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Autor Tópico: O país da (hiper)inflação nascente  (Lida 49741 vezes)

Incognitus

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Re:O país da (hiper)inflação nascente
« Responder #120 em: 2013-02-15 02:47:59 »
Parece muito exigente para uma mostrar que uma relação não se verifica, mas depois sem exigência nenhuma para provar o que conclui ...
 
A relação é complexa. O que a Fed está a fazer permite ao Estado manter déficits mais elevados e também afecta substancialmente os mercados e vai criando dinheiro pelo caminho. A inflação aparecer dependerá de em algum momento existir uma mudança de atitude quanto a deter o dinheiro que vai sendo criado.
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Castelbranco

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Re:O país da (hiper)inflação nascente
« Responder #121 em: 2013-02-15 13:31:57 »
...

as

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Re:O país da (hiper)inflação nascente
« Responder #122 em: 2013-02-15 16:33:54 »
Com as políticas em curso esperava-se que pelo menos não fossem aumentando as suas posições.

Parece que a expectativa de estagnação do crescimento na Europa tem maior peso do que a política do FED.

http://finance.yahoo.com/news/foreign-holdings-us-debt-hit-154744385.html


hermes

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Re:O país da (hiper)inflação nascente
« Responder #123 em: 2013-02-16 14:02:13 »
Segundo este gráfico o aumento da base monetária (o que faz a Federal Reserve) não aumenta o 'money supply', MZM no gráfico.



Este outro gráfico mostra que mesmo que o 'money supply' aumente isso não faz aumentar a inflação, medida no gráfico pelos preços do ouro e do petróleo.



Os gráficos foram retirados do artigo "Relationship Between the Money Supply and Inflation", que penso que contribui para clarificar a discussão sobre o efeito da "impressão de dinheiro" na inflação, do qual cito o seguinte:

"Using gold or oil as a measure of price change (...), we see that changes in the money supply are TOTALLY INADEQUATE at describing changes in prices.

There was a big increase in commodity prices in the 1970’s and yet monetary growth was not unusually rapid, while the 1980’s and 1990’s were times of falling commodity prices, even though monetary growth was just as substantial in these decades. The reality is that the traditional view is simply not able to capture the relationship between money supply and inflation."


True Relationship between Money Supply and Inflation

The statistic that should concern us is monetary growth, not backed by economic growth. As the economy grows through productivity increases; prices should decrease. Money supply growth in line with economic growth will result in stable prices; money supply growth above economic growth will lead to increases in prices.


Conclusion

We now have a clear understanding of the relationship between money supply and inflation. Price inflation results from money supply growth that is in excess of economic growth. This may be in the face of a growing economy or a declining economy. The key is the RELATIVE RELATIONSHIP between money supply growth and economic growth.



Visitante, o primeiro gráfico é a derivada [i.e. a taxa de crescimento do MZM], pelo que se segue o mesmo gráfico para os valores absolutos do M0 [que até é mais pequeno que o MZM], não vá haver outros leitores além de ti que sejam presas fáceis de sofismas baratos.



Visitante, parece-me que estás com dificuldade em entender como o aumento do M0 leva à (hiper)inflação, nomeadamente quando este é (largamente) em excesso do cresmento económico (o que é conspicuamnete o caso). É que a FED já abriu a gaiola e esse M0 já voou para os ramos dos bancos e não vai voltar à FED [os bancos não têm o mínimo interesse em recomprar o lixo que a FED comprou at face value], pelo que a sua criação é eterna.

Como uma imagem vale mais que mil palavras, segue-se uma dúzia de imagens de hiperinflações passadas a mostrar esse mecanismo:

Alemanha




Argentina





Áustria




Brasil





Hungria




Jugoslávia




Peru





Polónia




Zimbabwe



Um facto curioso visível nestas hiperinflações é o índice de preços ao consumidor correr à frente da inflação monetária, o que na minha opinião é uma prova da existência de um mecanismo psicológico em jogo [i.e. a perda de confiança na moeda].


Como bónus, para os que ainda duvidam da teoria da quantidade do dinheiro, seguem-se dois excerptos desta lição online dos Professores Greg Chase e Charles W. Upton:

Citar
Does the Quantity Theory Always Work?

Figure 8-5, taken from Bob Lucas’s Nobel Prize Lecture shows, for something like 100 countries, data on the inflation rate and growth of the money supply.  As you can see, there is a clear correlation between the inflation rate and money supply. High money growth means high inflation.

Citar
Figure 8-5
Inflation Rates and Money Supply Growth

This graph plots average inflation rates against money growth for 100 countries over the past 30 years.  The results are just what we expect from the quantity theory.


[...]

Does it Work in the United States?

Of course, but like many economic laws, it does not work perfectly with mathematical precision.  See Figure 8-10, taken from Stockman, which plots inflation rates and money supply growth rates decade by decade.  The relationship is not perfect.  Both the 1940's and the 1880's were periods of higher than predicted inflation.  Nevertheless, the relationship is clear.

Citar
Figure 8-10

Although the fit is not exact, there is a very close relationship between growth of the money stock and the rate of inflation, after allowing for real GDP growth.

« Última modificação: 2013-02-16 14:12:55 por hermes »
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hermes

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Re:O país da (hiper)inflação nascente
« Responder #124 em: 2013-02-16 14:46:37 »
V depende de M. Não quer dizer que não haja um lag [...]


AH, ok.
As minhas sentidas desculpas.
um lag de.... uh vejamos... 20 anos como no Japão?
um lag de... digamos... os seis anos que já levamos nos USA?
Como disse atrás, até pode ser para o próximo milénio.
O lag poderá ser de 1000 anos?
Isso é que é a definição da long run.
And in the long run we're all dead.

L


Bem, seis anos para os EUA, é realmente pouco tempo. Para a República de Weimar foram oito anos até começar a hiperinflação, como se pode ver nos seguintes gráficos extraídos do livro The Economics of Inflation do Costantino Bresciani-Turroni, publicado em 1937:







Pelas razões apresentadas na thread Afinal havia outra [desalavancagem] destinada a tornar compreensível os dois artigos do Tyler Durden no fim dessa mesma thread, cf. On The Verge Of A Historic Inversion In Shadow Banking e The Historic Inversion In Shadow Banking Is Now Complete, é previsível que a almofada que estava a conter a massa monetária [desalavancagem do shadow banking] esteja a chegar ao fim, pelo que a diferença entre crédito e base vai começar a mostrar as suas cores.
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Re:O país da (hiper)inflação nascente
« Responder #125 em: 2013-02-16 20:18:16 »
V depende de M. Não quer dizer que não haja um lag [...]


AH, ok.
As minhas sentidas desculpas.
um lag de.... uh vejamos... 20 anos como no Japão?
um lag de... digamos... os seis anos que já levamos nos USA?
Como disse atrás, até pode ser para o próximo milénio.
O lag poderá ser de 1000 anos?
Isso é que é a definição da long run.
And in the long run we're all dead.

L


Bem, seis anos para os EUA, é realmente pouco tempo. Para a República de Weimar foram oito anos até começar a hiperinflação, como se pode ver nos seguintes gráficos extraídos do livro The Economics of Inflation do Costantino Bresciani-Turroni, publicado em 1937:







Pelas razões apresentadas na thread Afinal havia outra [desalavancagem] destinada a tornar compreensível os dois artigos do Tyler Durden no fim dessa mesma thread, cf. On The Verge Of A Historic Inversion In Shadow Banking e The Historic Inversion In Shadow Banking Is Now Complete, é previsível que a almofada que estava a conter a massa monetária [desalavancagem do shadow banking] esteja a chegar ao fim, pelo que a diferença entre crédito e base vai começar a mostrar as suas cores.


e do Japão há vinte anos a injectar capital nada. O próprio tema deste tópico.

parece-me que tens alguma dificuldade em aceitar que o aumento da massa monetária não leva a inflação, no contexto de uma armadilha de liquidez.

Isto já aqui foi dito e redito e continuas a marrar com Weimar e outros strawmans que não tem nada a ver com o caso(s) em apreço. Japão e USA.

Tu és um caso típico daqueles que só falam para os que os já acreditam neles.
Qualquer coisa que caia fora do penico é para ignorar.

o aumento da massa monetária não leva a inflação, no contexto de uma armadilha de liquidez.
o aumento da massa monetária não leva a inflação, no contexto de uma armadilha de liquidez.
o aumento da massa monetária não leva a inflação, no contexto de uma armadilha de liquidez.
o aumento da massa monetária não leva a inflação, no contexto de uma armadilha de liquidez.
o aumento da massa monetária não leva a inflação, no contexto de uma armadilha de liquidez.
o aumento da massa monetária não leva a inflação, no contexto de uma armadilha de liquidez.
o aumento da massa monetária não leva a inflação, no contexto de uma armadilha de liquidez.
o aumento da massa monetária não leva a inflação, no contexto de uma armadilha de liquidez.
o aumento da massa monetária não leva a inflação, no contexto de uma armadilha de liquidez.
o aumento da massa monetária não leva a inflação, no contexto de uma armadilha de liquidez.

Importas-te de recentrar a coisa nisto em vez de nos querees afogar em gráficos?

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Re:O país da (hiper)inflação nascente
« Responder #126 em: 2013-02-18 17:12:54 »
Citação de: hermes
Visitante, o primeiro gráfico é a derivada [i.e. a taxa de crescimento do MZM], pelo que se segue o mesmo gráfico para os valores absolutos do M0 [que até é mais pequeno que o MZM], não vá haver outros leitores além de ti que sejam presas fáceis de sofismas baratos.

O gráfico pretende mostrar apenas que não há uma relação de proporcionalidade directa entre base monetária e o suprimento de dinheiro MZM. Julgo que a melhor forma de o fazer é comparar as taxas de variação dos dois indicadores e não os valores absolutos. Daqui tira-se a conclusão que o aumento da base monetária não se reflecte de forma directamente proporcional no aumento do suprimento de dinheiro. Mas julqo que aqui até há consenso, por isso não há razões para diabolizar o gráfico e considerá-lo um argumento capcioso.

Recentrando a discussão, o que importa para o investidor, muito para além das guerras de argumentos académicos, capciosos ou não, é saber se os estímulos à economia feitos pelos bancos centrais em períodos de recessão económica produzem inexoravelmente inflação.

Hermes, todos os gráficos que mostras, de que deverias indicar as fontes, não provam que os estímulos a economias deprimidas provocam inflação. O que mostram é que em determinados períodos, provavelmente períodos de guerra, convulsões políticas, ou choques económicos ou cambiais, o suprimento de dinheiro acompanha o aumento da inflação.



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Re:O país da (hiper)inflação nascente
« Responder #127 em: 2013-02-18 17:18:58 »
Estive a ver os gráficos, como está o rand da áfrica do sul, um país que sobreviveu a várias crises, hermes porque não houve hiperinflação na áfrica do sul?

hermes

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Re:O país da (hiper)inflação nascente
« Responder #128 em: 2013-02-18 17:19:37 »
Citação de: hermes
Visitante, o primeiro gráfico é a derivada [i.e. a taxa de crescimento do MZM], pelo que se segue o mesmo gráfico para os valores absolutos do M0 [que até é mais pequeno que o MZM], não vá haver outros leitores além de ti que sejam presas fáceis de sofismas baratos.

O gráfico pretende mostrar apenas que não há uma relação de proporcionalidade directa entre base monetária e o suprimento de dinheiro MZM. Julgo que a melhor forma de o fazer é comparar as taxas de variação dos dois indicadores e não os valores absolutos. Daqui tira-se a conclusão que o aumento da base monetária não se reflecte de forma directamente proporcional no aumento do suprimento de dinheiro. Mas julqo que aqui até há consenso, por isso não há razões para diabolizar o gráfico e considerá-lo um argumento capcioso.

Recentrando a discussão, o que importa para o investidor, muito para além das guerras de argumentos académicos, capciosos ou não, é saber se os estímulos à economia feitos pelos bancos centrais em períodos de recessão económica produzem inexoravelmente inflação.

Hermes, todos os gráficos que mostras, de que deverias indicar as fontes, não provam que os estímulos a economias deprimidas provocam inflação. O que mostram é que em determinados períodos, provavelmente períodos de guerra, convulsões políticas, ou choques económicos ou cambiais, o suprimento de dinheiro acompanha o aumento da inflação.

Os dois últimos dizem respeito à situação normal...
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hermes

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Re:O país da (hiper)inflação nascente
« Responder #129 em: 2013-02-18 17:25:59 »
Estive a ver os gráficos, como está o rand da áfrica do sul, um país que sobreviveu a várias crises, hermes porque não houve hiperinflação na áfrica do sul?


Não estou ao corrente da África do Sul, mas podes consultar muita informação aqui: http://www.tradingeconomics.com/south-africa/indicators
« Última modificação: 2013-02-18 17:26:35 por hermes »
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Re:O país da (hiper)inflação nascente
« Responder #130 em: 2013-02-18 19:47:04 »
Citação de: hermes
Os dois últimos dizem respeito à situação normal...


No livro  "Monetary Theory and Policy" de Carl E. Walsh, 2010, pags. 9-11, é dito que há uma forte correlação de longo prazo (aprox. 1:1) entre taxa de crescimento de dinheiro e inflação, sendo esta correlação usada como suporte de um dos princípios básicos da 'quantity theory of money': uma variação na taxa de crescimento do dinheiro implica variação igual na taxa de inflação.

No entanto, é dito que esta correlação não tem qualquer nexo de causalidade, pois o aumento da inflação pode dever-se a causas diversas, e o aumento do suprimento de dinheiro ser uma consequência do ajustamento permitido pelos bancos centrais.

É dito ainda que o elevado grau de correlação dinheiro-inflação só é válido se forem filtradas as variações dos suprimentos de dinheiro de curto-prazo. Se a volatilidade de curto prazo for considerada na análise das séries de dados o grau de correlação baixa significativamente.

Por isso voltamos à estaca zero. Não está provada a causalidade entre suprimento de dinheiro e inflação.
« Última modificação: 2013-02-18 19:52:11 por Visitante »

Incognitus

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Re:O país da (hiper)inflação nascente
« Responder #131 em: 2013-02-18 20:18:48 »
Que existe uma relação, é uma coisa óbvia.
 
Qual a natureza e aspecto da relação é que pode estar em dúvida. Muito provavelmente é uma coisa não-linear, pois as pessoas no seu dia a dia não estão a considerar quanto dinheiro existe e se é mais ou menos do que no dia anterior, mas se existir um mar de dinheiro produzido ao longo do tempo, mesmo sem as pessoas saberem exactamente quanto é e como passou a existir, ele acabará por ter efeito. Depois, se se torna óbvio que toda a gente anda com magotes de dinheiro, o seu valor implode rapidamente.
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Re:O país da (hiper)inflação nascente
« Responder #132 em: 2013-02-18 23:05:10 »
É curioso que a ordenada na origem deste gráfico não é zero.


Segundo esse modelo linear, taxas de crescimento de moeda até cerca de 7,5% não produzem inflação.

Depois olhando ainda para o modelo, e atendendo à definição de hiperinflação apresentada no livro "The Hyperinflation Survival Guide" já aqui citado pelo Hermes, 50% de subida mensal dos preços!, resultaria da extrapolação dessa relação linear grosso modo num crescimento de moeda da mesma ordem de grandeza, i.e. acima de 12 000% de taxa anual composta.

De qualquer forma não é lícito fazer esta extrapolação, teremos que nos cingir à gama de taxas estudadas. E aqui os resultados só terão relevância para taxas de variação até aos 50%, com boa vontade, pois a grande densidade de pontos está até aos 20% de variação. Além disso os desvios deveriam estar indicados no gráfico, pois parecem-me elevados.

aos_pouquinhos

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Re:O país da (hiper)inflação nascente
« Responder #133 em: 2013-02-18 23:42:05 »
Citação do texto:
A Armadilha da Liquidez
como a (in)segurança privada se transforma em insegurança pública
José Maria Castro Caldas


"Tal como na esfera política, também nas empresas e nas organizações pós-panópticas a liquidez está a dissolver os fundamentos da acção colectiva.
Mesmo no domínio das relações contratuais, na 'esfera' por excelência da liquidez, há alarmes a soar. Na medida em que todos os contratos são incompletos, embora em grau variável, a viabilidade dos laços contratuais dependem sempre do elemento não contratual que eles necessariamente envolvem - a obrigação normativa de respeitar os compromissos ou as promessas.
O fundamento da obrigação normativa, como é sabido, tanto pode ser a prudência como a honestidade. O problema é que a liquidez não parece ser o caldo de cultura apropriado para qualquer uma destas virtudes. Enquanto a prudência pressupõe um contexto relacional estável e continuado, a honestidade envolve necessariamente a expectativa de reciprocidade. O contexto de liquidez, por definição, é o mundo efémero e da incerteza normativa.
A dificuldade da acção colectiva e das relações contratuais são duas instâncias mais da armadilha da liquidez. Somadas à de Keynes, todas são ajustes de contas da liquidez com a esfera relacional que lhes deu origem."


Interessante este trecho, no sentido intrínseco de qualquer relação social.
Sem honestidade e confiança, qualquer coisa como a que está a ser feita, estará condenada à destruição das relações, demorem elas anos ou décadas.
O movimento experimentalista da "preferência pela liquidez (no sentido inflactivo do sistema)" por parte de agentes como FED's e Bancos Centrais provocara o não verdadeira correlação que haveria de existir com a sociedade como um todo e o desequilíbrio provocado ocorrerá num qualquer espaço de tempo.

A excepção (ainda inicial) neste movimento chama-se euro, por muito que isso custe aos armadilhadores da liquidez.
A "Fedarização" do mundo não é a solução deste sistema, antes pelo contrário, é a liquidação da simples e tão básica causa nobre das relações económicas e sociais......a confiança.

Cumprimentos


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Re:O país da (hiper)inflação nascente
« Responder #134 em: 2013-02-19 00:24:33 »
pouquinhos, acreditas que não percebi a ponta de um corno do que está no post?

L
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Automek

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Re:O país da (hiper)inflação nascente
« Responder #135 em: 2013-02-19 01:39:46 »
Visitante, sabes qual o desfasamento temporal da inflação que é usado no gráfico ?

Visitante

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Re:O país da (hiper)inflação nascente
« Responder #136 em: 2013-02-19 11:37:27 »
Visitante, sabes qual o desfasamento temporal da inflação que é usado no gráfico ?


Não sei. Aliás, julgo que não se sabe se é o crescimento de moeda que leva a inflação ou se é o contrário. Esses gráficos são discutidos em "Some Monetary Facts". Como o título diz são factos, mas os factos não provam a relação de causalidade entre as duas variáveis.
Faz-me lembrar a história em que são retiradas as patas a uma formiga e depois é-lhe dito para andar. Como a formiga não anda, o observador conclui que a formiga sem patas não ouve!

hermes

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Re:O país da (hiper)inflação nascente
« Responder #137 em: 2013-02-19 13:31:25 »
Não sei. Aliás, julgo que não se sabe se é o crescimento de moeda que leva a inflação ou se é o contrário. Esses gráficos são discutidos em "Some Monetary Facts". Como o título diz são factos, mas os factos não provam a relação de causalidade entre as duas variáveis.

Se o Banco Central imprimir uma montanha de dinheiro para dar apenas ao teu vizinho ele passa a ter direito a uma fatia maior da tarte da economia, consequentemente tu e o resto dos outros vizinhos passam a ter direito a uma fatia menor, pois a soma tem de ser 100%. Assim sendo qual é a atitude racional a tomar?

Pista 1: Os que gastam primeiro, gastam melhor [pois os preços são estabelecidos na margem].
Pista 2: Aqui não se aplica o dilema do prisioneiro, pois quem confessa depois, paga as favas.

Logo, qual é a conclusão a retirar?

Faz-me lembrar a história em que são retiradas as patas a uma formiga e depois é-lhe dito para andar. Como a formiga não anda, o observador conclui que a formiga sem patas não ouve!

De vez em quando ainda consegues pensar logicamente. Nada mal! Tal e qual a conclusão a retirar de quando se diz a uma formiga com patas para parar.  :D
« Última modificação: 2013-02-19 13:32:42 por hermes »
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aos_pouquinhos

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Re:O país da (hiper)inflação nascente
« Responder #138 em: 2013-02-19 22:12:11 »
pouquinhos, acreditas que não percebi a ponta de um corno do que está no post?

L

Cerca de 70 anos para provar a teoria, na ultima tentativa de a perpetuar.

A confiança não se compra.

Cumprimentos
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Re:O país da (hiper)inflação nascente
« Responder #139 em: 2013-02-25 17:53:02 »
Japan likely to nominate ADB's Kuroda as BOJ head
TOKYO | Sun Feb 24, 2013 6:32pm EST
(Reuters) - Japan's government is likely to nominate Asian Development Bank President Haruhiko Kuroda, an advocate of aggressive monetary easing, as its next central bank governor, sources told Reuters on Monday.

Prime Minister Shinzo Abe is also seen filling one of two deputy governor posts with Kikuo Iwata, an academic critical of Bank of Japan policy and an advocate of unorthodox monetary easing steps, the Nikkei newspaper reported.

The yen sank 1.4 percent in early trade to 94.67 against the dollar on expectations the reported nominees will steer the central bank toward bolder monetary stimulus measures.

"Kuroda's nomination won't change the course that has been dictated by Abe in recent months - that is aggressive monetary policy, but perhaps thanks to the inclusion of Iwata the market will expect more eye-catching bold easing measures," said Masamichi Adachi, senior economist at JPMorgan Securities in Tokyo.

The government will submit its nominations for the governor and two deputy governor posts to parliament this week. The incumbents leave on March 19.

Kuroda, 68, has been considered a strong candidate to replace current BOJ Governor Masaaki Shirakawa because of his extensive experience in international policy and his calls for more aggressive monetary easing that matched the views of Abe.

The choice of Kuroda, who has long criticized the BOJ as too slow in expanding stimulus, will likely nudge the central bank into more aggressive, unorthodox measures to achieve its new 2 percent inflation target set in January.

As Japan's top financial diplomat from 1999 to 2003, Kuroda aggressively intervened in the exchange-rate market to weaken the yen to support the country's export-reliant economy.

Iwata, one of the most vocal advocates of aggressive monetary expansion, is likely to be nominated as deputy BOJ governor, the Nikkei said on Monday without citing sources.

The other deputy governor post will probably be filled by a central banker, most likely BOJ Executive Director Hiroshi Nakaso, who now oversees the central bank's international operations, the paper said.

POLITICAL MANOEUVRING

Still, it remains uncertain whether Kuroda will get the job.

Abe must go through political maneuvering to close the deal, as the nomination must be approved by both houses of parliament including the upper house, where his ruling coalition lacks a majority.

The government hopes to garner support from either the main opposition Democratic Party of Japan (DPJ) or a group of smaller parties to pass the nomination.

Kuroda has also called on the central bank to achieve 2 percent inflation in two years by pumping money into the economy through unorthodox steps, such as expanding government bond purchases and buying shares.

If Kuroda were to be chosen as next BOJ governor, he would be cutting short his term as head of the ADB, which could weaken Japan's standing as the country that traditionally provides the head of an organization established in 1966.

Abe, who won a resounding election victory in December promising to finally rid Japan of nearly 20 years of deflation, has said he wants to choose a new BOJ governor keener to experiment with radical steps to revive the economy than the conventional-minded Shirakawa.

He has also stressed the need for the new governor to have international contacts, suggesting he prefers someone with experience in financial diplomacy like Kuroda who, as president of the 67-member ADB rubs shoulders with policymakers around the world.

The finance ministry, which wields a great deal of influence over monetary policy, lobbied for former financial bureaucrat Toshiro Muto, but was likely turned down by Abe and his aides who saw him as lacking international contacts and less willing to experiment with untried monetary easing steps.

Abe has the power to choose the government's nominee for BOJ governor, although the premier usually respects the views of the finance minister and the ministry's bureaucrats because they work closely with the central bank in economic policymaking.

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