para enganar, já que visava o despedimento de dezenas de milhares de trabalhadores. E para isso, utilizava um conjunto de mentiras pois afirmava, entre outras coisas, que a lei da “requalificação” era mais justa que a anterior lei (a da mobilidade), que visava “promover a recolocação dos trabalhadores após a realização de um plano de formação”; que constituía “uma garantia adicional para os trabalhadores em funções públicas”, etc. etc.. E como tudo isto não fosse suficiente, o próprio “Expresso” reforçava as posições do governo com uma longa coluna enquadradora não assinada, portanto da responsabilidade do próprio jornal, do texto de Hélder Rosalino repetindo os argumento do governo e, logo no inicio, escrevia que “o modelo de requalificação dos funcionários do Estado é verdade que permite os despedimentos mas é baseado em critérios objetivos, rigorosos, e escrutináveis do ponto de vista judicial. Mais ainda, mantém a proteção do direito dos trabalhadores à estabilidade no emprego”. Tudo mentiras como era evidente e como o próprio Tribunal Constitucional veio confirmar, e qualquer leitor poderá concluir também pela leitura do acórdão que está disponível no “site” do tribunal.
Tendo em conta que participei na “negociação” com o governo, como assessor dos sindicatos da Função Pública da Frente Comum, e por isso analisei atentamente o projeto de lei do governo e as suas consequências para os trabalhadores, e face a esta clara tentativa de manipular e enganar a opinião pública sobre uma matéria importante para os milhares de trabalhadores da Administração Pública e também importante para todos os portugueses, já que está em perigo serviços essenciais para a população (sem trabalhadores não há sistemas públicos de saúde, educação e segurança social) enviei diretamente ao diretor do Expresso um pequeno texto, onde procurava repor a verdade e solicitava ao abrigo de uma informação objetiva que o Expresso afirma e que consta do seu estatuto editorial e que os seus leitores têm direito, o que pressupõe o contraditório, a sua publicação. No entanto, o Expresso, optou por manter no engano os seus leitores não publicando uma opinião que não coincidia com a do governo. Por isso, decidi divulgá-la.

Durante o fascismo, tivemos a censura politica, e esta não permitia a publicação de tudo aquilo que desagradava o governo ou o poder económico. Isso era assumido, já que os jornais traziam escrito “Visado pela censura”. Agora, já não têm o “Visado pela censura”, nem existe comissão de censura criada pelo governo, mas muitos órgãos de informação praticam uma censura muito mais subtil, já que só publicam principalmente aquilo que agrada ao governo e grupos económicos, e procuram silenciar todas as opiniões contrárias (metendo-os na gaveta) ou eliminam das suas colunas todos aqueles que poderão incomodar o poder económico e politico. É também uma forma de censura, embora mais subtil e menos visível, mas não menos eficaz. E o Expresso é um bom exemplo dessa nova forma subtil de censura já que a esmagadora maioria daquilo que é nele publicado ou daqueles que nele escrevem não incomodam, naquilo que é essencial (nos interesses essenciais), o poder politico e económico dominante, embora não deixe de utilizar a pequena intriga para vender o jornal.

MENSAGEM ENVIADA AO DIRETOR DO EXPRESSO SOLICITANDO A PUBLICAÇÃO DO TEXTO VISANDO A REPOSIÇÃO DA VERDADE SOBRE A LEI DA REQUALIFICAÇÃO
Exmo. Sr. Diretor do Expresso
Dr. Ricardo Costa
No Expresso de 24.8.2013 foi publicado um extenso artigo de opinião do dr. Hélder Rosalino, SE da Administração Pública em que defende o chamado “sistema de requalificação” utilizando um conjunto de inverdades.
Em defesa de uma informação objetiva que penso que o Expresso defende, o que pressupõe o contraditório, solicito a publicação do texto que envio em anexo.
Agradeço já a atenção que merecer
Com os meus cumprimentos
Eugénio Rosa

A RESPOSTA AO SECRETÁRIO DE ESTADO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA QUE
O “EXPRESSO” NÃO PUBLICOU

A ANTECÂMARA DO DESPEDIMENTO NA FUNÇÃO PÚBLICA CRIADA PELO GOVERNO


O Expresso publicou em 24.8.2013 um extenso artigo do SE da Administração Publica,
Hélder Rosalino, defendendo o “Sistema de requalificação”, que é assim designado para
ocultar os seus verdadeiros propósitos, que é o de despedir milhares de trabalhadores da
Função Pública (uma verdadeira antecâmara de despedimentos). E para isso utilizou
inverdades.
Hélder Rosalino afirma que o novo sistema é melhor que o anterior (o de mobilidade), e
uma das razões que apresenta é que permitirá aos trabalhadores aumentar as suas
competências para poder ocupar novos cargos na Administração Pública, pois assegura
formação profissional o que não acontecia no anterior (o que é falso). Durante a
negociação do diploma em que participamos, como assessor dos sindicatos,
propusemos, no caso de racionalização, reorganização, ou fusão de serviços, que os
trabalhadores antes de serem colocados na “situação de requalificação” pudessem fazer
formação profissional para obter as competências para poderem ocupar cargos nos
novos serviços. Mas o governo recusou respondendo que isso só teria lugar depois de
serem colocados na situação de requalificação (artº 260% do projeto de Lei GTFP). Mas
nessa altura os lugares já estarão preenchidos. A esmagadora maioria dos trabalhadores
que forem colocados na situação de requalificação não terão qualquer possibilidade de
serem colocados na Administração Pública. E isto porque o governo e “troika” pretendem
destruir a Administração Pública (reduzi-la ao mínimo). Segundo a DGAEP do Ministério
das Finanças, entre Jun./2012 e Jun./2013 (um ano), o número de trabalhadores da
Função Pública sofreu uma redução de 28.222, ou seja, de 4,7%, portanto, 2,35 vezes
superior à prevista no “Memorando de entendimento” assinado em Maio de 2011 (2%). E
o governo considera que é pouco e pretende acelerar essa redução. Para isso publicou a
Portaria 221-A/2013 e está a fazer uma pressão/chantagem muito grande sobre os
trabalhadores para que aceitem o despedimento por mútuo acordo, “oferecendo” uma
compensação, em que uma parte é já “comida” pelo IRS, sem direito a subsidio de
desemprego, e ocultando o facto do trabalhador, se recusar o despedimento voluntário,
mesmo que seja despedido (se for e não se sabe quando) terá direito a uma
indemnização que, somada ao subsidio de desemprego a que tem direito, é superior à
compensação que agora o governo pretende pagar. Portanto, o objetivo do novo sistema
não é “requalificar e recolocar”, como afirma Hélder Rosalino, mas sim despedir. E
colocado na “situação de requalificação”, o trabalhador durante o 1º semestre recebe
apenas a 66,7% da remuneração e, no 2º, somente a 50% (no sistema de mobilidade,
segundo a Lei 53/2006 que o criou, tinha direito a 100% da remuneração durante 60 dias;
83,3% durante 10 meses e depois 66,7%); para além disso, se não for colocado, é
despedido (artº 259 do projeto de LGTFP), o que não acontecia no sistema anterior de
mobilidade, configurando, por isso, um despedimento sem justa causa, portanto
inconstitucional. Afirmar, como escreveu Hélder Rosalino, que o novo sistema “constitui
uma garantia adicional para os trabalhadores em funções públicas” e é melhor que o
anterior, é faltar à verdade.

Eugénio Rosa
Economista

9
Política e Economia Política / Reforma do Estado
« em: 2013-07-11 21:22:02 »
(…)

A reforma do Estado, aquela que liberta a sociedade, a economia e outras áreas da vida quotidiana de entraves que limitam a eficácia, não passa por esses aspectos que se limitam a proceder a cortes orçamentais, ou seja, a questões quantitativas. A verdadeira reforma do Estado passa por alterações qualitativas e prende-se com a radical alteração dos procedimentos que existem e que fomentam a morosidade e ineficácia das decisões e, indirectamente, a pequena (ou grande) corrupção como elemento essencial para agilizar procedimentos.

A reforma do Estado, a verdadeira, deveria focar-se nos procedimentos, nos mecanismos de transparência e eficácia da administração e não na aritmética simplista do número de funcionários e das horas de trabalho. Porque 35 horas produtivas valem muito mais do que 40 mal aplicadas.

Exemplificarei isto com situações concretas na área da Educação, onde todo o discurso sobre a reforma do Estado se limitou ao exercício preguiçoso e intelectualmente indigente de detectar onde se pode cortar no número de professores e funcionários, mesmo que à custa da qualidade do serviço prestado aos alunos, e de encontrar argumentos para fazer outsourcing de funções básicas do Estado, deslocando verbas para concessionários privados em nome do menor custo mas sem qualquer demonstração empírica de ganhos de eficácia educacional.

(…)

completo: http://www.publico.pt/portugal/noticia/a-reforma-do-estado-e-a-educacao-1599986

10
Mas O Brasil Não Era O Paraíso?



é o que dá quando desprezam a população e acham que saúde e educação com qualidade só PRIVADA


11
Política e Economia Política / Ultraliberalismo
« em: 2013-05-14 18:16:15 »
O quadro a que conduz a economia ultraliberal é bem claro. É como no futebol: entre os muitos jogadores de futebol profissional portugueses, há uns poucos que ganham muitíssimo (e jogam no estrangeiro), mais uns pouquinhos que ganham menos mal e a esmagadora maioria, talvez mais de 80 ou 90%, ganha miseravelmente. Contrariamente ao que se possa pensar, não há nada tão igualizador como o ultraliberalismo, que tende a gerar 1% de privilegiados e 99% de miseráveis.




Mas o futebol não são só os jogadores, há os presidentes e donos dos clubes, alguns são eleitos e é aqui que há uma enorme diferença: a sociedade da economia ultraliberal é uma sociedade de castas. Há a casta dominante e depois a maralha em competição. Esta maralha ganha o mínimo possível – mesmo o Cristiano Ronaldo ganha o mínimo que o Real Madrid teve de pagar para o ter. Qual é o mínimo que o patrão do leitor precisa de pagar para o contratar? Vá fazendo as contas... Se não pertence ao lote dos 1% melhores, ficará no lote dos restantes, e os restantes vão estar dispostos a trabalhar por uma sopa.




O que resulta desta economia ultraliberal é uma massa de escravos e miseráveis. Para estes economistas, como a Lagarde já o disse, não há razão nenhuma para um grego – ou um português – ganhar mais do que um nigeriano. E não há razão porque ambos pertencem ao “povo”, não pertencem ou estão ao serviço da casta dominante, como a Lagarde ou o António Borges ou o Constâncio.




O que tem travado este caminhar para a escravatura são as ideias do Estado Social e a força organizada dos trabalhadores que, entre outras coisas, impuseram ordenados mínimos. A classe média na Europa consegue ganhar actualmente uns 50 a 100% mais do que o ordenado mínimo. Se ganham o que ganham, é porque o ordenado mínimo é o que é.




Mas a economia ultraliberal não quer saber de ordenados mínimos e nem pensar em Estado Social. O objectivo não é uma sociedade melhor, é separar águas, isolar a casta dominante do povão.




É por isso que é preciso acabar com o “Estado Social”, cujo fim o director do BCE já declarou. Sonham com o fim do Estado Social. Sem o Estado Social, só os ricos terão acesso a educação de qualidade e a condições de vida que permitam garantir aos seus filhos um mínimo de condições de sucesso. Sem o Estado Social, a sociedade de castas fica definitivamente estabelecida. Voilà!




É por isso que os ricos e seus servidores não pagam impostos – nem a Lagarde paga impostos. Não pagam porque o Estado é para servir os interesses do povo, não deles, logo, o povo que o pague. A única coisa que os ricos precisam é de uma polícia para manter o povo controlado.




Não se pense, porém, que isto é uma novidade, algo que está a acontecer pela primeira vez. Nada disso, isto já vem do fundo dos tempos e do fundo da natureza humana. Foi por causa disto que se fizeram as guerras mundiais do século passado. Na altura, o argumento encontrado pelos economistas de serviço foi o de que não havia “espaço vital” para toda a gente, logo, as “raças superiores” tinham de dominar as outras por direito genético e exterminar os que não fossem domináveis, como ciganos, judeus e comunistas. As guerras mundiais nasceram do mesmo tipo de ideias “económicas” que dominam agora a Europa. Ideias ao serviço de um único objectivo: a defesa da casta superior. É por isso que o comunismo foi tão violentamente combatido e denegrido. Mas agora que o muro de Berlim caiu, que a ameaça para as castas superiores que o comunismo representava desapareceu, eis que essas castas ficaram livres para estabelecer a escravatura. De novo!




(note o leitor que eu não sou comunista; o modelo de sociedade que prefiro, dos que conheço, é o dinamarquês)




O nosso governo vai reduzir a saúde pública ao indispensável dos indispensáveis. Irá degradar o ensino público. Aumentará as cadeias e as polícias. E claro que vai baixar os ordenados. A garantia de que os ordenados vão baixar já foi “dada” por Passos Coelho – ele tem muito azar, sempre que garante uma coisa, acontece o contrário... O Estado deixará de ter quadros de médicos, enfermeiros, professores, etc – passa tudo a ser contratado a empresas de trabalho temporário. E baixando os ordenados do Estado, baixam todos.




Então a classe média queria ordenados europeus num país onde o ordenado mínimo é menos de 1/3 de outros países??? Se o ordenado mínimo é 500 euros, o das classes médias não deve passar dos 750 euros – por agora, porque a seguir este ordenado mínimo acabará e descerá até à sopa. Claro que os ordenados têm de descer!!! São as “leis do mercado”!




É que economia ultraliberal nivela por baixo. Quando cada um trata dos seus interesses, todos perdem para o mais forte. Óbvio.




Mas notem que em Portugal sempre foi assim; a única coisa que mudou para nós foi a escala – até ao 25 de Abril, ser licenciado em Portugal era pertencer ao 1% mais; hoje, ser português é pertencer aos 99% menos. A desigualdade sempre foi o nosso timbre, é por isso que temos 40% de abandono escolar – que significa que 40% das crianças têm condições de vida miseráveis. Contra isso, ninguém se indignou; mas indignaram-se com as medidas para melhorar essa situação. A escolha agora é bem clara: ou queremos a economia de mercado à escala europeia ou queremos um Estado Social; mas têm de decidir já porque quando forem escravos já não decidem nada. E isto vai piorar muito porque baixar os ordenados nada vai resolver, o desemprego vai crescer imparavelmente (calculo que  é preciso menos de uns 20% da população para produzir tudo o que se consome actualmente, e quanto mais baixos os ordenados, menos se consome) e em breve estarão soluções de extermínio em cima da mesa (disfarçadas, é claro).




(um último pensamento: eu apostava que o Deutsche Bank, ou o Barclays, devem ter uns buraquitos do tamanho da dívida soberana portuguesa; o que irá acontecer quando isso vier a lume?)

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