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Autor Tópico: Raça, Genética e QI  (Lida 87577 vezes)

Kin2010

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Re:Raça, Genética e QI
« Responder #260 em: 2015-02-26 03:59:34 »
Sim, mas nada que não possa ser explicado pela cultura. Sobre os judeus da Europa e América várias coisas foram apontadas. Primeiro é um povo (casta?) cuja presença nas cidades é de há séculos (eram quase todos urbanos, enquanto que os europeus eram quase todos rurais). Isso levou os judeus a chegarem mais cedo à "modernidade psicológica": secularismo, cosmopolitismo (quem eu li que escreveu sobre isto é Benjamim Beit-Hallami, da Univ Haifa, Israel). Os europeus não-judeus, ao emigrarem para as cidades, passavam 1 ou 2 gerações ainda com traços culturais rurais e tradicionalistas. Obviamente os judeus colocam grande ênfase na educação. E há a questão do networking. Se leres a história da criação de impérios bancários e financeiros (ou da sua reconstrução, como dos grupos económicos que saíram de Portugal em 1975 e depois voltaram) e examinares como é que tudo é reconstituído, praticamente a partir do nada (e eu li vários livros sobre isso) vês uma história de networking e cunhas (com a alta finança internacional, não só políticos portugueses). Isso também é visível nos chamados "oligarcas russos" que emergiram com fortunas de biliões logo após a queda do comunismo. Isso foi com QI? Ou foi com cunhas, recebimento de empréstimos de Nova Iorque em condições favoráveis, compra de empresas vendidas ao desbarato, em suma truques de secretaria? Foi obviamente 90% com estes métodos que eu disse, não havia mérito intelectual nenhum que conseguisse isso, nem mesmo uma equipa de 100 Einsteins a trabalhar dia e noite conseguiria isso em 5-10 anos. Ora esse fenómeno pode-se ter repetido através dos séculos, explicando a sua grande presença entre as grandes fortunas. Mas além disso ainda não vi respondida a questão de qual é a média de QI de judeus de Israel, dos vários subgrupos. Seria interessante comparar com as suas médias nos EUA, já que é nos EUA que ocupam uma posição privilegiada.

purehawk

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Re:Raça, Genética e QI
« Responder #261 em: 2015-02-26 05:01:46 »
No futuro, a inteligência artificial superará a inteligência natural e biológica dos mais dotados e inteligentes.
Isso já acontece no Xadrez: os ELO ratings das máquinas já ultrapassa os melhores dos melhores, nenhum humano chega aos 3000 de rating:

1   Stockfish 6 64-bit 4CPU   3315   +21   −21   69.6%   −120.1   53.7%   674
2   Komodo 8 64-bit 4CPU   3304   +16   −16   70.4%   −130.4   48.7%   1276
3   Houdini 4 64-bit 4CPU   3272   +14   −14   63.1%   −83.1   48.9%   1618
4   Fire 4 64-bit 4CPU   3224   +26   −26   47.3%   +14.3   62.1%   401
5   Gull 2.8b 64-bit 4CPU   3207   +22   −22   54.2%   −29.0   53.6%   606
6   Equinox 3.20 64-bit 4CPU   3189   +23   −23   50.6%   −3.9   65.9%   516
7   Critter 1.6a 64-bit 4CPU   3175   +10   −10   53.6%   −22.2   58.5%   3108
8   Rybka 4 64-bit 4CPU   3161   +12   −12   56.0%   −39.4   49.7%   2080
9   Bouquet 1.8 64-bit 4CPU   3158   +15   −15   48.4%   +11.2   59.3%   1193
10   BlackMamba 2.0 64-bit 4CPU   3143   +19   −19   43.6%   +38.4   55.9%   774

http://www.computerchess.org.uk/ccrl/4040/



Até os "mobile phone" já chegam ao rating dos Grandes Mestres de Xadrez internacionais:

Pocket Fritz 4 (2009)

In 2009 a chess engine running on slower hardware, a 528 MHz HTC Touch HD mobile phone, reached the grandmaster level. The mobile phone won a category 6 tournament with a performance rating 2898. The chess engine Hiarcs 13 runs inside Pocket Fritz 4 on the mobile phone HTC Touch HD. Pocket Fritz 4 won the Copa Mercosur tournament in Buenos Aires, Argentina with 9 wins and 1 draw on August 4–14, 2009.[31] Pocket Fritz 4 searches fewer than 20,000 positions per second.[32] This is in contrast to supercomputers such as Deep Blue that searched 200 million positions per second. Pocket Fritz 4 achieves a higher performance level than Deep Blue.

http://en.wikipedia.org/wiki/Human–computer_chess_matches



Um dia, a inteligência dos mais inteligentes dos humanos será equivalente aos atrasados mentais comparando com a Inteligência Artificial.
Portanto, não há que ficar preocupado por haver alguns que têm uns pontos a mais do que outros na sua inteligência.

Eu, por exemplo, insiro-me claramente no clube dos atrasados mentais...

     :)


O que poderá acontecer é alguns defenderem que a IA (Inteligência Artificial) dos 'brancos' (a IA construída pelos 'brancos' ou caucasianos) é mais inteligente do que a construída pelas outras etnias/raças... e vice-versa.



Empresa de inteligência artificial cria sistema capaz de aprender a dominar videojogos
Publicado ontem às 23:32

O sistema informático consegue esse resultado sem ter sido previamente programado para tal.

A companhia britânica DeepMind, comprada há um ano pelo gigante norte-americano da internet Google, baseou-se num algoritmo e conjugou várias técnicas de aprendizagem informática com mecanismos inspirados no funcionamento das redes neuronais.

Foi assim que conseguiu que o seu "agente de inteligência artificial", batizado como DQN, aprendesse a jogar 49 videojogos clássicos numa consola Atari 2600, a partir da experiência da memorização.

Um artigo, publicado hoje pela revista Nature, diz que o sistema criado, que atua a um nível comparável ao de um humano profissional em videojogos, é capaz de descobrir o objetivo do jogo e dominá-lo, sem contar com mais informação do que as imagens que aparecem no ecrã do computador e a pontuação.

Os autores do sistema informático assinalam que a aplicação da inteligência artificial aos videojogos não é mais do que uma demonstração da potência do seu algoritmo, cujo uso se pode generalizar a outro tipo de meios ou indústrias.

O cofundador da DeepMind, Demis Hassabis, explicou, numa conferência de imprensa, em Londres, que a rede neuronal artificial criada pela sua equipa é de natureza distinta de outras máquinas, como o Deep Blue, um computador que derrotou, em 1996, o campeão do mundo de xadrez russo Garry Kasparov.

«A diferença é que as habilidades do Deep Blue estavam programadas de antemão. Uma equipa de engenheiros e mestres de xadrez projetou o seu conhecimento num algoritmo», sustentou Demis Hassabis, realçando que o sistema da DeepMind «começa do zero, sem nenhuma informação», apenas conta com «a experiência percetiva».

Hassabis, perito em inteligência artificial e designer de jogos de computador, adiantou que os sistemas de redes neuronais artificiais são «mais humanos» do que outro tipo de programas de inteligência artificial, porque assimilam o mundo que os rodeia e criam um modelo que lhes permite tomar decisões.

No caso dos videojogos, o sistema aprende que ações são mais recomendáveis conforme a pontuação alcançada num jogo.

Com esta estratégia, é capaz de sobressair em videojogos de todo o tipo, como os de disparos e corridas de automóveis, o que, para Demis Hassabis, demonstra que «uma única arquitetura pode desenvolver ótimas táticas para uma ampla variedade de meios».

O DQN testou videojogos dos anos 70 e 80, mas a DeepMind pretende, dentro de cinco anos, fazer a experiência com videojogos em 3D dos anos 90.

«A ideia é que, se o algoritmo permite simular a condução num jogo de corridas de automóveis, poderá ser potencialmente capaz, com alguns melhoramentos, de conduzir uma verdadeira viatura», admitiu o investigador Demis Hassabis, defendendo que, no futuro, «este tipo de inteligência artificial» poderá ser uma ajuda em domínios como «o estudo de doenças e de questões climáticas, que implicam muitos dados, e muito complexos».

http://www.tsf.pt/PaginaInicial/Vida/Interior.aspx?content_id=4421606&page=-1


     :P

D. Antunes

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Re:Raça, Genética e QI
« Responder #262 em: 2015-02-26 10:58:55 »
Kin2010:

Estás a dizer que os judeus têm um QI mais alto nos EUA porque são classe dominante. Claro que ser classe dominante ajuda, mas o bom potencial genético tb ajuda a ser classe dominante. Dizes que é por ter dinheiro.
 A grande maioria dos ingleses nos EUA tem uma vida bem desafogada, com acesso a cultura e educação. Não me parece que exista grande QI potencial que só se manifeste quando alguém chegue a milionário.
Quando  referes a Inglaterra Vitoriana, esqueces-te que nesse tempo a maioria da população era pobre e muitas crianças morriam de fome direta ou indiretamente (enfraquecidas adoeciam).
Quando referes o networking, esqueces  que uma etnia mais inteligente se pode aperceber melhor da importância do mesmo e fazê-lo melhor.
QI em Israel: isso é muito interessante.  Já tinha visto e não é muito alto (penso que na casa dos 90), Israel não recebeu só judeus ashkenazi, mas também da Russia, Turquia e Etiópia (até há algum racismo entre judeus). Curiosamente, tem muita indústria tecnológica de ponta. Diria que, apesar da média ser apenas razoável, terá maior-desvio padrão que outros países e maior percentagem de QI muito altos que outros países com o mesmo QI média, dada a origem diversa da população. Apostaria que uma boa parte dos fundadores dessas empresas tecnológicas são ashkenazi e não judeus etíopes (apesar de os judeus etíopes serem classe dominante na Etiópia e não descendentes de escravos e de os seus filhos terem uma boa educação e alimentação em Israel…). Mas isso é só uma hipótese interessante.
O limite de 90 é apenas uma estimativa por excesso. Os afro-americanos têm comida e educação estatal e mesmo assim não atingem os 90. E geneticamente têm cerca de 20% de origem caucasiana e os outros 80% são um mix africano. Dentro dessas diferentes populações africanas, certamente que haverá alguma variabilidade. Portanto provavelmente o potencial será inferior a 90 para algumas.
O facto de muitos países africanos estarem perto dos 70 deve-se às mas condições de vida e educação. O ambiente também conta e muito.
Quando dizes que o sucesso dos asiáticos se deve à cultura, esqueces que grande parte da cultura é reforçada pelo exemplo dos pares. Os asiáticos vêem os outros asiáticos a educar os filhos e estes a ter sucesso. Os afro-americanos vêm que mesmo aqueles que se esforçam por estudar muitas vezes não têm grande sucesso…
Mas não respondeste: como explicas que emigrantes pobres, mexicanos e asiáticos, tenham QIs superiores a afro-americanos mais ricos e com mais anos de escola? Não estou a falar dos filhos dos emigrantes.
« Última modificação: 2015-02-26 19:47:07 por D. Antunes »
“Price is what you pay. Value is what you get.”
“In the short run the market is a voting machine. In the long run, it’s a weighting machine."
Warren Buffett

“O bom senso é a coisa do mundo mais bem distribuída: todos pensamos tê-lo em tal medida que até os mais difíceis de contentar nas outras coisas não costumam desejar mais bom senso do que aquele que têm."
René Descartes

vbm

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Re:Raça, Genética e QI
« Responder #263 em: 2015-02-26 11:18:23 »
"raça dominante"!
lolinho

D. Antunes

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Re:Raça, Genética e QI
« Responder #264 em: 2015-02-26 11:25:23 »

 3) Notar que o QI médio dos judeus imigrantes nos EUA em 1930 era bem abaixo dos anglo-saxões, era assim uns 80-90 pelas medidas da época (e logo uns 65-70 pela medida actual, devido ao Efeito Flynn). A razão é simples: nessa época eram imigrantes pobres, desfavorecidos, muitos até iletrados.


Mas as crianças judias eram bem espertas:
USA: a study published in the 1920s reported that Jewish 10-year-olds had an IQ 13 points higher on the Stanford-Binet test than European Gentiles (Ns=110 and 689, respectively) (Bere, 1924).
In the 1940s Nardi (1948) reported an IQ of 110 on the Stanford-Binet test for Jewish 12-year-olds (N=l,210), and in the 1950s Levinson (1957) found an IQ of 109 for Jewish 12-year-olds (N=2,083), also on the Stanford-Binet test.


Relativamente a Israel, alguns dados:
The IQ of 95 for Israel is the weighted mean of the IQs of 103 of the Ashkenazim Jews, 91 of the Oriental Jews (12 IQ points lower), and 86 of the Arabs.
Thus, the IQs of Jews in the United States and Britain average between around 107 to 115 and are therefore higher than the 103 estimated for Ashkenazim Jews in Israel. Some possible explanations for this are that few American and British Jews have emigrated to Israel. Most of the Ashkenazim Jews in the United States and Britain fled persecution in Russia and Eastern Europe between 1880 and 1914 and in Germany between 1933 and 1939. It seems likely that these would have been the more intelligent who foresaw the dangers of staying and were able to organize emigration. Those who remained in Russia and Eastern Europe would likely have been a little less intelligent.
A further factor is that many of these supposedly European Jews are not Jews at all but pretended to be Jews in order to get permission to leave the Soviet Union (Abbink, 2002).



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Re:Raça, Genética e QI
« Responder #265 em: 2015-02-26 11:34:26 »
"raça dominante"!
lolinho

Não devemos esconder a verdade apenas por nos ser inconveniente. Parece que há coisas que se querem esconder a todo o custo com medo das consequências. Claro que a existência de diferenças de QI de origem genética pode servir de argumento a ideologias racistas. Mas é possível defender a igualdade de tratamento, centrada no indivíduo, apesar dessas diferenças. Penso ser mais correto do que tentar tapar o Sol com a peneira. É possível continuar a ser cristão e acreditar na teoria heliocêntrica.


"Mas que gira, gira."
Galileu Galilei
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Incognitus

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Re:Raça, Genética e QI
« Responder #266 em: 2015-02-26 12:59:41 »
Sim, mas nada que não possa ser explicado pela cultura. Sobre os judeus da Europa e América várias coisas foram apontadas. Primeiro é um povo (casta?) cuja presença nas cidades é de há séculos (eram quase todos urbanos, enquanto que os europeus eram quase todos rurais). Isso levou os judeus a chegarem mais cedo à "modernidade psicológica": secularismo, cosmopolitismo (quem eu li que escreveu sobre isto é Benjamim Beit-Hallami, da Univ Haifa, Israel). Os europeus não-judeus, ao emigrarem para as cidades, passavam 1 ou 2 gerações ainda com traços culturais rurais e tradicionalistas. Obviamente os judeus colocam grande ênfase na educação. E há a questão do networking. Se leres a história da criação de impérios bancários e financeiros (ou da sua reconstrução, como dos grupos económicos que saíram de Portugal em 1975 e depois voltaram) e examinares como é que tudo é reconstituído, praticamente a partir do nada (e eu li vários livros sobre isso) vês uma história de networking e cunhas (com a alta finança internacional, não só políticos portugueses). Isso também é visível nos chamados "oligarcas russos" que emergiram com fortunas de biliões logo após a queda do comunismo. Isso foi com QI? Ou foi com cunhas, recebimento de empréstimos de Nova Iorque em condições favoráveis, compra de empresas vendidas ao desbarato, em suma truques de secretaria? Foi obviamente 90% com estes métodos que eu disse, não havia mérito intelectual nenhum que conseguisse isso, nem mesmo uma equipa de 100 Einsteins a trabalhar dia e noite conseguiria isso em 5-10 anos. Ora esse fenómeno pode-se ter repetido através dos séculos, explicando a sua grande presença entre as grandes fortunas. Mas além disso ainda não vi respondida a questão de qual é a média de QI de judeus de Israel, dos vários subgrupos. Seria interessante comparar com as suas médias nos EUA, já que é nos EUA que ocupam uma posição privilegiada.

Repara, isso não se aplica aos Asiáticos nos EUA. O que te força a procurar outra explicação implausível. Repara que isso acontece recorrentemente face à explicação mais provável, o que diminui rapidamente a probabilidade de estares certo -- porque essas explicações excepcionais que avanças são diferentes entre si, logo a probabilidade das mesmas é multiplicada sequencialmente.

Ao passo que a explicação do QI não tem que ser multiplicada porque é sempre a mesma ...
« Última modificação: 2015-02-26 13:00:15 por Incognitus »
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Re:Raça, Genética e QI
« Responder #267 em: 2015-02-26 21:50:54 »
"raça dominante"!
lolinho

Não devemos esconder a verdade apenas por nos ser inconveniente. Parece que há coisas que se querem esconder a todo o custo com medo das consequências. Claro que a existência de diferenças de QI de origem genética pode servir de argumento a ideologias racistas. Mas é possível defender a igualdade de tratamento, centrada no indivíduo, apesar dessas diferenças. Penso ser mais correto do que tentar tapar o Sol com a peneira. É possível continuar a ser cristão e acreditar na teoria heliocêntrica.


"Mas que gira, gira."
Galileu Galilei

Concordo com  a observação que fazes.

Por muito que a ciência nos exile de uma  zona
de conforto na cosmovisão física do universo;
por muito que os sentidos nos enleiem no
que mais convenha ao nosso corpo e
o intelecto nos incline nas ilusões
do pensamento; os factos e as
relações que entre si entretecem
na lei de regularidades observadas,
justificam que à ciência, ao conhecimento
comprovado, manifestemos a adesão
do nosso espírito e o saber
nos guie na acção.


O meu sorrir sobre a 'raça dominante'
deriva da certeza de estarmos tão imersos
na natureza e no meio de que dependemos
e nos constitui que, na verdade a hegemonia
de um povo sobre os demais, é de todo imprevisível
pela multiplicidade de variáveis que interferem no processo,
um autêntico caminhar às cegas num terreno de areias movediças! :)

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Re:Raça, Genética e QI
« Responder #268 em: 2015-02-27 23:54:36 »
D.Antunes:
QI em Israel: isso é muito interessante.  Já tinha visto e não é muito alto (penso que na casa dos 90), Israel não recebeu só judeus ashkenazi, mas também da Russia, Turquia e Etiópia (até há algum racismo entre judeus).

Só 90? E quais os valores para os Askhenazi versus os outros, sempre em Israel? Provavelmente os Askhenazi de Israel não terão mais do que 100 em média, já que são a maioria da população do país e a média é 90. Sendo assim comparam francamente mal com os europeus do norte (alemães, holandeses, escandinavos) e os leste-asiáticos (japonseses, coreanos) cujas médias estão nos 105-107 (isto baseado na minha memória, provavelmente já tens dados mais actualizados.

Estás a ver o padrão? No único país em que os judeus ocupam verticalmente a sociedade toda, o seu QI não é alto, afinal de contas, quando muito fica na média da Europa (embora isto sujeito à tua confirmação). Logo, a sua média de 110 nos EUA não é algo "intrínseco" dos judeus, nem mesmo dos Askhenazi. Já agora, 110 num local onde são de classe média alta compara desfavoravelmente com os 105-107 dos outros que eu citei acima, já que esses são uma população vertical. Essas médias sobem imenso quando as condições dos povos sobem.

Também li que, entre os imigrandes pobres que chagavam aos EUA nos anos 20 e 30, certas etnias estavam bem abaixo da média de 100 dos anglo-saxões: europeus do sul, do leste, e judeus. Mas os filhos dessas mesmas pessoas subiram imenso à medida que as suas condições melhoravam. A conclusão de tudo o que eu escrevi acima é que os "genes raciais" não explicam praticamente nada, e mesmo possivelmente não explicam absolutamente nada, destes padrões. Como os exemplos acima mostram, os rankings das etnias mudam completamente se as suas condições mudarem. A mesma etnia, tem médias muito diferentes em situações diferentes. Daí a fragilidade da teoria racial-genética para explicar a diferença de QI médio.






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Re:Raça, Genética e QI
« Responder #269 em: 2015-02-27 23:59:33 »
D.Antunes:
Mas não respondeste: como explicas que emigrantes pobres, mexicanos e asiáticos, tenham QIs superiores a afro-americanos mais ricos e com mais anos de escola? Não estou a falar dos filhos dos emigrantes.

Já respondi antes:
Porque a cultura asiática é dramaticamente diferente da afro-americana: os afro-americanos descendem de escravos há 150 anos. Isso é pouco tempo. Depois da abolição da escravatura ficaram em guettos por gerações em que subsistiram uma série de práticas nocivas: crime como último recurso (10% dos rapazes ou mais passa pela prisão), famílias mono-parentais, e rejeição activa dos ideais culturais dos brancos só para ser diferente. Os asiáticos que iam para lá não têm nada disto. Além disso são uma minoria muito mais pequena, os afro-americanos são 15% da população, por isso os asiáticos podem assimilar-se melhor.



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Re:Raça, Genética e QI
« Responder #270 em: 2015-02-28 00:03:09 »
D.Antunes:
Mas não respondeste: como explicas que emigrantes pobres, mexicanos e asiáticos, tenham QIs superiores a afro-americanos mais ricos e com mais anos de escola? Não estou a falar dos filhos dos emigrantes.

Já respondi antes:
Porque a cultura asiática é dramaticamente diferente da afro-americana: os afro-americanos descendem de escravos há 150 anos. Isso é pouco tempo. Depois da abolição da escravatura ficaram em guettos por gerações em que subsistiram uma série de práticas nocivas: crime como último recurso (10% dos rapazes ou mais passa pela prisão), famílias mono-parentais, e rejeição activa dos ideais culturais dos brancos só para ser diferente. Os asiáticos que iam para lá não têm nada disto. Além disso são uma minoria muito mais pequena, os afro-americanos são 15% da população, por isso os asiáticos podem assimilar-se melhor.

Tal como expliquei atrás - o facto de teres explicações diferentes para cada obstáculo baixa consideravelmente a probabilidade de estares correcto.

Isto porque precisas de estar correcto em cada uma dessas explicações, multiplicada pela probabilidade de todas as outras explicações individuais que usaste. O que atira a probabilidade de estares correcto para próximo de zero.

Isto ao passo que a tese que enfrentas é sempre a mesma, pelo que só tem que estar correcta de acordo com uma única probabilidade.
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Re:Raça, Genética e QI
« Responder #271 em: 2015-02-28 00:10:48 »
D.Antunes:
Relativamente a Israel, alguns dados:
The IQ of 95 for Israel is the weighted mean of the IQs of 103 of the Ashkenazim Jews, 91 of the Oriental Jews (12 IQ points lower), and 86 of the Arabs.
Thus, the IQs of Jews in the United States and Britain average between around 107 to 115 and are therefore higher than the 103 estimated for Ashkenazim Jews in Israel. Some possible explanations for this are that few American and British Jews have emigrated to Israel. Most of the Ashkenazim Jews in the United States and Britain fled persecution in Russia and Eastern Europe between 1880 and 1914 and in Germany between 1933 and 1939. It seems likely that these would have been the more intelligent who foresaw the dangers of staying and were able to organize emigration. Those who remained in Russia and Eastern Europe would likely have been a little less intelligent.
A further factor is that many of these supposedly European Jews are not Jews at all but pretended to be Jews in order to get permission to leave the Soviet Union (Abbink, 2002).

Então se os judeus Askhenazi de Israel afinal só têm 103, num país onde ocupam a sociedade verticalmente (e como mesmo lá são algo favorecidos, ocupam mais ou menos o 1/2 superior da sociedade) isso não é nada de especial face à média da maioria dos países desenvolvidos. As médias nos países europeus nórdicos é 105-107 da última vez que vi, e é da população em geral, não do 1/2 superior da população.

(e independentemente de tudo isto, nota como mesmo os dados que tu vais postando, mostram uma tremenda variação; um certo grupo tem 95 nuns estudos, 113 noutros, 102 noutros, etc; já não bastava a variação interindividual, mesmo o mesmo grupo ou população variam assim; para além disso sobem com o tempo com o Efeito Flynn)

Finalmente, a hipótese levantada acima para explicar a discrepância entre os judeus de vários sítios é completamente far fetched, ultra-especulativa, sem ponta por onde se lhe pegue. Sobre ela, faço uma observação que sempre se via em ciência: quando uma teoria principal começa a mostrar falhas, e se inventam novas hipóteses acessórias para tentar explicar as discrepâncias, e essas hipóteses acessórias se multiplicam, é porque a teoria principal não é boa.


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Re:Raça, Genética e QI
« Responder #272 em: 2015-02-28 00:20:06 »
Sim, mas nada que não possa ser explicado pela cultura. Sobre os judeus da Europa e América várias coisas foram apontadas. Primeiro é um povo (casta?) cuja presença nas cidades é de há séculos (eram quase todos urbanos, enquanto que os europeus eram quase todos rurais). Isso levou os judeus a chegarem mais cedo à "modernidade psicológica": secularismo, cosmopolitismo (quem eu li que escreveu sobre isto é Benjamim Beit-Hallami, da Univ Haifa, Israel). Os europeus não-judeus, ao emigrarem para as cidades, passavam 1 ou 2 gerações ainda com traços culturais rurais e tradicionalistas. Obviamente os judeus colocam grande ênfase na educação. E há a questão do networking. Se leres a história da criação de impérios bancários e financeiros (ou da sua reconstrução, como dos grupos económicos que saíram de Portugal em 1975 e depois voltaram) e examinares como é que tudo é reconstituído, praticamente a partir do nada (e eu li vários livros sobre isso) vês uma história de networking e cunhas (com a alta finança internacional, não só políticos portugueses). Isso também é visível nos chamados "oligarcas russos" que emergiram com fortunas de biliões logo após a queda do comunismo. Isso foi com QI? Ou foi com cunhas, recebimento de empréstimos de Nova Iorque em condições favoráveis, compra de empresas vendidas ao desbarato, em suma truques de secretaria? Foi obviamente 90% com estes métodos que eu disse, não havia mérito intelectual nenhum que conseguisse isso, nem mesmo uma equipa de 100 Einsteins a trabalhar dia e noite conseguiria isso em 5-10 anos. Ora esse fenómeno pode-se ter repetido através dos séculos, explicando a sua grande presença entre as grandes fortunas. Mas além disso ainda não vi respondida a questão de qual é a média de QI de judeus de Israel, dos vários subgrupos. Seria interessante comparar com as suas médias nos EUA, já que é nos EUA que ocupam uma posição privilegiada.

Repara, isso não se aplica aos Asiáticos nos EUA. O que te força a procurar outra explicação implausível. Repara que isso acontece recorrentemente face à explicação mais provável, o que diminui rapidamente a probabilidade de estares certo -- porque essas explicações excepcionais que avanças são diferentes entre si, logo a probabilidade das mesmas é multiplicada sequencialmente.

Ao passo que a explicação do QI não tem que ser multiplicada porque é sempre a mesma ...

Implausível? Não vejo nada de implausível no que eu escrevi acima, nem tu estás a demonstrar. Apenas gostas de colocar vários rótulos do género para ver se pega, se formas opinião junto dos leitores. Ora diz-me lá o que é que ali em cima é implausível.

Sobre a comparação entre asiáticos e africanos nos EUA eu já escrevi. Só os africanos foram escravos, e depois viveram mais 100 anos na segregação do sul. Os modernos imigrantes já não têm esse problema. Finalmente, a cultura asiática do leste favorece muito o estudo e abnegação, os pais ensinam esses valores aos filhos. Já favorecia na Ásia. Na África não acontecia isso.


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Re:Raça, Genética e QI
« Responder #273 em: 2015-02-28 03:05:57 »
Sim, mas nada que não possa ser explicado pela cultura. Sobre os judeus da Europa e América várias coisas foram apontadas. Primeiro é um povo (casta?) cuja presença nas cidades é de há séculos (eram quase todos urbanos, enquanto que os europeus eram quase todos rurais). Isso levou os judeus a chegarem mais cedo à "modernidade psicológica": secularismo, cosmopolitismo (quem eu li que escreveu sobre isto é Benjamim Beit-Hallami, da Univ Haifa, Israel). Os europeus não-judeus, ao emigrarem para as cidades, passavam 1 ou 2 gerações ainda com traços culturais rurais e tradicionalistas. Obviamente os judeus colocam grande ênfase na educação. E há a questão do networking. Se leres a história da criação de impérios bancários e financeiros (ou da sua reconstrução, como dos grupos económicos que saíram de Portugal em 1975 e depois voltaram) e examinares como é que tudo é reconstituído, praticamente a partir do nada (e eu li vários livros sobre isso) vês uma história de networking e cunhas (com a alta finança internacional, não só políticos portugueses). Isso também é visível nos chamados "oligarcas russos" que emergiram com fortunas de biliões logo após a queda do comunismo. Isso foi com QI? Ou foi com cunhas, recebimento de empréstimos de Nova Iorque em condições favoráveis, compra de empresas vendidas ao desbarato, em suma truques de secretaria? Foi obviamente 90% com estes métodos que eu disse, não havia mérito intelectual nenhum que conseguisse isso, nem mesmo uma equipa de 100 Einsteins a trabalhar dia e noite conseguiria isso em 5-10 anos. Ora esse fenómeno pode-se ter repetido através dos séculos, explicando a sua grande presença entre as grandes fortunas. Mas além disso ainda não vi respondida a questão de qual é a média de QI de judeus de Israel, dos vários subgrupos. Seria interessante comparar com as suas médias nos EUA, já que é nos EUA que ocupam uma posição privilegiada.

Repara, isso não se aplica aos Asiáticos nos EUA. O que te força a procurar outra explicação implausível. Repara que isso acontece recorrentemente face à explicação mais provável, o que diminui rapidamente a probabilidade de estares certo -- porque essas explicações excepcionais que avanças são diferentes entre si, logo a probabilidade das mesmas é multiplicada sequencialmente.

Ao passo que a explicação do QI não tem que ser multiplicada porque é sempre a mesma ...

Implausível? Não vejo nada de implausível no que eu escrevi acima, nem tu estás a demonstrar. Apenas gostas de colocar vários rótulos do género para ver se pega, se formas opinião junto dos leitores. Ora diz-me lá o que é que ali em cima é implausível.

Sobre a comparação entre asiáticos e africanos nos EUA eu já escrevi. Só os africanos foram escravos, e depois viveram mais 100 anos na segregação do sul. Os modernos imigrantes já não têm esse problema. Finalmente, a cultura asiática do leste favorece muito o estudo e abnegação, os pais ensinam esses valores aos filhos. Já favorecia na Ásia. Na África não acontecia isso.

É implausível desta forma - imagina que eu tenho 60% de probabilidades de estar correcto quando digo que o QI é válido e funciona de acordo com as correlações observadas, etc.

Depois tu crias para um dado problema levantado pelo QI, a explicação para não ser válido nesse caso, uma explicação com 60% de probabilidade de estar correcta.

Depois aponta-se outro estudo (que confirma o mesmo belief que eu tenho sobre o QI) e tu avanças com OUTRA explicação com 60% de probabilidade de estar correcta para afastar esse outro estudo.

Depois aponta-se outra coisa diferente (gémeos, correlacção jovem->adulto, seja o que for) que confirma o mesmo belief sobre o QI e tu avanças com AINDA OUTRA explicação com 60% de probabilidade de estar correcta para afastar essa outra coisa diferente.

O que acontece aqui é que a probabilidade de eu estar correcto, como estou sempre a defender a mesma coisa, manteve-se nos 60%.

Ao passo que a tua probabilidade de estares correcto, como alegaste explicações diferentes contra o mesmo belief, vai ser sujeita a 60% x 60% x 60% (porque todas as tuas explicações são diferentes e precisam simultaneamente de estar correctas) = 21.6%. Com explicações suficientes diferentes a tua probabilidade de estares correcto acaba por cair para próximo de zero.

-------

Compreendes? Naquele caso tu afastaste uma dada questão com uma narrativa -- que tem uma probabilidade de estar correcta bem diferente de 100%, para baixo (a de terem a posição que têm devido essencialmente a favorecimento). E para os Asiáticos, que já não têm indicações de estarem onde estão por serem favorecidos, já tens que produzir OUTRA explicação diferente. Obrigando-te também a estar correcto simultaneamente nessa, sendo que nenhuma tem 100% de probabilidade de estar correcta à partida.

Não se trata de rótulos, trata-se de uma consequência de argumentar contra uma dada posição lógica usando explicações independentes e diferentes entre si para afastar elementos de uma mesma teoria que são consistentes entre si.

Isto é subtil. Nota que quando defendemos o QI tudo encaixa correctamente pelo que não têm que se procurar explicações mirabolantes para cada efeito. Já quando se o ataca como há n estudos que constituem o corpo da teoria, geram-se n explicações diferentes -- e nenhuma unificada -- para o atacar.

Genericamente, diria que esta mesma forma de atacar algo tenderá quase sempre a estar errada. Também por isso, a forma correcta de afastar uma teoria como o QI é produzir algo melhor, em vez de procurar pêlos no ovo do QI. Que a teoria do QI será imperfeita todos sabemos, o que não sabemos é de uma melhor.
« Última modificação: 2015-02-28 03:09:12 por Incognitus »
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Re:Raça, Genética e QI
« Responder #274 em: 2015-02-28 03:38:04 »
Inc:
Isto é subtil. Nota que quando defendemos o QI tudo encaixa correctamente pelo que não têm que se procurar explicações mirabolantes para cada efeito. Já quando se o ataca como há n estudos que constituem o corpo da teoria, geram-se n explicações diferentes -- e nenhuma unificada -- para o atacar.

Vamos lá clarificar. Quando dizes "defendemos o QI", deves estar a referir-te a "defendemos a tese de que as diferenças de QI entre etnias são causadas por genes". Porque é só aí que eu disse que discordava. Na existência de diferenças de QI entre etnias já disse que concordava, assim como a relação do QI com classe social.

As explicações que eu dei não são nada mirabolantes. Mas eu vou tentar colocá-las de uma forma mais unificada abaixo.

Inc:
Genericamente, diria que esta mesma forma de atacar algo tenderá quase sempre a estar errada. Também por isso, a forma correcta de afastar uma teoria como o QI é produzir algo melhor, em vez de procurar pêlos no ovo do QI. Que a teoria do QI será imperfeita todos sabemos, o que não sabemos é de uma melhor.

Todas as explicações, não mirabolantes, que eu dei, na verdade não são rebuscadas, são simples, e são baseadas num ou poucos mais conceitos únicos, portanto não são muito variadas. O conceito único é que o conseguimento intelectual das pessoas e das etnias é governado pela cultura, e que esta por sua vez tem muitas coisas. Podemos chamar às ideias que se propagam memes. Os memes têm um padrão epidémico, como os micróbios. Assim, propagou-se entre os indianos que vivem no ocidente o meme de vender flores em restaurantes. Por que é que os indianos fazem mais isto do que outras etnias? O que é que é mais provável: i) uma explicação centrada nas capacidades intelectuais deles (só eles são tão espertos que o possam fazer, ou outra capacidade qualquer); ii) uma explicação centrada na epidemia de memes (a moda de o fazer propagou-se entre eles, associada a know-how cultural de como o fazer). Ora, é óbvio neste caso que é a hipótese ii) que está certa -- ou que é esmagadoramente mais provável.

Podemos assim falar de epidemias de memes a propagar-se como micróbios. Se as pessoas de uma etnia ganham um "foothold" numa área de actividade, como elas se relacionam mais dentro da etnia, isso vai ser uma bola de neve, em breve mais e mais gente dessa etnia o fará, a uma velocidade maior do que a propagação para outras etnias. O mesmo para regiões, para cidades, para países.

Tal como acontece com os micróbios, os memes propagam-se mais facilmente nas cidades do que no campo. É óbvio porquê.

Vou dar alguns exemplos históricos.

No séc XIX desenvolveu-se o Darwinismo e durante muitas décadas os darwinistas eram todos ingleses e poucos americanos e alemães, e nenhum francês (aproximadamente). Isto acontecia porque os cientistas ingleses estavam mais expostos à teoria, ela era popular lá, escrita em inglês, etc. Além disso os franceses gostavam do seu Lamarck -- tinham assim resistência contra o meme darwinista. Dirias que só os ingleses tinham mente para estudar o darwinimo? É absurdo. Hoje, que a teoria se impôes, os biólogos de todo o mundo abraçam o darwinismo.

Apareceu a psicanálise freudiana. Praticada por judeus de Viena inicialmente, depois quase só por judeus do resto da Europa e dos EUA -- este padrão mantinha-se ainda em 1980 (já não era só, mas maioritariamente). Mais uma vez, memes a proliferar mais num grupo, só por terem começado lá, e por haver alguma resistência a espalharem-se.

Ciência na Europa, digamos no UK. Mas onde era ela feita? Em Londres e mais raramente em outras cidades. Nenhuma no campo. Como é que os chineses do séc XIX podiam fazer ciência ociental? Não podiam, não tinham tido contacto com esses memes. E os africanos muito menos. Mas hoje já podem.

Por que é que os asiáticos nos EUA singram bem. Porque os memes que fazem os pais incentivarem os filhos fortemente para estudar já lá estão, mesmo nos imigrantes. Nos africanos não estavam até há pouco tempo. Estudar não era preciso, nem nas suas vidas em África, nem quando já eram escravos.

Tudo o que estive a dizer não são uma série de explicações rebuscadas. É um modelo único. Chama-se evolução cultural. Pensa nela como uma sucessão de epidemias de memes.



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Re:Raça, Genética e QI
« Responder #275 em: 2015-02-28 03:55:30 »
Mas há muito mais a acrescentar ao meu post anterior: a geografia.

A Europa teve muitas civilizações desde há muito tempo, nomeadamente no Mediterrâneo, porque há várias penínsulas (Itália, Grécia, etc) e ilhas importantes, unidas por um mar, e tem um clima temperado. Isso favoreceu a troca de ideias e deu protecção a muitos estados que duraram séculos. Olhas para a China e vês uma costa que se estende de N a S, não dá tanto azo a que se troquem ideias novas. Só essa geografia poderá favorecer uma regime mais autocrático e imobilista na China -- apesar da civilização deles ter chegado longe.

Na África, tens o enorme deserto, e abaixo dele sahel, savana, floresta. Só no sahel e savana seca se desenvolveram estados nação complexos. Na floresta é muito difícil por causa da geografia. Comunicações difíceis. Cavalaria impossível. Gado bovino idem. Isto explica o atraso da África tropical abaixo do sahel, durante milénios. Nem cavalos nem bois lá chegavam. Isto não favorece grandes estados, por isso viviam mais ao nível de agregados de aldeias.

Onde não há estados organizados não há escrita, não há monumentos (para quê fazê-los?) não há colecta de impostos, que é o que poderia fazer progredir a tecnologia  a literatura e o comércio. Por aqui se vê, que um simples clima que impeça que se criem cavalos, pode impedir estas outras coisas.

Mas, mesmo assim, a sua evolução cultural, mesmo na floresta equatorial, foi altamente complexa e tecnologicamente inovadora (Jan Vansina, livro de que já aqui falei), comparado com a ideia estereotipada que a maioria das pessoas tem. Mas não podia produzir estados nação muito complexos aí. No sahel sim: Songhai, Mali, Fulani, Ghana, etc, etc. Na savana do sul, Kongo. Foi muito mais complexo do que as pessoas em geral pensam, mas não foi tão complexo como nas sociedades mediterrânicas.

Qualquer tentativa para perceber o atraso civilizacional da África em relação à Europa e Ásia que não tenha estas coisas que eu disse acima em conta, nem vale a pena ser tentado. Quem quiser perceber estas coisa, tem que ler bastante sobre isto. Com o QI, não dá mesmo.




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Re:Raça, Genética e QI
« Responder #276 em: 2015-02-28 03:58:53 »
Os Indianos que emigram para os EUA curiosamente têm um QI médio muito, MUITO superior ao Indiano médio. É apenas uma curiosidade. Não só muito superior, como elevado em termos relativos (tipo 112 ou algo assim).
 
Enfim, penso que neste debate ninguém vai mudar de ideias nem o campo que se opõe ao QI vai apresentar a teoria melhor que o leva a tal oposição. Isto leva-me à conclusão seguinte:
1) Que quem defende o QI está a defender uma teoria válida e que encontra aplicações e correlações em muitos casos diferentes;
2) Quem ataca o QI não pretende avançar com uma teoria melhor nem substituir este nas diversas aplicações. Apenas o pretende desacreditar por motivos que não têm a ver com ser ou não a melhor teoria presente para o efeito.
 
Como a forma correcta de derrotar uma teoria científica é apresentar uma melhor e quem quer deitar esta abaixo não planeia fazer isso, juglo que nunca sairemos deste impasse.
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Re:Raça, Genética e QI
« Responder #277 em: 2015-02-28 04:07:47 »
Os Indianos que emigram para os EUA curiosamente têm um QI médio muito, MUITO superior ao Indiano médio. É apenas uma curiosidade. Não só muito superior, como elevado em termos relativos (tipo 112 ou algo assim).
 
Enfim, penso que neste debate ninguém vai mudar de ideias nem o campo que se opõe ao QI vai apresentar a teoria melhor que o leva a tal oposição. Isto leva-me à conclusão seguinte:
1) Que quem defende o QI está a defender uma teoria válida e que encontra aplicações e correlações em muitos casos diferentes;
2) Quem ataca o QI não pretende avançar com uma teoria melhor nem substituir este nas diversas aplicações. Apenas o pretende desacreditar por motivos que não têm a ver com ser ou não a melhor teoria presente para o efeito.
 
Como a forma correcta de derrotar uma teoria científica é apresentar uma melhor e quem quer deitar esta abaixo não planeia fazer isso, juglo que nunca sairemos deste impasse.

Isso dos imigrantes indianos terem QI relativamente alto pode ser porque são os pais abastados que seleccionam os filhos mais espertos para irem para lá estudar. Mas já foi notado o mesmo padrão no UK: indianos e paquistaneses tinham mais QI que os ingleses (há uns 20 anso foi quando li isto).

"Quem ataca o QI". Como já disse o que ataco é a noção que há diferenças raciais-genéticas no QI, não a totalidade das afirmações que há sobre o QI.

Quanto a uma teoria alternativa, para explicar as diferentes níveis de civilização das nações e etnias, é a evolução cultural. Ela já existe. Eu esbocei-a muito muito por alto, nos dois posts anteriores. Se vires bem, todas as outras afirmações que eu fiz noutros posts se baseiam nela, e portanto não são argumentos feitos à medida isolados, como tu estavas a dizer, em vez disso, eles são todos consistentes entre si.



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Re:Raça, Genética e QI
« Responder #278 em: 2015-02-28 04:10:39 »
Mas há muito mais a acrescentar ao meu post anterior: a geografia.

A Europa teve muitas civilizações desde há muito tempo, nomeadamente no Mediterrâneo, porque há várias penínsulas (Itália, Grécia, etc) e ilhas importantes, unidas por um mar, e tem um clima temperado. Isso favoreceu a troca de ideias e deu protecção a muitos estados que duraram séculos. Olhas para a China e vês uma costa que se estende de N a S, não dá tanto azo a que se troquem ideias novas. Só essa geografia poderá favorecer uma regime mais autocrático e imobilista na China -- apesar da civilização deles ter chegado longe.

Na África, tens o enorme deserto, e abaixo dele sahel, savana, floresta. Só no sahel e savana seca se desenvolveram estados nação complexos. Na floresta é muito difícil por causa da geografia. Comunicações difíceis. Cavalaria impossível. Gado bovino idem. Isto explica o atraso da África tropical abaixo do sahel, durante milénios. Nem cavalos nem bois lá chegavam. Isto não favorece grandes estados, por isso viviam mais ao nível de agregados de aldeias.

Onde não há estados organizados não há escrita, não há monumentos (para quê fazê-los?) não há colecta de impostos, que é o que poderia fazer progredir a tecnologia  a literatura e o comércio. Por aqui se vê, que um simples clima que impeça que se criem cavalos, pode impedir estas outras coisas.

Mas, mesmo assim, a sua evolução cultural, mesmo na floresta equatorial, foi altamente complexa e tecnologicamente inovadora (Jan Vansina, livro de que já aqui falei), comparado com a ideia estereotipada que a maioria das pessoas tem. Mas não podia produzir estados nação muito complexos aí. No sahel sim: Songhai, Mali, Fulani, Ghana, etc, etc. Na savana do sul, Kongo. Foi muito mais complexo do que as pessoas em geral pensam, mas não foi tão complexo como nas sociedades mediterrânicas.

Qualquer tentativa para perceber o atraso civilizacional da África em relação à Europa e Ásia que não tenha estas coisas que eu disse acima em conta, nem vale a pena ser tentado. Quem quiser perceber estas coisa, tem que ler bastante sobre isto. Com o QI, não dá mesmo.

 
E qual é a teoria para Detroit ter andado para trás em termos civilizacionais? Também não chegam lá os cavalos e os bois?  :D
 
http://datadrivendetroit.org/web_ftp/Project_Docs/DETKidsDrft_FINAL.pdf
 
 
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Re:Raça, Genética e QI
« Responder #279 em: 2015-02-28 04:13:13 »
Os Indianos que emigram para os EUA curiosamente têm um QI médio muito, MUITO superior ao Indiano médio. É apenas uma curiosidade. Não só muito superior, como elevado em termos relativos (tipo 112 ou algo assim).
 
Enfim, penso que neste debate ninguém vai mudar de ideias nem o campo que se opõe ao QI vai apresentar a teoria melhor que o leva a tal oposição. Isto leva-me à conclusão seguinte:
1) Que quem defende o QI está a defender uma teoria válida e que encontra aplicações e correlações em muitos casos diferentes;
2) Quem ataca o QI não pretende avançar com uma teoria melhor nem substituir este nas diversas aplicações. Apenas o pretende desacreditar por motivos que não têm a ver com ser ou não a melhor teoria presente para o efeito.
 
Como a forma correcta de derrotar uma teoria científica é apresentar uma melhor e quem quer deitar esta abaixo não planeia fazer isso, juglo que nunca sairemos deste impasse.

Isso dos imigrantes indianos terem QI relativamente alto pode ser porque são os pais abastados que seleccionam os filhos mais espertos para irem para lá estudar. Mas já foi notado o mesmo padrão no UK: indianos e paquistaneses tinham mais QI que os ingleses (há uns 20 anso foi quando li isto).

"Quem ataca o QI". Como já disse o que ataco é a noção que há diferenças raciais-genéticas no QI, não a totalidade das afirmações que há sobre o QI.

Quanto a uma teoria alternativa, para explicar as diferentes níveis de civilização das nações e etnias, é a evolução cultural. Ela já existe. Eu esbocei-a muito muito por alto, nos dois posts anteriores. Se vires bem, todas as outras afirmações que eu fiz noutros posts se baseiam nela, e portanto não são argumentos feitos à medida isolados, como tu estavas a dizer, em vez disso, eles são todos consistentes entre si.

Existem estudos de crianças de etnias diferentes criadas pelos mesmos pais, e as diferenças de QI, mesmo esbatendo-se alguma coisa (fruto de ambientes melhores, possivelmente, o que poderia incluir a cultura de que falas) não são nem de longe eliminadas.
 
A menos que penses que a cultura passa de pais biológicos para filhos por factor hereditário (o que parece improvável), dir-se-ia que a explicação da cultura é claramente insuficiente para explicar esses estudos.
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