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Autor Tópico: O país da (hiper)inflação nascente  (Lida 49743 vezes)

Lark

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Re:O país da (hiper)inflação nascente
« Responder #20 em: 2012-11-26 16:29:20 »
e antes que venhas com a história da coercção e afins posso dizer que:

1. sim, a lei é defendida, em última instância pela força das armas
2. sim, o estado de direito democrático tem o monopólio do uso da força
3. este uso da força é excercido pela PSP, PJ, GNR e em última instância pelas forças armadas, se a constituição estiver em perigo.

dúvidas?
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Re:O país da (hiper)inflação nascente
« Responder #21 em: 2012-11-26 16:37:43 »
Bem, nesse espaço temporal e via criação monetária na banca comercial, o dólar perdeu para aí uns 90% do valor. Não foi catastrófico porque foi num espaço de tempo alargado, resta saber se com produção monetária ao nível do banco central se terá o mesmo luxo.
 
Nota que já existiram muitas experiências deste tipo que não acabaram bem, na Alemanha, Brazil, Zimbabwe. De resto, se te parece que produzir dinheiro do nada para comprar o esforço de terceiros é uma coisa muito ética ... enfim. É o próprio conceito de dinheiro que está em causa.

Tenho notado que a questão ética muitas vezes afecta pouco os raciocínios progressistas. Parece até ser uma coisa de base. (a coisa é mais ou menos assim "eu acho que isto é bom, portanto vamos obrigar os outros todos a isto". O que me mete mais confusão é porque é que não chega a essa ideologia limitar as suas ideias brilhantes a quem com elas concorda - aliás, a falha acaba por ser mesmo aí - essa ideologia parece só estar satisfeita se as aplicar explicitamente a quem com elas não concorda)

sempre achei piada a este tipo de argumentação tua que em linguagem vulgar se chama pura e simplesmente virar o bico ao prego
a isto eu chamo desonestidade intelecutal
quando por todo o lado nos tentam impôr o liberalismo ultrapassando pela direita todos os trâmites democráticos vens tu falar de ética ? de imposição ?
espero que estejas a conseguir ouvir a minha desbragada gargalhada

Estou à procura de um argumento naquilo que disseste, mas francamente não o encontro.
 
Eu, por outro lado, falo de coisas concretas. Um exemplo daquilo que falei no tópico que comentas - porque é que aos progressistas não chega que quem quer apoiar o Manoel Oliveira, o apoie? Qual a razão para quererem expressamente que quem NÃO o quer apoiar, seja obrigado a apoiá-lo?
 
É aí que reside a grande dúvida, e a grande falta de ética. Numa coisa concreta, não no teu sentimento de que estás do lado dos justos "porque sim".

essa argumentação já se torna cansativa.
implica o desconhecimento do conceito de estado-nação e do conceito de república democrática.

1. neste estado-nação chamado Portugal, mandamos nós os portugueses*

2. este estado-nação chamado Portugal com o seu território já bem demarcado há centenas de ano, é uma república democrática.

3. o fato de ser uma república democrática implica que a maioria de nós os portugueses defina e faça cumprir a legislação.

4. alguma legislação pode ser aprovada por maioria simples, outra por maioria absoluta, outra por maioria qualificada - normalmente dois terços.

5 a legislação produzida pelo orgão legislativo está sujeita a uma série de normas  - estar de acordo com a constituição portuguesa - e tratados internacionais - nomeadamente a declaração universal dos direitos do homem, equivalente à bill of rights norte-americana.

6. uma vez a legislação aprovada, seja por maioria simples, maioria absoluta ou maioria qualificada, TODOS os portugueses são forçados a submeter-se a ela. a lei é igual para todos e não há opting-outs. quero dizer, haver há mas normalmente os que optam por essa via - os criminosos - vão malhar com os ossos na cadeia.

portanto não venhas com essa conversa de só se aplica aos que querem. a lei aplica-se a TODOS.
se não queres submeter-te ao estado de direito e queres desrespeitar as leis tens três hipóteses: ou emigras para algum sítio do mundo onde não haja leis ou crias a república libertária das berlengas ou tornas-te um criminoso. todas essa opções têm consequências.
não podes é ter o bolo e comê-lo. seres protegido pela lei e optares por lhe desobedecer quando entenderes.

a ver se esta história fica enterrada de uma vez por todas e não se torna numa ideia zombie que por mais que seja desmontada e provada falsa, volta a emergir ciclicamente.

* ou devíamos mandar. neste momento não mandamos a 100%. entregámos parte da soberania à UE e ao FMI.

Nada disso explica a necessidade de uma das ideologias em confronto impor a todos determinadas opções, Lark. Não está em causa o mecanismo através do qual o faz.
 
Nada disso explica porque é que a um conjunto de pessoas não lhes chega limitar algumas das coisas que defendem apenas aos que pensam da mesma forma. Por exemplo o MO - uma coisa claramente opcional - facilmente poderia ser sustido apenas por quem acha que ele deve ser sustido. Porque é que a essas pessoas, para lá do motivo óbvio (diluir os custos pelos outros), não aceitam que tal coisa claramente opcional seja apoiada apenas porque quem deseja apoiá-lo?
 
O argumento não é cansativo - é um argumento bem simples, até. Quem diz o MO diz centenas de outras coisas diferentes. Não estamos a falar de opções centrais à sociedade, como saúde, educação, etc, onde quanto muito poderia existir um debate na forma como seriam prestadas, cláusulas de opting-out, etc.
 
(será que já entendeste o que está em causa? As leis podem ser escritas de muitas formas e não é o seu desrespeitar que está em causa - é algo mais profundo)
« Última modificação: 2012-11-26 16:43:30 por Incognitus »
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Re:O país da (hiper)inflação nascente
« Responder #22 em: 2012-11-26 16:40:49 »
e antes que venhas com a história da coercção e afins posso dizer que:

1. sim, a lei é defendida, em última instância pela força das armas
2. sim, o estado de direito democrático tem o monopólio do uso da força
3. este uso da força é excercido pela PSP, PJ, GNR e em última instância pelas forças armadas, se a constituição estiver em perigo.

dúvidas?

Isso não explica nada do que está em questão. Num microcosmos de uma relação com um ladrão ele também pode ter o monopólio da força, e isso não justifica a sua actuação eticamente.
 
A questão que está aqui em cima da mesa, é porque é que a uma determinada ideologia, parece central a necessidade de impor o que pensa a todos os outros, não lhe bastando em muitos casos impô-lo apenas a quem pensa da mesma forma e o aceita.
 
Isto faz com que o que esteja em causa, em muitos casos, nem sejam as opções em si, mas sim a necessidade clara de impor algo especificamente a quem com ele NÃO concorda (porque a quem concorda, não existe questão já que ambos concordamos, mesmo que discordemos da opção).
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Re:O país da (hiper)inflação nascente
« Responder #23 em: 2012-11-26 16:48:54 »
Uma coisa, para se conseguir discutir isto é melhor centrarmo-nos em algo concreto. Daí eu falar do Manoel Oliveira.
 
Porque não limitar o apoio ao mesmo a quem concorda com o apoio?
 
Eu até vejo uma razão engraçada - porque quem acha que ele deve ser apoiado, acha simultanemente que se o apoio ao mesmo for voluntário não conseguirão realmente apoiá-lo. Ou seja, basicamente quem quer usar o mecanismo democrático para o apoiar, acha que não existe realmente uma maioria (ou sequer um conjunto de pessoas suficiente) que queira REALMENTE apoiá-lo. Portanto, visa usar o mecanismo democrático precisamente para subverter a democracia.
 
Alternativamente, esse conjunto de pessoas que deseja apoiar o homem, está conciente de que não existe uma apoio voluntário para o dito, mas vê-se como uma vanguarda iluminada que sabe melhor que as próprias pessoas o que é do seu interesse e como estas devem gastar parte da sua vida. Ou seja, essa vanguarda iluminada vai obrigar ao apoio ao MO mesmo que as pessoas não o queiram e até mesmo que não vejam os filmes resultantes. "Porque é a coisa certa a fazer".
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Re:O país da (hiper)inflação nascente
« Responder #24 em: 2012-11-26 16:51:55 »
o subsídio (se é que existe, acho duvidoso) do manoel de oliveira, desgraçado que está sempre a ser chamado à colaçao, já com 103 anos, a existir faria parte da política cultural do governo. essa política cultural foi aprovada através da aprovação de leis específicas na assembleia de república.

pode até nem ser uma boa legislação.
pode ser péssima.
pode ser injusta.
pode ser pouco ética.
mas foi a que foi aprovada por maioria.
e enquanto estiver em vigor neste estado de direito e república democrática que é Portugal é igual para TODOS e TODOS estão obrigados a obedecer-lhe.
se isso implica subsidiar o Manoel de Oliveira ou estudo do comportamento sexual das formigas em Poiares da Beira é irrelevante.

se achas que a legislação é má, que é injusta, que não é ética tens que te esforçar para que essa legislação seja revogada. suponho que isoo pode acontecer por petição pública até. já sabes o que tens que fazer. cria e subscreve uma petição para revogar a legislação que permite subsidiar o Manoel de Oliveira.
Chegando a petição ao parlamento, certifica-te que tens uma maioria para a revogar. revoga-la e aí tens o teu problema resolvido.
até lá todas as atoardas sobre o MO são completamente irrelevantes.
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Re:O país da (hiper)inflação nascente
« Responder #25 em: 2012-11-26 16:55:11 »
o subsídio (se é que existe, acho duvidoso) do manoel de oliveira, desgraçado que está sempre a ser chamado à colaçao, já com 103 anos, a existir faria parte da política cultural do governo. essa política cultural foi aprovada através da aprovação de leis específicas na assembleia de república.

pode até nem ser uma boa legislação.
pode ser péssima.
pode ser injusta.
pode ser pouco ética.
mas foi a que foi aprovada por maioria.
e enquanto estiver em vigor neste estado de direito e república democrática que é Portugal é igual para TODOS e TODOS estão obrigados a obedecer-lhe.
se isso implica subsidiar o Manoel de Oliveira ou estudo do comportamento sexual das formigas em Poiares da Beira é irrelevante.

se achas que a legislação é má, que é injusta, que não é ética tens que te esforçar para que essa legislação seja revogada. suponho que isoo pode acontecer por petição pública até. já sabes o que tens que fazer. cria e subscreve uma petição para revogar a legislação que permite subsidiar o Manoel de Oliveira.
Chegando a petição ao parlamento, certifica-te que tens uma maioria para a revogar. revoga-la e aí tens o teu problema resolvido.
até lá todas as atoardas sobre o MO são completamente irrelevantes.

O MO é apenas um placeholder aqui, para se compreender porque é que determinadas pessoas pensam de determinada forma.
 
A democracia e leis são apenas mecanismos pelos quais essa forma de pensar se consegue impor.
 
Agora aqui a questão é "porquê"? Porque é que se é possível ter as várias opções apoiadas apenas por quem com elas concorda, porque é que nesse ambiente se exige - determinada ideologia exige - que as suas opções sejam impostas a todos?
 
Essa é a questão aqui, foi o que lançou este debate.
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Re:O país da (hiper)inflação nascente
« Responder #26 em: 2012-11-26 17:01:31 »

Agora aqui a questão é "porquê"? Porque é que se é possível ter as várias opções apoiadas apenas por quem com elas concorda, porque é que nesse ambiente se exige - determinada ideologia exige - que as suas opções sejam impostas a todos?
 
Essa é a questão aqui, foi o que lançou este debate.

aqui e em todo o lado do mundo o estado de direito obedece ao princípio da universalidade. Todos são iguais perante a lei e todos estão submetidos à lei.
não é uns sim e outros não. é todos.

se tens em vista um sistema mais interessante (para ti) tipo república libertária não tens mais que avançar para a formação de um partido libertário, ganhares as eleições com maioria qualificada, redigir uma nova constituição e voilá. tens tudo o que querias e esperavas.

até lá tens que viver com o que tens. não podes ser um jogador de futebol que só segue uma regras e outras não. que põe a mão na bola no meio da área e defende que isso não é penalizável devido ao seu direito inalianável de colocar a mão onde bem entender quando bem entender.
« Última modificação: 2012-11-26 17:02:36 por Lark »
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Re:O país da (hiper)inflação nascente
« Responder #27 em: 2012-11-26 17:05:30 »

Agora aqui a questão é "porquê"? Porque é que se é possível ter as várias opções apoiadas apenas por quem com elas concorda, porque é que nesse ambiente se exige - determinada ideologia exige - que as suas opções sejam impostas a todos?
 
Essa é a questão aqui, foi o que lançou este debate.

aqui e em todo o lado do mundo o estado de direito obedece ao princípio da universalidade. Todos são iguais perante a lei e todos estão submetidos à lei.
não é uns sim e outros não. é todos.

se tens em vista um sistema mais interessante (para ti) tipo república libertária não tens mais que avançar para a formação de um partido libertário, ganhares as eleições com maioria qualificada, redigir uma nova constituição e voilá. tens tudo o que querias e esperavas.

até lá tens que viver com o que tens. não podes ser um jogador de futebol que só segue uma regras e outras não. que põe a mão na bola no meio da área e defende que isso não é penalizável devido ao seu direito inalianável de colocar a mão onde bem entender quando bem entender.

Novamente, não é isso que está em questão.
 
As leis facilmente teriam lá escrito que naquele âmbito se criaria um sistema para dirigir os apoios a cada coisa apenas por parte de quem quisesse apoiá-la.
 
É uma IDEOLOGIA que leva a que a escrita seja no sentido de apoiar uns com os recursos de todos.
 
Aqui a questão é, o que é que motiva essa ideologia e pessoas a pensar dessa forma, já que é uma forma claramente anti-ética (não é difícil compreender que sendo possível cada subgrupo apoiar o que acha mais meritório, é anti-ético um grupo querer obrigar todos a apoiar as suas opções).
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Re:O país da (hiper)inflação nascente
« Responder #28 em: 2012-11-26 17:08:54 »
Nota que esta filosofia se manifesta em muito mais instâncias.
 
O fio geral é "isto é o melhor por isso deve ser imposto a todos". É mesmo uma questão ideológica - nunca parecem pensar "acho que isto é o melhor mas outros podem pensar diferente". Como resultado, os sistemas não são desenhados dessa forma (capaz de abarcar diferentes opções) embora o pudessem ser.
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Re:O país da (hiper)inflação nascente
« Responder #29 em: 2012-11-26 17:19:10 »

Agora aqui a questão é "porquê"? Porque é que se é possível ter as várias opções apoiadas apenas por quem com elas concorda, porque é que nesse ambiente se exige - determinada ideologia exige - que as suas opções sejam impostas a todos?
 
Essa é a questão aqui, foi o que lançou este debate.

aqui e em todo o lado do mundo o estado de direito obedece ao princípio da universalidade. Todos são iguais perante a lei e todos estão submetidos à lei.
não é uns sim e outros não. é todos.

se tens em vista um sistema mais interessante (para ti) tipo república libertária não tens mais que avançar para a formação de um partido libertário, ganhares as eleições com maioria qualificada, redigir uma nova constituição e voilá. tens tudo o que querias e esperavas.

até lá tens que viver com o que tens. não podes ser um jogador de futebol que só segue uma regras e outras não. que põe a mão na bola no meio da área e defende que isso não é penalizável devido ao seu direito inalianável de colocar a mão onde bem entender quando bem entender.

Novamente, não é isso que está em questão.
 
As leis facilmente teriam lá escrito que naquele âmbito se criaria um sistema para dirigir os apoios a cada coisa apenas por parte de quem quisesse apoiá-la.
 
É uma IDEOLOGIA que leva a que a escrita seja no sentido de apoiar uns com os recursos de todos.
 
Aqui a questão é, o que é que motiva essa ideologia e pessoas a pensar dessa forma, já que é uma forma claramente anti-ética (não é difícil compreender que sendo possível cada subgrupo apoiar o que acha mais meritório, é anti-ético um grupo querer obrigar todos a apoiar as suas opções).

mas é evidente que a maioria que aprovou a legislação entendeu que a lei da subsidiação da cultura deveria ser universal sem opting-outs.
se queres fazer leis qua não sejam universais e com opting-outs já sabes o que fazer.

evidentemente que não se fazem leis não universais porque se tornaria impossível te gerir as obrigações  e os opting-outs.
a população do porto entende que não deve participar no custo de uma estrada em lisboa. ok. lisboa não particpa na construção das estradas no porto.
depois tens emitir cartões com a naturalidade e com as estrada que cada um pode usar. e um sistema para fiscalizar isso tudo. e legislação para punir a utilização indevida.
depois estendes o conceito  a todos os aspectos da vida dos cidadãos. um cidadão de faro só pode utilizar um hospital de faro. os filhos de um cidadão de freixo-de-espada-à-cinta só podem uilizar a escola pública da zona. aquela que pagaram.

já um dia dei um exemplo do isso seria.

um jogo jogados com três bolas, um melão de rugby, um melão de futebol americano e uma bola de futebol, três balizas, seis equipas, três conjuntos de regras e jogado num campo com um jogo de matraquilhos por metro quadrado.
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Re:O país da (hiper)inflação nascente
« Responder #30 em: 2012-11-26 17:23:27 »
Citar
mas é evidente que a maioria que aprovou a legislação entendeu que a lei da subsidiação da cultura deveria ser universal sem opting-outs.
se queres fazer leis qua não sejam universais e com opting-outs já sabes o que fazer.

Novamente, ísso não está em questão. O que está em questão é porque é que para alguns - talvez para essa maioria, embora duvide porque as pessoas votam clubisticamente - é necessário impor as opções quando é perfeitamente possível não o fazer.
 
Citar

um jogo jogados com três bolas, um melão de rugby, um melão de futebol americano e uma bola de futebol, três balizas, seis equipas, três conjuntos de regras e jogado num campo com um jogo de matraquilhos por metro quadrado.

O futebol é um exemplo do que EU digo. Porquê? Porque um subgrupo aprova as suas regras específicas e só participa quem quer. Não és proibido de jogar outra coisa qualquer - Andebol, por exemplo - com outras regras quaisquer. É isso mesmo que eu defendo, que coisas opcionais podem ter os seus grupos a elas dedicadas, sem comprometerem todos à mesma coisa.
 
A questão aqui é, porque é que para coisas altamente opcionais, ainda assim existe uma ideologia e pessoas cuja missão parece na mesma ser submeter todos às mesmas regras e opções?
 
É isso que eu acho incrível, estranho mesmo. Além de anti-ético, claro.
« Última modificação: 2012-11-26 17:24:06 por Incognitus »
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Re:O país da (hiper)inflação nascente
« Responder #31 em: 2012-11-26 17:29:55 »
bom, parece que não nos estamos a entender.
para o andebol há um conjunto de regras e aplica-se a todos: será como a legislação para a cultura
para o futebol há um conjunto de regras e aplica-se a todos: será com a legislação para a educação.

os jogadores de futebol que queiram jogar andebol têm que se submeter às regras do andebol. as regras do andebol são universais.
os jogadores de andebol que queiram jogar futebol têm que se submeter à regras do futebol. as regras do futebol são universais.

TODA A GENTE que queira jogar futebol em Portugal tem que submeter às regras do futebol.
TODA A GENTE que queira jogar andebol em Portugal tem que se submeter às regras do andebol.

alguém jogar andebol em vez de futebol não é fazer um opting out às regras do futebol. é jogar um outro jogo com outras regras que são UNIVERSAIS, que se aplicam a todos.

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Re:O país da (hiper)inflação nascente
« Responder #32 em: 2012-11-26 18:00:05 »
o subsídio (se é que existe, acho duvidoso) do manoel de oliveira, desgraçado que está sempre a ser chamado à colaçao, já com 103 anos, a existir faria parte da política cultural do governo. essa política cultural foi aprovada através da aprovação de leis específicas na assembleia de república.

pode até nem ser uma boa legislação.
pode ser péssima.
pode ser injusta.
pode ser pouco ética.
mas foi a que foi aprovada por maioria.
e enquanto estiver em vigor neste estado de direito e república democrática que é Portugal é igual para TODOS e TODOS estão obrigados a obedecer-lhe.
se isso implica subsidiar o Manoel de Oliveira ou estudo do comportamento sexual das formigas em Poiares da Beira é irrelevante.

se achas que a legislação é má, que é injusta, que não é ética tens que te esforçar para que essa legislação seja revogada. suponho que isoo pode acontecer por petição pública até. já sabes o que tens que fazer. cria e subscreve uma petição para revogar a legislação que permite subsidiar o Manoel de Oliveira.
Chegando a petição ao parlamento, certifica-te que tens uma maioria para a revogar. revoga-la e aí tens o teu problema resolvido.
até lá todas as atoardas sobre o MO são completamente irrelevantes.

O MO é apenas um placeholder aqui, para se compreender porque é que determinadas pessoas pensam de determinada forma.
 
A democracia e leis são apenas mecanismos pelos quais essa forma de pensar se consegue impor.
 
Agora aqui a questão é "porquê"? Porque é que se é possível ter as várias opções apoiadas apenas por quem com elas concorda, porque é que nesse ambiente se exige - determinada ideologia exige - que as suas opções sejam impostas a todos?
 
Essa é a questão aqui, foi o que lançou este debate.

Caso uma democracia opte sistematicamente por taxar cada vez mais os produtores/aforradores [exemplo: inflação e impostos sobre os juros], a selecção natural em tal sistema cria a dinâmica virtuosa, onde cada vez mais produtores/aforradores aprendem a exercer o seu grau de liberdade de não pouparem na moeda transaccional desse país e passam esse conhecimento à sua descedência.  :D

O problema resolve-se por si próprio. Em tal ambiente não custa nada concluir que se uma moeda é boa para transaccionar, tal não implica que ela sirva para poupar [a médio/longo prazo], principalmente quando os incentivos estão todos lá para tirar tal conclusão... Com dizia o Silvio Gesell:

Citar
All the physical assets of the world are at the disposal of those who wish to save, so why should they make their savings in the form of money? Money was not made to be saved!

Já agora, o problema resolve-se a si mesmo, porque democracias que não têm dinheiro, não têm vícios.
« Última modificação: 2012-11-26 18:02:05 por hermes »
"Everyone knows where we have been. Let's see where we are going." – Another

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Re:O país da (hiper)inflação nascente
« Responder #33 em: 2012-11-26 18:11:04 »
Ó hermes, mas não era isso que se estava a discutir...
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Re:O país da (hiper)inflação nascente
« Responder #34 em: 2012-11-26 18:12:44 »
bom, parece que não nos estamos a entender.
para o andebol há um conjunto de regras e aplica-se a todos: será como a legislação para a cultura
para o futebol há um conjunto de regras e aplica-se a todos: será com a legislação para a educação.

os jogadores de futebol que queiram jogar andebol têm que se submeter às regras do andebol. as regras do andebol são universais.
os jogadores de andebol que queiram jogar futebol têm que se submeter à regras do futebol. as regras do futebol são universais.

TODA A GENTE que queira jogar futebol em Portugal tem que submeter às regras do futebol.
TODA A GENTE que queira jogar andebol em Portugal tem que se submeter às regras do andebol.

alguém jogar andebol em vez de futebol não é fazer um opting out às regras do futebol. é jogar um outro jogo com outras regras que são UNIVERSAIS, que se aplicam a todos.

Mas tens a possibilidade de as regras se aplicarem apenas a quem deseja fazer parte desse grupo (jogar futebol, jogar andebol).
 
Da mesma forma que em muitos casos poderias ter regras para grupos que aceitam determinadas opções, no entanto existe uma ideologia que advoga uma série de coisas que têm que se aplicadas a todos, sem razão aparente. É esse o cerne da questão.
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Re:O país da (hiper)inflação nascente
« Responder #35 em: 2012-11-26 18:17:12 »
bom, parece que não nos estamos a entender.
para o andebol há um conjunto de regras e aplica-se a todos: será como a legislação para a cultura
para o futebol há um conjunto de regras e aplica-se a todos: será com a legislação para a educação.

os jogadores de futebol que queiram jogar andebol têm que se submeter às regras do andebol. as regras do andebol são universais.
os jogadores de andebol que queiram jogar futebol têm que se submeter à regras do futebol. as regras do futebol são universais.

TODA A GENTE que queira jogar futebol em Portugal tem que submeter às regras do futebol.
TODA A GENTE que queira jogar andebol em Portugal tem que se submeter às regras do andebol.

alguém jogar andebol em vez de futebol não é fazer um opting out às regras do futebol. é jogar um outro jogo com outras regras que são UNIVERSAIS, que se aplicam a todos.

Mas tens a possibilidade de as regras se aplicarem apenas a quem deseja fazer parte desse grupo (jogar futebol, jogar andebol).
 
Da mesma forma que em muitos casos poderias ter regras para grupos que aceitam determinadas opções, no entanto existe uma ideologia que advoga uma série de coisas que têm que se aplicadas a todos, sem razão aparente. É esse o cerne da questão.

Não! Mil vezes não! as regras do futebol aplicam-se a todos mesmo que não joguem. no dia em que jogarem terão que obedecer às regras.
neste e em qualquer desporto.

as regras, por definição, são universais. não são optativas. senão não eram regras.
Be Kind; Everyone You Meet is Fighting a Battle.
Ian Mclaren
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If you have more than you need, build a longer table rather than a taller fence.
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So, first of all, let me assert my firm belief that the only thing we have to fear is...fear itself — nameless, unreasoning, unjustified terror which paralyzes needed efforts to convert retreat into advance.
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hermes

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Re:O país da (hiper)inflação nascente
« Responder #36 em: 2012-11-26 18:20:02 »
Ó hermes, mas não era isso que se estava a discutir...


A sério?!

o subsídio (se é que existe, acho duvidoso) do manoel de oliveira, desgraçado que está sempre a ser chamado à colaçao, já com 103 anos, a existir faria parte da política cultural do governo. essa política cultural foi aprovada através da aprovação de leis específicas na assembleia de república.

pode até nem ser uma boa legislação.
pode ser péssima.
pode ser injusta.
pode ser pouco ética.
mas foi a que foi aprovada por maioria.
e enquanto estiver em vigor neste estado de direito e república democrática que é Portugal é igual para TODOS e TODOS estão obrigados a obedecer-lhe.
se isso implica subsidiar o Manoel de Oliveira ou estudo do comportamento sexual das formigas em Poiares da Beira é irrelevante.

se achas que a legislação é má, que é injusta, que não é ética tens que te esforçar para que essa legislação seja revogada. suponho que isoo pode acontecer por petição pública até. já sabes o que tens que fazer. cria e subscreve uma petição para revogar a legislação que permite subsidiar o Manoel de Oliveira.
Chegando a petição ao parlamento, certifica-te que tens uma maioria para a revogar. revoga-la e aí tens o teu problema resolvido.
até lá todas as atoardas sobre o MO são completamente irrelevantes.


Provavelmente não gostaste mas foi de estar a desermetizar o conhecimento para toda a gente que o leia de como todos os produtores/aforradores se podem proteger de todas as legislações do tipo que mencionaste.
« Última modificação: 2012-11-26 18:24:12 por hermes »
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Re:O país da (hiper)inflação nascente
« Responder #37 em: 2012-11-26 18:21:09 »
Lark, não estás a compreender.
 
Podes optar pelo grupo de pessoasque joga futebol segundo as regras oficiais do futebol. Podes até começar um grupo de pessoas que joga futebol com outras regras quaisquer. COmo o futebol não é algo essencial, pertencer ao grupo que joga segundo essas ou outras regras quaisquer é opcional. Podes também optar por um grupo que joga andebol, e por aí adiante.
 
Ora, exactamente o mesmo se poderia aplicar em muitas outras circunstâncias, no entanto a ideologia de algumas pessoas leva-as a defender, em muitas instâncias, uma obrigatoriedade geral. É o caso do Manoel Oliveira, mas também se manifesta noutros casos, por exemplo na forma como uma série de pessoas são contra os outros pais escolherem as escolas onde os seus filhos andam e coisas assim.
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Re:O país da (hiper)inflação nascente
« Responder #38 em: 2012-11-26 18:33:52 »
Lark, não estás a compreender.
 
Podes optar pelo grupo de pessoasque joga futebol segundo as regras oficiais do futebol. Podes até começar um grupo de pessoas que joga futebol com outras regras quaisquer. COmo o futebol não é algo essencial, pertencer ao grupo que joga segundo essas ou outras regras quaisquer é opcional. Podes também optar por um grupo que joga andebol, e por aí adiante.
 
Ora, exactamente o mesmo se poderia aplicar em muitas outras circunstâncias, no entanto a ideologia de algumas pessoas leva-as a defender, em muitas instâncias, uma obrigatoriedade geral. É o caso do Manoel Oliveira, mas também se manifesta noutros casos, por exemplo na forma como uma série de pessoas são contra os outros pais escolherem as escolas onde os seus filhos andam e coisas assim.

Parece-me que o Lark já explicou muito bem o que havia para explicar:

Citar
... uma vez a legislação aprovada, seja por maioria simples, maioria absoluta ou maioria qualificada, TODOS os portugueses são forçados a submeter-se a ela. a lei é igual para todos e não há opting-outs. quero dizer, haver há mas normalmente os que optam por essa via - os criminosos - vão malhar com os ossos na cadeia....

Citar
...o subsídio (se é que existe, acho duvidoso) do manoel de oliveira, desgraçado que está sempre a ser chamado à colaçao, já com 103 anos, a existir faria parte da política cultural do governo. essa política cultural foi aprovada através da aprovação de leis específicas na assembleia de república....


Um sistema em que o povo teria que ser consultado para cada pequena decisão do estado, é uma perfeita utopia, sem grande jeito.
“I hate reality but it's still the best place to get a good steak.”
― Woody Allen

hermes

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Re:O país da (hiper)inflação nascente
« Responder #39 em: 2012-11-26 18:50:31 »
Citar
... uma vez a legislação aprovada, seja por maioria simples, maioria absoluta ou maioria qualificada, TODOS os portugueses são forçados a submeter-se a ela. a lei é igual para todos e não há opting-outs. quero dizer, haver há mas normalmente os que optam por essa via - os criminosos - vão malhar com os ossos na cadeia....

Claro que opting-outs legais. Tudo o que é preciso é que as poupanças ensinem aos produtores/aforradores a deixarem de ser pagadores de festas de último recurso. Naturalmente que quando tal acontecer, tais minorias/grupos de pressão serão tão viris, quanto eunucos.
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