Boas,
Li com interesse a apresentação do nosso "Batateiro", e gostaria em primeiro lugar por felicitá-lo pela coragem de se lançar numa atividade tão árdua como a agricultura, e também pela energia que coloca na promoção do que é nacional. Bem haja.
Eu próprio sou uma amostra de agricultor, de fim de semana, e por esse motivo sou sensível a esta temática de uma forma particular.
Iniciei-me sem qualquer base, a não ser uma paixão e nostalgia de quando ia a Ilhavo visitar a minha familia, especialmente a minha avó que vivia exclusivamente dessa nobre atividade, em total autosuficiência, o que me fascinava. Sozinha.
E sozinho me iniciei, consultando a net e lendo livros da especialidade, e só recentemente um vizinho se dispôs a aconselhar-me ao observar-me sozinho a lutar contra uma ignorância completa. Foi a admiração que lhe terei merecido que o fez começar a dar-me algumas dicas, e 15 ou 20 anos depois consegui finalmente ter uma hortazita digna desse nome. Sim... 15 ou 20 anos. Até aí apenas consegui manter um pomar, fazer umas obras, criar uma área de lazer e manter o terreno limpo.
Poderia contratar alguém para ir tratando da "coisa" mas para além da despesa que faria ter as couves mais caras de Portugal, não seria a mesma coisa. Eu gosto é de mexer na terra, que se há-de fazer?
Quanto ás batatas, e muito embora o nosso amigo certamente entenderá mais que eu do assunto, tenho uma visão diferente. Na mho a bata produzida em França e Espanha até que se comporta na perfeição ao ser cozinhada, mas para atingir essa qualidade de apresentação e chegar ao preço que conseguem os produtores penso que será fruto de algum tipo de manipulação genética, ou tratamentos quimicos. Não tem o sabor de uma batata produzida pelo método tradicional, mas não sofre de doenças como a linha que podem destruir uma produção.
Obviamente que falamos de extensões enormes com produtividades acima do que se consegue num sistema de minifúndios como o caso português, mas penso que não será só isso. estarei errado?
Abraço e boa sorte