Bem, nesse espaço temporal e via criação monetária na banca comercial, o dólar perdeu para aí uns 90% do valor. Não foi catastrófico porque foi num espaço de tempo alargado, resta saber se com produção monetária ao nível do banco central se terá o mesmo luxo.
Nota que já existiram muitas experiências deste tipo que não acabaram bem, na Alemanha, Brazil, Zimbabwe. De resto, se te parece que produzir dinheiro do nada para comprar o esforço de terceiros é uma coisa muito ética ... enfim. É o próprio conceito de dinheiro que está em causa.
Tenho notado que a questão ética muitas vezes afecta pouco os raciocínios progressistas. Parece até ser uma coisa de base. (a coisa é mais ou menos assim "eu acho que isto é bom, portanto vamos obrigar os outros todos a isto". O que me mete mais confusão é porque é que não chega a essa ideologia limitar as suas ideias brilhantes a quem com elas concorda - aliás, a falha acaba por ser mesmo aí - essa ideologia parece só estar satisfeita se as aplicar explicitamente a quem com elas não concorda)
sempre achei piada a este tipo de argumentação tua que em linguagem vulgar se chama pura e simplesmente virar o bico ao prego
a isto eu chamo desonestidade intelecutal
quando por todo o lado nos tentam impôr o liberalismo ultrapassando pela direita todos os trâmites democráticos vens tu falar de ética ? de imposição ?
espero que estejas a conseguir ouvir a minha desbragada gargalhada
Estou à procura de um argumento naquilo que disseste, mas francamente não o encontro.
Eu, por outro lado, falo de coisas concretas. Um exemplo daquilo que falei no tópico que comentas - porque é que aos progressistas não chega que quem quer apoiar o Manoel Oliveira, o apoie? Qual a razão para quererem expressamente que quem NÃO o quer apoiar, seja obrigado a apoiá-lo?
É aí que reside a grande dúvida, e a grande falta de ética. Numa coisa concreta, não no teu sentimento de que estás do lado dos justos "porque sim".
essa argumentação já se torna cansativa.
implica o desconhecimento do conceito de estado-nação e do conceito de república democrática.
1. neste estado-nação chamado Portugal, mandamos nós os portugueses
*2. este estado-nação chamado Portugal com o seu território já bem demarcado há centenas de ano, é uma república democrática.
3. o fato de ser uma república democrática implica que a maioria de nós os portugueses defina e faça cumprir a legislação.
4. alguma legislação pode ser aprovada por maioria simples, outra por maioria absoluta, outra por maioria qualificada - normalmente dois terços.
5 a legislação produzida pelo orgão legislativo está sujeita a uma série de normas - estar de acordo com a constituição portuguesa - e tratados internacionais - nomeadamente a declaração universal dos direitos do homem, equivalente à bill of rights norte-americana.
6. uma vez a legislação aprovada, seja por maioria simples, maioria absoluta ou maioria qualificada,
TODOS os portugueses são forçados a submeter-se a ela. a lei é igual para todos e não há opting-outs. quero dizer, haver há mas normalmente os que optam por essa via - os criminosos - vão malhar com os ossos na cadeia.
portanto não venhas com essa conversa de só se aplica aos que querem. a lei aplica-se a
TODOS.
se não queres submeter-te ao estado de direito e queres desrespeitar as leis tens três hipóteses: ou emigras para algum sítio do mundo onde não haja leis ou crias a república libertária das berlengas ou tornas-te um criminoso. todas essa opções têm consequências.
não podes é ter o bolo e comê-lo. seres protegido pela lei e optares por lhe desobedecer quando entenderes.
a ver se esta história fica enterrada de uma vez por todas e não se torna numa ideia zombie que por mais que seja desmontada e provada falsa, volta a emergir ciclicamente.
* ou devíamos mandar. neste momento não mandamos a 100%. entregámos parte da soberania à UE e ao FMI.