Não achas estranho diferentes populações terem diferenças em todo mas TODAS as diferentes populações serem do ponto de vista genético EXACTAMENTE iguais quanto ao QI?
Quanto aos posts deste tópico que referiste no tópico da Grécia, nunca rebateste os meus últimos argumentos. Nomeadamente, os teus argumentos quanto muito podem sugerir que nas diferenças entre populações o factor genético seria pouco importante (na tua opinião) mas não que não exista. E fiz-te tb. uma lista de dados que apontam para diferenças significativas de causa genética.
Admite, não existirem absolutamente nenhumas diferenças de QI de causa genética entre nenhuma população seria mais difícil do que ganhar 10 vezes seguidas o euromilhões.
Mas eu não tenho nenhuma ideia pré-concebida de que não hajam absolutamente nenhumas diferenças. Podem haver, já agora até é certo que haja, pois nenhum par de médias pode dar exactamente a mesma medida. Mas como é que isso funcionaria? Como sabes, há muitos loci genéticos que podem afectar o QI. Além disso, em cada locus há uma série de alelos. As frequências dos mesmos num locus podem diferir entre populações. Mas entre muitos loci diferentes, o mais provável é que os efeitos dos vários loci se cancelem, se não de todo, pelo menos em quase tudo. Se sobrar algum efeito, ponderando todos os loci e todas as frequências alélicas, que seja de, digamos, 1 ponto de QI, que importância tem isso? Pelo menos ficamos a saber que não pode explicar as diferenças de QI observadas hoje, pois essas são 15-30 pontos. E finalmente, como separarias os efeitos de todos esses loci no QI, da obviamente muito mais poderosa acção dos factores ambientais (esta pode-se ver no Efeito Flynn, um tema que tu não gostas de referir).
E isto do Efeito Flynn é bem decisivo em toda esta discussão, porque no fundo até a ideia de que um conjunto de alelos numas certas frequências "causa" uma certa média de QI numa população (e não é disso que tu e o Inc falam?) é uma ideia que tende a ser pulverizada pela evidência de que a mesma população tinha média de 85 há 30 anos e tem 100 agora. Ou que o QI dos afro-americanos de hoje é maior do que o dos brancos em 1930 (e os brancos tinham uma bela civilização em 1930, não era?). Se variou assim tanto em décadas como é que podes dizer que um certo conjunto de frequências de alelos, quaisquer que eles fossem, determinou algum valor de QI? Qual é o valor médio de QI de uma população que tu afirmas que os genes estão a determinar, é o observado hoje, ou o observado em 1930, ou 1900, ou qual?
Respondendo por tópicos:
“Mas eu
não tenho nenhuma ideia pré-concebida de que não hajam
absolutamente nenhumas diferenças.
Podem haver, já agora até é certo que haja, pois nenhum par de médias pode dar exactamente a mesma medida. “
OK
“Mas
como é que isso funcionaria? Como sabes, há muitos loci genéticos que podem afectar o QI. Além disso, em cada locus há uma série de alelos. As frequências dos mesmos num locus podem diferir entre populações. Mas entre muitos loci diferentes, o mais provável é que os efeitos dos vários loci se cancelem, se não de todo, pelo menos em quase tudo. “
Concordo que existem diferenças de alelos em vários genes. E que algumas sejam em sentidos opostos, mas outras no mesmo sentido.
Tal como noutras variáveis fenotípicas. A altura é determinada por vários genes. E existem diferenças significativas de altura entre populações humanas. Achares que não pode haver diferenças significativas relativamente à inteligência parece-me muito tendencioso da tua parte. Parece que queres que não haja,
“Se sobrar algum efeito, ponderando todos os loci e todas as frequências alélicas, que seja de, digamos, 1 ponto de QI, que importância tem isso? Pelo menos ficamos a saber que
não pode explicar as diferenças de QI observadas hoje, pois essas são 15-30 pontos. “
As diferenças entre populações são ainda maiores, superiores a 40 pontos (judeus ashkenazi 110 vs. alguns países abaixo dos 70);
Existem diferenças importantes que têm base genética. Provavelmente na casa de 20 (entre extremos). O que quer dizer que, com boa alimentação e educação as etnias mais desfavorecidas talvez consigam atingir os 90.
“E finalmente, como separarias os efeitos de todos esses loci no QI, da obviamente muito mais poderosa acção dos factores ambientais (esta pode-se ver no Efeito Flynn, um tema que tu não gostas de referir). “
Eu não refuto o Efeito de Flynn. Não refiro porque quanto a esse não há discussão. Os factores ambientais têm um peso importante, principalmente em países em que há subnutrição e não há acesso generalizado a educação.
“E isto do Efeito Flynn é bem decisivo em toda esta discussão, porque no fundo até a ideia de que um conjunto de alelos numas certas frequências "causa" uma certa média de QI numa população (e não é disso que tu e o Inc falam?) é uma ideia que tende a ser pulverizada pela evidência de que a mesma população tinha média de 85 há 30 anos e tem 100 agora.
Os alelos não causam um QI. Apenas dão um potencial que, com boa educação e alimentação, pode ser grandemente atingido.
Ou que o QI dos afro-americanos de hoje é maior do que o dos brancos em 1930 (e os brancos tinham uma bela civilização em 1930, não era?). “
Em 1930 os brancos eram emigrantes com infâncias difíceis (subnutrição e analfabetismo) A mortalidade infantil era altíssima. As condições higiénicas, nutricionais e educacionais dos negros americanos hoje são incomparavelmente melhores do que as dos brancos em 1930. Isto é, os afro.americanos hoje podem-se aproximar mais do seu (menor) potencial do que os brancos há quase um século.
“Se variou assim tanto em décadas como é que podes dizer que um certo conjunto de frequências de alelos, quaisquer que eles fossem, determinou algum valor de QI? Qual é o valor médio de QI de uma população que tu afirmas que os genes estão a determinar, é o observado hoje, ou o observado em 1930, ou 1900, ou qual?”
Refiro-me ao observado hoje em boas condições. Mesmo populações sem grandes défices nutricionais e com acesso a educação têm grandes défices de QI relativamente a outras.
Os judeus Ashkenasi que emigram para os EUA ganham 50% do que os ingleses. Os ingleses falam obviamente bem a língua, têm muitos anos de escolaridade, um QI acima da média dos EUA e não são discriminados nos EUA. Só aqui a diferença de QI é de 10, grande parte provavelmente genética.
Nos EUA os afro-americanos têm maiores rendimentos e mais anos de educação do que os emigrantes mexicanos. No entanto estes, mais pobres e com menos estudos, têm maior QI. São os genes em ação. Os hispânicos que estão nos EUA há mais tempo já ganham mais dinheiro do que os afro-americanos. E repara que os hispânicos nem são uma população com grande QI. Pequenas direrenlas de QI (5 ou 10 pontos) contam.
O caso dos emigrantes asiáticos ainda é mais evidente, constituindo os filhos uma grande percentagem dos alunos das grandes universidades americanas. Como se explica que os afro-americanos tenham QI na casa dos 80 e emigrantes asiáticos pobres na casa dos 100?
Já estou um pouco cansado de gastar o meu latim com isto. Achas mesmo que os judeus Ashkenasi não têm maior potencial genético relativamente ao QI? Até tem maior prevalência de doenças neurológicas devidas a genes relacionados com a maior velocidade de condução dos neurónios.